A Bíblia nos fala de pessoas que negam a Deus (1 Jo 2.22). Infelizmente as TJ pertencem a esse grupo. Senão, vejamos:
Negam sua onisciência
No livro Raciocínios à Base das Escrituras, página 117, há, como cabeçalho de um subtópico, a seguinte pergunta: “Quando Deus criou Adão, será que sabia que Adão ia pecar?”. Respondendo negativamente a esta pergunta, os líderes das TJ argumentam dizendo que “Se Deus predestinou e previu o pecado de Adão e tudo o que resultaria disso, significa que, ao criar Adão, Deus deliberadamente desencadeou toda a iniqüidade cometida na história humana.” Concordamos com os líderes das TJ quando afirmam que Deus não predestinou o pecado de Adão, mas discordamos da afirmação de que Ele não sabia que Adão ia pecar, pois a Bíblia é categórica ao afirmar que Deus é presciente. Compare algumas das muitas passagens bíblicas que asseguram isso com muita clareza: Sl 22.18 com Jo 19.23,24; Mt 26.34 com os versículos 69 a 75 deste mesmo capítulo. Outra prova de que Deus sabia que Adão ia pecar, é o fato de a Bíblia afirmar que Deus nos elegeu em Cristo antes da fundação do mundo (Ef 1.4; 1Pe 1.18-20; 2Tm 1.9). Não provam estes versículos que Deus previu a redenção pelo sangue de Cristo antes da criação do mundo? E se Deus providenciou o nosso resgate pelo sangue de Jesus antes dos tempos dos séculos (2Tm 1.9), não está provado que ele anteviu a nossa queda e preparou o remédio de antemão?
Segundo os líderes das TJ, “… Jeová tem a capacidade de predizer eventos, mas… ele faz uso seletivo… dessa capacidade que tem… ” (Ibidem, páginas 116 e 117). Querem dizer com isso que Deus tem poder para ignorar o que Ele não quer saber. É como se Deus possuísse em seu próprio ser duas teclas seletivas: a da onisciência e a da ignorância. Dependendo da que teclar, Ele saberá ou não, do assunto em pauta.
Há muitos anos ouvimos um Ancião (chefe das TJ) dizer que Deus, ao criar Adão, não sabia que este ia pecar. Pensei que ele estivesse falando isso de si mesmo, e por isso me limitei a mostrar-lhe, à luz da Bíblia, que ele estava equivocado. Ele demonstrou concordar comigo, ao ficar cabisbaixo e pensativo. Mais tarde, porém, ao consultar os livros editados pela liderança das TJ, é que fui saber que o referido Ancião falara em nome da sua religião. Se é que podemos chamar isso de religião.
Realmente há textos bíblicos que parecem dizer que Deus não é onisciente. Por exemplo, em Gn 22.12 encontramos Deus dizendo a Abraão: “… agora sei que temes a Deus… ”. Porém, as TJ não podem se servir disso para “provarem” que Deus não sabia de antemão até aonde ia o temor de Abraão para com Deus, até que ele (Abraão) o demonstrou por dispor-se a sacrificar o seu filho ao Senhor. A Bíblia está cheia de exemplos onde Deus, para se fazer entender por nós, usa termos humanos que, se forem mal interpretados, nos levarão a uma falsa idéia de Deus.
“Agora sei que temes a Deus” significa: A verdadeira fé não é apenas estática e contemplativa; antes, produz fidelidade, sem a qual não será reconhecida por Deus como tal.
Se as TJ não aceitarem a explicação acima, acabarão por dizerem que Deus não consegue saber lá do Céu o que está acontecendo no mundo, até que venha à Terra e veja de perto se determinada coisa está ou não ocorrendo realmente, visto que em Gn 18.20,21, encontramos Deus dizendo: “Disse mais Jeová: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito, descerei agora, e verei se com efeito têm praticado segundo este clamor, que é vindo até mim; e se não, sabê-lo-ei” (Grifo nosso). Será que Deus tem que vir do Céu à Terra para saber do que está acontecendo no mundo? Obviamente que não; todavia, é a essa conclusão descabida que chegaremos, se estudarmos a Bíblia à parte dos princípios da Hermenêutica e sobretudo, alienados do Espírito Santo. Até mesmo a onipresença de Deus poderia ser negada à “luz” de Gn 18.20,21, visto que estes versículos nos dariam então duas “provas” contra esta doutrina.
Negam sua onipresença
Passagens bíblicas como a de Gn 18.20,21 acima considerada, levaram os líderes das TJ a fazerem a seguinte declaração: “O verdadeiro Deus não é onipresente…” (Estudo Perspicaz das Escrituras, volume I, página 690).
O ex-Ancião das TJ, Hélio Eduardo de Souza, hoje Pastor evangélico, à página 24 de seu livro Fatos Curiosos Sobre as Testemunhas de Jeová, 1ª edição de 2007, denunciou: “[…] entre os anos de 1891 e 1953, Russell e Rutherford escreveram que Deus habitava na estrela Alcíone, na constelação das plêiades.” E, como prova disso, cita os livros Thy Kingdom Come (Venha o Teu Reino), páginas 327 e 342, edições de 1891 e 1903, e também o livro Reconciliação, edição de 1928. Deste último ele transcreve este texto: “A constelação das sete estrelas que formam as Plêiades… tem sido sugerida, e com muito peso, que uma das estrelas daquele grupo é o local de morada de Jeová” (página 14. O grifo não é meu). Quão pequeno e finito era o deus de Russell e Rutherford, respectivamente, primeiro e segundo presidentes das TJ! Basta-nos examinarmos trechos bíblicos como Sl 139.7-10; Mt 18.20; 28.20; At 7.59 etc., para vermos quão grande é essa blasfêmia!
Negam sua onipotência
A onipresença e a onisciência são atributos exclusivos de Deus, e significam que Ele pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e sabe todas as coisas, respectivamente. Daí se pode perceber que os chefes das TJ dizem com um canto da boca que Deus é Todo-poderoso, mas com o outro canto da boca negam esta verdade. O Todo-poderoso deles não é tão poderoso. Ele é limitado, não sendo, pois, o Deus da Bíblia.
Negam seus nomes
O “nome” de Deus, na Bíblia, não significa uma combinação de sons . Antes representa o seu caráter. Por não saberem disso, muitos aceitaram como verdade a heresia de que Deus só tem um nome, que é Jeová. Tratamos deste assunto com profundidade, na obra intitulada As Testemunhas de Jeová Versus Deus. Portanto, por agora queremos fazer constar apenas que a Bíblia dá a Deus inúmeros nomes, além do de Jeová. Vejamos estes três casos: Zeloso, Êx 34.14 (Ciumento na TNM); Redentor, Is 63.16 (Resgatador na TNM); e Elohim, Gn 1.1 (Deuses no original hebraico).
Os nomes de Deus na Bíblia são adjetivos substantivados, logo Deus não tem nome algum; Ele é tudo aquilo que seus nomes designam. Neste caso, conhecer mais e mais o nome de Deus, como Jesus o refere em Jo 17.26, significa ampliar nossa intimidade com o Senhor (Os 6.3).
Negam sua triunidade
As TJ negam a Trindade, isto é, negam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam três Pessoas distintas, igualmente Divinas, constituindo uma só Divindade. Segundo elas, só o Pai é Deus, na verdadeira concepção do termo. O filho é apenas a primeira, bem como maior, de todas as outras criaturas. Quanto ao Espírito Santo, negam-lhe não só a Divindade, mas também a pessoalidade. O desdém dessa seita para com a Pessoa do Espírito Santo é tão acentuado, que escrevem o seu nome com minúsculas: espírito santo.
Uma das “bases” sobre a qual as TJ se apóiam para negarem a Doutrina da Trindade, é o fato de que este vocábulo é extrabíblico. Atentemos, porém, para o fato de que embora não esteja registrada textualmente a frase, “Jesus é onipresente”, não é errado dizer que Ele o é, pois Mt 18.20 no-lo diz categoricamente. Assim também a palavra Trindade. Ela não aparece textualmente na Bíblia, mas está implícito e é facilmente verificável que as Pessoas que integram a Deidade, são três.
A Doutrina da Trindade é um mistério intransponível. O Deus da Bíblia não é suficientemente pequeno para caber dentro de nossas cabeças. Daí a necessidade de o aceitarmos como Ele é. Deus não será o que nós gostaríamos que Ele fosse. Somos nós que precisamos ser o que Ele quer que sejamos.
Vimos nos subtópicos anteriores deste capítulo, a idéia ridícula que os líderes das TJ têm do Deus bíblico. Logo, eles não merecem crédito algum em assuntos teológicos. Por conseguinte, se a Trindade existe ou não, o parecer deles não nos interessa, pois não é com pessoas tão aquém da verdade que vamos aprofundar nosso conhecimento bíblico.
Como em todas as Ciências, na Teologia também há termos técnicos, e o vocábulo Trindade é um desses termos. Trata-se de uma palavra extrabíblica e não antibíblica, criada para dar nome ao fato bíblico de que Deus não é uma unidade absoluta, mas composta. Há duas palavras no idioma original do Antigo Testamento, traduzidas por “um”, em nossas Bíblias em Português: “ECHAD” e “YACHIDH”. Esta é absoluta, mas aquela é composta. Em Gn 2.24, onde se diz que marido e mulher são uma só carne, o original diz “ECHAD”. Esta mesma palavra aparece em Dt 6.4, onde é traduzida por único ou um, dependendo da versão. Por que o Espírito Santo optou por estas palavras-chaves, para nos falar da unicidade de Deus? Certamente Ele estava lançando as bases para apoiar a grande revelação neotestamentária de que Deus é Trindade!
No seu inglório afã de negar a Trindade, os “tradutores” da “bíblia” das TJ chamam o Espírito Santo de “força ativa” em Gn 1.2. Fabricar uma “bíblia” que diga que o Espírito Santo é o que eles gostariam que Ele fosse, foi o melhor meio que eles encontraram para negar a personalidade do Espírito Santo e, conseqüentemente, a Sua Divindade.
Os líderes das TJ alegam na brochura intitulada Deve-se Crer na Trindade? que Clemente de Alexandria; Irineu; Justino, o Mártir; e Hipólito, não acreditavam na Doutrina da Trindade. Todos os que estudam a História Eclesiástica, sabem que estes foram fervorosos apologistas dos séculos II e III; e que, por causa disso mesmo, sofreram o martírio. Por este motivo, os líderes das TJ caluniaram esses homens, dizendo que eles não criam no que se convencionou chamar de Trindade. Sim, leitor, dizer que Irineu, Justino, e Hipólito não criam na Trindade, é calúnia. Dispomos de provas documentais de que eles foram citados fora do contexto. A verdade está escondida nas reticências. O que os líderes das TJ fazem na referida brochura, é tão absurdo quanto se alguém dissesse assim: “A Bíblia diz que Deus não existe”. E para provar a “veracidade” de sua afirmação, transcrevesse o Sl 14.1 da seguinte maneira: “… Não há Deus…” Os chefões das TJ esconderam das suas vítimas que:
JUSTINO, O MÁRTIR afirmou que “O Pai do Universo tem um filho, e Ele, sendo o primogênito Verbo de Deus, é o próprio Deus”. [ ¹ ] Justino disse que Jesus é o “Senhor dos Exércitos.” [²]
IRINEU asseverou que acreditava que Jesus Cristo é “nosso Senhor, e Deus, e Salvador e Rei”.[³] É verdade que Irineu disse que há um só Deus, mas os que crêem na Trindade nunca negaram isso. Os trinitarianos crêem na pluralidade de Pessoas na Divindade, porém, jamais pregaram a pluralidade da Divindade.
CLEMENTE DE ALEXANDRIA chamou Jesus de “igual ao Senhor do Universo” [4] e negou que o Pai tinha existido em algum tempo sem o Filho, o que equivale a dizer que Clemente acreditava que o Filho não é criatura, mas sim, coexistente com o Pai desde a eternidade. [5]
HIPÓLITO escreveu que Deus, antes de criar o mundo, “… existia sozinho… na pluralidade”.[6] Ora, que é existir na “pluralidade”? Não está claro que Hipólito acreditava que há mais de uma Pessoa na Divindade?
CONCLUSÃO DESTE CAPÍTULO: Se os cristãos dos séculos II e III, acreditavam que o Filho de Deus é incriado, coexistindo com o Pai desde a eternidade, sendo igual a este em essência, cai por terra a pretensão do Corpo Governante de provar que a Trindade é uma heresia criada no Concílio de Nicéia em 325 d.C. É tentando provar que a Trindade é pós-Nicéia, que os guias espirituais das TJ fazem, fora do contexto, as alegações acima consideradas e refutadas. Ora, o fato dos guias da TJ terem recorrido à falcatrua para consubstanciarem a sua negação da Trindade, além de provar que eles não têm uma base sólida, onde se apoiarem, os torna indignos de crédito e, portanto, inqualificados como apologistas das verdades bíblicas.
Muitos dos falsos profetas que há no mundo, são pessoas sinceras, que pregam mentira, pensando estar pregando a verdade. Todavia, não é este o caso dos dirigentes das TJ. Eles são fraudulentos e têm consciência disso. É bom, portanto, que os evitemos. Não é lendo os escritos de homens tão inescrupulosos que vamos aprofundar nosso conhecimento Teológico.
A Bíblia afirma que o Pai é Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus. Diz ainda que uma é a Pessoa do Pai; que outra é a Pessoa do Filho; e que outra, distinta das primeira e segunda Pessoas, é a Pessoa do Espírito Santo. Ora, se são três Pessoas distintas e cada uma é Deus, a conclusão lógica, em termos humanos, é que há três Deuses. Mas a Bíblia opõe à nossa mente limitada, dizendo-nos que há um só Deus. E então deparamo-nos com um mistério intransponível. A este mistério insondável deu-se o nome de Trindade. Não fazemos apologias da palavra Trindade, mas sim, do que este vocábulo define. Este termo não é bíblico, mas o que o conceitua, o é.
Sempre que as Tj citam Mt 24.36 para “provarem” que Jesus não é Deus, retrucamos que Jesus ignorava o dia e a hora de Sua vinda porque Ele havia se tornado homem. A este argumento elas refutam dizendo que “se são três pessoas igualmente oniscientes, e uma delas ignorava algo porque tinha se humanizado, então ainda existiam duas pessoas oniscientes, a saber, o Pai e o Espírito Santo. Contudo, Jesus disse que só o Pai sabia. Deste modo”, dizem elas, “a Trindade se torna insustentável”.Mas as TJ precisam saber que a união que há entre as três Pessoas da Trindade é tão profunda, que podemos afirmar que só determinado membro da Trindade é, o que os demais também são. Por exemplo, está escrito que só Jeová sonda os corações (1 Rs 8.39), o que não impediu Jesus de nos dizer que Ele também o faz (Ap 2.23). Segundo Mt 11.27 só Jesus conhece plenamente o Pai. Mas, segundo 1 Co 2.10,11, só o Espírito Santo conhece plenamente o Pai. Jesus é o nosso único Senhor, segundo 1 Co 8.6b, e Jd 4. Prova isso que o Pai de Jesus não é nosso Senhor? Provaria, se as TJ estivessem certas em seu raciocínio. Contudo, o Pai é chamado de Senhor de Gênesis a Apocalipse. Assim acabamos de provar que a expressão “só o Pai sabe”, não exclui os demais integrantes da Trindade. “Só o Pai” significa que isto é coisa da alçada exclusiva da Divindade, excetuando até mesmo o homem Jesus, ou seja, Jesus como homem.
Por que as TJ apelam para o conhecimento limitado do homem Jesus, registrado em Mt 24.36, no intuito de “provarem” que Ele não é Deus? Crêem elas que Jesus precisa ser onisciente para ser Deus verdadeiro? Não negaram elas a onisciência de Jeová, como vimos em 5.1? Se Jeová pode ser Deus ignorando algo, por que Jesus não pode sê-lo também? Quando deparamos com uma Tj se servindo de Mt 24. 36 como “prova” de que Ele não é Deus, pensamos, naturalmente, que essa seita crê que Jeová sabe de todas as coisas, e, que doutro modo, não seria Deus. Mas as coisas não são bem assim. Isso prova que o objetivo dessa seita não é expor a verdade, mas confundir os interlocutores para, assim, levar vantagens nos debates e, deste modo, conquistar adeptos. Dialogar com as TJ equivale a jogar xadrez com Satanás.
Nos próximos capítulos 6 e 7, respectivamente intitulados A RESPEITO DO SENHOR JESUS e A RESPEITO DO ESPÍRITO SANTO, estaremos dando informações que corroboram com a Doutrina da Trindade.
NOTAS ALUSIVAS AO CAPÍTULO
1– Porque Devo Crer na Trindade, páginas 28 e 29, Editora Candeia, de.Robert.M.Browman Jr., citando Primeira Apologia, 63.
2 – Ibidem, Justino, o Mártir, Diálogo com Trifão, 36, em ANF 1.212.
3 – Ibidem, página 30, citando Irineu Contra Heresias, 1.10.1, em ANF 1.330.
4 – Ibidem, página 30, citando Clemente de Alexandria, Exortação aos Pagãos, 10, em ANF, 2.202.
5 – Ibidem, Clemente: Miscelâneas [Stromata] 5.1, em ANF 2.444.
6 – Ibidem, página 33, citando Hipólito: Contra Naécio 10, em ANF 5.227.
Extraído do livro: Testemunhas de Jeová: Que Seita é Essa? PASTOR JOEL SANTANA