Será que todas as autoridades são ordenadas por Deus? Até mesmo as corruptas? E como explicar os casos em que as autoridades são totalmente contrárias aos mandamentos de Deus?
“Toda alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestades que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus”.
Devemos reconhecer que a autoridade que os governos possuem foi conferida pelo próprio Deus. Assim, quem obedece aos governantes naquilo que é justo obedece, ao mesmo tempo, a Deus. A referência “toda alma” aplica-se a toda humanidade, portanto todo homem deve sujeitar- se às autoridades civis, e isso inclui, acima de todos, os crentes, visto que os discípulos de Cristo devem mostrar-se como exemplo. Todo crente pertence a duas comunidades, a saber: a religiosa, que reivindica autoridade celestial; e a civil, que é a comunidade totalmente material e terrena.
Outro aspecto que deve ser mencionado é a diferença que há entre o governo e as opiniões particulares dos governantes. A história aponta diversos desvios no comportamento pessoal dos políticos romanos, tal corrupção não é aceita por Deus, e por isso o Senhor julgará as nações. Paulo acentua: “porque ela (as autoridades) é ministro (servo) de Deus para teu bem. Mas se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência” (Rm 13.4,5).
O cristão não precisa temer a autoridade, pois fazemos o bem. Deus outorgou autoridade aos governos, contudo isso não significa que tudo o que fazem seja endossado por Deus, não! Ele julgará as nações (Mt 25.32), e muitas nações odeiam os cristãos (Mt 24.9). Faremos bem em trabalhar pela paz e cooperar em todas as coisas com as autoridades superiores, para que, não tendo nada que nos desabone como cidadãos, possamos pregar o evangelho com zelo, obedecendo a Deus antes que aos homens (At 5.29).
Fonte: Revista de Apologética do Instituto Cristão de Pesquisas – ano 7 – n°42 – janeiro de 2002