TJs: Jesus é um deus subordinado?

Jesus afirmou ser um deus subordinado na passagem de Jo 10.34-36 quando utilizou Salmo 82.6?

Alguns dizem: “Jesus afirmou que somos deuses subordinados… e se incluiu nesse grupo.” Outros ainda: “Ele usou uma passagem que fala de deuses subordinados para provar que era “um deus”, ou seja, ele se auto-declarou “um deus” como aqueles titulados do Salmo 82 e não Deus Todo Poderoso como seu Pai. Se ele fosse de fato Deus como Jeová, usaria uma passagem que fala de Jeová, portanto, Jesus não é Deus Todo Poderoso más “um deus” subordinado”.

Será que foi isso que Jesus quis dizer?

Leiamos a passagem:

Jesus lhes respondeu: “Não está escrito na Lei de vocês: ‘Eu disse: Vocês são deuses’? Se ele chamou ‘deuses’ àqueles a quem veio a palavra de Deus (e a Escritura não pode ser anulada), que dizer a respeito daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo? Então, por que vocês me acusam de blasfêmia porque eu disse: ‘Sou Filho de Deus’?“(NVI).

Bem, fazendo uma análise do argumento de Jesus concluímos que é completamente equivocado inferir que Jesus tenha usado esse argumento para provar que era de fato Deus ou definir a natureza de sua deidade como sendo similar a dos homens que foram titulados deuses no referido salmo e daremos as razões aqui.

Em primeiro lugar, Jesus em sua resposta não utilizou a expressão “vós sois deuses” como se quisesse dizer que era um deus titulado semelhante aos juízes em Israel — ou que a Escritura estivesse afirmando isso acerca de todos os homens —, Ele cita o Salmo 82:6 como ponto de partida para sua pergunta em resposta a afirmação IRÔNICA dos judeus alegando que ele, sendo homem, se “apresentava como Deus” (v.33) e então dá seguimento a sua pergunta no verso 35:

Parafraseando – “Se eles (homens comuns) foram “chamados deuses” devido a palavra que lhes havia chegado (v.35), o que vocês vão dizer de mim que o Pai separou e enviou ao mundo? Por que eu estaria blasfemando ao afirmar que sou Filho de Deus?

A questão não é a de adicionar à evidência de sua divindade; é simplesmente uma reprovação no nível da sua reação excessiva para o uso da palavra “Deus” em referência a Jesus. É mais que evidente que Jesus argumenta do menor para o maior, quando se refere a “àquele que o Pai santificou e enviou ao mundo” se reporta a seu estado de Deus Eterno como o Logos e o programa de redenção anteriormente estabelecido (Jo 1.1; 1Pe 1.20), e após a encarnação “Deus unigênito” (Jo 1.18), Deus conosco (Mt 1.23) em paralelo com homens que foram titulados “deuses” devido a palavra que lhes havia chegado, como é afirmado no texto pelo próprio Jesus (v.35) — e que por sinal, morreram como homens (Sl 82.6,7). Ele não está se colocando no mesmo nível que os homens, mas definindo-se para além deles!

Em segundo lugar, se Jesus se apresentou como “um homem titulado deus” na mesma situação que os juízes AFIRMANDO possuir uma “deidade subordina” similar a deles — como querem as Testemunhas de Jeová — os mesmos terão que responder algumas questões básicas para isso poder ter sentido do ponto de vista Cristológico:

Os juízes são Deuses unigênitos (Jo 1.18)?

Os juízes possuem a mesma essência que o Pai (Jo 1.1)?

Jesus foi “chamado” de Deus porque a palavra de Deus havia chegado a Ele como foi com os juízes (Jo 10.35) ou Ele sempre foi Deus desde o princípio (Jo 1.1)?

Os juízes do salmo 82 são imortais como o Logos quanto a sua Divindade (Jo 2.19-21) ?

Com base na literatura Jeovista Raciocínio a Base das Escrituras, ed 2009, pág 211 respondam:

Jesus é o filho SEM IGUAL ou os juízes do salmo 82 são iguais a ele?

Quanto a Filiação, Jesus é o Filho unigênito (Jo 3.16), os juízes são também filhos unigênitos? Quantos existem? Jesus disse que era filho no mesmo sentido que os deuses do salmo?

Suponho que a resposta para todas essas perguntas seja NÃO.

Alguém ainda pode dizer: “Ser filho de Deus está relacionado com ser Deus? ”

Sim e não, por quê ?

Porque essa expressão não possui um único significado ou sentido definido segundo as escrituras. Veja bem:

Jesus não é “filho de Deus” no mesmo sentido que os juízes foram chamados, visto que existe apenas um UNIGÊNITO, a saber, o Cristo (Jo 3.16). Os juízes são filhos de Deus por serem criaturas de Deus. O fato de Jesus ser o unigênito denota comunicação de naturezas, coisa que não ouve com relação os juízes do referido Salmo.

E alguém pode perguntar: “Mas eles, os juízes, não eram deuses?”

Bem, a questão não é se o título de “deus” que os juízes do Sl 82 receberam era ou não de fato expressivo, pois é evidente que sim, visto que exerciam sua autoridade como se de fato fossem “deuses ou juízes” para com o povo. Jesus afirmou que eles foram “chamados deuses” por um motivo (v.35), isso significa que houve um momento em que “se tornaram”, e levando em consideração esse fato, aqueles que usam esse texto para rebaixar a Divindade de Cristo precisam responder algo extremamente importante:

Jesus se tornou “um deus” pelo mesmo motivo que os juízes se tornaram ou Ele sempre foi Deus desde o princípio com a mesma natureza que seu Pai (Jo 1.1)?

Se Ele sempre foi — e a Bíblia é clara quando a isso — não há qualquer afirmação de similaridade feita por Jesus se colocando em pé de igualdade com os juízes do Salmo 82 com respeito a “deidade” dos mesmos.

Com relação a essa passagem postulamos juntamente com o Erudito D.A.Carson quanto a seu significado:

Jesus não está usando esse argumento para provar que ele é Deus ou o Filho de Deus, no sentido pleno proposto nesse evangelho. Nesse caso, a argumentação não teria mérito. Antes, ele reconhece que ainda não se cogitou o ódio de seus oponentes. No calor de sua oposição ao que ouvem Jesus dizer, eles estão parcialmente certos (ele, de fato, se faz igual a Deus — por isso o acusavam de blasfêmia), parcialmente errados (esse fato não cria um Deus rival) e profundamente enganados (eles não entenderam o sentido de suas próprias Escrituras para ver como ele as cumpre, nem conheceram a Deus bem o bastante para perceber que a revelação que ele é e traz está em continuidade com a revelação de Deus já provida e é o ápice dessa revelação).

É evidente que o raciocínio dos jeovistas é completamente tendencioso e ignorante quanto a leitura simples do texto e revelação geral das escrituras quanto ao assunto.

Bricio Lube via Facebook

 

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