Analisando II Pedro 2.1: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”.
Inicio a introdução desse estudo com uma citação do meu livro “Calvinismo Recalcitrante” a respeito do que é apostasia:
Segundo alguns pesquisadores (Confira Dicionário Bíblico, Williams – Vida Nova), a palavra era usada no contexto político grego. Para alguém apostatar era preciso ser membro de um partido da sociedade helênica. Quando a pessoa, de livre vontade e escolha, decidia sair do seguimento partidário que frequentava e procurava outro partido de cosmovisão antagônica, este indivíduo cometia a apostasia e se tornava um apóstata renegado. O contexto cultural e etimológico da palavra mostra que era impossível alguém apostatar sem ter sido membro de um partido. Assim tudo indica que a palavra “apostasia” dentro da ótica teológica adverte para a possibilidade da queda soteriológica do crente…
Apostasia (em grego antigo απόστασις [apóstasis], “estar longe de”) tem o sentido de um afastamento definitivo e deliberado de alguma coisa, uma renúncia de sua anterior fé ou doutrinação. Ao contrário da crença popular, não se refere a um mero desvio ou um afastamento em relação à sua fé e à prática religiosa. Pode manifestar-se abertamente ou de modo oculto.” (Em: < http://ww.pt.wikipedia.org/wiki/Apostasia>. Acesso em 02 junho 2014)
Wiersbe comenta: “Pedro não via esperança alguma para esses apóstatas; seu destino estava selado” (Comentário Bíblico Expositivo, Wiersbe, 2012, Pg. 578). Moody entende claramente sobre essa real possibilidade – “Estes negariam o soberano Senhor que os resgatou… para eles o juízo não tarda… Aqui parece haver uma intimidação de que os deliberados e obstinados heréticos ultrapassaram o período probatório do possível arrependimento. Seu destino agora era inexorável”. (Comentário Moody, Editara Batista Regular, 2001. Pg. 364). Stamps argumenta: “De conformidade com Pedro, os falsos mestres dentro da Igreja estavam negando (Gr arneomai = repudiar ou renunciar) o Senhor que os resgatou… Tinham abandonado o caminha certo e se desviado dele (II Pe 2.15), tornando-se ‘fontes sem água’ (II Pe 2.17). Antes, eles tinham se livrado da maldade do mundo, mediante Jesus Cristo, mas agora voltaram a emaranhar-se no pecado (II Pe 2.20)”. (Bíblia Pentecostal, Ed. CPAD, Ed. 1995, pg 1949).
Não há como negar, temos aqui alguns fatos incontestáveis:
- – Esses homens eram – RESGATADOS POR CRISTO (II Pe.2.1) – ou seja, pessoas salvas dentro do contexto da igreja;
- – Esses mestres começaram no caminho certo, mas a ganância fez com que eles tomassem o caminho da apostasia, como Balaão: “Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça” II Pe 2.15.
- Não havia mais retrocesso no processo de degeneração e depravação desses líderes, eles já estavam irremediavelmente condenados por serem apóstatas. Hebreus 6.1-6 e Hebreus 10.26 corroboram com o este fato.
Por fim, não podemos negar evidências tão claras de que um cristão, mesmo um mestre ou profeta, pode dar lado ao fascínio do diabo e apostatar-se do caminho da verdade. Por isso o Apóstolo Paulo nos alerta: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia”. I Co 10.12