“Vir sobre as nuvens” é uma referência à segunda vinda de Cristo?
Muitos céticos modernos, seguindo estudiosos como Bertrand Russell e Albert Schweitzer, acreditam que Jesus é um falso profeta porque predisse sua “vinda sobre as nuvens” no período de vida de seus discípulos. Jesus estava pensando na Segunda Vinda ou “vir sobre as nuvens” tem um significado diferente?
Primeiro, quando Jesus disse a Caifás, e à corte que o condenou à morte, que Ele era o Filho do Homem que viria “nas nuvens do céu”, não estava falando de sua Segunda Vinda, mas do julgamento de Jerusalém (Mateus 26.63-64). Como Caifás e a corte sabiam muito bem, nuvens eram um símbolo comum no Antigo Testamento, que apontava para Deus como o soberano Juiz das nações. Nas palavras de Isaías: “Eis que o Senhor vem cavalgando em uma nuvem ligeira e virá ao Egito; e os ídolos do Egito serão movidos perante a sua face, e o coração dos egípcios se derreterá no meio deles” (Isaías 19.1). Como os profetas do Antigo Testamento, Jesus empregou o simbolismo das nuvens para alertar seus ouvintes de que, assim como o julgamento caiu sobre o Egito, em breve também sobreviria a Jerusalém.
Além disso, a metáfora do julgamento “vindo sobre as nuvens” foi claramente intencional para Caifás e para a multidão do primeiro século que condenou Cristo à morte. Nas palavras de nosso Senhor: “Digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Mateus 26.64). A geração que crucificou Cristo veria o dia em que Ele foi exaltado e entronizado “à direita do Todo-poderoso”.
Finalmente, a vinda de Jesus nas nuvens para julgar Jerusalém no primeiro século aponta para o fim dos tempos, quando Ele aparecerá de novo para “julgar os vivos e os mortos” (2Timóteo 4.1; 1Pedro 4.5). De fato, como Jesus prometeu, está chegando o dia quando “todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (João 5.28-29). Ou, nas palavras do escritor de Hebreus, Cristo “aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (Hebreus 9.28).
“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Apocalipse 1.7).
HANK HANEGRAAFF