Apocalipse 7.9 – Depois destas coisas eu vi, e, eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, em pé diante de trono e diante do cordeiro, trajados de compridas vestes brancas; e havia palmas nas suas mãos (Tradução do Novo Mundo).
A Sociedade Torre de Vigia ensina que no ano de 1935 Deus parou de chamar as pessoas para uma esperança celestial em união com Cristo. Dizem que naquele ano ele começou a reunir a segunda classe de crentes, fora do corpo de Cristo, aqueles cuja esperança seria viver para sempre sobre a terra, na carne. Essa classe de pessoas, afirmam, é a “grande multidão” de Apocalipse 7:9‑17.
Esta é uma das doutrinas mais significativas ensinadas pela Sociedade Torre de Vigia. Ela forma a base da convicção de milhões de testemunhas de Jeová segundo a qual:
- Não podem se tornar membros do corpo de Cristo (I Cor. 12:27).
- Não podem “nascer de novo” (João 3:3).
- Não podem compartilhar do reino celestial de Cristo (II Tim. 4:18).
- Não podem receber o batismo do Espírito Santo (I Cor. 12:13).
- Não são autorizadas a compartilhar da comunhão do pão e do cálice (1 Cor. 1 0:1 6,1 7).
- Não fazem parte da Nova Aliança mediada por Cristo (Heb. 12:24).
- Não podem ser completamente justificadas através da fé em Jesus Cristo (Rom. 3:26).
Desta forma, a Sociedade Torre de Vigia usa esta “doutrina de 1935” para privar seus seguidores da relação com Deus descrita no Novo Testamento para todos os crentes.
Onde a Bíblia ensina que a entrada para a congregação cristã seria fechada no ano de 1935, com uma “grande multidão” secundária sendo reunida depois disto? Em nenhum lugar! Os líderes da Torre de Vigia declaram que “esta luz brilhou” ‑ que o presidente da Torre de Vigia, J. F. Rutherford, recebeu uma especial “revelação da verdade divina” ‑ para introduzir esta mudança em 1935. Não podem produzir absolutamente nenhum suporte bíblico para a data de 1935. Ao invés de se voltarem para a Bíblia, eles dizem:
Estes lampejos da luz profética preparam o terreno para o discurso histórico sobre “A Grande Multidão”, pronunciado em 31/05/1935 pelo presidente da Sociedade Torre de Vigia, J. F. Rutherford, na convenção das Testemunhas de Jeová realizada em Washington, Estados Unidos. Que reve lação da graça divina foi esta! (A Sentinela, 01/03/85, p. 14, parágrafo 12, edição norte‑americana).
…a esperança celestial foi mantida, realçada e enfatizada até perto do ano de 1935. Então, “uma luz brilhou” para revelar claramente a identidade da “grande multidão” de Apocalipse 7:9, a ênfase então começou a ser dada na esperança terrena (A Sentinela, 01/02/82, p.28, parágrafo 16, edição norte-americana).
Não existem quaisquer bases bíblicas para este ensinamento. As Escrituras discutem em detalhes a velha promessa divina para os judeus e a nova promessa divina para os cristãos. Mas não faz menção de nenhum terceiro arranjo para reunir uma “grande multidão” com uma esperança terrena depois de 1935.
Além disso, os versículos citados pelas testemunhas em Apocalipse realmente colocam a “grande multidão” como “diante do trono e diante do cordeiro” (7:9, Tradução do Novo Mundo), e “em seu templo” (7:15, Tradução do Novo Mundo) ‑ todos lugares celestiais, e não na terra, como a Sociedade Torre de Vigia ensina.
De fato, a referência a “uma grande multidão”… clamando em voz alta: devemos a salvação ao nosso Deus…” (7:9,10) é muito semelhante ao teor da outra única menção à “grande multidão” na Tradução do Novo Mundo do livro de Apocalipse. Está no capítulo 19, onde o convite para “dar louvores ao nosso Deus, todos vós os seus escravos, os que o temeis, os pequenos e os grandes” é respondido por “a voz de uma grande multidão” (19:5,6). Ainda as Escrituras dizem especificamente que “uma voz alta de uma grande multidão no céu“ (v. 1, Tradução do Novo Mundo).
Uma vez que foi provado que a interpretação da Torre de Vigia estava errada, não é necessário (ou aconselhável) entrar em discussão com as testemunhas de Jeová sobre a verdadeira identidade da “grande multidão”. Ao contrário, o fato que a Sociedade os tem ensinado erradamente neste importante ponto deveria ser usado para abrir seus ouvidos para uma apresentação do evangelho real de Cristo.
Comece lendo a oração de Jesus ao Pai em João 17:20‑24 – “Faço solicitação não somente a respeito destes, mas também a respeito daqueles que depositam fé em mim, por intermédio da palavra deles… Pai, quanto ao que me tens dado, quero que onde eu estiver, elas também estejam comigo a fim de que observem minha glória…” (Tradução do Novo Mundo). A oração de Jesus é que todos os seus discípulos presentes e futuros terminem com ele, onde ele está, para contemplarem sua glória. Mostre à testemunha que a oração se aplica a todos os discípulos futuros que viriam a crer em Cristo através das Escrituras deixadas pelos antigos discípulos (v. 20). Diga a elas que, se crerem nele, Jesus desejará que terminem com ele no reino celestial ‑ não importando se se tornaram crentes antes ou depois do ano de 1935.
Fonte de pesquisa: “As Testemunhas de Jeová refutadas versículo por versículo”, David A. Reed; trad. de Marcelus Virgílius Oliveira e Valéria Oliveira. ‑ 2. ed. Rio de janeiro: JUERP, 1990.