A jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai concordou com a reversão da decisão de renomear uma escola para meninas em sua homenagem depois que estudantes afirmaram que esta ação poderia colocá-las em perigo, informou uma autoridade local nesta sexta-feira.
Cerca de 150 estudantes boicotaram as aulas e rasgaram fotos de Malala na semana passada em protesto contra a mudança de nome da escola Saidu Sharif, afirmando que a ação poderia torná-las alvos de militantes.
Malala foi baleada em seu ônibus escolar na região de Swat, no noroeste do Paquistão, por talebans armados por promover a educação de mulheres, mas sobreviveu à tentativa de assassinato e agora se recupera em um hospital da Grã-Bretanha.
A autoridade local do governo de Swat, Kamran Rehman, disse à agência de notícias France Presse que conversou na segunda-feira (17) por telefone com Malala, cuja história causou comoção em todo o mundo.
“Malala Yousafzai me ligou do hospital de Birmingham e disse que o governo provincial deve reverter para o nome antigo se há temores relacionados à segurança entre as estudantes”, disse Rehman.
“Malala expressou preocupação com os perigos enfrentados pelas estudantes depois que a escola foi renomeada, afirmando que não gostaria que a vida de ninguém fosse ameaçada”.
O caso de Malala foi reconhecido no mundo todo por sua luta pelos direitos das mulheres no Paquistão, e os talebans prometeram atacá-la novamente. O grupo tem forte presença nas regiões tribais do país que fazem fronteira com o Afeganistão.
A jovem foi eleita uma das personalidades do ano pela revista americana Time.
ATENTADO
Uma bomba atingiu o escritório do comantante Maulvi Abbas em Wana, na região tribal de Waziritan do Sul no noroeste do Paquistão, matando a ele e ao menos dois civis, de acordo com funcionários da inteligência do país.
Abbas era associado a Hakimullah Mehsud, o chefe do grupo militante taleban paquistanês Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP). Não está claro quem plantou a bomba.
O ataque veio semanas depois de um homem-bomba atacar na mesma cidade o comandante militar Maulvi Nazir, que acredita-se ter um pacto de não agressão com o exército.
Nazir foi ferido no ataque, e sete de seus homens foram mortos. Desde então, tem havido tensão entre os seguidores de Nazir e do Tehrik-e-Taliban Pakistan na região.
Fonte: Folha.com.br