Vendo além da gratidão

Toda última quinta-feira de novembro nos Esta­dos Unidos é o feriado de “Thanksgiving” (“Dia de Ação de Graças”). É um dia em que pensamos em peru e recheios, mas a comida não é a única coisa que o feriado nos faz pensar. Nesta época do ano, eu, particularmente, me lembro da ideia por trás do dia.

Enquanto a tradição do Dia de Ação de Graças data de 1620, o feriado oficial não veio a existir até 1863, quando o presidente Abraham Lincoln emitiu uma proclamação para tornar a última quinta-feira de novembro em um dia para dar graças a Deus. Isso foi bem no meio da Guerra Civil Americana, mas, apesar das lutas da nação, Lincoln reconheceu que ainda havia muito a ser grato.

Havia tanto, de fato, a agradecer que ele queria que todos os ame­ricanos se juntassem a ele em sua gratidão. Lincoln escreveu:

“Nenhum conselho humano concebeu, nem nenhuma mão mortal desenvolveu estas grandes coisas. Elas são dons graciosos do Deus Altíssimo, que, ao lidar conosco em ira por nossos pe­cados, tem ainda lembrado da misericórdia. Pareceu-me apro­priado que essas coisas fossem solenemente, com reverência e gratidão, reconhecidas com um só coração e uma só voz por todo o povo americano”.

“Convido, pois, os meus con­cidadãos de todas as partes dos Estados Unidos, e também os que estão no mar e os que estão a pe­regrinar em terras estrangeiras, a separarem e observarem a última quinta-feira de novembro seguinte, como um dia de Ação de Graças e de Louvor a nosso Pai benéfico que habita nos Céus”.

Uma das muitas coisas que eu admiro sobre o presidente Lincoln é a capacidade que ele tinha para olhar além de suas circunstâncias, para ver coisas melhores. Enquanto a Guerra Civil ameaçava despedaçar a nação, ele olhou para além da luta e viu um dia em que a nação seria inteira mais uma vez. Foi esta visão que lhe permitiu ver a mão de Deus movendo-se com graça durante um dos períodos mais difíceis da nossa nação.

O presidente Lincoln poderia ver não só as bênçãos imediatas a serem agradecidas, mas também maiores bênçãos que estavam para vir. Ele deixou sua fé tornar-se vi­são, e isso o estimulou à gratidão. Isso porque a gratidão não vem de nossas circunstâncias. Ela vem de como nós escolhemos ver o mundo.

Para sermos ainda mais simples: a gratidão vem de nosso coração.

E quanto a você? Será que você consegue ver em sua vida hoje algo que merece um momento de gra­tidão? Encorajo você a olhar para as vossas vidas com novos olhos e a encontrar pelo menos uma ou duas coisas que se destacam como sinais de grande bênção. E quando tiver feito isso, diga a alguém o que descobriu, porque a gratidão deve ser compartilhada.

E assim como o presidente Lin­coln, você vai querer convidar outras pessoas para se juntarem a você. Porque uma vez que você pode ver tudo pelo que você é grato, você desejará que o mundo inteiro saiba do seu sentimento.

JOHN MAXWELL

FONTE: REVISTA “OBREIRO” ANO 38 –N°76

Sair da versão mobile