Nem tudo são flores no governo de Michel Temer. Apesar da boa repercussão com a indicação da maioria dos novos ministros, o nome da procuradora Flávia Piovesan encontrou oposição mesmo antes de ela assumir. Convidada pelo presidente para comandar a Secretaria de Direitos Humanos, ligada ao Ministério da Justiça, sua posse será na semana que vem.
Essa indicação gerou desconforto especialmente entre os deputados evangélicos, identificados com as bandeiras conservadoras. Apesar do excelente currículo e ampla experiência, Piovesan possui uma postura mais afinada com o governo que saiu do que o que acaba de assumir. Em entrevistas, vem afirmando que irá defender bandeiras da diversidade sexual, o aborto e a ideologia de gênero, além de classificar o Estatuto da Família de “retrocesso”.
A postura liberal da nova secretária nacional de Direitos Humanos conflitou diretamente com quem defende pautas conservadoras e cristãs. Por isso, o deputado federal Victório Galli (PSC/MT) manifestou sua preocupação. Ele enviou ofício ao presidente da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), João Campos (PRB/GO), pedindo que a indicação de Flávia seja debatida com toda a bancada cristã. Afinal, o Estatuto da Família é uma proposta da FPE.
Para Galli, “chegou o momento de os conservadores defenderem suas posições com mais força”. Assegura entender que “a divergência e o debate fazem parte da democracia”. Por isso, o mato-grossense não teve medo de dizer que, na prática, Maria do Rosário (PT/RS) e Flávia Piovesan “são a mesma pessoa, ao menos no tocante à defesa do marxismo cultural”.
O parlamentar asseverou que “de nada adianta retirar o PT dos cargos, mas não retirar sua base mais importante de poder, a reprodução de ideologia esquerdista. É como enxugar gelo”. No seu entendimento, o novo governo precisa lembrar que “a maioria do povo de nossa nação já se manifestou: é contra o que a senhora Flávia Piovesan apoia”.
Galli acredita que algumas distorções precisam ser corrigidas no país. Lembrou que o fundamento dos direitos humanos e do direito internacional tem sua raiz no cristianismo.
Sublinhou ainda que “é preciso tratar com mais responsabilidade os ‘verdadeiros direitos humanos’, o das pessoas comuns, sem privilégios e sem ideologismos, priorizando a vida”.
Finalizou de forma contundente: “Falar em direitos humanos e ser contra a vida, o direito fundamental da humanidade, é o mesmo que colocar o lobo para pastorear as ovelhas”.
Extraído do site gospelprime.com.br em 20/05/2016