Ao contrário do que pensam certos calvinistas, a fé não e um dom que Deus oferece somente a alguns. Todos tem a responsabilidade de crer, e quem quer que decida crer pode crer (cf. Jo 3.16). Jesus diz: “Para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). E acrescenta: “Quem. nele crê não e condenado” (v. 18). E ainda: “Quem vier a mim eu jamais rejeitarei” (Jo 6.37). Apocalipse 22.17 também afirma: “Quem tiver sede, venha, e quem quiser, beba de graça da água da vida”.
Se cada pessoa pode crer, por que, então, Jesus asseverou de alguns: “Por esta razão eles não podiam crer, porque, como disse Isaias noutro lugar: ‘Cegou os seus olhos e endureceu lhes o coração, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure” (Jo 12.39,40)?
A resposta e encontrada no contexto: 1) a fé era, obviamente, responsabilidade deles, visto que Deus os havia considerado responsáveis por não crerem, pois somente dois versículos antes, lemos: “Mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não creram nele’ (Jo 12.37); 2) Jesus estava falando a judeus de coração endurecido, que haviam visto milagres indiscutíveis (incluindo a ressurreição de Lázaro Jo 11]) e que haviam sido muitas vezes chamados a crer antes desse episódio (Jo 8.26), o que revela que eram capazes de crer; 3) foi a própria incredulidade teimosa que lhes trouxe cegueira. Jesus havia dito: “Eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados” (Jo 8.24). Assim, foi uma cegueira escolhida que poderia ser evitada.
Extraído do livro ELEITOS, MAS LIVRES, Editora Vida