TEOSOFIA – A Filosofia da Nova Era

A palavra theosophia é de origem grega e sig­nifica “sabedoria de Deus”. Surgiu no terceiro século, em Alexandria, no Egi­to, com um notável pensador da épo­ca, Amônio Sacca, que foi mestre de Plotino, sendo ambos filósofos pla­tônicos. A teosofia (de théos = Deus, sophia – sabedoria) vem a ser, como dizem, “um corpo de ensinamentos misteriosos revelados somente a pou­cas pessoas mais avançadas”.1 Esse conhecimento tem recebido o título de doutrina secreta. Neste sentido, trata-se de um ramo do ocultismo (da palavra latina ocultus).

Essa palavra se distingue da pa­lavra teologia. A teologia é um discurso sobre Deus (Theós), conheci­do à luz da fé. A Bíblia afirma: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; por­que é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele exis­te, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Por outro lado, le­mos: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pre­gação. Porque os judeus pedem si­nal, e os gregos buscam sabedoria: mas nós pregamos a Cristo crucifica­do. que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cris­to. poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque a loucura Deus é mais sábia do que homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Co 1.21-25).

Assim, ao passarmos a estu­dar sobre a teosofia, não podemos deixar de apontar aquilo que Paulo nos adverte sobre as doutrinas que surgiriam nos últimos tempos como ensinos totalmente antagônicos à Palavra de Deus (1 Tm 4.1.2). Por isso, devemos ter cautela, para não sermos iludidos por tais doutrinas. Diz o apóstolo: “ Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2.8).

SEITA OU RELIGIÃO?

A Sociedade Teosófica procura ne­gar o seu caráter sectário ou religioso, afirmando que “a Sociedade não se identifica com nenhuma religião em par­ticular, não sendo ela mesma uma seita religiosa”. E óbvio seu interesse em não se declarar entidade religiosa ou sectária: fazer que as pessoas religio­sas não se sintam preocupadas em es­tudar os ensinos religiosos da Teosofia.

A propósito, o escritor Adolpho J. Silva, membro do Conselho Editorial da Editora Teosófica. em entrevista à re­vista ANO ZERO, declara que “a Teosofia não chega a ser uma religião, é uma filosofia de vida e pretende que o católico, o protestante, o evangélico, entre outros, vivam melhor a sua reli­gião e tenham uma visão mais ampla da realidade. Neste sentido, a Teosofia é um sistema, uma filosofia”.2 Continu­ando sua entrevista e indagado se a Teosofia se propõe a aglutinar membros de diferentes movimentos, religiões e sociedades secretas, a resposta foi: “Exatamente, há uma tendência ao sincretismo religioso”.3 Ora, como sa­bemos, sincretismo é a fusão de reli­giões, ritos e crenças.

Adolpho J. Silva declara que “a teosofia se propõe a aglutinar membros de diferentes movimentos, religiões e so­ciedades”. Isto significa que pessoas de várias religiões e crenças chegarão a um impasse: decidir se permanecem em suas crenças ou adotam as novas, filiando-se à Sociedade Teosófica, à medida que descobrem que os ensinos novos da teosofia conflitam com aqui­lo que creem.

Passaremos a demonstrar que as doutrinas teosóficas não podem con­ciliar-se com a doutrina cristã e que não seria correto um cristão participar das reuniões promovidas por eles e nem mesmo ler os livros, revistas e outras publicações teosóficas, a menos que o faça para pesquisar e refutar com co­nhecimento de causa.

DUAS MULHERES

Na história da teosofia surgem duas mulheres proeminentes, conhecidas como mestras da teosofia moderna: He­lena Petrovna Blavatsky e sua “continuadora”, Annie Besant.

A Sra. Blavatsky nasceu em Ekaterinoslaw, na Ucrânia, em 12 de agosto de 1831. Era filha do coronel Petervon Hahn e Helena Andreyevna, e sobrinha de Sergei Witte que, mais tarde, se tornou primeiro-ministro e amigo de Gregory Rasputin. Sua histó­ria pessoal é repleta de aventuras e ex­tremamente conturbada. Quando crian­ça, foi rebelde e estranha. Era paranormal e escrevia seus livros em transe mediúnico, sendo inspirada, conforme dizia, por Mestres de Sabe­doria. Aos 16 anos, casou-se com o general russo Nicéforo Blavatsky, mas, três meses depois do matrimônio, aban­donou o marido.

Após a separação, passou a per­correr o mundo em busca da sabedoria. Ouviu mestres ocultistas, magos e mé­diuns da Turquia, Inglaterra e Egito. Por fim, em 17 de novembro de 1875, resol­veu fundar, junto com o coronel Henry Steel Olcott, em Nova York, nos Estados Unidos, uma organiza­ção a qual deu o nome de Sociedade Teosófica. O coronel Olcott tornou-se o primeiro presidente da Socieda­de e, em 1878, partiram, juntos (Blavatsky e Olcott), para a índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida a sede internacional da Sociedade Teosófica no bairro de Adyar, na ci­dade de Chennay (antiga Madras), no Estado de Tamil Nadu, sul da índia.

Com a fundação da Sociedade Teosófica, Helena Blavatsky pretendia iniciar a transferência do budismo e do hinduísmo para o ocidente, difundindo a teosofia nos Estados Unidos. Não conseguindo de início o seu propósito, transferiu a Sociedade Teosófica para a índia, onde predomina o hinduísmo.

Helena Blavatsky faleceu em 8 de maio de 1891 e foi sucedida por Annie Besant.

Annie Wood Besant nasceu em 1847, em Londres, e se casou, ainda muito nova, com Frank Besant, com quem teve dois filhos. Ela também aban­donou o marido. Com a morte de Hele­na Blavatsky, Annie Besant colocou- se à frente da sociedade.

Assumindo a tutoria de um jovem indiano chamado Jiddu Krishnamurti, nascido em Madabapelle, Madras, em 1897, em 1908 Annie Besant identifi­cou esse jovem, seu filho, como o fu­turo Mestre e Salvador da humanida­de. Segundo ela, Jiddu era o Cristo reencarnado. O tal jovem já havia su­postamente passado por 32 encarnações, gastando, para isso, 72.000 anos. Como sabemos, Jesus nos exortou a estarmos alertas contra o surgimento de falsos cristos e Jiddu, ao que consta, seria esse falso cristo, tido como salvador do mundo.

Atentemos para o prognóstico de Jesus: “Porque muitos virão em meu nome, dizendo: “Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito; porque surgi­rão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito” (Mt 24.5,23-25).

Estas fantasias foram as responsá­veis pelas principais cisões entre os teósofos. A seção alemã, por exemplo, dirigida por Rudolf Steiner, filósofo e pedagogo austríaco (que nasceu em Kraljevic, em 1861, e morreu nessa mes­ma cidade croata, em 1925), separou- se, em 1913, da Sociedade Teosófica e fundou a Antroposofia.

ORGANIZAÇÃO E ATIVIDADES

Estão organizados em mais de ses­senta países em seções nacionais e es­tas, por sua vez, compõem-se em Lojas e Grupos de Estudos. A maioria das lo­jas e grupos de estudo realiza reuniões públicas com palestras, cursos, deba­tes e outros eventos desse tipo. Exis­tem outras atividades de confraterni­zação entre membros e simpatizantes. No Brasil, há dois ramos distintos: a Sociedade Teosófica no Brasil, filiada à Sociedade Teosófica fundada por Helena Petrovna, e a Sociedade Teosófica Brasileira, também conheci­da como Sociedade de Eubiose, fun­dada por Henrique José de Souza e com sede em São Lourenço. Minas Gerais.

OBJETIVOS

A Sociedade Teosófica afirma que possui três objetivos básicos:

  1. Formar um núcleo da fraternidade universal da humanidade, sem distin­ção de raça, credo, sexo, casta ou cor;
  2. Estimular o estudo comparativo das religiões, filosofias e ciências;
  3. Investigar as leis ainda não explicadas da natureza e os poderes la­tentes do homem.

Para que uma pessoa se torne as­sociada da Sociedade, tem de concor­dar pelo menos com o primeiro objeti­vo. Os outros dois são opcionais.

FONTE DE AUTORIDADE

O livro mais importante da funda­dora é A doutrina secreta (1888). Suas outras obras são: A voz do silêncio (1889), Isis sem véu e A chave da teosofia. Embora a palavra teosofia sig­nifique a sabedoria de Deus, essa nova sabedoria, no entanto, não tem nada em comum com a verdadeira sabedoria de Deus (1 Co 2.6-13).

Blavatsky declarou que “não é o temor do Senhor o princípio da sabe­doria, mas o conhecimento do EU que se torna a principal sabedoria” (A dou­trina secreta). Os Upanixades e os Vedas, livros sagrados do hinduísmo, constituem a base para grande parte de suas doutrinas. O budismo também in­fluenciou grandemente as doutrinas da teosofia.

Como lemos na Bíblia: “O temor do Senhor é o verdadeiro princípio da sa­bedoria” (SI 111.10), e não a sabedoria aprendida nos meios ocultistas, pois esta é “terrena, animal e diabólica. Mas a sabedoria que do alto vem é, primei­ramente pura, depois pacífica, modera­da, tratável. cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hi­pocrisia” (Tg 3.15,17).

A MÃE DA NOVA ERA

Um grande número de estudiosos procura uma data específica para o iní­cio do Movimento Nova Era (MNE), e indicam esse ponto de partida como sendo a data da fundação da Socieda­de Teosófica, em 1875, na cidade de Nova York. A teosofia declara ser “a essência de todas as religiões e da ver­dade absoluta, da qual uma gota ape­nas se encontra em cada crença”.4 Seus ensinos englobam os neoplatônicos5, os gnósticos6, a cabala judaica7, a mís­tica dos rosacruzes8 e certas doutrinas de Paracelso9.

Um dos ensinos fundamentais da Nova Era é a criação de uma religião universal. A teosofia tem o mesmo ob­jetivo. Tanto uma quanto a outra pro­curam juntar o melhor de várias dou­trinas em uma só religião. Essa mistu­ra religiosa é denominada sincretismo. A palavra sincretismo designa “qual­quer mistura de pensamentos e práti­cas diversas, com o objetivo de for­mar um todo, criando, a partir dessa união, algo novo, mantendo essenci­almente as mesmas características das anteriores”.10

A pergunta que se faz é: “Em que se baseava a escritora para afirmar que a teosofia é a essência de todas as reli­giões e da verdade absoluta?”. Por in­crível que pareça, ela se baseava no testemunho de videntes, isto é, de mes­tres iluminados do Tibete, no ensinamento da Loja Branca, da Hie­rarquia dos Adeptos e na cultura do pretenso continente Atlântida, que não passa de mera ficção literária de Platão.

Tal posição é oposta ao que Cristo afirmou sobre si mesmo, dizendo: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Por sua vez, Pedro, em sua segunda carta, declara: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguin­do fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majesta­de. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo; e temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações” (2Pe 1.16-19).

Tais homens, tidos como mahatmas (mestres iluminados), não passam de falsos cristos, indicados por Jesus em Mateus 7.15.

A TEOSOFIA E A BÍBLIA

Como essência de todas as religiões, a teosofia reúne os ensinos centrais da Nova Era, um movimento eclético que engloba doutrinas do hinduísmo, do taoísmo, do budismo, do cristianismo e de práticas como a ioga e a meditação transcendental para despertar o supos­to poder latente do ser humano.

O aspirante à teosofia deve subme­ter-se a uma disciplina: “o carma ioga, a senda da prova” e, depois, a “senda do discípulo”, propriamente dito, que o levarão, progressivamente, ao esta­do de pleno desenvolvimento e de ap­tidão para o nirvana.

ENSINOS TEOSÓFICOS VERSUS ENSINOS CRISTÃOS

TEOSOFIA: JESUS É UM DOS CRISTOS

Declaram que a atual “raça-trono” ariana já teve até agora cinco cristos, ou seja, cinco encarnações do Supre­mo Mestre do Mundo, que foram: Buda, Hermes, Zoroastro, Orfeu e Jesus. Afirmam que Cristo usou o corpo de Jesus. Desta forma, Jesus não deve ser considerado o único Filho de Deus, o Deus homem. Ele é apenas uma das muitas manifestações ou aparições de Deus através dos séculos. Cristo é dis­tinto de Jesus. Cristo é uma ideia perfeita de Deus – o despertar da divinda­de inerente. Jesus tem a consciência crística ou espírito crístico mais de­senvolvido do que outros, mas cada um pode desenvolver seu espírito crístico ou consciência cósmica. Não bastasse tudo isso, ainda aguardam a chegada de um novo cristo, que será mais poderoso do que o Senhor Jesus Cristo. Esse novo cristo unirá todas as religiões em uma só, dizem os teosofistas.

CRISTIANISMO: JESUS É O CRISTO

Jesus e Cristo são dois nomes para a mesma pessoa. Jesus não se tomou o Cristo como pessoa adulta, mas nas­ceu o Cristo (Lc 2.11,26; Jo 1.41; Mt 16.13-16; Jo 11.25,27). O Cristo da Bíblia é o Jesus de Nazaré histórico e o eterno Filho de Deus. Ele se tornou homem, viveu uma vida sem pecado, sofreu a morte vicária e ascendeu aos céus, ao seu Pai (G1 4.4,5; 1Co 15.3,4; At 1.9-11).

A Bíblia apresenta Jesus como a única manifestação de Deus na carne (Jo 1.1-3,14; 8.58; 14.8-10) e admoesta que tenhamos cautela com relação aos falsos Cristos (Mt 24.4,5,23-25).

Pedro declarou que Jesus, o Cristo, é o Filho do Deus vivo (Mt 16.16), sen­do elogiado por Jesus, que lhe disse ter sido iluminado por Deus para fazer tal declaração (Mt 16.17-18). Jesus dis­se de si mesmo que era o único cami­nho para que o homem pudesse chegar a Deus (Jo 14.6). O apóstolo Pedro, por sua vez, reiterou que só no nome de Jesus há salvação (At 4.12). João disse que aqueles que negam que Jesus é o Cristo são anticristos (1 Jo 2.22-23).

TEOSOFIA: TUDO É UM

Toda a realidade é um todo unitá­rio. Ou seja, toda a realidade (e aqui estão incluídos Deus, a humanidade, o universo criado, a terra, o tempo e o espaço) faz parte do todo. Esta idéia é conhecida como monismo e é basica­mente um conceito hinduísta.

CRISTIANISMO: O DEUS BÍBLICO É PESSOAL

A idéia bíblica de Deus envolve um Pai pessoal de amor, a quem os cristãos se dirigem chamando-o de “Aba, Pai” (Rm 8.15; G14.6). Existem evidências que comprovam a natureza pessoal de Deus, pois Ele ouve (Êx 2.24; SI 94.6), vê (Gn 1.4), conhece (2Tm 2.19), tem vontade (Mt 6.10) e demonstra emoção (Gn 6.6).

TEOSOFIA: TUDO É DEUS

“Na teosofia não se admite a figura de um Deus potente e poderoso presi­dindo a formação de tudo. Deus seria o Princípio Transcendental Supremo, chamado de Logos Cósmico”.11 “A teosofia é panteísta: Deus é tudo e tudo é Deus”.12 “A teosofia não acredita no Deus bíblico, nem no Deus dos cris­tãos. Rechaço a idéia de um Deus pes­soal. O Deus da teologia é um ninho de contradições e uma impossibilidade”.

CRISTIANISMO: A BÍBLIA NEGA QUE TUDO SEJA DEUS

O Deus da Bíblia criou o homem, que é uma pessoa distinta e à parte do Criador (Gn 1.27).

Deus é uma personalidade consci­ente (Êx 3.14; Is 48.12).

É um espírito pessoal (Jo 4.23,24), com vontade própria (Rm 12.1,2; Hb 10.9).

É um Deus Trino: três pessoas dis­tintas: Pai, Filho e Espírito Santo, mas numa só essência ou natureza divina (Mt 28.19; 3.16,17; 2Co 13.13; G13.20).

TEOSOFIA: O HOMEM É DEUS E DEUS É O HOMEM

O objetivo da vida é despertar o deus que dorme no interior do ser hu­mano. Cada pessoa é mais do que su­blime, porque somos divinos. “Não é o temor do Senhor o princípio da sabe­doria, mas o conhecimento do EU que se toma a própria sabedoria”.13 “O ho­mem traz latentes no seu interior todos os atributos da divindade que podem ser progressivamente desenvolvidos e atraídos à manifestação através do pen­samento puro e reto comportamento”.14

CRISTIANISMO: DEUS É DISTINTO DO HOMEM

A Bíblica ensina que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Deus é distinto do homem (Ec 5.2; Nm 23.19; Os 11.9). A própria ignorância do homem sobre a sua suposta divindade mostra que ele não é Deus. Vejamos algumas diferenças entre Deus e o homem;

  1. Deus é Todo-Poderoso (Mt 19.26); o homem tem poder limitado (Hb 4.15).
  2. Deus é onipresente (SI 139.7-12); o homem é confinado no espaço e no tempo (Jo 1.50).
  3. Deus é eterno (SI 90.2); o homem é criado no tempo (Gn 1.26).
  4. Deus é verdade (Is 65.16); o co­ração do homem é enganoso (Jr 17.9).

TEOSOFIA: O HOMEM NÃO É PECADOR

O problema do homem é ignorar sua divindade. Desde que não exista o pro­blema do pecado, ele também não tem necessidade de salvação. Consequentemente, Jesus não morreu na cruz para providenciar a salvação do pecador. Os homens precisam de iluminação para reconhecer sua divindade. Pela reencarnação, uma pessoa pode retomar a Deus. A única coisa que o homem precisa é de iluminação, para reconhecer sua divin­dade. A iluminação ou alteração da cons­ciência é chamada também nova cons­ciência. As técnicas para a alteração da consciência ou nova consciência são: meditação transcendental, ioga, hipno­ses, mantras, diálogo com canalizado­res, entre outros.

CRISTIANISMO: O PROBLEMA DO HOMEM É O PECADO

O cristianismo começa com uma dis­tinção entre o Criador e a criação. Opos­to ao ensino monista panteísta, existe um abismo entre o Criador e o homem (Is 45.18). O homem de fato tem pecado contra Deus (Rm 3.23) e precisa neces­sariamente de salvação (Rm 5.18; 6.23). O Jesus bíblico ensinou que o homem não tem simplesmente um problema de ignorância da sua divindade, mas um problema grave de pecado que precisa resolver (Mt 12.33,34;Lc 11.13).

O Jesus bíblico ensinou que sua missão foi prover, por sua morte na cruz, expiação pelo pecado da humanidade (Mt 20.28; 26.26-28). Ensinou, ainda, que a salvação do homem só é possí­vel por fé nele (Jesus), e não por ilumi­nação ou nova consciência (Jo 3.16).

TEOSOFIA: PREGA A REENCARNAÇÃO E O CARMA

A vida e o destino do homem são governados pela lei do carma (ação em sânscrito), a lei da causa e efeito.15 O homem precisa progredir muitas vezes até chegar à unidade com o Um. Se o homem adquire bom carma (reação a toda ação), benefícios positivos o acompanharão em outras vidas. O mau carma produzirá futuros castigos. Eventualmente, deixará o ciclo de nas­cimento e renascimentos pelas práti­cas de iluminação ou nova consciência, efetuando, dessa forma, sua pró­pria salvação.

CRISTIANISMO: NEGA VEEMENTEMENTE A REENCARNAÇÃO (HB 9.27)

O tipo de reencarnação adotado pela teosofia não é igual ao de Allan Kardec. O mais importante argumento contra a reencarnação é o esquecimen­to geral das vidas passadas. Se é ver­dade que já vivemos algumas vezes, como se explica o esquecimento geral das vidas anteriores?16

A reencarnação constituiria um cas­tigo injusto. Pois: de que serviria a uma alma voltar à carne se ignora as etapas que já percorreu na sua purificação es­piritual? A reencarnação prende-se, ge­ralmente, ao falso conceito de Deus; ou seja, ao panteísmo, junto com o qual a reencarnação é professada na índia. De fato, se não há um Deus pessoal, a quem o homem possa invocar, é o próprio ho­mem quem tem de remir a si mesmo.

Ora, os esforços do homem em demanda da perfeição são sempre lentos. De onde se segue que uma série de encarnações sucessivas se impõe como solução para o proble­ma? Esta solução errônea, por apre­goar a auto redenção, não deixa de ser sedutora, pois bajula o orgulho da criatura humana, dando-lhe a ilu­são de que ela não depende de nin­guém.

Por outro lado, o homem que crê em um Deus pessoal e distinto do mundo, sabe que é amado por este Deus que provou o seu amor doando seu Filho Jesus para que pudésse­mos obter redenção (1 Jo 4.8). “Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pe­los nossos pecados” (1 Jo 4.9,10).

Jesus é o nosso Advogado, e nos defende do pecado (1 Jo 2.1.2,12).

TEOSOFIA: NEGA A EFICÁCIA DA ORAÇÃO

“Não acreditamos na eficácia da oração enquanto súplica externa dirigida a um Deus desconhecido”.17

CRISTIANISMO: O CRISTÃO ORA

Jesus ensinou aos discípulos a orar (Mt 6.9-13). Frequentemente, Jesus era encontrado em oração de manhã, de tar­de e de madrugada. Pedro foi livre das mãos de Herodes pela oração da Igreja em seu favor (At 12.5-8). Paulo reco­mendou que os cristãos devem orar sem cessar(1 Ts 5.17).

TEOSOFIA: DECLARA QUE A REDENÇÃO POR CRISTO É PERNICIOSA

Falando sobre a redenção efetua­da por Cristo, L.W. Rogers declara: “É esta perniciosa doutrina de que o erro cometido por um pode ser consertado pelo sacrifício de outro. E simplesmen­te surpreendente que tal crença tenha sobrevivido à Idade Média e continue a encontrar milhões de pessoas que a aceitam nesses dias de pensamento claro. O homem, que busca comprar a felicidade, através da agonia de outro, é indigno do céu, e não poderia reconhecê-lo, se estivesse lá. Um céu habitado pelos que veem no sacrifício vicário um arranjo feliz, o qual lhes permite viver no prazer e bem-estar, não é digno de ser possuído”.18

CRISTIANISMO: A BASE DA REDENÇÃO É O SANGUE DE CRISTO (MT 26.28; EF 1.7; UO 1.7,9).

Jesus ensinou a regeneração, e não a reencarnação (Jo 3.1-7). A queda da raça humana, relatada em Gênesis 3.1-5, indica a origem da re­belião contra Deus (1Sm 15.23). O cristianismo afirma que a única so­lução é o homem converter-se de sua rebelião contra Deus e deposi­tar sua fé em Jesus Cristo (Is 55.6,7; Lc 13.3; 19.10).

Salvação é mais do que mudan­ça de consciência: é um processo pelo qual a graça de Deus transfor­ma a pessoa em uma nova criatura (2Co5.17).

O LEMA DA SOCIEDADE TEOSOFICA

“Não há religião superior à verda­de, este era o antigo lema da família de Kasi, ou Varanasi, também adota­do como lema da Sociedade Teosófica”.19 A verdade essencial da teosofia é que existe a unidade por trás de toda a diversidade.

Concordamos com o fato de que as inúmeras religiões não são superi­ores à verdade, entretanto, é salutar esclarecer que verdade é esta, e, nes­te intento, é adequado apontá-la como nosso lema, cujo fundamento é exarado de forma explícita e absoluta na Bíblia.

Jesus se identificou como a ver­dade, quando declarou: “Eu sou o ca­minho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). E ainda acrescentou: “a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). Fica claro, em suas declarações, que Jesus não con­siderava a possibilidade de acesso a Deus por meio de uma diversidade de outros líderes religiosos, “iluminados”, pois suas palavras são incisivas: “nin­guém vem ao Pai, senão por mim”. Não há aqui qualquer margem de espaço para Buda, Krishna, Maomé e outros.

A verdade essencial do cristianis­mo não esconde atrás de si uma diver­sidade de caminhos para a salvação. O apóstolo Pedro ratificou essa doutrina ao declarar: “e em nenhum outro há sal­vação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12; grifo do autor). O apóstolo Paulo complementa: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Tm 2.5; grifo do autor).

Atentemos para a exclusividade re­clamada pelas expressões “ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6), “em nenhum outro há salvação” (At 4.12) e “um só mediador” (1Tm 2.5). De acordo com as Sagradas Escrituras, Je­sus é a verdade. Qualquer religião que ignorar ou deturpar este lema não po­derá oferecer a verdadeira salvação.

Entre outros, este é um dos principais atrativos que a Nova Era resgatou de sua precursora, isto é, o ideal de harmonizar e unificar valores religiosos em busca da verdade, apresentando, com isso, uma re­ligião sincrética. Logicamente, em nos­sos dias, essa pregação simpática encon­trará o acolhimento de pessoas que não querem se comprometer com uma verda­de moral e um Deus pessoal. Nós, em con­traste, continuaremos irredutivelmente apregoando a mensagem da verdade, in­dependente de como ela for recebida. Afi­nal de contas, como Charles Haddon Spurgeon disse: “mil erros podem viver em paz uns com os outros, mas a verda­de é um martelo que os quebra a todos em pedaços”.

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NOTAS

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NATANAEL RINALDI – FONTE: REVISTA “ DEFESA DA FÉ” ANO 8 – N° 62

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