Eu julgo, e você?
Ultimamente, tenho alertado muita gente que se diz evangélica acerca da apostasia que vem tomando conta da igreja evangélica. Já escrevi algumas mensagens aqui, dando inclusive exemplos. O problema que sempre vem um “sabichão”, ou metido a “espiritual” e me diz: “Ah, irmão, você não pode julgar o fulano de tal!”. Ora, como não posso julgar, se a Bíblia me manda julgar?
Sabe o que acontece, meu amigo? O mesmo demônio que está introduzindo heresias mortais na Igreja de Jesus nesses últimos dias, como as já denunciadas aqui, está passando um colírio mortal nos olhos das pessoas para que não enxerguem. Nessa classe, especialmente, estão aqueles que são ligados, por ministério ou cobertura espiritual, aos novos apóstatas. Já denunciei alguns pastores, algumas doutrinas, alguns cantores, mas hoje quero falar dessa história sobre “quem sou eu para julgar”.
Pois bem, a primeira coisa a fazer é checar em um dicionário o que é JULGAR. No dicionário Português-português MICHAELIS, o verbo julgar é definido como:
Julgar: v. 1. Tr. dir. Decidir, resolver como juiz ou como árbrito; lavrar ou pronunciar sentenças. 2. Tr. dir. e intr. Pronunciar uma sentença. 3. Tr. dir. Apreciar, avaliar, formar juízo a respeito de. 4. Tr. ind. Formar juízo crítico acerca de; avaliar. 5. Tr. ind. Formar conceito sobre alguém ou alguma coisa. 6. Pron. Apreciar os próprios pensamentos, palavras e obras: Você se julga com muita severidade. 7. Tr. dir. Entender, imaginar, supor. 8. Tr. dir. e pron. Considerar (-se), entender (-se), reputar(-se), ter(-se) por.
Observe isso: para aqueles que pretendem alertar-me sobre não julgar, aconselho que busque sabedoria do alto. Vejamos os conceitos desse verbo:
1 – Decidir, resolver como juiz ou como árbrito; lavrar ou pronunciar sentenças;
2 – Apreciar, avaliar, formar juízo a respeito de (alguma coisa, algum ensino, etc..)
3 – Formar juízo crítico acerca de; avaliar.
4 – Formar conceito sobre alguém ou alguma coisa.
5 – Entender, imaginar, supor.
6 – Considerar (-se), entender (-se), reputar(-se), ter(-se) por.
Desse modo, julgar não significa apenas uma ideia. Não. Aliás, esses dias um irmão desses metidos a espiritual olhou para mim e disse-me que eu não devia julgar o irmão Asaph (o cantor que esteve no encontro da juventude católica), sobre ele cantar no meio da idolatria e não denunciar aquilo, do mesmo modo como fez o Apóstolo Paulo quando esteve na cidade da Deusa Diana. Apresentou-me Mateus 7.1, onde Jesus diz que “não devemos julgar para não sermos julgados, porque com a mesma medida que julgarmos seremos julgados”. Eu olhei para este irmão e mostrei para ele Lucas 12, versos 56 e 57, onde lemos:
Hipócritas, sabeis discernir a face da terra e do céu; como não sabeis então discernir este tempo? E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?
Arrá!!! E agora “santos e espirituais de plantão”? O que vós me dizeis? Aqui foi também Jesus quem disse. Veja, Jesus perguntando às mesmas pessoas que, em tese, Ele teria dado ordens para não julgar, O MOTIVO PELO QUAL NÃO JULGAVAM POR ELES MESMO O QUE ERA JUSTO. Dou ALELUIAS POR ISSO, porque eu posso julgar sim os idólatras, os ecumênicos, os que se curvam ao deus MAMOM, os que se entregam à Rede Globo para apresentar seus louvores no altar do maligno, posso sim. Mas há contradição nas palavras de Jesus? Não, não há.
O problema é que, nas traduções, nem todas as palavras são passadas com o sentido e a definição que possuem no contexto. Ora, julgar é também apreciar, avaliar, formar conceito sobre alguém ou coisa. Isso é claro na nossa língua mãe. Mas porque foi tudo traduzido como julgar? Porque muitas palavras do hebraico ou mesmo do grego mudavam o sentido pela frase como um todo e assim uma só palavra tem vários sentidos, o que não é tão verdadeiro no Português. A palavra Senhor, por exemplo, em grego é KURIOS, possuindo mais de 8 definições diferentes no Português. Quando lemos SENHOR na Bíblia, em alguns casos, é dono, em outros é Deus, em outros, uma autoridade, enfim, tudo SENHOR, mas definições distintas.
Quando a palavra SHABAT (forma ocidentalizada) foi traduzida do Hebraico para o Português, ao designar sábado dia da semana, ficou redigida como Sábado. Quando era traduzida como descanso de Deus, em alguns textos, aparece como sábado (mas veja, já não era para ser assim, porque não se referia a dia da semana) e em outros locais aparece como descanso. Nas Bíblias em Inglês, isso não ocorre. Todas as vezes que SHABAT é dia da semana aparece Saturday, enquanto todas ocorrências em que SHABAT se referia ao descanso de Deus aparece rest (verbo descansar).
Com o verbo JULGAR é a mesma situação. Jesus, ao mencionar julgar em Mateus 7, referia-se ao pronunciamento de sentenças. Isso é atribuição de JUIZ. O Justo Juiz é o Senhor Jesus. Ele irá pronunciar SENTENÇAS, seja no tribunal de Cristo (para os salvos) seja no Juízo Final (para os que não estão no Livro da Vida). Na realidade, essa atribuição é até impossível para nós, seres humanos, uma vez que pronunciar sentença sem ter o poder para executá-las não representa absolutamente nada. Entretanto, JULGAR no sentido de AVALIAR, APRECIAR, FORMAR JUIZO SOBRE ALGUMA COISA OU PESSOA, FORMAR CONCEITO SOBRE ALGUMA DOUTRINA, é nosso dever e é o que aparece em quase todas as outras passagens, quando nos manda julgar. Aliás, para aqueles não conhecem a Bíblia, existem muito mais ordens para julgarmos do que para não julgarmos. Quando é para não julgarmos, a Bíblia está orientando sobre o pronunciamento de sentenças, atribuição exclusiva do Senhor Jesus Cristo.
Para os espirituais de plantão, que estão se apostatando, quero relembrar diversas outras passagens que me autoriza, sim, JULGAR. E continuarei fazendo, porque a TROMBETA tem que ser tocada, doe a quem doer.
“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça”. Jo 7.24
“Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios” At 13.46
E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao SENHOR, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso. At 16.15
Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.Rom 14.5
Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? I Cor 5.12
Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? I Cor 6.2
Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos? I Cor 6.5
Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo.I Cor 10.15
Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. I Cor 11. 30 e 31
Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. I Cor 11.32
Como se vê em todas essas passagens, posso afirmar categoricamente que, se a igreja brasileira, porque não dizer a igreja de Deus em todo o mundo, tivesse mais homens e mulheres que soubessem julgar segundo a PALAVRA DA VERDADE, não estaríamos onde estamos hoje.
Cantores sem líderes, igrejas sem coberturas espirituais, pastores separando-se de suas esposas e casando novamente, gente misturando idolatria com santidade, padres cantando com cantores ditos evangélicos, homens tidos como santos de Deus usando texto fora de contexto (Pai, faz-nos UM, para que o mundo saiba que tu me enviaste) para celebrar santas ceias junto com padres, outros para cantarem no meio do povo que adora Maria, enfim, se durante anos e anos houvesse profetas de verdade no meio do povo de Deus, a coisa seria bem diferente.
Quer uma sugestão? Julgue esta minha palavra. Abra sua Bíblia e leia versículo por versículo dos que aqui foram apresentados. Deus te abençoe e traga luz ao seu caminho. Faça como os bereanos.