Sofisma ou falácia? Azenilto (Adventista) X Paulo Cristiano (CACP)

SOFISMA OU FALÁCIA?

O que diferencia o sofisma da falácia, é que, embora ambos sejam basicamente raciocínios errados, a falácia é involuntária. Ao passo que o sofisma tem como objetivo induzir a audiência ao engano, o raciocínio falacioso decorre de uma falha de quem argumenta.
Segundo Othon M. Garcia “ainda que cometamos um número infinito de erros, só há, na verdade, do ponto de vista lógico, duas maneiras de errar:

• erramos. raciocinando mal com dados corretos;
• raciocinando bem com dados falsos, ou também podemos;
• raciocinar mal com dados falsos.

O erro pode, portanto, resultar de um vício de forma – raciocinar mal com dados corretos – ou de matéria – raciocinar bem com dados falsos.

Nosso antagonista adventista traz como prefácio nas suas “ponderações” (lê-se distorções) palavras de teor beligerante. Faz uma medíocre tentativa de projetar em seus leitores uma imagem distorcida e denegrida do CACP. Este recurso é muito usado em retórica, onde, para denegrir a imagem do seu oponente, o adversário tenta primeiro desacredita-lo, passando uma imagem negativa do mesmo. Este artifício é muito usado por candidatos políticos em época de eleições.

A bem da verdade, é difícil determinar o limite onde se encontra nosso amigo sabatista: Estaria ele usando de sofismas ou apenas sendo falacioso? Creio que não precisamos ir muito longe a fim de demonstrar que ele se enquadra no limite dos dois termos. Bem disse Tertuliano a respeito de tais indivíduos: “O Demônio tem lutado contra a verdade de muitas maneiras, inclusive defendendo-a para melhor destruí-la”

Antes, porém, vamos às nossas palavras de esclarecimento.


ACUSAÇÕES INFUNDADAS

O senhor Brito no afã de sua luta talibânica contra o CACP e o ICP, dispara mentiras e distorções contra o autor deste opúsculo. Tenta colocar palavras em minha boca acusando-me de modo injurioso. Todavia, vamos revelar o artifício ardiloso com que ele trabalha e mostrar que o senhor “acima de qualquer suspeita”, não é este homem imparcial que tenta transparecer.

1ª ACUSAÇÃO –
Diz ele: “quanto mais desastroso isto não se dá quando um indivíduo que se dispõe a tratar do tema confessa-se carente de formação teológica, como o autor deste texto acima que nos disse que não crer ser necessário ter um curso de Teologia para tratar de. . . Teologia!”

A Verdade Dos Fatos:
Vou reproduzir na integra o que ele me disse em outros e-mails: “Eu fiquei surpreso ao dizer-me que não é pastor. De qualquer modo, veja a responsabilidade de lidar com temas teológicos, sendo que não deve ter cursado um programa de Teologia..” em resposta repliquei: “O senhor chega a insinuar (pelo menos é o que transpareceu em seu prólogo) que para entender a Bíblia precisa ser teólogo! E que para ser pastor precisa cursar formalmente uma universidade de teologia, e conseqüentemente quem não faz parte desta elite é lançado na massa ignara. Que absurdo! Desde quando essa lei começou a vigorar? Quantos teólogos existem mas que nunca foram ordenados ao ministério pastoral! Pelo que entendo quantum credis, tan-tum habes e já que possuo a fé bíblica, tenho direito de tratar de assuntos teológicos. Por outro lado nec me pudet…fateri quod nesciam mas por enquanto digo que sei do que estou falando. Posso dar ciência de casos de teólogos que chegaram até a receber o título honorífico de D.D e outros P.H.Ds da vida, que nem ao menos leram a Bíblia inteira. E o pior de tudo é que ainda tenta colocar palavras em minha boca, afirmando coisas que eu não disse! Entretanto, para que o senhor não venha pensar que está insultando sua inteligência juntamente com sua “capacidade teológica”, dialogando com um mero leigo, digo, para que não venha pensar assim, esclareço que estudei teologia pela ETAD e até hoje estudo por conta própria, já que scire volunt omnes, studiis incumbere pauci, comecei a estudar grego e atualmente acabei de escrever um livro sobre catolicismo cujo título é: “Desmascarando a Idolatria – O que todo católico precisa saber”. Então ele me mandou este e-mail como segue: “Não defendo que se precise ser teólogo para estudar a Bíblia e expô-la, pois eu mesmo não sou nenhum teólogo e a exponho. Mas para escrever livros especializados sobre tema teológico é claro que um conhecimento mais profundo da matéria se faz necessário, sobretudo quando deseja discutir o tema do sábado/domingo, quando temos gente tão boa e pesquisador tão profundo do tema quanto um Samuele Bacchiocchi”

Como ele mesmo disse: “Mas mentira tem perna curta…” Que o leitor faça o devido julgamento!

2ª ACUSAÇÃO – Diz ele: “Meu nome não é Severino, logicamente. Se tiver boa memória deve lembrar-se que ao assinar Severino eu colocava entre parêntese a informação (pseudônimo). Isso deixava bem claro que naquela ocasião, por razões justificáveis, eu não desejava me identificar.”

A Verdade Dos Fatos: A verdade é que ele correspondeu comigo várias vezes, e só depois de alguns e-mails é que apareceu a palavra “pseudônimo” entre parênteses. E isto depois que eu já havia associado ele com o seu verdadeiro nome através do estilo dos e-mais e principalmente por sua “devoção” (lê-se idolatria) por Bacchiocchi. Porque o senhor não diz quais eram essas razões “justificáveis” para não se identificar? Será que o único propósito era ENGANAR? É este o homem sério e acima de qualquer suspeita que se apresenta com o pomposo titulo de professor? Seria engraçado se não fosse tão trágico!!!! Ainda maldosamente tenta desmoralizar um tal Benedito que nem conhecemos, dizendo que tal pessoa pertence ao CACP… “Foi o que propusemos ao teólogo Benedito (esqueci-me do seu sobrenome) ligado ao CACP, mas ocorreu um fato interessante: o homem sumiu, desapareceu, escafedeu-se. “Será o Benedito?!” O homem – este senhor Brito – é tão contraditório que em outro e-mail diz que o tal personagem faz parte do ICP. Merece credibilidade uma pessoa dessas?

MAIS ACUSAÇÕES

Ainda prosseguindo ele em sua pertinácia afirma: “Propusemos a muitos dos que se dispõem a explicar a Palavra de Deus a analisar serenamente, num espírito construtivo e sem apelação à baixaria das falsas insinuações e acusações”

Ora, quem primeiro começou a baixaria? Posso adiantar-lhe que não fui eu… Vou refrescar-lhe a memória: quem entrou no site de quem, para debater? Quem chamou quem, de BURRO (como o senhor fez em seu primeiro e-mail quando ainda sofria de crise de identidade sem saber se era Brito ou Severino)?

Baixaria? Quem acusou e usou de palavras ofensivas contra o CACP e o Pr. Natanael, nos e-mails distribuído à revelia aos seus clientes? Contra essas insinuações malévolas produzimos o artigo “Lobos na Internet”.

Os seus discursos, bem como a sua retórica estava rebuscada do discurso denominado “Ad hominin”.

Pelo mau uso do vernáculo, vê-se que o senhor ainda não conseguiu desvencilhar-se de seus ataques pessoais, porém, tal fato só vem denotar uma flagrante tentativa de ocultar do seu próprio ego a falta de uma resposta sensata ao tema proposto. Assim, procura com ataques pessoais, uma espécie de compensação à sua falta de bom senso e daí, vale dizer (já que o senhor gosta muito de citar ditados): “o pior cego é aquele que não quer enxergar…”

3ª ACUSAÇÃO –
Diz ele: “Mas é no campo da Teologia que mais o amadorismo é prejudicial, pois as conseqüências podem ser de teor eterno–almas perdidas pela enganação dos que pretendem falar das coisas de Deus e da Bíblia sem saberem o que estão dizendo. O apóstolo Pedro até mencionou os que distorcem os escritos de Paulo, por não contarem com a devida formação teológica para fazê-lo ou não seguirem as regras mínimas de exegese bíblica em sua tentativa de interpretá-los. Daí, as distorções dos ensinos divinos que visam à salvação mediante justificação e santificação. Pedro qualifica os que assim agem como “ignorantes e instáveis” (2 Pedro 3:16).”

A Verdade Dos Fatos:
Ora, esse discurso (estilo camaleão) até parece a história das origens do adventismo! Porventura, Guilherme Miller tinha formação teológica quando começou a estudar o livro de Daniel? E Ellen G. White, tinha? Ela mesma chega a insinuar que não precisamos de teologia para as coisas de Deus, veja: “A razão por que Ele não escolhe mais vezes homens de saber e alta posição para dirigir os movimentos da Reforma, é o confiarem eles em seus credos, teorias e sistemas teológicos…Homens que tem pouca instrução colegial são por vezes chamados para anunciar a verdade…” (O Grande Conflito pág. 455/6). Ela dizia isto para justificar seus resvalos teológicos e seu semi-analfabetismo, pois o método de estudarem a Bíblia não partia de uma exegese sadia, mas do fanatismo, superstições e crendices. Veja como os líderes adventistas estudavam a Bíblia: “Em algumas vezes o Espírito de Deus descia sobre mim, e porções difíceis eram esclarecidas pelo modo indicado por Deus…” E como isto se dava? Ela explica textualmente; “…e quando chegava a alguma passagem difícil, uníamo-nos em oração a Deus rogando a compreensão do verdadeiro sentido de sua palavra.” (Vida e Ensinos pág. 128/192). E mais, Muitos julgam ser essencial, como preparo para a obra cristã, adquirir amplos conhecimentos dos escritos históricos e teológicos. Supõem que esse conhecimento lhes será de utilidade no ensino do evangelho. Mas seu laborioso estudo das opiniões dos homens tende a enfraquecer-lhes o ministério, em vez de fortalecê-lo. Quando vejo bibliotecas cheias de alentados volumes de conhecimentos de História e Teologia, penso: Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão?” (A Ciência do Bom Viver, pág. 441).

Pois bem, para conhecimento dos mais leigos no assunto, o adventismo começa justamente com as aberrações teológicas de Miller que mais tarde foi plenamente endossada pelos pioneiros adventistas. Com apenas uma chave bíblica e nenhuma formação teológica, Miller começou a estudar o livro de Daniel e marcou a volta de Cristo para o ano de 1843. Como nada aconteceu, ele marcou outra data para 1844, sem contudo, a parousia acontecer. Finalmente, diante de tão descabida exegese ele abandonou o adventismo por reconhecer seu erro! Esse acontecimento é chamado pelos adventistas de “O Grande Desapontamento”. Muitos sabiamente abandonaram esse movimento. Entretanto, como um abismo chama outro abismo, os adventistas mais obstinados não deram o braço a torcer e interpretaram de outra maneira aquele cálculo profético das 2.300 tardes e manhãs, espiritualizando-o: o tabernáculo não era mais a terra, mas o céu. Essa nova interpretação desembocou na aberração teológica da doutrina do “Santuário”, do “Juízo Investigativo”, do “Bode Emissário” Ad Infinitum… E tudo isto debaixo de uma suposta visão que Hiram Edson teve após o “desapontamento”. Uma desculpa vergonhosa para tentar remendar o desastre teológico de Miller (como foi demonstrado sobejamente por Walter Martin). Querendo concertar um erro, acabaram piorando mais ainda as coisas, semelhante o que fizeram as Testemunhas de Jeová (Charles T. Russel) quando marcaram a volta de Cristo para 1914. Aliás, essas duas seitas são co-irmãs (cf. a matéria Flagrante Analogia no site do CACP)! Essas doutrinas pseudocristã supra citadas lançam por terra todas as regras de exegese bíblica. Mesmo assim, esses continuam sendo os pilares teológicos do Adventismo do Sétimo Dia até hoje. E lembre-se: eles não eram formados em teologia…

Veja os leitores que a Igreja Adventista do Sétimo Dia, nasceu de um crasso erro teológico, nasceu na heresia! E agora vem o tal “professor” tagarelar sobre formação teológica!!! Por favor, amigo, me poupe de tanta demagogia !!! Isso é brincar com a inteligência humana!

Obs: sobre Martin, ler nosso estudo na internet sobre o titulo “A IASD é uma seita ?”, onde analiso a questão de modo claro em relação aos adventistas.

4ª ACUSAÇÃO –
Diz ele: “Propusemos a muitos dos que se dispõem a explicar a Palavra de Deus a analisar serenamente, num espírito construtivo e sem apelação à baixaria das falsas insinuações e acusações”

A Verdade Dos Fatos:
Com todo o respeito a você, e gostaríamos que não se ofendesse, mas refletisse por si mesmo, nos parece aqui, tratar-se de um perfil de alguém que possui dupla personalidade. Parece-nos, aqui, tratar-se de um caso patológico até, uma vez que, embora deseja desvencilhar-se do estigma de “vingativo”, contudo, acaba por se atolar até o pescoço a ele. É o que se depreende das expressões pejorativas colhidas de seu e-mail: “Enfim, o pobre e ridículo Sancho Panza da Silva atuando como fiel escudeiro de Don Quijote Rinaldi. . . Que dupla!” e outros… A doença parece ser incurável (seria uma legalistimia crônica?). Em um trecho que rezava “leite e mel” o senhor me mandou “que não só manava “lei e mel” como situava-se numa posição…” Trocou “leite” por “lei”. É, isto é grave!!! A lei bruxuleou tanto a sua mente que até a neurolinguística foi afetada…
Tenho para mim que o senhor é uma pessoa desequilibrada emocional e espiritualmente, pois ao ser contestado não se agüenta e já demonstra todo o seu fel de amargura proveniente de sua alma (isso é típico de sectários)! Até parece um tal senhor Luiz Martini, que diz ser seu amigo (só podia ser mesmo), o pobre coitado sofre dos nervos, um verdadeiro homem bomba. Anda desafiando a tudo e a todos que não reza pela cartilha adventista. O homem é tão perturbado que até usa de linguagem torpe ao debater com as pessoas. Um homem desta estirpe é um risco para a sociedade… Lembro-me também de outro mau exemplo, um tal de “Ivan Peixoto” (um católico fanático) que quando contestado por mim, não tendo outra alternativa, lançou mão do artifício do “copia-cola” de livros católicos. Somente em dois dias ele me mandou mais de 50 e-mails, exteriorizando assim sua falta de controle emocional.

Outro ponto em que o senhor se equivoca é o fato de que, ao contrário do que aduz, não existem evangélicos anti-adventistas. O que existe, em verdade é o fato de que cristãos cuja regra de fé está fundamentada na Bíblia, repelem heresias porque se trata de pecado, não importando qual nome ela possui: se mormonismo, jeovismo ou adventismo. Essa desculpa é usada em larga escala pelas seitas quando são pressionadas com argumentos bíblicos e postas contra a parede. À mínima contestação e logo já começam a choramingar com jargões tipo: “Ah, vocês são anti-testemunhas de Jeová, anti-mórmon, anti-católicos, anti-espíritas…e agora também, anti-adventistas.

Nós não temos “ódio” dos adventistas como pessoas, isto é ridículo afirmar. Por outro lado, nós não poderemos nunca tolerar heresias, sejam elas vindas de quaisquer igrejas, até mesmo se partir de dentro da nossa própria comunidade como é o caso das “teologias” modernas da prosperidade, cura interior, G12 que surgem por ai… Devemos sempre lembrar que Deus ama o pecador, mas odeia o pecado!

RUDIMENTOS FRACOS E POBRES

Agora, indo ao cerne do debate, vejamos se as doutrinas propaladas pelo senhor, está fundada em razões sólidas e suporta realmente a bigorna dos fatos.

Nosso antagonista no auge do delírio de sua utopia maquiavélica, pretende demonstrar de maneira grosseira minhas supostas “contradições”. Contudo, ledo engano!

Pensamento oficial das várias Igrejas

Não vou entrar no mérito da questão sobre os credos oficiais das várias igrejas históricas, mesmo porque, como já expliquei em minha réplica, elas são frutos do pensamento dos reformadores que foram de certo modo produto do seu meio e de sua época, moldados pelas experiências de vida de cada um. E é bom salientar que os reformadores não são a palavra final em assuntos de religião. Este lugar é ocupado majestosamente pela palavra de Deus – a Bíblia.

Certa feita, debatendo com um católico sobre a “mariolatria”, e não tendo por onde o mesmo fugir, apelou para os reformadores, dizendo que Lutero e Calvino honravam Maria aponto de chamá-la de Mãe de Deus em seu “Magnificat”. Citou-me ainda dois livros escritos por editoras Luteranos sobre Maria, que tinha por titulo “Louvores de Maria”. Sobre as imagens: citou-me escritores protestantes defendendo o tal uso delas. Mandou-me três exemplos de igrejas “protestantes” que usam imagens: as Testemunhas de Jeová, os Mórmons e os Adventistas com seu rosto do Cristo católico estampado nos livros de Ellen White. Ainda me disse que Lutero cria na transubstanciação e na poligamia, citando-me trechos de obras de Lutero e dos reformadores. É claro que nenhum dos reformadores tem a palavra final sobre Fé. Nem mesmo o senhor Brito crê na predestinação pregada por Calvino e as demais igrejas reformadas. Tanto Lutero como Calvino tinham pontos divergentes sobre a lei, pois a cosmovisão de ambos eram subordinadas às suas experiências de vida religiosa: Martinho Lutero, por exemplo, era um monge agostiniano há doze anos quando iniciou a obra da reforma. Até então ele praticara uma espiritualidade ascética, rigorosa, legalista, na tentativa de agradar a Deus e ser aceito por ele. Deus era visto como um ser justiceiro, implacável e irado. A compreensão da verdade bíblica da justificação somente pela fé teve um efeito libertador. Isso talvez explique a atitude um tanto negativa de Lutero em relação à lei. João Calvino, por outro lado, era um humanista, e não um sacerdote. Ele não teve nenhuma crise espiritual profunda ou experiência dramática de conversão. Na realidade, a única coisa que ele disse certa vez sobre a sua experiência é que ela havia sido uma “conversão repentina.” Durante três anos ele estudou Direito em Orléans e Bourges (1528-31). Mas certamente a razão principal do seu interesse pela lei foi sua ênfase na soberania de Deus e da sua vontade. O mesmo podemos dizer de Agostinho e Pelágio. Sobre isso não preciso dar mais explicações…
Mas voltando a questão principal…é notável que uma pessoa que alega posar de “vitima” de “distorções”, ele mesmo caia naquilo que mais ataca. Tomei a liberdade de contextualizar a frase de Paulo aos judeus de sua época em Romanos 2:1,19-22 e aplica-la ao senhor. Cai-lhe como uma luva!

Por favor, me diga: onde eu afirmei que os líderes do passado e do presente negavam a questão da lei; onde eu disse que autoridades de diferentes igrejas não criam na questão da lei? O que realmente eu disse foi que a divisão da lei em duas não era encontrada na Bíblia. Sim, devo admitir que por uma questão de conveniência muitos fizeram esta divisão, mas nós não deveríamos aplicar estas distinções peculiares de nossa moderna linguagem teológica nos textos bíblicos, onde os escritores não tiveram nenhuma intenção em fazer tais distinções. Ainda mais com o fito de criar uma doutrina em cima disto!

Cabe aqui uma pergunta: Existe diferença entre a explicação da lei dada pelos adventistas e pelas igrejas históricas? Vejamos o que crêem os adventistas:

Para o senhor Brito não dizer que estou pincelando os escritos adventistas, vou citar aqui o que crêem realmente os adventistas no tocante à divisão da lei. Antes, porém, devemos novamente relembrar que para todo judeu não há essa tal divisão, e os apóstolos eram judeus, menos um deles. A lei para o judeu era considerada “Una”. Não há de se supor que dentro da teologia judaica houvesse separação entre lei moral e cerimonial. A única diferença que faziam era quanto “a lei escrita” (Torah) e “a lei oral” (Halakoth) e mesmo assim essa nuança era muito tímida. Até mesmo Flavio “Josefo parece estar bem próximo da concepção rabínica da Tora total: como a lei escrita, a Tradição também vem de Moises e, portanto de Deus” (Flavio Josefo Uma Testemunha do Tempo dos Apóstolos pág. 38, Contra Apião II). Veja que até mesmo a “Tradição” na concepção judaica, era considerada como parte da lei dada por Deus.

O QUE CREÊM OS ADVENTISTAS

No livro “Estudos Bíblicos”, livro doutrinário da IASD, traz nas páginas 338 a 341, um estudo sobre a lei moral e cerimonial. Eles contrastam-na da seguinte maneira:

LEI MORAL

Chamada lei real
Proferida por Deus
Escrita por Deus em tabuas de pedras
Foi posta na arca
É perfeita
Deverá permanecer firme para todo o sempre
Não foi destruída por Cristo
Comunica conhecimento do pecado
———————————————————————
LEI CERIMONIAL

Chamada a lei que consiste em ordenanças
Ditada por Moises
Era uma cédula de ordenanças
Escrita por Moises num livro
Foi posta ao lado da arca
Nenhuma coisa aperfeiçoou
Foi cravada na cruz
Foi abrogada por Cristo
Foi tirada por Cristo
Foi instituída em conseqüência do pecado

Christianini aumenta mais esta lista em “Subtilezas do Erro” dedicando 9 páginas inteiras para este fim (pág. 77-85). Por aí, percebe-se a importância desta divisão para a teologia adventista.

Chega a dizer que na lei cerimonial só havia prescrições sobre holocaustos, ofertas, formalidades, sacerdotais, ritual do santuário, festas anuais, luas novas…(pág. 80) e acrescenta, “Nada continha de moral” (idem). Ora, então o que fazer com Levítico 20:18 ? Seria isto uma lei cerimonial ? Ainda afirma que nela o sábado semanal não foi abolido (pág. 84,85). Diz existir dois legisladores (pág. 77) e que a lei moral é denominada de “Lei do Senhor” e a cerimonial de “Lei de Moises”. E que nem um til desta lei moral iria cair (pág. 83).
Pergunto: concordam com isto as igrejas evangélicas citadas pelo nosso antagonista? É claro que não.
Onde algum autor jamais afirmou que a lei cerimonial estava só no livro? Poderá nosso amigo provar pelo mesmo método que o decálogo só continha preceitos morais baseando-se nos artigos de fé? E que alguns deles fizeram tal divisão de “lei do Senhor” e “lei de Moises”, caracterizando uma como moral e a outra como cerimonial? Ora, se nem um til dessa lei iria cair, como explicar que as confissões de fé afirmam que o sábado foi ABROGADO, como p.ex. a Confissão de Fé Batista de 1689?

Para piorar mais as coisas, nosso amigo faz esta tremenda afirmação: “Não existe nada de trechinhos isolados nessas citações, está tudo muito claro, bem definido, bem declarado” Ah, tudo muito claro!!! Observe que ele cita o pastor Antonio Gilberto em sua obra “Manual da Escola Dominical” de modo incompleto, para dar impressão que este autor pentecostal dá apoio à sua heresia. Então porque este mesmo autor nos diz que a parte pactual foi abolida e cita o sábado em Cl. 2:14-17 como parte dela?
Porque então as reticências no meio dos trechos (artifício muito usado pelas TJs) truncando o pensamento dos autores ?
Essa longa e enfadonha lista catalogada de modo seleto pelo nosso amigo (novamente uma semelhança incrível com as TJs, principalmente na brochura “Deve-se Crer na Trindade ?” onde existe uma lista extensa de autores evangélicos depondo “a favor” de sua tese contra a divindade de Cristo, tentando causar assim uma certa impressão nos mais incautos) não prova absolutamente nada, é irrelevante, veja porque:

1. Os adventistas crêem numa divisão da lei totalmente diferente das igrejas evangélicas, apesar da forma parecer igual; o conteúdo e o propósito são diferentes;

2. Os evangélicos acreditam que pelo menos partes do decálogo estavam moldadas com cerimônias, a titulo de ilustração – o sábado;

3. Tal divisão é carente de provas bíblicas.

4. Os evangélicos acreditam que os princípios do decálogo é que formam a lei moral e isto está totalmente à parte do pacto com Israel, pois até mesmo os gentios possuíam-na como lei natural antes mesmo desse pacto ser dado.

Em Mat. 22:36-40 Jesus é interrogado por certo doutor da lei sobre qual era o mais importante mandamento. Para surpresa de todos Ele não citou nenhum do decálogo: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.Este é o grande e primeiro mandamento.E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”

1.Estes dois grandes mandamentos estavam “na lei”. 2. Mas nenhum deles é achado no decálogo. 3. Ambos estavam no que os Adventistas chamam de “a lei cerimonial”, no livro de Moisés. 4. Nenhum deles foi falado por Deus, nem escrito por ele, nem gravados em pedras, nem posto na arca. Foi dito reservadamente por Deus a Moises e ele escreveu no livro da lei que por sua vez foi colocado ao lado da arca. E ainda: estes dois preceitos são os maiores de todos. Assim, então, os maiores mandamentos estão no livro da lei, não nas tábuas de pedras.

Ora, se tais mandamentos do decálogo fossem completos e perfeitos, porque então na lei cerimonial estão mandamentos que não estão na dita lei moral? Onde na lei moral do decálogo proíbe o homossexualismo? No entanto, Deus precisou acrescentar isto no livro denominado pelos ASD de lei cerimonial.

Os princípios desta lei “natural” como bem denomina nosso amigo sabatista é que foram restaurados no NT e não o decálogo do pacto como se encontra debaixo dos moldes judaicos. Tanto é, que muitos mandamentos não se encontram em sua forma completa e nem na mesma ordem no NT.

A bem da verdade, a maioria destes mandamentos do decálogo já se encontravam na forma escrita muito antes de Moises e da Aliança do Sinai. Podemos saber disto lendo as leis das civilizações antigas como o código das leis de Hamurabi. Pesquisas no campo da arqueologia bíblica mostraram que os Dez Mandamentos seguem a forma de um tratado dos suseranos Hititas. O seu preâmbulo mostra (típico da forma com que faziam estes tratados) que o Decálogo era o tratado que o grande Rei fez com a nação de Israel. Seja como for, Jesus restaurou estes princípios. Não há de se falar em contradições:

1. A lei era “Una” não se dividia em moral e cerimonial.

2. Jesus veio abolir a lei “Una” e não parte dela..Esta lei estava condicionada às circunstancias históricas e mescladas com elementos do culto judaico adaptados à situação de Israel como nação.

3. À parte destes elementos cúlticos, os Dez Mandamentos estão relacionados aos princípios morais que sempre foram para todo o gênero humano. A tradição judaica asseverava que sete das dez palavras do decálogo foram dadas aos filhos de Noé e para toda a humanidade. Jesus após abolir a lei, restaurou seus princípios morais no NT. Princípios estes que existiam antes da fundação do mundo, antes do decálogo ser dado a Israel.

4. É neste sentido que Jesus restaurou parte dela no NT (ver estudo sobre a derrogação da lei no CACP)

5. Jesus poderia muito bem ter mudado o decálogo dado a Israel (como de fato fez), sem, contudo, trazer prejuízo àquela lei suprema.

6. O NT reteve o que era de aplicação universal no VT. Porém, queremos deixar claro que isto não se aplica aos cristãos porque estão nos “Dez Mandamentos” mas porque elas são “Leis Naturais” (que é inerente à natureza humana) e que foram reforçadas por Cristo e os apóstolos.

RESPOSTA À QUERELAS TEOLÓGICAS

Azenilto: “Por favor, prezado Presbítero, explique-nos mais claramente esta evidente contradição entre o posicionamento dos credos históricos de todas essas igrejas e de altamente conceituados líderes, autores e pesquisadores cristãos com sua tese de que os Dez Mandamentos não são mais a norma de conduta para o cristão e que quem divide as leis divinas em “moral”, “cerimonial”, “civil” está usando de sofismas.”


RESPOSTA:
Não há de se falar em contradição, contradição há entre o senhor e estes credos; em querer manter o decálogo in totun como foi dado aos judeus e aplica-lo aos cristãos, inclusive com a ordem de guardar o sábado; querer dividir a lei de modo arbitrário em duas. Para os evangélicos dividir ou não tal lei não acarreta em prejuízo algum, não erguemos em cima disto nenhum castelo doutrinário. É apenas uma explicação mais nítida entre o que realmente permanece de princípio moral (lei natural) e o que é apenas parte do elemento efêmero da lei, já não podemos dizer o mesmo dos adventistas. Essa divisão para eles é de grande valia, pois precisam dela para manter de pé a guarda do sábado. Sim, os adventistas usam de sofismas nesta divisão (ver o suposto contraste entre as duas leis feitas por eles), pois tal coisa não resiste a um exame bíblico. Dizer que o Decálogo permanece intacto sendo transferido deste modo para o NT, não é a opinião das igrejas históricas.

“Não parece estranho que se a lei dos Dez Mandamentos foi abolida inteiramente, nove dos seus princípios insistem em continuar valendo, noutra forma superior que seja (“inspirada pelo Evangelho”), tendo exatamente as mesmas regras, citadas pelos vários apóstolos (Paulo, Tiago, João)? Será que não é porque a mesma lei que Deus escreve nos corações e mentes dos que aceitam os termos do Novo Concerto trata-se da que os leitores da epístola—os cristãos-hebreus—já conheciam? (Heb. 8:6-10 cf. Jer. 31:31-33, Rom. 8:3, 4). “


RESPOSTA:
Tenho para mim que o senhor Brito está vendo as coisas pelas lentes adventistas (valendo-se de eisegese) e enxergando coisas que não estão na Bíblia. Onde que os apóstolos citaram as “mesmas regras”? Compare o decálogo e os princípios universais restaurados no NT. Onde o senhor leu isto? Não, não era o mesmo decálogo !

O mais interessante é que este senhor tenta me refutar na questão de Rm. 2:15 apelando para o fato de que “São dois grupos inteiramente diferentes de que Paulo e o autor de Hebreus estão tratando: os que conhecem a lei divina e a acatam voluntariamente como base de um concerto especial com Deus e o gentio que a desconhece, mas traz os princípios morais divinos básicos dando-lhe testemunho de princípios superiores a serem seguidos.”

Mas omite de modo proposital quando cito Davi falando a mesma coisa em Salmos 40:8 onde diz: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.”. Certamente Davi conhecia a lei e a acatava como base dum concerto especial com Deus. Novamente volto a afirmar: caso essa lei fosse a da Antiga Aliança não haveria necessidade de Deus tornar escreve-la nos corações, pois como diz o Salmo supracitado “a tua lei está dentro do meu coração”.Algo interessante é que Logo após o Decálogo ser dado, Deus disse ao povo: “Estas palavras que hoje te ordeno ESTARÃO NO TEU CORAÇÃO” Ora, se a antiga Lei já estava nos corações dos homens seria até supérfluo tornar repetir o mesmo conceito em Jeremias 31:33 aplicando-o ao NT.

“Diante do exposto na pergunta 2a., e a declaração de da Silva: “Jesus falou que veio cumprir a Lei (Gl.4:4,5; Rm.10:4), inclusive o Decálogo. Assim, tendo-a cumprido deixa de ser obrigatório a sua observância para o cristão”, não fica por demais claro que o único objetivo dessa argumentação é dar fim ao mandamento do sábado, o 4o. dentre os dez?”

RESPOSTA:
Não, não fica. Jesus não cumpriu “partes da lei” e deixou outra parte para nós cumprirmos. A bíblia mostra de modo insofismável que Jesus veio cumprir “TODA” a lei. Se os adventistas se apegarem a trechinhos isolados dentro do contexto, como p. ex. o verso 19 do capítulo 5 de Mateus, querendo com isso provar que temos de cumprir a lei. Então terão que cumprir “TODA ELA”, pois o contexto indica (como já demonstrei no e-mail anterior) que Jesus falava de uma lei “UNA” e não só dos Dez Mandamentos. Fato este que o senhor silenciou e não me deu respostas. Se o senhor quiser cumprir apenas parte da lei de Mateus 5:17 está sob maldição, pois está escrito, “maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei para fazê-las”.(Gl. 3:10). O senhor gosta de chamar-nos de antinomistas se bem que Paulo se defendeu de tais acusações também (Rm 3:8; 6:1,15), mas o mesmo versículo que diz que aquele que cumpre a lei será considerado grande no Reino dos Céus, assevera que aquele que viola a lei pode também chegar ao Reino dos Céus! (“aquele que violar… será considerado mínimo no reino dos céus.” v.19). Concorda o senhor com isto? E outro ponto a salientar, é que ao meu ver, o senhor acaba chamando Jesus de transgressor da lei, pois se outros mandamentos (cerimoniais) passaram porque Jesus os cumpriu, logo os que não passaram (morais) foi porque Jesus não os cumpriu? Isso não é absurdo? Mas é isto que se depreende levando às ultimas conseqüências esta lógica tão ilógica.
Como entender essas conclusões de Jesus com respeito a si mesmo e à Lei?

(a) Ele veio cumprir a lei e de fato a cumpriu em todas as suas dimensões: cerimonial, civil e moral. Não houve qualquer aspecto da lei para o qual Cristo não pudesse atentar e cumprir. Cristo cumpriu a lei de forma perfeita, sendo obediente até a própria morte. Ele tomou sobre si a maldição da lei. Ele se torna o fundamento da justificação para o eleito.

(b) Ele não só cumpriu a lei perfeitamente, mas também interpretou a lei de forma perfeita, permitindo aos que comprou na cruz, entendê-la de forma mais completa, mais abrangente.

(c) Agora a justiça da lei se cumpre em nós os que cremos. No entanto, esses que por ele são salvos não são mais dependentes da lei para a sua salvação, correção, ensino ou santificação. Cristo através de sua lei e graça, faz todas essas coisas.

Diz ainda: “Embora o autor diga preconceituosa e distorcidamente que a única preocupação dos cristãos adventistas (e, por extensão, todos os demais observadores do sábado) é “impor” esse mandamento”

A verdade dos fatos: É difícil você dialogar com um adventista sem antes ele mencionar a questão do sábado. Veja o que disse Ellen White: “Separai o sábado da mensagem (do 3º anjo), e ela perde o seu poder; mas conectada com a 3ª mensagem um poder dá suporte a ela o qual convence descrentes e infiéis, e os traz com força para permanecer, viver e crescer e florescer no Senhor.” (Testemunhos, vol. I, pág. 337)

Lembro-me certa vez, bem no começo de meu ministério, um senhor amigo meu, que há anos havia se convertido ao adventismo propôs em seu coração me evangelizar. Como éramos amigos, aceitei o convite. Pois bem, ele ficou quase um ano inteiro ministrando estudos bíblicos em minha casa. Apesar dele falar tudo sobre a LEI de Deus, de como o Papa havia mudado essa lei, de como a Srª White era uma “verdadeira” profetisa, de como o sábado era super importante para a igreja. Mesmo após ter passado por uma bateria cansativa de estudos bíblicos, ele nunca me disse nada de minha necessidade de salvação, nada sobre pecado. Não pense você que isto se constitui um caso isolado. Não. Esta é a marca dos adventistas, por isso são na opinião de muitos mais sabadólatras do que cristãos.

Tenho em minha frente 15 folhetos distribuídos pelos adventistas, sendo que destes quinze, onze vem tratando do assunto do sábado e apenas 1 falando da missão de sua igreja, 3 falam da volta de Cristo e apenas 1, apelando para a pregação do Calvário (falando de salvação). E mesmo assim uma soteriologia que deixa muito a desejar! Por ai se percebe como os adventistas dão primazia à questão do sábado em detrimento de uma verdadeira mensagem sobre salvação.

“Sr. Presbítero da Silva, explique-se melhor de novo sobre isso também: essa de “prescrições” morais, cerimoniais, civis, contidas na lei divina, sendo que alega serem os adventistas que usam de “subterfúgio” e “sofismas” para ensinarem isto. Como é isso, sendo que não são só os adventistas, mas nobres autores batistas, assembleianos, presbiterianos, congregacionais, m/etodistas, além do Presbítero Paulo Cristiano da Silva que dividem as leia divinaa em “moral”, “cerimonial”, “civil” . . . E então, como ficamos?”

RESPOSTA:
Como ficamos? Bem, ficamos da seguinte maneira:

• Os adventistas dividem a lei para manter o sábado. Os evangélicos não.

• Os Adventistas crêem que o Decálogo nunca será modificado em sua estrutura. Os Evangélicos não crêem assim.

• Os Adventistas crêem que nem um “Til” cairá da lei. Os Evangélicos acreditam pois que o sábado foi abrogado. Pois é, o til já caiu!!!

• Os Adventistas fazem desta divisão uma questão de doutrina. Os evangélicos não.

Nosso oponente supõe achar “contradições” em minhas palavras quando falo em preceitos civis, cerimoniais e morais. Pretendendo com isso que eu caia em contradição quando falo em lei “UNA”. E em relação a Christianini, se ele disse que a lei é “UNA” em outras partes ele se contradiz, pois afirma que “O intuito do quadro comparativo abaixo é demonstrar a impossibilidade de existir uma só lei na Bíblia.” (pág. 76).

Uma analogia irá jogar mais luz na questão. Todos sabemos que a doutrina da Trindade é uma das mais importantes doutrinas Bíblicas. Até mesmo os adventistas tende a admitir isto atualmente (pois no princípio do movimento eram arianos). Portanto, é fato consumado.

O credo de Nicéia elaborado por Atanásio sob a supervisão de Constantino e baseados nos pais da igreja sustenta a santa doutrina da seguinte maneira:

“Nós adoramos um só Deus na Trindade, e a Trindade na unidade; sem confundir as pessoas nem dividir a substancia. Pois existe a pessoa do Pai; outra do Filho; e a outra do Espírito Santo…estamos proibidos pela religião católica de dizer: existem três deuses, ou três senhores”

1. Deus é três pessoas;

2. Cada pessoa é plenamente Deus;

3. No entanto, há UM SÓ DEUS.

Deus é composto por três pessoas, no entanto, não há três deuses, mas um só Deus. A pluralidade na divindade não prejudica a sua unidade. Assim também, há UMA SÓ LEI, mas composta por preceitos morais, civis e cerimoniais. Esses vários preceitos não prejudica a sua unidade.


SOBRE ISAIAS 66:23

Nosso oponente arrazoa dizendo: “a profecia de Isaías da continuação do sábado pelos séculos infindáveis da eternidade: Isa. 66:23. A linguagem desta passagem é expressa dentro da visão do regime em que viviam então os israelitas, tendo a “lua nova”, uma reunião mensal, e os “sábados”, que expressa uma reunião semanal. Certamente teremos na Nova Terra dois tipos de reuniões—uma semanal, a cada sétimo dia, de caráter espiritual, e uma reunião mensal, de caráter social. É esperar para ver. . .”

RESPOSTA:
Os escritores bíblicos apesar de serem inspirados pelo Espírito Santo, todavia o fizeram dentro da perspectiva cultural deles. Por causa disto, é bastante provável que Isaias tivesse usado o sábado e a lua nova como meio para medir o tempo, desde que isto era parte da herança cultural dele. Agora se fiarmos por esta linha de pensamento, então se o Sábado estará em vigor na nova terra, também estará em vigor a lua nova. Mas ponderemos: se alguém dissesse que iria visitar sua noiva de Sábado a Sábado isto implicaria que esse noivo iria visitá-la diariamente – de Sábado a Sábado – e não apenas no dia de Sábado. Logo a interpretação correta é que, no futuro, não iremos adorar a Deus em época especiais – de Sábado ou de lua nova, mas que, permanentemente, sem interrupção, estaremos adorando a Deus. Prova disso é Ap.21:1-4,23-24, mostra que no novo céu e nova terra não haverá necessidade de sol, pois as nações andarão à luz do cordeiro. Entretanto, a guarda sabática é de pôr do sol a pôr do sol, mas na nova terra e no novo céu não haverá dia ou noite. Deus revelou esta profecia nas condições que Isaias e seus ouvintes pudessem entender. Demais disso, estas datas vinham acompanhadas de cerimônias tais como oferendas de animais, purificação e congêneres. Guardarão isto também os adventistas? Pois como disse… “A linguagem desta passagem é expressa dentro da visão do regime em que viviam então os israelitas”.

SOBRE OSÉIAS 2:11

É claro que Oseías possui um alcance bem maior do que pretende nosso amigo. Às vezes isto acontece sem que nenhum comentarista toque no assunto. Por exemplo: em Salmos 69:8 fala claramente sobre os irmãos de Jesus, pulverizando de uma só vez as “ponderações” romanistas. Ali não só diz que Jesus teve irmãos, mas que também eles eram filhos de sua mãe e não apenas sobrinhos como querem os católicos. Eu fico imaginando um teólogo judeu da época dos apóstolos e grande apologista das leis judaicas contestando Mateus em seu evangelho. Pegando possíveis erros de citações do evangelista. Ele poderia usar a citação de Mateus quando este afirma em sua apologia que Jesus mudou-se para Nazaré para “que se cumprisse o que foi dito por intermédio dos profetas”. Mat. 2:23. Entretanto, tal profecia não é encontrada em nenhuma parte do AT. Fico imaginando ainda o tal “professor da lei” perscrutando as antigas obras dos rabinos judeus para contestar o evangelista…

Mas este é um argumento bumerangue. Creio que o senhor não ignora aquele ditado que diz “quem tem telhado de vidros não joga pedra no telhado dos outros”. Veja que Isaias 56 é deveras um capítulo importante para os adventistas. Pois especulam que esta seja uma profecia para a era cristã, quando então a igreja gentia iria guardar o sábado. Contudo, pergunto ao senhor Brito: onde Isaias 56 se aplica aos tempos finais? Prova-me isso se possível. Mas use os mesmos critérios e a mesma linha de pensamento que usou contra mim no tocante a Oséias 2:11. Tudo que pode ser usado contra Oséias 2:11, também pode ser usado contra Isaias 56 e 58. Demais disso, há profecias na Bíblia que possuem um alcance maior. Podemos classificar as profecias em três grandes grupos, a saber:

1. Aquelas que tem cumprimento específico e já cumpridas, Isaias 13:19-21; Daniel 9:2.

2. Aquelas que possuem um duplo cumprimento, tal é o caso de Isaías 7:10-14; Daniel 12:11 c/ Mateus 24:15; II Samuel 7:12 (esta profecia diz respeito a Salomão, mas possui também um cumprimento messiânico) Poderia citar aqui muitas outras profecias que possuem um duplo cumprimento. No caso específico dos Salmos muitas coisas ali se referem a Davi, mas possui um cumprimento mais lato no tempo do messias.

3. Aquelas que dentro de um mesmo evento tem cumprimentos em partes, tal é o caso de Joel 2:28-31 que em parte se cumpriu em Atos 2:17-21 cf. também Isaías 9:6-7

Oseías 2:11 é uma daquelas profecias que possuem um duplo cumprimento (alternativa 2). Um se cumpriu quando Israel foi levado cativo para Babilônia e o outro na cruz (cf. Efésios 2:14,15; Colossenses 2:14-17). Digo que é mais fácil provar que Oséias é uma profecia dupla, pois há menção de tal cumprimento no NT, do que Isaias, onde não há uma só menção dos gentios guardando as leis judaicas, muito pelo contrário, o apóstolo repreende o gentio que começa a guardar dias judaicos (Gl. 4:9,10). Então se preferir fica o dito pelo não dito.

MAIS DISTORÇÕES

“Parece, contudo, que nosso oponente merece um pequeno crédito por sua nova visão sobre Mateus 5:17-19. No passado ele alegava que “cumprir” significa “abolir só em parte”, agora já admite que o termo grego pleroo indica total preenchimento do estipulado pela lei. Parabéns, vê-se alguma evolução. . .”

RESPOSTA:
Mais distorções…e isto vindo de um homem que pretende “estar acima de qualquer suspeita”. Quanto esforço, quanta energia jogada fora!!! Constrói suas argumentações em cima de picuinhas! Isto não faz bem para um homem de sua idade…

Prova-me onde eu disse tal coisa. O que afirmei e continuo afirmando é que Jesus cumpriu de fato a lei inteira com todos os seus preceitos nela embutidos. Não precisa mais distorcer minhas opiniões, vou deixa-las mastigadinhas ao senhor.

1. A lei (toda ela) não seria abrogada (destruída), mas cumprida.

2. Quando fosse cumprida iria passar.

3. Todavia os princípios morais dessa lei (lei natural) foram preservados no NT. Desta maneira ela foi DERROGADA, pois parte dela foi conservada no NT.

Não estamos mais debaixo dos mandamentos como Moisés os expressou para o povo de Israel, porque ao serem expressos ao povo nos 10 Mandamentos, eles traziam a recompensa de que os judeus viveriam uma longa vida “na terra prometida” (Ex. 20:12). Quando o principio moral é estabelecido no Novo Testamento ele se expressa num contexto diferente, a saber, num contexto não nacional nem teocrático, mas pessoal e universal destituído da roupagem histórica cultural de Israel.

O fato de estarmos ainda atrelados a princípios morais “semelhantes” no NT, não significa que ainda estamos debaixo do velho Decálogo como dado a Israel. Para citar um exemplo: quando violo uma lei aqui no Brasil semelhante a dos EUA não significa que estou debaixo da lei americana. A verdade é que aquele que violou uma lei no Brasil (matar, roubar, adulterar, mentir) não violou lei alguma nos EUA, nem está sujeita às penalidades impostas neste país.

Onde há a mínima contradição com Abrogar-cumprir-derrogar? Tudo isto se encaixa no que eu disse, a saber: “Cristo, na cruz, cumpriu toda a lei, porém, derrogou-a, extinguiu-a parcialmente para excluir, inclusive, o cumprimento do sábado pela igreja que observa uma nova lei sancionada por Ele.Tanto revogou parcialmente (derrogou-a) que nos versículos que se seguem preleciona que: versículo 21: “Ouvistes que foi dito aos antigos: não matarás… EU PORÉM, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será rel de juízo…” Nesse sentido vide: v. 27-18; v. 31-32; v.33-34. v. 38-39.

“Contudo, ainda lhe falta levar em consideração o contexto imediato e mais amplo da passagem, pois nada diz sobre o vs. 20, “se vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”. Juntamente com o vs. 16, “assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” torna-se óbvio que a ênfase é sobre uma atitude de obediência a uma lei que não poderia estar a ponto de ser abolida ou substituída (ver o vs. 19). Bem como os vs. 21, 27, 33, 38, 43, onde o “ouvistes que foi dito . . . Eu porém vos digo” revela a intenção do discurso de Cristo em todo o capítulo—não o de ensinar o fim da lei, mas sim que esta tem um caráter muito mais profundo e santo do que era ensinado e praticado pelos líderes religiosos daquele povo.

O contexto mais amplo (todo o capítulo 5 até o final do 7) não é um discurso sobre fim de uma lei para início de outra, mas de como essa lei é para ser acatada segundo seus mais elevados e profundos princípios, em contraste com o hipócrita apego exterior à mesma por fariseus e saduceus. Basta deixar o texto falar por si, sem pressupostos anti-sabáticos (como é a clara intenção dos que criam teses absurdas de lei abolida diante desses capítulos bíblicos) que tal verdade se destacará.”

RESPOSTA:
Podemos chamar este discurso apropriadamente de falácia de generalização apressada, como o nome indica, é aquela em que uma pessoa constrói algumas premissas para um argumento e, em seguida, o conclui rápido demais. Sim, concordo. Jesus ensinou sobre guardar a lei, no entanto era TODA A LEI e não só os Dez Mandamentos. O contexto de forma alguma sugere dizer que esta lei era apenas os dez mandamentos. Este argumento fica por conta do senhor….É como o senhor bem disse “Basta deixar o texto falar por si, sem pressupostos”.

O Novo Concerto Reafirma a Lei ?

Quero acreditar que não foi por falta de competência que o senhor Brito utilizou-se do ‘cola-copia”. Talvez falta-lhe um pouco de estudo teológico na questão. Se imaginasse que iria me mandar o capitulo do livro de Christianini teria evitado tamanho esforço, pois tal livro sempre o tenho diante de mim quando escrevo sobre esta questão, se tornou um dos meus livros de consulta. Vejamos então as subtilezas do erro esposadas por Christianini.

Este autor não leva em consideração que o escritor bíblico usa uma figura de linguagem muito utilizada na Bíblia chamada “Sinédoque”, onde toma o “todo pela parte” e a “parte pelo todo” pars in toto continetur. O escritor aos hebreus nos diz que o “Antigo Concerto” foi ABOLIDO e diz também que este antigo concerto era os dez mandamentos.

Uma das matérias estudadas em “hermenêutica” é o uso dos recursos literários. E no caso em pauta, este recurso se chama “repetição”, qual seja, é o uso repetido de palavras, frases ou orações idênticas para dar ênfase ao que se quer afirmar ou provar. Um uso muito habilidoso usado pelos escritores sacros. Eis as provas textuais:

1. “Então o Senhor vos falou do meio do fogo; e a voz das palavras ouviu, porém, além da voz, não viste semelhança nenhuma. Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra” (Dt.4:12-13).

2. “Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o Senhor fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi, e água não bebi; e o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus, aquelas palavras que o Senhor tinha falado convosco no monte, do meio do fogo, estando reunido todo povo” (Dt.9:9-10).

3. “Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme ao teor destas palavras tenho feito concerto contigo e com Israel. E esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, os dez mandamentos. (Êx.34:27,28).

4. “Nela pus a arca em que estão as tábuas da aliança que o Senhor fez com Israel (IICr.6:11)
“…Nada havia na arca senão só as duas tábuas, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel” (IICr.5:10)

5. “Nada havia na arca, senão as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera, junto a Horebe, quando o Senhor, fez pacto com os filhos de Israel, ao saírem eles da terra do Egito…E ali constituí lugar para a arca em que está o pacto do Senhor, que ele fez com nossos pais quando os tirou da terra de Egito.” (I Reis 8:9,21)

6. “que tinha o incensário de ouro, e a arca do pacto, toda coberta de ouro em redor; na qual estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha brotado, e as tábuas do pacto” (Hebreus 9:4)

O peso da prova é tão contundente que dispensa qualquer comentário. É exigido um esforço descomunal, uma verdadeira ginástica teológica para tentar rebater tais provas que per si, já demonstra que os argumentos sabatistas estão fadados ao fracasso. Pois para as coisas claras não há necessidade de qualquer interpretação… in claris cessat interpretatio…

NO CONTEXTO DO SINAI

A palavra concerto ou aliança tem sua origem na palavra hebraica “berith” e “diatheke” no grego. A etimologia é de todo incerta, mas parece prevalecer a idéia de um acordo ou tratado entre duas partes equivalentes ou uma superior a outra. “A maneira mais adequada em se firmar uma aliança foi sem dúvida o documento escrito, em que as palavras da aliança eram lidas, testemunhadas, assinadas e seladas. Tais documentos existem em grande quantidade.” (Dic. Intern. Teol. Ant. Testamento pág. 282)

Os capítulos 19 ao 24 nos dão um vislumbre deste tratado ou pacto. No capítulo 19 Deus propõe a aliança, dizendo ao povo que se eles ouvissem sua voz, seriam o povo especial de Deus com bênçãos sem medidas. Então, Moises, vai e propõe isto ao povo. O povo aceita. Há neste momento um pacto firmado entre Deus e o povo. Agora no capitulo 20 os israelitas começam a ouvir a voz de Deus. Então, Deus, propõe a sua lei que vai até o capitulo 23. Deus promete bênçãos materiais ao povo. Neste momento, Moises, escreve todas estas palavras em um livro. Asperge o sangue da aliança no livro e nas pessoas confirmando assim aquele pacto. Isto selou o concerto entre Jeová e os israelitas. Esta era a Antiga Aliança, o Velho Testamento, o Antigo Pacto ou Concerto que a Bíblia nos diz que se tornou obsoleto Heb. 8:13. Toda essa aliança estava registrada no livro e por isso ele é chamado de “o livro da aliança” Ex. 24:7. Diz o Dr. Alfons Deissler, “…a partir do Deuteronômio em diante “pacto” e “livro” (documento da aliança) representam duas entidades estreitamente ligadas entre si” e “…desempenha um papel essencial na renovação do pacto, promovido por Josias” (Anúncio do Antigo Testamento pág. 70)

E o decálogo estava incluído naquele pacto? Ainda Deissler, “Ora, o Deuteronômio que chegou até nós considera o decálogo como síntese da aliança e do livro… ou seja, como a verdadeira e própria magna charta do pacto, a qual… era conservada, escrita em tábuas, na arca da aliança.” (ibdem) e explica: “Deve-se acrescentar que por “livro da berith” se entende certamente o decálogo juntamente com todas as leis do “livro da aliança”. Certamente que “As dez palavras, ou dez mandamentos, constituem a introdução ao pacto.” ( Samuel J. Schltz – A História de Israel no Ant. Test. Pág. 57)

Os dez Mandamentos está tão integrado no Antigo Pacto quanto o sábado está no decálogo (sic). Na verdade o livro da “berith” aparece como ampliação jurídica ou como comentário e aplicação concreta do decálogo. Simplesmente porque o decálogo foi forjado na lei natural, eterna e imutável de Deus. Podemos dizer que a alma dos Dez Mandamentos era a lei natural de Deus, que por assim dizer, foi como que amalgamada com a estrutura histórica do culto israelita – seu corpo. O Decálogo foi preparado dentro do contexto pactual entre Jeová e Israel, trazendo toda sua peculiaridade. Sendo assim, Deus poderia muito bem ter mudado o decálogo sem, contudo, trazer prejuízo àquela lei maior. Um exemplo: O Brasil possui seu código penal que entre vários artigos declara como crime e é expressamente proibido: o roubo, o furto, o assassinato, o perjúrio etc… Percebemos que estas leis são baseadas na lei eterna/moral de Deus. Se por acaso a lei de nossa Federação fosse abolida, aboliria porventura a lei de Deus? Claro que não. Assim também, a lei estatal de Israel, que foi abolida na cruz, não mudou a grande lei eterna de Deus. Pois tal lei era só uma lei nacional fundada nos princípios da lei eterna de Deus. Seu teor particular era adaptado à época judaica, era por enquanto, “a carta” ou “forma” da lei. Enquanto que o mens legis nunca poderia ser mudado. A carta sim tem de mudar para se ajustar às circunstâncias variáveis das pessoas no mundo. E o decálogo é esta carta. O decálogo era tão intrínseco ao pacto que Deus o retirou para ser um testemunho do pacto, por isso a arca na qual era depositada as tábuas de pedra contendo o decálogo é chamada de “Arca do Testemunho”. O tabernáculo onde ficava esta arca foi chamado de “Tabernáculo do Testemunho”.

Para esclarecer melhor a questão gostaria de citar um dos maiores teólogos que já tivemos, “Charles Finney”, que certamente pode ser considerado um “prócere” do passado. Sua pessoa e obra dispensam comentários. Em sua obra “Teologia Sistemática”, que gira em torno do tema “Lei Moral”, ele nos agracia com tamanha lucidez na questão em lide. Vejamos o que ele diz nesta questão, sendo que sua visão sobre a lei é compartilhada por quase todos os grandes teólogos do passado:

O que é a Lei Moral para Finney ? “A lei moral é uma regra de ação moral com sanções” e mais “É isso que se entende por lei da natureza. É a lei ou regra de ação imposta a nós por Deus na natureza e pela natureza que ele nos deu”… É a lei da natureza, a lei que a natureza ou constituição de todo agente moral impõe a si próprio e que Deus nos impõe porque é inteiramente adequadas a nossa natureza e relações, sendo, portanto, naturalmente obrigatória para nós” (págs. 45,46,48,314)

Estamos sujeitos ao espírito ou a letra da lei ?
“Para a letra da lei moral é possível haver exceções” (pág.290)

Existe algum exemplo a ser dado?
“Os mesmos princípios se aplicam à profanação governamental do sábado. O sábado é uma instituição Divina clara, fundamentada nas necessidades dos seres humanos. A letra da lei do sábado proíbe todo trabalho de todo tipo e sob todas as circunstancias nesse dia. Mas conforme já disse numa aula anterior, o espírito da lei do sábado, sendo idêntica ao da lei da benevolência, às vezes requer a violação da letra da lei. Tanto governos como indivíduos podem e devem fazer no sábado tudo o que seja claramente exigido pela grande lei da benevolência” (pág. 316)

Outro exemplo:
“Quando Paulo diz: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convém” (1 Co 6:12), é preciso que não o entendamos como se quisesse dizer que todas as coisas, no sentido absoluto, fossem lícitas para ele, ou que algo não conveniente fosse lícito para ele. Mas sem dúvida ele queria dizer que muitas coisas inconvenientes não eram expressamente proibidas pela letra da lei; que o espírito da lei proibia muitas coisas não proibidas expressamente pela letra” (pág. 49)

Mas, voltando para a Bíblia, deixemos que ela fale por si, caso contrário, incorremos no erro de querer ajustar o ensino das escrituras de acordo com nossos pressupostos, fazendo deles a base de nossas premissas no que redundará numa teologia cavilosa. Neste momento é justo fazer uma pergunta: Se não estamos mais debaixo da lei judaica inteira em quaisquer de seus aspectos seja ele moral, cerimonial ou civil, então isto quer dizer que podemos matar, mentir roubar, adulterar ou adorar ídolos? Nossa resposta é a mesma dada pelo apostolo: “Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.” Rm. 6:15. Apesar de não estarmos mais debaixo da lei mosaica, isto não quer dizer que o cristão não está sem lei para com Deus. É debilidade infantil, erro crasso quando o senhor Brito nos acusa de antinomistas, de que odiamos a lei de Deus e expressões afins. Ele está na verdade construindo um espantalho para depois se gabar de ter destruído um monstro. Saiba que obedecemos aos mandamentos de Deus não por que estão expressos no velho decálogo, mas por que 1) fazem parte da lei eterna de Deus 2) foram reiterados novamente (foi assim que Cristo derrogou a lei) no Novo Concerto através de Cristo, agora destituído da roupagem pactual do Velho Concerto com a qual estava vestido apropriadamente a Israel. Não faz sentido ficar insistindo em remendar a Nova Aliança com roupagem Velha.

Se os adventistas fizerem jus a coerência, há de admitir que tudo que está no decálogo foi dado por Deus, cada palavra, cada sentença. Ora, não são eles mesmos que dizem que o decálogo é a lei moral de Deus?! Pois bem, vejamos então se os adventistas cumprem de fato a lei “moral” do decálogo como ufanam dizer. Caso contrário incorrem em grande contradição:

1. O segundo mandamento nos diz que é proibido fazer imagens. Sabemos que a igreja Católica é a principal em desrespeitar este mandamento fazendo imagens de Cristo e até de Deus, o Pai.

Contradição: em nome da honestidade terão de admitir que eles mesmos quebrantam este mandamento. E o pior, quebram-no com as imagens provindas do catolicismo. Isto pode ser visto nos antigos livros de Ellen G. White onde a mesma imagem de Cristo que é adorada pelos católicos ilustram os livros da pseudoprofetisa. E mais recentemente a cúpula da igreja tem aceitado enormes imagens de Cristo e anjos dentro de seus prédios. Diz certa reportagem que, “Foi na última Conferência Geral em Toronto, Canadá. Estavam lá muitas imagens de escultura representativas de pessoas das diferentes partes do Mundo que receberão a Jesus em Sua segunda vinda. Todas imagens com tamanhos de homens esculpidas em bronze. Também uma representação da segunda vinda de Jesus, com anjos [efeminados!] e até o próprio Jesus ao centro, tudo esculpido em bronze. “

2. O quarto mandamento que é a “pedra de toque” do adventismo, por incrível que pareça é o que mais eles desobedecem. Vejamos:

a) “seis dias trabalharás”. Para serem coerentes teriam de trabalhar também aos domingos para cumprirem todo o mandamento. Mas parece que preferem obedecer a lei do país, que e´ um reflexo da tão odiada “promulgação de Constantino” de não trabalharem no domingo. Sem falar é claro, na questão do próprio sábado. O senhor Britto sabe mais do que ninguém que um dos principais fatores que levaram o Movimento de Reforma ao cisma dentro da Igreja Adventista do Sétimo dia foi a questão do sábado e da guerra. Pois os reformistas acusam os adventistas do sétimo dia de terem quebrado o 4º e o 6º mandamento quando permitiram que seus membros fossem para a guerra no dia de sábado. Em minha cidade existe um adventista que além de advogado é também locutor de rádio (da rede adventista) e árduo defensor do descanso sabático. Fiquei perplexo quando em debate nos confessou que às vezes precisava trabalhar para seus clientes aos sábados. Legalismo e hipocrisia andam de mãos dadas!

b) junto com a ordem de guardar o sábado havia regras estritas dadas de como devia ser guardado. Era a situação sine qua non para se guardar o sabbath, qual seja:

I – Não deviam ascender fogo Ex. 35:3;

II – Não deviam cozinhar naquele dia Ex. 16:23;

III – Não era para saírem de casa. Ex.16:29;

IV – Os israelitas deviam apedrejar aqueles que não guardassem o sábado Ex. 31:14;

V – Era para os filhos de Israel obrigarem seus escravos a guarda-lo também Ex. 20:10.

VI – Não deveria comprar nem vender neste dia.

Cumprem isto os sabatistas? Não usam eles do trabalho de outros no sábado quando ascendem a luz elétrica, compram uma passagem de ônibus para ir ao culto, saem de casa para ir a igreja em longas distâncias coisa que era vedado pela lei. Sugiro que sejam coerentes também no cumprimento deste mandamento punindo aqueles que não guardam o sábado com a lei do apedrejamento. Pois invoca-se inutilmente o auxilio da lei quem a infringe…Legis auxilium frustra invocat qui commitit in legem.

LEI DE CRISTO E LEI DE DEUS

Nosso antagonista teima em afirmar que a lei de Cristo é a mesma velha lei judaica dado no Sinai. E faz o seguinte silogismo:

“Há quem ensine que a “lei de Cristo”, ou Seus mandamentos (como em João 14:15), nada tem a ver com o Decálogo, ou Dez Mandamentos, sendo tal “lei de Cristo” a nova norma para os cristãos (como se Cristo tivesse rompido com o Pai estabelecendo lei diferente) que traz somente nove dos 10 mandamentos da lei “antiga”, “caduca”, etc. Embora fale repetidamente da “lei de Cristo”, Paulo também fala da “lei de Deus” com igual força de validade (comparar Rom. 7:22, 25; 13:8-10; com Gál. 6:2 e 1 Cor. 9:21).

Tiago fala da mesma lei como baseada no amor, e a chama de “lei da liberdade” (Tia. 2:8-12). João fala da lei de Deus e de Cristo como se fossem uma só e a mesma, sem distinção, ao longo de suas epístolas, 1 e 2 João (ver, por exemplo, 1 Jo. 3:2-4; 4:19-21; 5:1-3 e 2 Jo. vs. 5 e 6).”

“Conclusão: A lei de Cristo e a lei de Deus são uma só e a mesma. Jesus declarou: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Ele acentuou o princípio do amor a Deus e amor ao próximo como base de Seus mandamentos segundo os mesmos princípios básicos da lei de Deus desde o princípio (Deut. 6:5; Lev. 19:18, cf. Mat. 22:37-40). Para Paulo, estar “sob a lei de Cristo” é comparável a estar em harmonia com a lei de Deus (1 Cor. 9:21).”

Resposta –
O termo “lei” e “mandamentos” em ambos os testamentos tem conotações diferentes. Dentro do contexto do VT a palavra “lei e mandamentos” sempre se referem aos ditames de Moises dado a Israel. Os israelitas estavam debaixo da lei de Moises, sujeito ao velho concerto. Já no NT quando se fala em “seus mandamentos” ou na “lei de Cristo” deve-se levar em consideração o contexto da Nova Aliança e não o da antiga. Leva-se em consideração a Cruz e não o Sinai. Duas regras básicas deveriam governar sub examine nosso estudo.

1. O Novo Testamento interpreta o Velho;

2. As Epístolas interpretam os Evangelhos.

Estes dois princípios significam que nós deveríamos ler a Bíblia levando em conta o evangelho e deveríamos julgar todo o assunto através das epístolas.

Os adventistas estão errados em admitir que sempre que se fala de mandamentos no NT o entendimento que se deva ter é que se refiram aos 10 mandamentos. É mais ou menos o que fazem as TJs com o “nome de Deus”. Sempre que encontram o vocábulo “nome” no NT dizem ser uma prova de que o tetragrama YHWH ou sua corruptela “Jeová” foi usado. Mesmo não tendo prova alguma, querem forjar uma prova. Mas voltando a questão…o que Paulo disse mesmo em I Co. 9:21?

1. Paulo não está debaixo da Lei dos judeus. O capítulo nove inteiro faz referência à lei de Moisés.

2. Mas Paulo não está sem lei para com Deus.

3. Paulo está debaixo de uma lei diferente da dos judeus.

4. Paulo está debaixo da Lei de Cristo. O capítulo faz referência direta ao evangelho de Cristo.

OS MANDAMENTOS DE JESUS

Reiteradamente encontramos na Bíblia a recomendação de Jesus para guardarmos seus mandamentos. As seguintes passagens assim indicam:

• “Se me amardes guardareis os meus mandamentos.”(Jo 14.15)

• “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama.”( Jo 14.21)

• “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que guardo os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.”(Jo 15.10)

• “E nisto sabemos que o conhecemos se guardarmos os seus mandamentos. “(1 Jo 2.3);

• “Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.”(1 Jo 5.3).

A NATUREZA DOS MANDAMENTOS DE JESUS

A que Jesus se referia quando falava de seus mandamentos? Ele foi bem específico quando falou de seus mandamentos.

Vejamos a que Jesus se referia quando falava de mandamentos:

? “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” ( Jo 13.34);

? “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”(15.12);

? “O seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo seu mandamento.”( 1 Jo 3.23);

? “E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão.” (I Jo 4.21);

? “E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.” (II Jo 5) (o grifo é nosso) Notou o leitor que nada se fala de guardar o sábado?

Demais disso em Atos 1:2 afirma que Jesus deu mandamentos aos apóstolos pelo Espírito Santo. Paulo nos diz que o que vale mesmo é obedecer aos mandamentos de Deus (I Co. 7:19), mas assevera que seus ensinos nada mais eram que mandamentos de Deus II Co. 14:37 – I Tess. 4:2.

a) Em I João cap. 2 nos vrs.1,2 João fala de Jesus e usa o pronome possessivo “seus” o que revela tratar-se dos mandamentos de Jesus (At.1:2) e não do Decálogo; b); Jesus deu mandamentos aos seus seguidores, mas nunca mandou guardar o Sábado (Jo.14:15,21; 15:10; I Jo.2:3; 5:3); c) O caráter dos mandamentos de Jesus é revelado nas seguintes passagens (I Jo.3:23; 4:21; II Jo.5; Mt.28:18-20); d) Paulo declarou todo o conselho de Deus (At.20:20,27) e disse o que escrevia eram mandamentos de Deus (ICor.14:37), mas nunca mandou ninguém guardar o Sábado, pelo contrário, afirmou que o Sábado fazia parte das coisas temporárias da lei, que constituíam sombra das coisas futuras (Cl.2:14-17; Gl.4:21-31) . Afirmou também que, guardar o Sábado ou dias religiosos era decair da graça (Gl.4:10,11; 5:4). No que diz respeito com a questão em flama a sua reposta além de não esgotar o tema, percebo, respeitosamente, um toque de sofisma nela. De acordo com o seu arrazoado de que a lei de Cristo e de Deus é a mesma porque eles são um, e dele nunca ter rompido com o Pai, é argumento sem força de persuasão, inócuo, simplório demais. Outrossim, Jesus não precisava de “romper” com o Pai para dar mandamentos diferentes dos do Decálogo. Este argumento é de patente exclusiva de nosso antagonista e pelo que percebo muito débil. É porque ele é nosso Deus é que tem poder de mudar onde, como e quando ele quer. É verdadeiro o axioma que diz novus rex nova lex.Veja porque:

• Jesus disse que seus mandamentos não eram dele, mas do Pai, João 14:24 – 17:8,14;

• Jesus e o Pai eram um só, João 14:9, 10;

• Todavia, o mandamento de Jesus era totalmente NOVO (nada no texto sugere que seus mandamentos eram a mesma lei do Sinai), João 13:34 – Mateus 28:20;

• Depois de sua morte o Espírito Santo daria mais mandamentos ainda, João 16:13. Vemos o cumprimento parcial disto em Atos 1:2;

• Mais tarde parece que tais mandamentos foram chamados de “a lei de Cristo” I Co. 9:21 Gl. 6:2;

• Paulo contrasta a lei da dispensação mosaica com a lei de Cristo. Ele chama a lei de Cristo de Lei do Espírito Rm. 8:2; diz que essa lei livrou-o da lei do pecado, algo que a lei mosaica nunca conseguiu fazer v. 3. Em Gálatas ele contrasta a lei de Moises com a lei de Cristo e diz que se você é guiado pelo espírito não esta debaixo da velha lei. Esta lei também pode ser chamada de “lei da liberdade” pois é a que dá liberdade Gl.5:1,13, ao contrário da lei mosaica que escravizava Gl. 4:21,22, também é sinônimo de “lei real” Tiago 2:8,12, que nada mais é do que a lei do amor ensinada por Cristo.

Em última análise podemos dizer que a lei de Cristo e a lei de Deus são a mesma, pois Jesus também é Deus. Todavia seus mandamentos nada têm a ver com o decálogo. Não é porque alguns mandamentos são citados ao longo do NT que significa que o decálogo em si esteja em vigor hoje para os crentes da Nova Aliança. Diante do exposto acima o argumento de nosso oponente não prevalece. O que eles querem mesmo, contudo isso, é preservar o abrogado sábado judaico na igreja.

AS TÁBUAS DA LEI

Na tentativa de provar que o decálogo e juntamente com ele o sábado, está em vigência no NT os adventistas lançam mão de argumentos infantis desprovidos de qualquer fundamento lógico, histórico, que dirá bíblico. Um deles tem a ver com a Arca da aliança e as tábuas de pedra.

“No Apocalipse, o povo remanescente de Deus é caracterizado como os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus” (Apo. 12:17 e 14:12). João descreve uma visão que teve do Templo de Deus, dentro do qual contemplou “a arca da aliança” (Apo. 11:19). Aqueles que conhecem sua Bíblia sabem que nessa arca foram guardados os Dez Mandamentos (Deut. 10:1-5). Por que a João foi mostrada essa “arca da aliança” num contexto claramente escatológico? É que ela representa o trono de Deus que se assenta sobre a justiça (a lei) e a misericórdia (o propiciatório).”

Diz ainda em outro e-mail: “Mas, pode argumentar o quanto quiser, uma coisa ainda as diferencia: uma delas (o decálogo) foi escrita pelo dedo de Deus em tábuas de pedra. A outra pela mão de Moisés em rolos de papiro.A pedra representa perpetuidade, e foi a lei básica dada por Deus com os princípios morais que fundamentam o Seu governo universal, tanto que também foi guardada dentro da arca (outra diferença significativa).”

E ainda: “escrita com o dedo de Deus em tábuas de pedra, e as outras partes da legislação do velho concerto (os preceitos cerimoniais, civis, etc.) que NÃO FORAM PROCLAMADAS SOLENEMENTE NEM REGISTRADAS EM TÁBUAS DE PEDRA! O fato de que no final todas as disposições legais, de caráter moral, cerimonial, civil, foram escritas num livro não desfaz diferença alguma. Notem bem: Persiste o fato de que o Decálogo foi solenemente proclamado e registrado pelo dedo de Deus em tábuas de pedra (ver ainda Êxo. 32:15 e 16). Os demais mandamentos não o foram. Então, como diz aquela piadinha clássica: há uma diferença—e que diferença!”

Os adventistas acreditam que os mandamentos das tábuas são superiores aos demais e sugerem a seguinte razão:
1. Deus escreveu com seu próprio dedo os dez mandamentos, em contrapartida o livro foi escrito por Moises.

2. Deus escreveu em pedra enquanto Moises escreveu em papiro.

3. Deus colocou estas pedras dentro da arca, no entanto o livro foi posto fora da arca.

4. Deus disse que nada acrescentou a lei, por isso é perfeita. Esta é a diferença que Christianini faz em seu livro.

Contudo urgi relembrar que Deus só escreveu o decálogo porque o povo ficou com medo e não quiseram ouvir a voz de Deus, pois que era terrível (Êxodo 20:17-19). Pediram que Moises falasse por Deus, então Moisés escreveu tudo em um livro (24:3,4,7), mas as tábuas e o livro formavam um só concerto e uma só lei. Este concerto ou a lei não poderia ser algo perpétuo, pois foram quebrados por Moisés (Êxodo 32:19), prefigurando assim a quebra da aliança pela quebra do 1º e 2º mandamentos da lei, pelo povo de Israel. Vemos neste incidente algo significativo, pois mostrava quão frágeis eram os dez mandamentos para corrigir o pecado do povo. Novamente são confeccionadas novas tábuas, novamente os mandamentos foram ditos por Deus Êxodo 34:1, mas com um pormenor: desta vez escritos pelo dedo de Moisés v.27,28. Foram estas tábuas escritas por Moisés que foi posta na arca. Todo esse alarde feito pelos adventistas de que eram superiores, não possui força de prova, pois se fosse assim a vara de Arão e o maná, também o seriam, pois ambos foram postos dentro da arca (Hebreus 9:4). O livro do testemunho que segundo os adventistas é inferior à tábua, e é até irônico dizer, não sofreu um arranhão sequer, enquanto os dez mandamentos foram quebrados. A verdade dos fatos é que existiam preceitos morais dentro do livro e mandamentos cerimoniais dentro do decálogo.

É digno de nota o fato de que a aliança que Deus fez com Israel no Sinai refletia no fundo e na forma os tratados de suserania Hitita. M.G. Kline em sua obra Treaty and Covenant, mostra que o tratado de suserania encontrado no antigo Oriente Próximo é a chave para a compreensão da forma de aliança de Deus com o antigo Israel. Ele e muitos outros estudiosos sugerem ainda que os dez mandamentos, o livro da lei e textos como Josué 24 estão todos baseados em um modelo de aliança encontrado nas antigas civilizações que contém:

1. Um preâmbulo no qual o suserano (o autor) é identificado;

2. Um prólogo histórico que descreve a relação anterior entre as partes;

3. Estipulações básicas e detalhadas; as condições e as exigências do suserano;

4. Depósito de uma cópia do pacto no santuário do vassalo;

5. Leitura pública periódica dos termos do pacto diante do povo;

6. Juramento de lealdade acompanhado de maldições e bênçãos invocadas sobre o vassalo, isto é, a ratificação da aliança;

7. Testemunhas e direcionamento para que se cumpra o acordo.

“Quase todos os tratados dos séculos 14 e 13 a.C., de que se tem notícia seguiam esse padrão bem de perto.” (Mcdowell). “É perfeitamente possível que aquele marcado caráter de estatuto de aliança tenha sido impresso no decálogo…sob inspiração daqueles tratados.” (Deissler).

“Todo este procedimento pactual provê o contexto cultural em que o relacionamento de Deus com seu povo é formulado” (Dic. Int. Teol. do Ant. Test.).

É notadamente marcante o exemplo histórico que temos quanto a isto. Escavações arqueológicas tem demonstrado que o Código de Hamurabi escrito na época de Abraão seguia bem de perto esta forma. Este código foi escrito em uma pedra negra com cerca de 2,40 m, e contem 82 seções sobre diversas leis. Muitas leis contidas nesta pedra revelam inúmeras similaridades com as leis do Pentateuco, quanto a castigo de crimes, imposição de multas contra delitos leves e quebras de contratos. No extremo superior desta pedra há um baixo relevo que mostra Shamash, o deus sol, no ato de dar as leis ao rei Hamurabi. Também os tabletes de Ras Shamra que datam cerca de 1400 a.C. registram várias leis similares às do livro do levítico como ofertas queimadas, os holocaustos, as ofertas de culpa e as ofertas pacíficas (Mcdowell).

Como vimos, não há nada que indique a fantasiosa e ingênua diferença erigida pelos adventistas ao dizer que os dez mandamentos eram superiores porque Deus os escreveu em pedras. Fica provado que a forma do pacto Israelita era baseado nos pactos das civilizações do antigo Oriente. Não cabe aqui descrever todos os documentos antigos escritos em pedras encontrados pela arqueologia que depõe gritantemente a favor do fato de que escrever os dez mandamentos em pedras, não passava de um costume da época. Isto posto, fica assim desfeita as invencionices utópicas dos adventistas. Em suma é isto:

1. Era costume dos povos antigos alegarem que recebiam as leis das mãos do seu deus (exemplo de Hamurabi);

2. Era costume dos povos da época gravar estas leis em pedras;

3. Todas essas leis de certa maneira, em seus múltiplos aspectos, qual seja, cerimonial, moral e civil estava contida no código dessas civilizações.

Veja o senhor, de nada adianta atacar a doutrina “errônea” de outrem se existir “furo” na sua própria teologia.

A ARCA DA ALIANÇA

Primeiramente, gostaria de responder a pergunta de nosso amigo quanto à visão da arca no livro do Apocalipse. Ao contrário do que ele quer que acreditemos, a aparição da arca está ligada a Israel somente. É por isso que o contexto indica o templo, altar, adoradores, gentios, cidade santa, testemunhas (11:1,2).Nada fala da igreja de Cristo. Parece reportar às duas testemunhas do livro de Zacarias, mas que o anjo omite o nome aqui, talvez quem sabe seja Elias e Moises pelo tipo de ministério que exercem. Seja como for, o contexto é puramente judaico. E deve-se lembrar que a arca era o símbolo da presença e proteção divina. Quando Israel saia para a guerra sempre levava a arca. Ela representava a presença protetora de Deus. Nada mais oportuno, naquela atual situação, mostrar a arca (que era completamente compreensível na mentalidade judaica) como um símbolo da presença divina. Sem falarmos no fato de que as tábuas nem foram mostradas ao apostolo, mas somente a arca. Talvez nisso, Ellen White tenha sido mais agraciada do que João, pois em uma de suas alegadas visões diz ter visto a arca (Vida e Ensinos, pág. 90) com 1º) as tábuas da lei com a vara de Arão e o maná, contrariando o texto bíblico que diz que “…Nada havia na arca senão só as duas tábuas, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel” (IICr.5:10) e 2º) eram escritas com o dedo de Deus contrariando o texto bíblico que diz que as primeiras tábuas escritas com o dedo de Deus foram quebradas e as últimas foram escritas com as mãos de Moises. Ora, se a visão da arca implica em algum tipo de ligação com os cristãos, então a antiga aliança permanece ainda, pois a arca era o símbolo da antiga aliança, mas a Bíblia diz que o velho concerto foi por Cristo abolido.

No livro “Pedras que Clamam” o arqueólogo cristão Dr. Price joga mais luz nesta questão quando diz: “A arqueologia também nos ajuda a entender a razão para as tábuas terem sido depositadas dentro da arca. Nas culturas do Oriente Próximo, nos tempos de Moisés, era costume pôr documentos legais e acordos entre reinos rivais “aos pés” do deus que cultuavam, no seu santuário. Este deus agia como o guardião dos tratados e supervisionava sua implementação. Registros egípcios fornecem exemplos disso num pacto feito entre Ramsés II E Hatusílis III. O acordo foi fechado ao depositar uma cópia do tratado aos pés de Teshup, o deus do rei hitita, e de Rá, o deus do Faraó. As tábuas da Lei colocadas dentro da arca estavam igualmente “aos pés de Deus”, porque a arca era o escabelo de seus pés.” (pág.184)

Pois bem, aí está, o ato de colocar as tábuas dentro da arca não era algo sui generis, mas um costume das civilizações antigas. Não podemos ver nisto nada de extraordinário. Ainda o fato de o livro ter sido posto fora ou dentro da arca, é questão que divide estudiosos judeus. Seja como for, a permanência do livro fora da arca pode ser explicado da seguinte maneira: o fato de uma cópia destes tratados serem postos fora, como uma testemunha, como indica a historia dos povos antigos, talvez tenha influenciado as dimensões da arca. Eis algo para se pensar: Porque será que a arca desapareceu depois do reinado de Jeoaquim ? O destino último da arca é um mistério. Entrementes, o mesmo Jeremias que profetizou sobre a substituição da Antiga Aliança (31:31) também profetizou sobre o desaparecimento da arôn habberît (3:16) que continha as tábuas da lei comumente chamadas de “tábuas da aliança”. Nota bene que a velha lei desapareceu litteratim.Após termos demonstrado com provas irrefutáveis que esse argumento é no mínimo ridículo desprovido de toda a lógica, passaremos agora a outras falácias levantadas por nosso oponente.

O ENIGMA DA ESFINGE

Na Grécia, literatura e arte se inspiraram freqüentemente no mito de Édipo e da esfinge. Esta, segundo a lenda, aterrorizava os habitantes da cidade de Tebas e matava os que não conseguiam resolver o enigma por ela proposto: “Que animal caminha com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde e, contrariando a lei geral, é mais fraco quando tem mais pernas?” Édipo conseguiu decifrar o enigma, dizendo que era o homem; ele engatinha quando bebê, anda com duas pernas ao longo da vida e precisa de um bastão na velhice. Ao ouvir a resposta, a esfinge, derrotada, jogou-se num abismo.

O ENIGMA DE BRITO

“Por fim, como a nossa tradicional pergunta-desafio não foi respondida, a ela voltamos. Onde é dito nas Escrituras que quando Deus escreve Sua lei nas mentes e corações dos que aceitam os termos do Seu novo concerto (Novo Testamento), o 4o. mandamento fica de fora ou o domingo toma o lugar do sábado?—Ver Hebreus 8:6-10 e 10:16.”

E prossegue em seus sofismas dizendo: “Longe de ensinar que o Novo Testamento representa um novo concerto sem a lei moral divina básica expressa no Velho Testamento, o autor de Hebreus mostra que aos que aceitarem os termos do Novo Concerto (ou Novo Testamento) o próprio Deus escreveria a Sua lei em seus corações e a imprimiria em suas mentes (Heb. 8:6-10; 10:16). Paulo compara o cristão sob o novo concerto com uma “carta, escrita em nossos corações, conhecida por todos os homens . . . escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2 Cor. 3:1-11). No novo concerto, firmado sobre “melhores promessas”, Deus escreve a Sua lei nos corações dos que aceitarem os seus termos, tirando-a das frias tábuas de pedra para gravá-la nos corações aquecidos pela graça divina (ver Heb. 8:6). Note-se que essa “lei de Deus” é a mesma que constava da promessa original dirigida aos filhos de Israel em Jeremias 31:31-33 e não outra. O ônus da prova fica com quem negue este fato, claramente estabelecido nestes textos, além de Heb. 10:16, que confirma: Deus escreve a Sua lei nos corações de Seus filhos sob a nova aliança. Os leitores cristãos-hebreus da epístola entenderiam isto perfeitamente.

Conclusão: O contexto destas passagens (todo o capítulo de Hebreus 8 e 10) claramente define que se aplicam ao novo “Israel” de Deus, aqueles da dispensação cristã. Afinal, o novo concerto é agora disponível a todos, judeus e gentios, pois o muro de separação foi desfeito com a abolição da “lei cerimonial”—não da “lei moral” (Efé. 2:11 a 22). Portanto, o tema da lei divina não é coisa do Velho Testamento. Pelo contrário, é componente fundamental do próprio Novo Testamento, por certo em seus aspectos morais, não cerimoniais.

Resposta Apologética:
De facto a prima facie este argumento parece ser uma fortaleza inexpugnável, e o pior é que nosso amigo parece acreditar realmente nisso. Mas isto é pura e simplesmente um petitio principii,isto é, espécie de sofisma que consiste em ter por demonstrado o que ainda não se provou. A bem da verdade, toda esta defesa se coloca numa posição um tanto contraproducente, contraditória, com respostas que mais parecem charadas teológicas do que uma resposta propriamente dita, pois ao que facilmente se evidencia, ele não passa de um reflexo das literaturas de Bacchiocchi. Mas teima em repetir os mesmos chavões, “ninguém”, diz ele, “ainda conseguiu dar respostas a ela”.Ora, agarrar-se a um postulado desta maneira não é um modus operandi adequado em apologética, mesmo porque, já exploramos este tema à saciedade. A priori o que constatamos é que o ego do ser humano não consegue admitir seus erros, admitir que falhou em seus postulados. Como já disse e torno a repetir: a rejeição às verdades por nós apresentadas, não se dá tanto em nível de mente como em nível de vontade. Não é tanto uma questão de não conseguir entender, mas de não querer aceitar.Portanto, a arrogante frase esfíngica de que “ninguém agora, seja ele protestante, católico ou TJ conseguiu se quer dar um inicio de resposta”,reflete muito bem o que quero dizer.

Pois bem, faz-se aqui relembrar que certa feita nosso antagonista foi confrontado por certo católico por nome de Ramalhete, que também era professor, que do mesmo modo ostentava (e nem ao menos fazia menção da modéstia) em dizer que nenhum protestante respondia às suas perguntas. Isto é confirmado na integra por nosso amigo adventista quando enviava seus e-mails, “Ao trocarmos mensagens com alguns católicos terminamos sendo “convocados” a debater os temas que estávamos tratando com um intelectual católico. Ele nos submeteu cinco perguntas às quais, garante num site que dirige, nenhum protestante é capaz de responder, só os católicos teriam respostas adequadas às mesmas” É importante saber que nosso amigo adventista respondeu a este senhor (e porque não dizer) com muita propriedade. Mas pergunto: o senhor, o tal católico, deu-se por vencido? Claro que não! Até hoje aquelas perguntas ainda permanecem em seu site acompanhadas do velho chavão, “nenhum protestante conseguiu responder” (será que isto é complexo de professores?). Por ai percebe-se que a questão se encontra em outro patamar, foge do campo do debate e desloca-se para a questão dos sentimentos, da obstinação até. Mas vamos adentrar ao cerne da questão.

Em Jr. 31:31 há uma promessa de um novo concerto. Todavia, este novo concerto seria feito com o Israel e Judá literais, não com o Israel espiritual, exceto secundariamente e como enxertados no Israel literal (Rm. 11:16-27). O assunto inteiro do capitulo 31 de Jeremias fala da Restauração do Israel literal (cf. Jer. 30:4,7,10,18 – 317,10,11,23,24,27,36). Quando Jeremias proferiu estas palavras ele não deu a entender que a lei em quaisquer de seus aspectos iria mudar. Nenhuma autoridade judaica posterior havia entendido isto. A lei do qual fala Jeremias é a lei inteira. Não há a mínima possibilidade de que Jeremias esteja se referindo apenas aos dez mandamentos. Não. Jesus nunca ensinou que os sacrifícios de animais seriam substituídos pela morte dele. Nunca ensinou que as festas, os sábados, as ofertas, o sacerdócio seria substituído por ele. Pelo contrario, até mesmo chegou a afirmar que não veio para ab-rogar a lei. Veja que segundo a profecia este novo concerto seria feito com Israel e Judá, os dois reinos que havia na época do profeta e que foram ambos cativos. Para entendermos isto, termos que ver o que se passava na época do profeta. Jeremias profetizou durante quarenta anos pelo reinado de cinco reis. Ele havia experimentado a reforma da aliança na época do rei Josias. Seu pai o sacerdote Hilquias, havia achado o livro da lei (II Rs. 22:8-20).O povo se apegava ao templo (Jr. 7:4) e a lei (Jr. 8:8), mas de modo distorcido. O profeta então, entende que não bastava apenas uma “renovação” da aliança como ele mesmo havia presenciado no reinado de Josias, isto não alterava o coração do povo, mas que haveria de ter uma nova aliança dentro de um novo coração. A expressão “vem dias” usada pelo profeta (30:1 – 31:27,31,38) chama a atenção para o tempo que isto iria ocorrer. Não bastaria ter apenas um templo, mas um novo templo, ou seja, a presença de Deus estaria com eles de verdade não apenas na representação da arca. No capitulo 32:37-44 explica que isto seria cumprido após o cativeiro pela frase…porque (a razão) os farei voltar do seu exílio v.44. O profeta do cativeiro, Ezequiel, também profetizou isto no capitulo 36, especialmente os versos 26 e 27. O cumprimento parcial estrito desta aliança é feito nos dias de Neemias (Ne. 9:38 – 10:29). Talvez estivessem em mente o texto de Jeremias 31:32. Neemias teve como companheiro íntimo na obra de Deus, o profeta Malaquias, que entre outras coisas profetizou a vinda do próprio Deus para selar esta aliança (Ml.3:1).

Um cumprimento mais lato

Os escritores do NT embora sabendo que aquela aliança se aplicaria ao Israel literal perceberam que aquela aliança de Neemias foi um pré-cumprimento, pois entendiam que em Jesus ela possuía um alcance maior e mais rico. O próprio Jesus pouco antes de morrer disse que nele selava-se a nova aliança Mt. 26:28. Nele se cumpria de maneira cabal todas as promessas e profecias da Bíblia. Jesus não só veio trazer uma nova aliança. Nele se cumpre tudo:

1. Ele não veio trazer somente uma aliança, mas ele próprio é a aliança nossa com Deus Isaias 42:6 – 49:8.

2. Ele próprio é o sacrifício desta aliança – Hebreus 10:12,14;

3. Seu próprio sangue é o sangue que sela a aliança – Hebreus 9:14;

4. Ele próprio é o sacerdote que preside esta aliança – Hebreus 8:1;

5. Ele próprio é o mediador da aliança – Hebreus 12:24;

6. As promessas desta aliança não são terrenas e temporais como vemos em todas as outras alianças feitas com: Adão, Noé, Abraão, Moisés e Davi. Mas as promessas da nova aliança são eternas e espirituais por isso são melhores.

7. A Base da antiga aliança era as dez palavras Ex 34:27, mas ele próprio é a própria palavra de Deus e conseqüentemente a nossa lei (João 1:1; Hb. 1:1).

Os seus mandamentos são espírito e vida João 6:63 por isso é que ele se torna o Espírito de Vida Rm. 8:2 em contraposição da lei mosaica que estava enferma pela carne v. 3 (os versos 2 e 3 deste capitulo fala sobre três leis: a lei do espírito de vida, a lei da carne e a lei mosaica). Enquanto a lei mosaica não podia ajudar em nada, pois estava enferma pela carne, a lei do espírito de vida por outro lado consegue vence-la. Daí se percebe que a lei do Sinai não é a mesma lei do espírito de vida (segundo acredita nosso amigo adventista dizendo que ela é apenas renovada no coração). O apóstolo faz uma distinção ainda quanto a lei de Cristo e a lei mosaica. Em gálatas ele diz que devemos andar debaixo desta lei (de Cristo) para sermos guiados pelo espírito por que não estamos mais debaixo da lei mosaica (Gálatas 5:18 e Rm. 6:14). Ele afirma que a lei matava II Co. 3:6, e que não estamos mais debaixo da lei gravadas em pedras, mas debaixo da lei do espírito de vida v.3,6.

É claro que os escritores neotestamentario (principalmente o de Hebreus) entenderam a nova aliança não mais nos moldes da dispensação judaica. Não faziam mais menção das promessas do Sinai, agora seu ponto de referência histórico era Cristo, sua obra e seus mandamentos. Não podemos entender o termo “minhas leis nos seus corações” como as leis mosaicas, pois o escritor aos Hebreus, como já vimos, parte duma perspectiva totalmente diferente. Ele não entende mais a promessa de Jeremias nos moldes judaicos, mas sob uma perspectiva cristológica. Perceba que ele muda toda a promessa para que seu ponto culminante recaia sobre Cristo. O sacerdócio, o sangue, o tabernáculo, o mediador, a aliança, as promessas e a lei. Sua perspectiva agora é totalmente neotestamentaria, debaixo da nova dispensação. Conseqüentemente, esta lei tem de ser a lei de Cristo e não a lei do antigo pacto. Pois este já foi abolido (Hebreus 8:13). Se seguirmos o pensamento dos adventistas nesse ponto como esposado por nosso amigo Brito quando diz: “Note-se que essa “lei de Deus” é a mesma que constava da promessa original dirigida aos filhos de Israel em Jeremias 31:31-33 e não outra…Os leitores cristãos-hebreus da epístola entenderiam isto perfeitamente.” teremos forçosamente de admitir que eles teriam que guardar toda a lei, pois o profeta não entendia a lei dividida em duas, uma moral e a outra cerimonial. Por isso mesmo, foi a promessa adaptada, e em Jesus e na sua lei, encontrou novo significado e cumprimento cabal. Por causa disso, o apostolo Paulo dizia que não estava mais debaixo da lei de Moises, mas, no entanto, não estava sem lei, pois estava debaixo de outra lei a qual ele chama de “lei de Cristo” (I Co. 9:21). A propósito, o escritor assembleiano Elinaldo Renovato em comentários da revista da escola dominical do 3º Trimestre de 2001 sobre o livro de Hebreus, comenta que: “Com Cristo, houve de fato, uma mudança não só do sacerdócio, mas também da lei. Antes era a lei da justiça, das obras. Com Cristo, veio a lei da graça, a lei do amor. “No Antigo Pacto, o culto era mais exterior: havia sacrifícios de animais, os rituais, a guarda dos sábados, das luas novas, etc. O Novo Concerto trazido por Cristo, em tudo é superior. A lei de Cristo é colocada no coração do homem.” E ainda faz uma comparação entre as duas alianças dizendo que a antiga aliança era escrita em pedras, mas que a nova é escrita no coração. Que na antiga era a lei, mas que na nova é a graça. ( lição 8 – pág. 48,53/5). E é bom frisarmos que estes escritos tem a supervisão do Dr. Antonio Gilberto (àquele pentecostal – que fala em línguas – que o senhor Brito fez questão de frisar), que é o consultor doutrinário e teológico da referida revista.

DE MOISÉS OU DE DEUS?

“Também a expressão “lei mosaica”, tão a gosto do Presbítero da Silva para referir-se à lei divina, não se acha na Bíblia. E não é uma expressão muito feliz, pois em lugar de esclarecer, só confunde, pois a lei divina é chamada basicamente de “lei de Deus”, “lei do Senhor” ou “mandamentos de Deus”. Afinal, em última instância a lei não é de Moisés, que foi apenas um intermediário entre Deus e o Seu povo escolhido. Claro que isso inclui a lei em todos os seus aspectos e é de Deus, não de Moisés. Pode até ser chamada em alguns casos de “lei de Moisés”, mas Deus é o Seu autor… É tão simples de entender, por que complicar?”

Se existe alguém que confunde e complica as coisas aqui, estes são os ASD, que fizeram uma divisão estapafúrdia entre lei de Deus e lei de Moises. Ainda se dá ao luxo de tentar me corrigir em questões gramaticais (seria mais proveitoso corrigir sua esposa, pois carece de umas aulinhas de português)! Ora professor, lei de Deus não é o mesmo que lei divina? Pois é, lei de Moises é o mesmo que lei mosaica. Se o nosso ex adverso não consegue compreender semântica (a da mais simples), que a fortiori deveria saber, o que dirá teologia! Apenas dois versículos “DA BÍBLIA” bastam para demonstra-lo (pois ao que parece não anda lendo-a muita bem ultimamente) Neemias 8:1 e Mateus 24:44. Mas pelo que vejo há alguma evolução em seus pensamentos, pois em detrimento à afirmação adventista, agora parece que aquela velha divisão está desaparecendo, qual seja, lei de Moises não é mais a abrogada “lei cerimonial” e a lei de Deus não é mais a vigente “lei moral” (e diga-se de passagem, expressões estas que são alheias ao texto bíblico como o senhor mesmo admite). Agora todas elas vêm de Deus, meus parabéns!!! Estamos chegando a um consenso! .

“O Presbítero da Silva diz que “mudando a Aliança ou Concerto muda-se também a Lei – mutatis mutantis – como de fato se deu”. Só que ele se esqueceu de dizer onde mudou, e como mudou, pois no final de contas a única mudança que ele pretende demonstrar é a do fim do sábado (para a entrada do domingo?). Todos os demais preceitos morais permanecem intactos na nova aliança! Então, por que ele não diz logo—“na nova aliança houve UMA mudança: o fim do sábado, para o domingo tomar o seu lugar. No mais, permanece ‘tudo quanto dantes, no quartel dos Abrantes. . .’”? Pra que tantos volteios, e subidas, e descidas, e avanços e recuos para expor a sua intenção óbvia que é livrar-se do mandamento do sábado de qualquer jeito?”

Bom, isto é fácil de demonstrar: Ora, o lugar foi a cruz; e o modo foi cumprindo-a por nós; foi ai que introduziu-se o novo pacto com a mudança da lei. Em seu aspecto cultural dentro do contexto do pacto não foi só o sábado que mudou, mas muitas coisas mudaram no decálogo. Demais disso, não somos nós que nos livramos do sábado, mas o próprio NT.

QUEM SAIU E QUEM NÃO SAIU DO EGITO

“Ele com isso demonstra que realmente não estudou bem a história do povo de Deus em sua Bíblia, pois ignora que juntamente com os hebreus que saíram do Egito houve uma “mistura de gente”, egípcios que resolveram unir-se ao povo de Israel e que, logicamente, sujeitavam-se a todas as regras civis e religiosas daqueles aos quais se uniam: Êxo. 12:38. Afinal, as ordenanças divinas aplicavam-se tanto aos filhos de Israel quanto aos estrangeiros que com eles habitassem.”

A inópia da resposta emitida por nosso antagonista sugere que ele precisa urgentemente ler a Bíblia. Por certo não ignora que Deus fez o pacto somente com Israel e aplicável, é claro, aos seus descendentes que eram israelitas. Torno a repetir que Deus nunca tirou um gentio ou seus antepassados do Egito! Ex 20:2. É claro que saiu um populacho como indica a Bíblia, mas foi por livre e espontânea vontade e não por força de promessa, não por causa da Aliança. Mesmo assim, é opinião de alguns comentaristas que àquele populacho incitou Israel a pecar no deserto. Demais disso, todo gentio que se sujeitava à religião judaica tornava-se prosélito e não era mais considerado gentio estritamente falando. Este argumento é irrelevante. E para fechar tão descabida eisegese, ele escolhe justamente dois textos que não dizem absolutamente nada. Pois Isaias 43:9 está falando da diáspora e diz unicamente que Israel é testemunha dos feitos de Jeová, e não que era testemunha para pregar. Já Isaias 60:1 fala de Israel no Milênio.

“Acaso Adão e Eva saíram do Egito e estiveram junto ao Sinai? No entanto, a eles se aplicavam os mandamentos divinos e, especificamente, o mandamento do sábado, pois Jesus disse claramente que “o sábado foi feito por causa do homem”, não do judeu (Marcos 2:27). Para saber se isso abrangeria o casal original e seus descendentes basta fazer uma simples pergunta: Adão era homem ou era bicho? A resposta, logicamente, é que ele era homem, e no grego o termo em Marcos é antropos (aplicável a toda a espécie humana). Por outro lado, basta ler com atenção Gênesis 2:1-3: Deus não só descansou no sétimo dia. Ele ainda fez duas coisas que alguns cristãos evangélicos (mas não todos, como veremos mais adiante) se esquecem: abençoou e santificou o sétimo dia. E a palavra “santificar”, segundo os melhores dicionários bíblicos ou seculares, significa “separar para uso santo”. A linguagem do 4o. mandamento faz referência a esse fato e mostra que Deus estabeleceu o sábado na Criação para servir de memorial de Sua obra como Criador dos céus e da terra (Êxo. 20:8-11).”

Sinceramente eu esperava mais de nosso amigo, posto que se trata de debates teológicos com um “professor” e ex-redator da CPB. O que posso dizer…uma pergunta tola merece uma resposta à altura (desculpe-me as palavras incisivas).

Este tipo de argumentação é de caráter paliativo. Onde está escrito que Adão e Eva guardaram os Dez Mandamentos? Por favor, prove-me isto? E pior, onde existe alguma ordem para ambos guardarem o sábado? Isto é ir além do que está escrito. É forçar as escrituras a dizerem o que ela não diz. Quanto a questão de Marcos 2;27, merece de nossa parte um exame especial, pois parece que os sabatistas acham isto um bom argumento em seu favor. Então vejamos onde está a falácia desse argumento:

1. O contexto não enfoca a universalidade do sábado, mas a autoridade de Jesus sobre ele.

2. Jesus não alargou o mandamento, mas restrigiu-o aos judeus.

3. Se Jesus estivesse realmente dizendo que o sábado era para todo ser humano, isto teria levantado outra controvérsia com o fariseu e não refutado ele, pois consideravam o sábado como posse única da nação judaica (cf. Jubileus 2:19).

4. Porventura um judeu é homem ou bicho? (desculpe-nos os leitores por usar de tão pobre retórica!) Então antropos aplicava-se a eles, só isto já esmiúça por completo o castelo farisaico erigido por nosso antagonista.

5. O fariseu tocou no comportamento dos discípulos e não de gentios. Ele havia superestimado a importância do sábado e Jesus respondeu a ele não para aumentar ainda mais sua importância, mas para restringi-lo. Seu ponto de vista era que o sábado foi feito para servir às pessoas e não o contrário. Para exemplificar isto podemos dizer que a “circuncisão foi feita para seres humanos e não para os anjos”. Com isto ninguém em sã consciência iria insinuar que a circuncisão era para todo gênero humano, mas tão somente para os judeus.

No tocante ao tema da santificação o argumento é uma verdadeira pexotada jesuítica, pois se o sábado é um mandamento moral como alardeiam nossos oponentes, porque então precisou ser santificado? Ora, um mandamento moral não precisa ser santificado, pois é tal por natureza. Imagine Deus precisando santificar algo que por natureza já o é! Demais disso, não se pode afirmar que o sétimo dia de Gênesis seja literalmente 24 horas, pois não fornece a mesma seqüência dos outros dias, isto é, “houve tarde e manhã o dia tal”, mas quanto ao sábado só reza que Deus descansou nele e pronto. Este repouso é o repouso de Deus de Hebreus 4:9 no qual entramos pela fé em Cristo, e duma perspectiva escatológica, ainda iremos entrar. E tem mais: Se Adão foi criado no sexto dia não justificaria ele ter de descansar já no dia seguinte, sem falar que ele estaria quebrando o mandamento de primeiro trabalhar seis e só então, descansar um, pois só merece o descanso divino quem trabalha. Mas se pelo contrário, ele manteve o mandamento corretamente, seu descanso iria cair numa sexta feira e não no sábado. Não, Adão não guardou o sábado, nada, absolutamente nada nas escrituras justifica isto. Todas essas escoras ruem entre os escombros da sofismática interpretação em torno de Mc.2:27 pois são erigidas sobre bases falsas de premissas contraditórias, uma mistura de sofisma com subterfúgio. Veja que o argumento volta-se contra os postulados defendidos por nosso oponente. Ele acredita que o sábado é mandamento moral, mas um mandamento moral é algo que por natureza sempre existiu, não há um começo para ele, não emana de nenhum ser. O egoísmo é errado por si, nem Deus pode legalizar o egoísmo e torna-lo correto, que neste caso iria contra a própria natureza do ser e das coisas. Ele é errado mesmo sem a presença do homem, aplicando-se a todos os seres morais que por ventura existirem. Mas, se os sabatistas se apegam à palavra “homem” no texto para provar que o “sétimo dia” ou “dia do sábado”, foi feito para o homem em geral, eles acabam por fim destruindo aquilo que mais defendem no sábado – sua natureza moral. Pois se o sábado foi feito para o homem, então onde está sua natureza moral? Princípios morais por natureza são aqueles que sempre existiram e este argumento sabatista acaba se voltando contra eles mesmos. É um tiro que saiu pela culatra.

PERGUNTAS NÃO RESPONDIDAS

Como se vê, embora você atribua ao tema de “basta ler Hebreus”, a questão não é tão simples assim, em nenhum momento respondeu à minha indagação como já era de se esperar. Confesso que não fiquei surpreso. Torno a perguntar:

* Onde, na Nova Aliança e debaixo da Lei de Cristo, está a ordem de Jesus ou algum dos apóstolos para guardarmos (nós os cristãos gentios), o sábado judaico.
* Onde, na Nova Aliança, os apóstolos ensinaram a termos a lei como regra de vida.

* Onde, na Bíblia uma referência que aponta a lei como dividida em duas: moral e cerimonial.

Além de não responder ás questões supra citada, ainda afirma deploravelmente que “A lei de Deus e a lei de Cristo, e de Moisés, e da graça, e da fé, e do espírito de vida são uma só e a mesma.”

Pois bem, lei de Cristo e lei de Deus, eis as diferenças:

1. Paulo não está debaixo da Lei dos judeus. O capítulo nove inteiro faz referência à lei de Moisés.

2. Mas Paulo não está sem lei para com Deus.

3. Paulo está debaixo de uma lei diferente da dos judeus.

4. Paulo está debaixo da Lei de Cristo. O capítulo faz referência direta ao evangelho de Cristo.

João disse que a lei veio por Moises, mas a graça e a verdade por Jesus Cristo. João 1:17

Paulo afirma que a lei estava enferma pelo pecado e não podia libertar o homem, mas a lei do espírito de vida podia (cf. Rm. 8:2,3; Gl. 5:18 e I Co. 15:56), pois que é a mesma lei de Cristo. E a lei da fé é totalmente diferente da lei mosaica das obras é só ler Rm. 3:21-31. A lei de Cristo é uma, e a lei mosaica é outra.

UMA ENRASCADA HILARIANTE. PARA QUEM AFINAL ?

Por falar em “hilário”, em nossa matéria “10 Dilemas dos Que Negam a Validade dos 10 Mandamentos Como Norma Cristã”, que disponibilizamos gratuitamente a qualquer interessado que queira aprofundar-se nesse assunto, apresentamos uma situação bem engraçada dos que mantêm esse tolo raciocínio do Presbítero da Silva:

Se todos os mandamentos foram abolidos na cruz, mas sendo depois restaurados no Novo Testamento (menos o 4º.) [como parte do Novo Concerto], imaginemos uma situação incrível que se estabeleceria: O 5º mandamento foi de embrulho com todos os demais regulamentos morais e cerimoniais quando Jesus exalou o último suspiro e declarou, “Está consumado”. Daí, no minuto seguinte qualquer filho de um seguidor de Cristo poderia chutar a canela de seu pai ou mãe, xingá-los, desobedecê-los e desrespeitá-los livremente, eis que o 5o. mandamento só foi “restaurado” quando Paulo se lembrou de referi-lo, escrevendo aos efésios, e isso no ano 58 AD (ver Efés. 6: 1-3)! E, pior ainda, os termos do mandamento “não matarás” só foram reiterados por Paulo em Romanos 13:9, no ano 56 ou 58 AD (bem como “não adulterarás”, “não furtarás”, “não cobiçarás”. . .).

Ou seja, por quase 30 anos os filhos dos cristãos não tinham que respeitar os pais, pois o 5º. mandamento só é restaurado após umas três décadas, e mesmo assim só para os efésios. Muitas décadas mais se passaram até atingir toda a comunidade cristã para cientificar-se da necessidade de os filhos respeitarem seus pais! Além de os cristãos poderem matar uns aos outros, etc., nesse mesmo período “sem a lei”. . . Faz sentido isso tudo?

Por aí se vê a enrascada em que essa gente se mete ao contrariarem o “assim diz o Senhor” das Escrituras.

É uma enrascada mesmo. . . Então, o Presbítero da Silva exige que, para ter validade, cada mandamento da lei moral divina tem que ser repetido ipsis literis no Novo Testamento, mas com isso ele se complica junto aos católicos, por exemplo. Onde no Novo Testamento, como parte do Novo Concerto, está especificado: “não farás para ti imagens de escultura”? Só há nesta parte da Bíblia referências genéricas a “ídolos” (ver Atos 15:20, I João 5:21. 2 Coríntios 6:16). Com isso tal católico pode alegar que esses textos não abrangem as imagens dos santos, só da Divindade, e ele estaria cumprindo o preceito, pois realmente os católicos não cultuam imagens de Deus. De fato, se os Dez Mandamentos foram abolidos na cruz, como provar que a mera confecção de imagens é errada, como estipulado no 2º. mandamento?”

Resposta -Tenho para mim que o senhor não é só um mal piadista, mas um piadista de mau gosto. Nunca pensei que alguém fosse usar um raciocínio de uma pobreza franciscana como este. Só mesmo alguém que queira passar pelo ridículo chegaria a tal ponto. Eu não exigi “que, para ter validade, cada mandamento da lei moral divina tem que ser repetido ipsis literis no Novo Testamento” O que eu disse foi que “Nesta Nova Aliança ou Novo Concerto os outros nove mandamentos são novamente reiterados mas descaracterizados da roupagem original (cultural, circunstancial) da qual foi dada a Israel.”,isto é, a lei natural que existiu sempre, antes do Éden. É lógico que não precisa ser ipsis literis, palavra por palavra, literalmente. Mas isto não destrói o fato de o sábado estar excluído dos mandamentos dado à igreja. Veja que eu disse que os mandamentos foram descaracterizados da roupagem cultural e cúltica de Israel. O mandamento do descanso é mais bem observado no NT no domingo, no dia do Senhor, dia de sua ressurreição, dia que ele saiu vitorioso da morte. Pois no sábado, ele ainda estava no sepulcro, os discípulos tristes. Mas o domingo é o dia de alegria, de vitória do Salmo 118:24. Este é o dia que o Senhor fez, um novo dia para a Nova Aliança. Aleluia!!!

Voltando para os supostos “dilemas” de nosso amigo sabatista, não posso ver neles outra coisa se não um péssimo gosto por enigmas tolos e incongruentes. É claro que um arrazoado deste nunca iria ocorrer pelo simples fato de que:

1. Ao ser pregada na cruz, a lei com todos os seus ditames deixou de existir como preceito judaico, mas os princípios nelas contidos, que de per si eram muito superiores ao decálogo, sempre teve força legal. Agora empiricamente falando a Bíblia nos diz que os gentios não tinham a lei (nomos) mas nem por isso deixamos de constatar nas grandes legislações antigas, bem antes de Moisés, leis que eram basicamente as mesmas das do decálogo. O que para eles eram leis naturais colocaram-na como lei objetiva. Até mesmo a de não tomar o nome do deus deles em vão. Por ai se percebe que Paulo não precisou restaurar nada nas epístolas, estes princípios sempre regeram o homem independente da lei mosaica, pois por natureza é lei. Era o que os judeus chamavam de “Lei de Noé” para os gentios. O apóstolo cita-os às vezes quase na mesma formação das tábuas não como prova da vigência do decálogo. Fez isto mais por uma questão de conveniência, e assim permaneceu o arranjo sistemático encontrado nas dez palavras. Isto é claro, facilitaria a exposição aos seus leitores. Mesmo porque, os povos pagãos também, possuíam um arranjo de quase todas as dez palavras praticamente na mesma seqüência da do decálogo em seus códigos de ética.

2. Sugiro ao senhor que procure estudar um pouco mais de crítica textual, pois saberia que a carta aos efésios era uma carta circular às igrejas da Ásia, pois o nome “aos efésios” está ausente do original.

3. Quanto às imagens, é claro que todo judeu sabia que ídolo e imagem eram uma coisa só. Não havia diferença. Os povos pagãos não concebiam o seu deus sem uma imagem. Devo esclarecer-lhe, pois talvez não saiba, os católicos adoram imagens de Deus sim, a não ser que o senhor não acredite que Jesus é Deus. Será que isto é resquício do arianismo dos pioneiros? Tomara que o senhor não esteja fazendo como muitos adventistas hoje em dia, se debandando para a herética doutrina ariana. Pois até mesmo um de seus mais destacados líderes aqui no Brasil, Alejandro Bullón, afirmou que a Trindade é uma doutrina estranha que se misturou com as verdades bíblicas. Quanta heresia!

COLOSSENSES 2:16 – UM CALCANHAR DE AQUILES DOS ADVENTISTAS

“Sobre a interpretação “tradicional” de Colossenses 2:16-17, o que o Sr. Rinaldi logicamente passa por alto é o fato de que NÃO SÃO SÓ OS ADVENTISTAS que têm tal interpretação. Christianini, no livro Subtilezas do Erro, que ele cita às vezes, e sempre distorcida e desonestamente, mostra como Adam Clark, Jamieson, Fausset and Brown e outros eruditos evangélicos entendiam que o texto não se refere ao sábado semanal, e sim aos cerimoniais. Não há também nenhum problema em haver uma “exceção à regra” na questão do uso de palavras bíblicas. Então, a interpretação clássica de Col. 2:16, 17, segundo teólogos adventistas e outros, não está fora de propósito quando se percebe que o princípio do sábado é uma sombra da salvação em Cristo.”

Se os ASD aceitassem que a palavra sábados do texto em tela se aplica corretamente ao sábado semanal, então não haveria prova bíblica de sustentar a guarda do sábado no Novo Testamento. E eles sabem disso. Por isso, quando em polêmicas levantadas por eles querendo sustentar a obrigatoriedade da guarda do sábado, explicam que a palavra sábados de Cl 2.16 se aplica aos por eles intitulados sábados cerimoniais ou anuais de Levítico 23.

É a resposta óbvia que dão quando alguém aponta Colossenses 2:14-17 como apoio bíblico da abolição do sábado semanal. Dizem, “Então você não sabe que existem dois sábados nas Escrituras? O sábado semanal, que é de caráter moral e o sábado cerimonial ou anual? Este – sim – foi abolido na cruz mas o sábado semanal continua obrigatório”. Vejamos se os sabatistas têm razão no seu raciocínio:

Como dizia o esquartejador: “vamos por partes”!

A mutação na teologia adventista quanto ao texto em lide é deveras embaraçoso, pois Paulo só menciona o sábado esta única vez em suas epístolas e mesmo assim para dizer que ele é apenas uma sombra que já passou. Antigamente tentavam sair deste embaraço das seguintes maneiras:

1. Apelando para o fato de que a palavra “sábbaton” estava no plural e por isto diziam que se referia às muitas festas anuais chamadas de “sábados cerimoniais”. Mas este sofisma não só não suportava uma análise gramatical correta como também distorce e ignora versículos bíblicos no original grego tais como: Mat. 12:5,12 – Mc. 1:21 – Lc. 4:31; 6:2,9 – At. 13:27; 17:2; 18:4 e Col. 2:16 transcritos como o sábado semanal, mas entrementes, flexionados no plural. Hoje este argumento esfarrapado não é mais usado, salvo pelos mais incautos. Sabbaton é uma das palavras gregas que são plural na forma, mas às vezes singular no significado. Nenhum estudante da Bíblia bem informado pode ainda considerar o argumento de que “sabbaton” de Colossians 2:16 é plural e então tem que forçosamente recorrer aos sábados sagrados cerimoniais de Levítico 23. “Várias explicações têm sido apresentadas para esta peculiaridade da língua grega, porém a que mais nos satisfaz é a do eminente estudioso A. T. Robertson em A Grammar of the Greek New Testament in the Light of Historical Research, págs. 95, 105. Sugere ele que as duas formas sábbaton e sábbata, conquanto aparentemente sejam o singular e o plural da mesma palavra, em realidade são o singular de palavras diferentes. Defende ele que o termo hebraico shabbath, “sábado”, é a fonte lógica do termo comum grego sábbaton. Nos tempos pós-exílicos, porém, o aramaico era generalizadamente usado na Palestina, e seu termo para “sábado” é shabbethá, palavra que bem poderia haver sido introduzida no grego como sábbata. Assim sábbaton foi sempre um termo singular, ao passo que sábbata poderia ser singular ou plural, dependendo se era usada como derivada do aramaico ou como o plural de sábbaton.”

2. Após terem abandonado este tolo raciocínio enveredaram em dizer que há uma substancial diferença quando Deus diz “meus sábados” e “vossos sábados”. Os primeiros são denominados de Deus, o sábado da criação, semanal, proclamado antes da queda do homem, portanto não tido como sombra de Cristo e não abolido, pois faz parte da lei moral do decálogo que foi escrita em pedras. Já o segundo é os denominados sábados cerimoniais ou anuais, dado no Sinai, depois da queda, escrito em livro, portanto, tido como sombra e cravado na cruz. Este raciocínio é ensinado no livro “Subtilezas do Erro…erros de Christianini”. Vejamos se tal raciocínio agüenta um exame das escrituras. Na verdade, para uma pessoa normal e sensata não há necessidade de se desgastar com uma exegese profunda para desmascarar argumentos fraudulentos como estes, basta apelar para o raciocínio tendo como base apenas uma vista panorâmica dos textos. Vejamos:

Se Sábado é prescrição moral da lei por ser chamado “meus sábados”, então os sabatistas têm de admitir situação de igual valor para os sábados dos 7 anos e 50 anos. O Sábado anual era um Sábado do Senhor (Lv.25:1-4,10-12). Para serem coerentes deveriam guardá-lo por haver sido chamado por Deus de “meus sábados” (compare: Lv.26:2,43,35). Jo.20:17 – Aquele Pai, mencionado por Jesus como “meu Pai” é diferente do Pai também chamado por Jesus de “vosso Pai”? Só por que mudou o pronome possessivo também mudou o Pai? Vejam outro exemplo: Is.56:7 comparado com Mt.23:38, onde os sacrifícios são chamados “meus sacrifícios” e “vossos sacrifícios”. Em Is.43:23,24 aparece o possessivo “teus holocausto”, “teus sacrifícios”. Mais uma vez é infantil e sem fundamento o argumento adventista. Falta sentido e só revela desespero de causa.

3. Na malograda busca por apoio em Colossenses 2:16, os sabatistas pareciam ter encontrado-o no argumento dos chamados sábados cerimoniais. Dizem que o versículo de Cl.2:16 não refuta a tese adventista pois ali o que se encontra são os sábados cerimoniais e não semanais (Carlyle B. Haynes, ‘Do Sábado para o Domingo’, pág.31) . Mais uma vez lançaremos mão da Bíblia para refutá-los.

a) A expressão de Cl 2.16 “dias de festa’ se relaciona com os feriados anuais ou sábados cerimoniais que eram denominados dias de festa, “São estas as festas fixas do Senhor, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR…” (Lv 23.37). Logo os sábados cerimoniais ou anuais já estão incluídos nessa frase, restando à palavra sábados o sentido diferente de sábados semanais, “Além dos sábados do Senhor…” (Lv 23.38).

Eram sete as festas anuais judaicas mencionadas em Lv 23:

1.Festa dos Asmos – v. 6

2.Festa da Páscoa – v. 5

3.Festa de Pentecostes – v. 15, 16

4.Festa das Trombetas – v. 24

5.Festa da Expiação – v. 27, 28

6.Festa dos Tabernáculos (primeiro dia da festa)- v. 34

7.Festa dos Tabernáculos (último dia da festa) – v. 36

b) A fórmula ‘dias de festa, luas novas e sábados’ é a fórmula consagrada para indicar os dias sagrados anuais, mensais e semanais ou inversamente, semanais, mensais e anuais.

Exemplos bíblicos da fórmula:

Exemplo n. 1:

Em Números 28 encontramos os holocaustos para os dias de sábados (semanais), para as luas novas (mensais) e dias de festa (anuais) nos seguintes versículos: “… no dia de sábado dois cordeiros de um ano, sem mancha… Holocausto é do sábado em cada semana…” (v. 9,10)

“E as suas libações serão a metade dum him de vinho para um bezerro… este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano.”(v. 14)

“Porém no mês primeiro, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor; E aos quinze dias do mesmo mês haverá festa; sete dias se comerão pães asmos.” (v. 16,17)

Exemplo n. 2:

1 Cr 23.31: “E para cada oferecimento dos holocautos do Senhos, nos sábados (cada semana), nas luas novas (cada mês) e nas solenidades (cada ano) por conta, segundo o seu costume, continuamente (o parêntese é nosso).

Exemplo n. 3:

2 Cr 2.4: “Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e para os holocaustos da manhã e da tarde (cada dia), nos sábados (cada semana) e nas luas novas (cada mês) e nas festividades do Senhor nosso Deus… (cada ano).” (o parêntese é nosso)

Exemplo n. 4:

2 Cr 8.13: “ E isto segundo o dever de cada dia, oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos sábados (cada semana) e nas luas novas (cada mês), e nas solenidades (cada ano), três vezes no ano… (o parêntese é nosso)

Exemplo n. 5:

2 Cr 31.3: “Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos, para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos sábados (cada semana), e das luas novas (cada mês), e das solenidades (cada ano), como está escrito na lei do Senhor.”(o parêntese é nosso)

Exemplo n. 6

Ez 45.17: “E estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações, nas festas (cada ano), e nas luas novas (cada mês), e nos sábados (cada semana), em todas as solenidades da casa de Israel.”(o parêntese é nosso)

Exemplo n. 7

Os 2.11: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas e os seus sábados; e todas as suas festividades.”

Voltemos agora a Cl 2.16 “ Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa (cada ano ) , ou da lua nova (cada mês), ou dos sábados (cada semana), Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” para verificarmos que as expressões para a indicação dos dias sagrados semanais, mensais e anuais ou inversamente, dias sagrados anuais (dias de festas), mensais (luas novas) e sábados (semanais) estão indicados sempre pela mesma expressão. O contrário seria incorrer numa enumeração desprovida de ordem lógica.

Sinomizarem-se ou confundirem-se os “sábados” das perícopes de Oséias 2:11 e Cl. 2:16 com as solenidades ou festas anuais é incorrer-se num pleonasmo sem sentido. Um pleonasmo e inconseqüente descabido sintoma de escandaloso sofisma. Com efeito, os dias de sacrifícios anuais, então, seriam apresentados duas vezes: uma sob a palavra FESTA e a outra sob o nome de SÁBADOS, incorendo-se em desacordo com Levítico 23:3.

4. Alguns adventistas ao que parece, passaram a apreciar outros termos no trecho em pauta e agora apelam para a questão do verbo “julgar”. Dizem que o apóstolo não está de fato dizendo que o sábado foi abolido, mas que ninguém deve “julgar” o outro por isso. Ao que tudo indica, nosso amigo sabatista crê nesta tese, pois até cita um estudioso nos seguintes termos:

“O autor English E. Schuyler em Studies in the Epistle to the Colossians até diz: Note-se que Paulo não declara: ‘Que nenhum homem observe qualquer restrição’—em absoluto. Ele diz: ‘Ninguém vos julgue. . .’ O que ele está ensinando é que ritual e cerimônia não têm qualquer parte em nossa salvação, está tudo em Cristo. Temos liberdade no Senhor, mas essa liberdade somente nos torna mais cuidadosos a fim de não levarmos um irmão mais fraco a tropeçar. Não deve haver temor de que sob essa nova provisão haverá um padrão inferior de santidade—não, pois aquele que deseja revelar a Cristo em sua vida levará uma existência de maior santidade e aceitação do que o que está se empenhado em apegar-se a ritual e cerimônia. . . . Resta a cada um julgar se está caminhando em obediência à lei da liberdade em Cristo, submetendo-se inteiramente Àquele a Quem pertence” (pág. 80)”

Para começo de conversa este autor não é um alicerce muito firme para nosso amigo. Veja que ele não diz que são sábados cerimoniais, mesmo que usasse tal termo, não revelaria muita coisa, pois o senhor Brito sabe muito bem que tais escritores consideravam o sábado semanal ou não, como parte ritual abolida na cruz, caso contrário, não justificaria, eles ainda guardarem o domingo. Mas suponhamos que o referido autor concorde in these com nosso amigo sabatista. Tal raciocínio nos levará a deixar válida todos as festividades cerimoniais inseridas no verso, pois estão juntas, entrelaçadas. Não há como abolir uma e deixar a outra, ou se aboli tudo ou libera tudo. Paulo está dizendo para ninguém julgar os cristãos porque não guardam estas coisas, porque era apenas sombra que apontavam para o corpo, ou seja, isto é coisa do passado, apontava para Cristo. Mas agora que o original que é Cristo (metaforicamente chamado de “o corpo”) já veio, não precisamos mais da sombra, do aio (cf. Gl.3:24,25). A quem você daria mais valor; ao seu pai, ou a sombra dele? O que passar disso é animus decipiendi.

4. A última novidade apresentada pelos sabatistas vem da pena de Samuele Bacchiocchi, um teólogo da IASD. Sua concepção sobre CL. 2:16, revolucionou totalmente o debate em torno da questão do sábado. Ele não só contraria a opinião tradicional do adventismo, como sugere uma nova interpretação para a polêmica do sábado. Vejamos a opinião de Bacchiocchi sobre Cl. 2:16:

“O sábado em Colossenses 2.16: O tempo sagrado prescrito por falsos mestres referem-se como sendo ‘um sábado festival’ ou a lua nova ou um sábado. – ‘eortes e neomnia o sabbaton.’ (2.16). O consenso unânime de comentaristas é que estas três expressões representam uma lógica e progressiva seqüência (anual, mensal e semanal). Este ponto de vista é válido pela ocorrência desses termos… Um outro significativo argumento contra os sábados cerimoniais ou anuais é o fato de que estes já estão incluídos nas palavras ‘dias de festa…’Esta indicação positivamente mostra que a palavra SABBATON como é usada em Cl 2.16 não pode se referir aos sábados festivais, anuais ou cerimoniais.”

Determinar o sentido de uma palavra baseando-se exclusivamente em conceitos teológicos em prejuízo de evidências línguísticas e contextuais é estar contra as regras de hermenêuticas bíblicas. Ademais, a interpretação que o Comentário Adventista dá à palavra ‘sábados’ de Cl 2.16 é difícil de ser sustentada, desde que temos visto que o sábado pode legitimamente ser tido como ‘sombra’ ou símbolos preparatórios de bênçãos da salvação presente e futura.”
( SAMUELLE BACCHIOCHI – FROM SABBATH TO SUNDAY, p. 358-360)

Veja que a interpretação de Bacchiochi choca frontalmente com o que ensinou o adventismo até hoje, qual seja, que o sábado de Colossenses 2:16 se refere ao sábado cerimonial. Agora compare com as declarações de Arnaldo Christianini, que gastou cinco páginas inteiras no intuito de provar que os sábados ali mencionados eram de fato os “sábados cerimoniais”. Pobre coitado! Nem imaginava ele que mais tarde viria outro adventista e desmantelaria todo o árduo trabalho do seu castelo de areia! É, parece que tal tese a dos “sábados cerimoniais”, foi juntamente com ele sepultada. Mas vejamos o que afirmavam as “subtilezas” de Christianini na década de sessenta:

“Estes sábados estão incluídos entre instituições que eram “sombras das coisas futuras” – prefigurações de fatos que ainda estavam por vir. O sábado do decálogo é comemorativo de um fato passado: a Criação. Não era sombras de coisas futuras. Sem dúvida, o texto se refere aos sábados cerimoniais.” e ainda prossegue afirmando “ Mas – objetará alguém – SE Paulo menciona dias de festa, não haveria necessidade de acrescentar “sábados” se estes, afinal são os mesmos dias de festas.” E finalmente dispara uma fulminante asseveração, “ISTO É UM SUBTERFÚGIO” (ênfase acrescentada) (Subtilezas do Erro, pág. 124,126,127)

Bem, parece então que os anátemas de Christianini recaiu sobre o senhor Bacchiochi. Ao que tudo indica, ele armou um tremendo subterfúgio para os adventistas!!!

As contradições são gritantes:

OS SÁBADOS

CHRISTIANINI
São sábados cerimoniais
Não é sombra

INTERPRETAÇÃO DE BACCHIOCHI
São sábados semanais
É sombra

Bom, agora resta saber de que lado vai ficar nosso amigo Brito! Vai sustentar ainda o ponto de vista do adventismo tradicional, ou vai mudar para a nova tese de Bacchiochi, a quem ele venera tanto?

É verdade que Bacchiochi vai além da interpretação tacanha adventista. Mas se você espera que ele irá concordar com nossa tese, está muito enganado. Na verdade, ele criou uma nova tese para o adventismo, que em meu ponto de vista, não é melhor do que a anterior, pois carece de respaldo bíblico. Sua nova tese traz sérias complicações exegéticas e fica muito aquém do que se esperava de um homem que alardeia ter recebido das mãos do papa – o qual a sua igreja considera como ‘o anticristo’- seu “doutorado”. Samuelle, definitivamente não conseguiu dirimir o problema de Cl. 2:16, o que ele fez foi criar uma apagogia.

Apesar de defender a idéia de que os sábados de Colossenses é o sábado semanal (vindo de um adventista isto já é um grande progresso), ele desvia a problemática toda para a questão da heresia colossenses. Afirma ainda que a condenação de Paulo recai não sobre o sábado em si, mas sobre a deturpação do sábado feita pelos líderes heréticos. O único problema com esta interpretação é que não tem respaldo Bíblico. Se porventura, Paulo, estivesse apenas alertando os crentes colossenses sobre uma perversão a respeito dos dias sagrados e não sobre os dias em si, então devemos supor que aquela trilogia ainda está em vigor para os crentes do NT. Imaginamos por um instante que Samuelle esteja correto; vale ressaltar aqui que Paulo não somente declara para os Colossenses que foram pregadas na cruz as práticas e regulamentos pervertidos pelos falsos mestres, como tira toda a base de debaixo dos seus pés por dizer que até mesmo foram cancelados os decretos divinos com respeito ao Sábado e as festas. Parafraseando, é como se Paulo estivesse dizendo aos Colossenses mais ou menos assim: “Se Deus cancelou os regulamentos do escrito de dívida, você não tem que submeter supostamente aos regulamentos imposto por anjos ou por qualquer pessoa”. Além disso, é o sábado semanal do VT em lugar da “perversão do sábado” dos mestres heréticos que são “uma sombra das coisas futuras”. Paulo não só afirma que as perversões judias quanto ao sábado não estão mais vigentes na consciência do cristão como também que estes próprios festivais eram verdadeiras “sombra de Cristo”. Apesar de Bacchiochi concordar que aqueles sábados eram “sombras”, todavia, ele forjou uma nova explicação para fugir do dilema, saindo com a seguinte explicação:

“Além disso, notamos que o termo sombra é usado não em um sentido pejorativo, como um rótulo para observâncias inúteis cuja função cessou, mas para qualificar o seu papel em relação ao corpo de Cristo…” (ibdem)

Infelizmente ele está redondamente enganado, pois todas as vezes que o termo sombra é usado em relação à lei é para dizer que a sombra acabou, mas o original, que neste caso é o corpo, permanece. Em Hebreus 8:5 o sistema mosaico inteiro é chamado de sombra.
Em Hebreus 10:1 a lei é chamada de sombra. Em nenhum destes casos alguém vai objetar dizendo que a sombra ainda permanece depois que Cristo veio.Percebemos a mesma linguagem em Colossenses 2:16,17, onde os dias sagrados judaicos são uma sombra em contraste com Cristo que é o corpo. Ora, se esta sombra ainda permanece válida depois que Cristo veio então deve ser válida todas aquelas outras festas “cerimoniais” que estão juntas no mesmo verso. Os sabatistas tradicionais contestam dizendo que o Sábado de Cl.2:16 não pode ser o Sábado semanal porque estes “sábados” estão incluídos entre instituições que eram ‘sombras das coisas futuras’ – prefigurações de fatos que ainda estavam por vir. O sábado do decálogo é comemorativo de um fato passado: a Criação. Não era sombra de coisas futura, dizem eles. Sem dúvida, o texto se refere aos sábados cerimoniais. (Subtilezas – pág. 124)

Perguntamos: A saída dos israelitas do Egito não é um fato histórico? Mesmo assim não deixa de ser sombra da libertação que Cristo veio trazer a nós. Adão certamente é um fato histórico do passado, no entanto, ele apontava como uma figura para frente, em Cristo mesmo, Romanos 5:14. Claro que o sábado como todos os grandes festivais do VT foi instituído para apontar para os feitos poderosos de Deus encontrados na criação ou no Êxodo. Mas eles não só apontavam para trás como também para frente, para a nova criação de Deus. Era comum os judeus falarem do sábado do decálogo como um antegozo do sábado (descanso) eterno escatológico que havia de vir. Hebreus cap. 4 reflete bem esta concepção quando une tipologicamente o sétimo dia com o descanso que temos em Cristo através da pregação do Evangelho (cf. Mt. 11:28-30).

Demais disso sempre que o VT une a festividade da Lua Nova com o Sábado como acontece em Cl. 2:16, está recorrendo ao sábado semanal (2 Reis 4:23; 1 Crônicas 23:31; 2 Crônicas. 2:4; Neemias 10:33; Isaías 1:13; 66:23; Ezequiel. 45:17; 46:1; Oséias 2:11; Amós 8:5). É importante frisar que quando Deus vai anunciar suas festas santas, suas convocações que os sabatistas, mormente chamam de “cerimonial” e dizem que foi abolida, está justamente o sábado semanal em primeiro lugar. Assim reza o texto em Levítico 23: 1,2,3: “As festas do Senhor que proclamareis como santas convocações São Estas:” então o escritor passa a enumera-las, e a primeira delas a encabeçar a lista é justamente o sábado semanal. Mas como bom adventista acostumado a esgrimir sofismas, Christianini apela para o fato de que o sábado semanal era totalmente distinto dos sábados de festas. Apelando para a vulgata de Jerônimo que reza: “Exceptio sabbatis Domino…” ou seja, “além dos sábados do senhor”. Ele quer ver nisto uma distinção. Todavia, há de se esclarecer que a vulgata é uma tradução que não merece muito apreço pelos críticos. Os estudiosos Geisler & Nix, em sua “Introdução Bíblica” pág. 216 nos diz que: “A coerência do texto da Vulgata é muito pouca desde o século VI, e seu caráter geral é algo imperfeito.” Destarte, as traduções de Matos Soares e Figueiredo, que Christianini quer se apoiar tanto neste particular, chegando a dizer que “seguem melhor o original”, é um ato um tanto suspeito. Suspeito porque tais autores católicos fizeram suas traduções de uma outra tradução e não do original como fez João Ferreira de Almeida. Portanto, com qualidade inferior. Em nossas traduções mais tradicionais não aparece a frase “além dos sábados do Senhor”. Entrementes, havia realmente uma diferença entre o sábado semanal e as festividades que os adventistas chamam de “sábados cerimoniais”. Há de se notar que o descanso do sábado semanal era mais completo do que as festividades, enquanto aquele proibia fazer todo tipo de obra, estes, porém, proibiam apenas as “obras servis”, bem como pelo fato de ser celebrado semanalmente ao passo que estas “festas”eram anuais. No sábado era sacrificado dois cordeiros ao contrário dos outros dias (Nm.28:9), ainda doze pães da proposição eram apresentados no tabernáculo no sábado (Lv. 24:5-8).Mas todos eram “mo’edh” (festa) que vem do verbo yei’ed “reunir por pacto” ou “hag” “solenidades”, “santa convocação” mostrando assim o caráter puramente cerimonial do sábado. Concluímos que o sábado semanal fazia parte das “solenidades” de caráter cerimonial, e tendo em vistas, que era ele mesmo, o sinal do pacto de Jeová com Israel. Não tem por onde fugir, se se pretende dizer que os sábados de Cl.2:16 são os sábados cerimoniais e estão incluídos nas festividades como faz Christianini, então terão igualmente de levar junto o sábado semanal, pois ele também estava incluído nas “solenidades do Senhor” como já demonstramos. Mas tudo indica que Cl. 2:16 está se referindo à divisão destas festas em anual, mensal e semanal.

Havia basicamente três coisas que separavam os judeus dos outros povos e conseqüentemente trazia o escárnio destes sobre eles, a saber: a circuncisão, o sábado e as dietas alimentares. O interessante é que exatamente estas três coisas era o pivô das cartas de Paulo. O apostolo alertava os cristãos dizendo que não estavam mais sujeitos a dias santos, a comidas ou circuncisões. Este é o assunto de Romanos, Gálatas e Colossenses. Em Colossenses 2:14, Paulo diz que Cristo cravou na cruz nosso escrito de divida que era as ordenanças que é a mesma lei dos mandamentos de Efésios 2: 14,15. Qual era mesmo a lei dos mandamentos? Percebeu? O sábado fora abolido por Cristo realmente, segundo Col. 2:16.

Ele também apela para o contexto dizendo que a palavra “cheirographon” – que em algumas versões é traduzido por “escrito de dívida” ou em outras como “código ou documento escrito”, ainda outras traduzem como “cédula de dívida” – nada mais era do que “o instrumento para a recordação dos pecados” ou “o registro de nossos pecados” e não a lei de Moisés (ibdem pág. 350,351). É verdade que estudiosos descobriram exemplos extrabíblicos onde a palavra cheirographon era antigamente usada para recorrer a uma conta assinada, uma espécie de duplicata. Porém, deveria ser mostrado também que a maioria dos estudantes que sugestionam esta interpretação reconhece que o documento de obrigação e os regulamentos da lei são o mesmo. Bacchiocchi reconhece a possibilidade de que se esta passagem de Paulo recorre realmente à lei de Moisés, existe então uma possibilidade legítima de que o Sábado semanal poderia estar incluído entre as ordenações pregadas à cruz (ibdem pág. 348). Porém, há uma fraqueza séria no argumento de Bacchiocchi sobre a palavra cheirographon. O significado de cheirographon como um documento de obrigação é só um dos significados da palavra em escritos gregos antigos. Outro estudioso, R. C. H. Lenski em sua “Interpretação das epístolas de São Paulo” pág. 114, mostra que cheirographon pode recorrer a um contrato de trabalho, para um documento que dá autoridade para agir ou até mesmo para acordos empresariais. Portanto, está enganado então Samuelle, ao dizer que cheirographon significa apenas um instrumento para se lembrar ou registrar uma dívida. Significa sim, um documento escrito simplesmente. O referido documento registrado no v.14 deve ser determinado pelo contexto. Diz Paulo que cheirographon consiste em “regulamentos”, “ordenanças”, “decretos” (da palavra dogmasin no grego). Colossians 2:14, portanto, não descreve pura e simplesmente um documento que nós assinamos, mas algo que foi escrito em decretos divinos. Essa mesma palavra “dogmasin” aparece em Efésios 2:15, onde Paulo discute sobre a lei mosaica obviamente. Colossenses 2:14 e Efésios 2:15 estão falando do mesmo documento, veja a seguinte comparação:

Efésios 2:14,15 – “na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças…”

Colossenses 2:14 – “e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz.”

Quando nós examinamos o contexto de Colossenses 2:14, vemos que é precedido por uma referência à circuncisão e é seguido por uma referência sobre festas, luas novas e sábados. Paulo chama isto de “stoicheia”, ou seja, “de princípios de regulamentos deste mundo” (Col. 2:20), da mesma maneira que ele fez em Gálatas 4. Além disso, Paulo estava escrevendo para combater certos cristãos judeus que estavam impondo a lei mosaica aos cristãos gentios.

Bacchiocchi vê uma objeção a esta interpretação de Colossians 2:14 arrazoando da seguinte maneira: “Como Deus pôde pregar na cruz a lei, sendo que ela é santa (Rom. 7:12)? Como isto ajudaria na remoção da culpa destruindo a lei?”. Com tal questionamento Bacchiochi permite que suas pressuposições teológicas anule a clareza da passagem. Porém, nós sugeriríamos que o problema seja resolvido, não adaptando o pensamento do escritor às nossas premissas de éticas teológicas e por conseguinte, distorcendo o que o apóstolo diz, mas deixando que a escritura fale por si, independente se ela vai ou não de encontro com nossas pressuposições. Pois, a verdade da coisa não muda pelo nosso afirmar ou negar…Veritas rei nostro affirmare vel negare non mutatur.

Em um debate on-line com John Lewis, Bacchiochi arremata dizendo: “Á luz das indicações anteriores, concluo eu que os que Paulo chama “uma sombra” não é a lei de Moisés ou o sábado sagrado, mas os ensinos enganosos da filosofia dos Colossenses que promoveu práticas dietéticas e a observância de tempos sagrados como ajudas auxiliares para salvação” Nosso amigo sabatista parece que está comendo pelas mãos de Bacchiochi, pois segue pisando nos mesmos buracos teológicos que os dele ao dizer, “Paulo não diz para não guardá-lo, apenas para que ninguém julgasse o seu semelhante pela forma de observá-lo, sem as restrições dos hereges colossenses. É importante observar, como faz Bacchiocchi em toda a discussão do problema (com o que o Sr. Rinaldi não se preocupa, logicamente, pois sua especialidade é pinçar trechos que lhe sirvam a suas distorcidas interpretações), em parte nenhuma da epístola aos Colossenses há qualquer menção da lei. O tema não é a vigência ou não da lei, ou do sábado, mas os problemas acarretados pelos heréticos colossenses que tinham uma concepção errônea do modo de observância das festas de Israel, alimentos, etc.

O problema com este raciocínio é que em nenhum lugar da Bíblia encontramos “perversões” ou ensinos heréticos como “sombra” de Cristo. Biblicamente falando isto é inadmissível. Torno a repetir: se Paulo não está condenando os dia em si, mas somente suas perversões impostas pelos mestres heréticos, então, para sermos coerentes, tudo isto deve ser aplicado também para a vigência dos dias de festas e da Lua Nova. Demais disso, a leitura atenta do texto também nos convence de referir-se a palavra “ordenanças” à lei inteira. Note-se, com efeito, o verso 13: “e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos” As ofensas procediam contra as disposições morais do decálogo. Se se tratasse aí de ordenanças puramente cerimoniais, como de resto querem os adventistas, o texto teria se valido do termo “dikaioma” aplicado no plural “dikaiomata” com este sentido ao aludir a cerimônias judaicas em Heb. 9:1,10, e não a forma verbal “dogmatizomai”. Ou ter-se-ia valido do vocábulo “ethos” que significa rito e costumes, encontrado em Lc. 1:9; Jo.19:40; At. 6:14; 15:1;16:21; 21:21;25:16;26:3;28:17 e Heb. 10:25.

Sim, “cheirographon” é uma metáfora da lei mosaica inteira, mas sobretudo em seu aspecto moral, que nos fazia grandes e insolventes devedores, porquanto, ao proibir o pecado, fazia-o contudo, mais abundante, escravizando-nos e levando-nos à morte (cf. Rm. 5:20; 7:5-13,25; IICo. 3:6; Gl. 5:1).

COMPREENDENDO O CONTEXTO DA ÉPOCA

Para entendermos a epístola aos Colossenses – e de modo geral toda a Bíblia – devemos nos ater não somente na investigação textual, mas de modo global, atentar mais para uma pesquisa abrangente, levando em conta os princípios da metodologia científica. Segundo os eruditos bíblicos, Colossenses é uma das epístolas escritas da prisão, e segundo estes mesmos estudiosos, essa prisão foi na cidade de Roma. Efésios é uma epístola “irmã” de Colossenses, pois assemelha-se muito àquela. Encontramos a maioria das idéias de Efésios contidas em Colossenses.Há realmente dificuldades para se identificar o que era a “Heresia Colossense”, ou quem eram, “os mestres heréticos” que estavam introduzindo tais heresias. Não obstante, é quase impossível não ver uma infiltração de costumes judaizantes na igreja de Colossas. Nessa região, Antioco III, instalou cerca de 210 a.C., uma colônia militar judaica de 2.000 famílias. Isto é atestado por Flávio Josefo em “Antiguidades Judaicas, XII, 147-153” e também por Cícero (Pro Flacco 28) que na época constava aproximadamente com 66.000 mil judeus. A influencia de práticas judaicas é inegável e muito compreensível, visto que os judeus se fixaram, de longa data, na região e formavam uma comunidade influente. Mas se admitirmos a teoria do judaísmo resta saber que tipo de judaísmo era esse. Um judaísmo ortodoxo ou um judaísmo helênico sincretista?

Assinalemos primeiro as práticas que denunciam explicitamente as doutrinas e práticas das heresias.

• (2:8) Filosofias – caracterizada como simples “paradosis” tradição humana, é a mesma palavra usada para identificar a reprimenda de Jesus às tradições dos judeus em Mt. 15:2,3,6. Essa filosofia dizia respeito aos “stoicheia tou kosmou”, ou seja, os elementos do mundo. Salta aos olhos de qualquer estudante bíblico que está se referindo à mesma palavra que Paulo usou em Gl.4:3,9 para taxar de forma depreciativa as práticas do judaísmo.

• (2;16) Alimentos e calendários das festas – aqui atinge em cheio as práticas judaicas.

• (2:18) Culto aos anjos – Antes de qualquer coisa, não devemos ignorar que o papel dos anjos era de suma importância na literatura judaica apocalíptica (cf. Livro de Daniel, Enoc, Assunção de Moisés, etc.). O papel dos anjos – guardiães da lei – revive concepções judaicas. Pois segundo tais concepções, os anjos haviam participado da promulgação da lei no Sinai (cf. At. 7:38,53 e Gl. 3:19). O Concilio de Laudicéia (cidade vizinha de Colossas) em meados do século IV, vai anatematizar os cristãos que ainda veneravam estes seres. Isto é uma prova histórica de que esta prática ainda estava fortemente arraigada na Ásia Menor.

• Termos gnósticos – Paulo usou alguns termos que mais tarde iriam ser encontrados nos sistemas gnósticos do século II (cf. Evangelho de Tomé) e que foram veementemente refutados por apologistas como Irineu (Contra Heresias I, 11,1), são eles: Pleroma e eon. Isto fez alguns suporem que a heresia colossense era uma mistura de gnosticismo com judaísmo essênio. Podemos descartar desde já uma supremacia gnóstica na heresia, pois tal seita era completamente anti-judaica, a título de ilustração temos o herético Marcion e seu dualismo gnóstico anti-judaico no séc.II.

Todas as evidências apontam para o fato de que a “heresia colossense” era realmente de procedência judaica. Apesar da palavra “lei”, não está inclusa na carta, como alardeiam os apologistas do sábado, todavia, indubitavelmente, o conteúdo aponta para controvérsias em torno desta. Caso contrário, os sabatistas terão de admitir igualmente que aqueles elementos também não fazem parte da lei cerimonial, pois a palavra lei não é mencionada. Os advogados de uma causa fracassada se arriscam a ridícula incongruência e à extrema cegueira. Conquanto, eles admitem que ali foi cravada a lei cerimonial, também podem admitir que foi cravado o decálogo, sendo que Paulo não fazia distinção alguma entre uma e outra lei, como insistem fazer os adventistas. Para nos combater dizem que não pode ser o sábado (da lei moral) que foi cravado na cruz (v.14), pois a palavra lei não é mencionada, mas contradizendo-se afirmam que o que Paulo está falando ali é da lei cerimonial. Mas Como se a palavra lei nem é mencionada? Por ai percebe-se a incongruência dos advogados do sábado. É bom frisarmos que esta epistola foi escrita de Roma, onde Paulo teve de combater as heresias judaizantes. É claro que Paulo ao escrever suas duas epístolas, praticamente gêmeas, Efésios e Colossenses, tinha em mente tais heresias. Demais disso, as três coisas principais que caracterizaram a fé judaica eram: a circuncisão, o sábado, e as leis dietéticas. Desde que estas eram a herança dos judeus e cristãos-judeus, nós não deveríamos nos surpreender por achar que Paulo não tivesse conflitos sobre a circuncisão (Gal. 5:2-3; Fl. 3:2-3), e o sábado (Rom. 14:5-6; Gal. 4:10; Col. 2:16-23; e Tim. 4:1-5) onde quer que os judaizantes tivessem penetrado com suas doutrinas. Dado a situação histórica precedente, é difícil não admitir que as escrituras seguintes não estejam se referindo sobre este conflito com respeito ao dia do sábado, veja:

“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente.Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.” (Rm. 14:4-6)

“agora, porém, que já conheceis a Deus, ou, melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?Guardais dias,(sábado) e meses (lua nova), e tempos, e anos (festas) .Temo a vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós.” (Gl. 4:9-11)

“Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa (anos), ou de lua nova (meses), ou de sábados (dias), que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo.” (Col. 2:16,17)

AUTORES CITADOS POR CHRISTIANINI

Em “Subtilezas do Erro”, Christianini cita vários autores protestantes tentando angariar apoio à sua teoria. Verificando-se, porém, com um pouco de atenção, constatar-se-á a fragilidade do sofisma.

1ª Citação: Adam Clarke –
Ao contrario do que se evidência, o que este autor diz é que tudo foi abolido, até mesmo o sábado semanal. O autor de “Subtilezas”, em sua miopia, não percebeu que dentro do pacote das cerimônias Clarke parece jogar o sábado semanal junto, veja com mais atenção, ele diz que “…aqui se refere a algumas particularidades do escrito de ordenanças, que foram abolidas, a saber,…e sábados particulares ou aqueles que deviam ser observados com incomum solenidade…” Veja que ele faz uma nítida distinção entre dois tipos de sábados; um ele chama de “particulares” certamente uma referencia ao sábado do decálogo, e o outro ele chama de “solenidades”, certamente falando aqui dos “cerimoniais”. Ele os diferencia usando o pronome demonstrativo “aqueles”, e arremata dizendo; “todos eles foram abolidos e cravados na cruz” E Christianini ainda expõe sua falta de competência como pesquisador e dispara: “Aí está uma interpretação insuspeita e valiosa” (ibdem pág. 121)

2ª Citação: J. Skinner –
Também este escritor não apóia em nada a tese sabatista, pois aponta o que nós já sabemos, isto é, que havia uma distinção entre lua nova e sábado. Só que com o detalhe de jogar o sábado, quando este aparece junto à lua nova, dentro das festividades mensais. Este pensamento é agora rechaçado até mesmo por Bacchiochi, “O consenso unânime de comentaristas é que estas três expressões representam uma lógica e progressiva seqüência (anual, mensal e semanal). Este ponto de vista é válido pela ocorrência desses termos”

3ª Citação: Alfred Edersheim –
Ele frisa que tal escritor é de nacionalidade judaica e profundo conhecedor das leis. Mas este autor só afirma o que já está patente, qual seja, que as festividades às vezes são chamadas de “sábados”, e só isto. Podemos citar um teólogo também de descendência judaica a favor de nossa tese, o apologista Archer: “O próposito geral de Colossenses 2:16 é ensinar que os dias santos distintivos do AT não devem mais ser observados pelos crentes do NT…Daí entendermos que o V.16 parece referir-se primordialmente ás estipulações obsoletas do AT, uma das quais é o sábado, como sétimo dia da semana, e outra a festa chamada sábado” (Gleason Archer, Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, pág. 129)

4ª Citação: Albert Barnes –
Realmente Barnes se referindo a Col. 2:16 afirma: “pois não há a mais leve razão para crer que ele quisesse ensinar que um dos dez mandamentos havia cessado de ser obrigatório…” e “Nenhuma parte da lei moral – nenhum dos dez mandamentos – poderia ser referido como sombra das coisas futuras… são de obrigação perpétua e universal”. Há de se fazer entretanto, uma ressalva aqui. Temos de entender que Barnes não apóia a causa adventista ipsis litteris. Simplesmente porque a crença presbiteriana é que o princípio moral do mandamento do sábado não foi abrogado (cremos também assim). Eles crêem que o primeiro dia da semana tomou o lugar do sábado (cf. Breve catecismo de Westminster). É mais ou menos como se o princípio moral deste mandamento fosse despido de sua roupagem judaica e vestido sob as condições da Nova Aliança. Eles até chamam o domingo de “sábado cristão”! Tendo este pano de fundo teológico é que podemos entender a declaração de Barnes e por fim todas as citações de resto dos autores protestantes que seguem o mesmo pensamento. Se ele estivesse defendendo o sábado, cairia numa flagrante contradição, pois estaria defendendo a vigência de um dia e guardando outro. Novamente salta aos olhos a hipocrisia de Christianini ao dizer, “Até parece um adventista falando…É forte a força da evidência.” Perguntamos: que evidência?!

5ª Citação: Strong –
É idêntico ao caso acima citado, Strong afirma que o sábado não foi abrogado pelos mesmos motivos. Desta vez porém, Christianini foi mais honesto ao admitir a real posição desse teólogo quanto ao dia, mesmo citando de maneira camuflada em letras minúsculas. Na página 128 ele finalmente admite: “Verdade é que Strong admite a mudança do sábado para o domingo”.

É claro que existe vários estudiosos que não adotam o ponto de vista dos adventistas quanto à lei e o sábado. Entre eles estão:

1. Os pais da Igreja: Clemente, Orígenes, Ireneu, Tertuliano, Justino, Eusébio Ad infinitum…

2. Os reformadores e outros: Calvino, Lutero, Zuínglio, Bunner, Wesley, Moody etc…

3. Grandes estudiosos como Roberty H. Gundry, Josh Mcdowell, F.F Bruce, John Davis etc…

Relacionamos abaixo o que nos foi enviado através de e-mail por um adventista:

“Russell Norman Champlin
apresenta extenso comentário para este verso visando provar que o vocábulo “sábados” se refere ao sábado do quarto mandamento. Segue-se uma pequena parte: “… ou sábados … O plural com freqüência representa o singular, talvez por analogia com ‘dias de festa’ (plural). Alguns eruditos pensam que o sábado normal está particularmente em foco, neste ponto ou pelo menos, que o mesmo não é excluído… Mas parece certo que está mesmo em foco o sétimo dia da semana (e que o plural é usado em lugar do singular)”. – O Novo Testamento Interpretado, vol. 5, pág. 124.

Valter R. Martin
no livro The Truth About Seventh-day Adventism se valeu da mesma dialética e textos bíblicos usados pelas igrejas tradicionais para refutar algumas de nossas crenças, como a vigência da lei e do sábado na dispensação cristã. Como prova de que os cristãos não necessitam mais de guardar o sábado ele menciona Col. 2:13 a 17.

“Primeiro, nós que estávamos mortos temos sido vivificados em Cristo, e foram-nos perdoados todos os nossos pecados e transgressões. Somos livres da condenação da lei em todos os seus aspectos, pois Cristo assumiu nossa condenação na cruz. Como já foi observado, não há duas leis, moral e cerimonial, mas apenas uma lei contendo muitos mandamentos, todos perfeitamente cumpridos na vida e morte do Senhor Jesus Cristo”.

Na página 162 ele afirma: “De todas as declarações do Novo Testamento estes versos são os que mais fortemente refutam a reivindicação sabatista para observar o sábado judeu”. Declara ainda que “o sábado como lei se cumpriu na cruz e não é mais obrigatório para os cristãos”.

Inconsolável murmura o adventista: “Crê ele que estamos desobrigados de guardar a lei, porque ela é contra nós e foi pregada na cruz. Afirma que suas declarações são irrefutáveis porque se baseiam em leis da gramática e no contexto.”

E ainda sobre Martin, acrescenta o sabatista: “Em sua defesa de que o termo “sábados” de Col. 2:16 se refere ao sétimo dia da semana, Walter R. Martin cita Vine, Alford, Vincent como autoridades que defendem a conveniência de traduzir a palavra “sábados” pelo singular sábado. Acrescenta ele que “a erudição moderna e conservadora estabelece a tradução singular de sábado”. (Até aquí o sabatista)

Ainda outros comentaristas como é o caso de “O Novo Comentário da Bíblia”, composto por uma vasta classe de estudiosos, declara que a interpretação correta sobre os sábados de Cl. 2:16 é que são sábados semanais. Vejamos o comentário destes eruditos sobre o texto em pauta: “… esta regra ascética provavelmente tinha uma intima relação com o judaísmo, particularmente quando associada como aqui, com a observância de dias santos, luas novas, dias de sábado, e as cerimônias anuais, mensais e semanais do judaísmo”.(pág.1292)

O estudioso da língua grega Fritz Rienecker em sua obra “Chave Lingüística do Novo Testamento Grego” interpreta Colossenses 2:16 da seguinte maneira: “…lua nova. Descreve a festa mensal e a palavra seguinte sábado, “sábado”refere-se ao dia santo semanal (Lightfoot)” (pág. 426)

Lothar Coenen e Colin Brown em sua obra de peso “Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento”,
comentando sobre o sábado afirma: “(c) Cl 2:16. Aqui Paulo argumenta que a lei judaica (as exigências legais) foi cancelada na morte de Cristo (v.14), e, portanto, que os regulamentos dietéticos e o calendário religioso dos judeus não eram obrigatório para o cristão. Este ritual incluía a observância do sábado, Paulo indica que estas observâncias indicavam uma realidade espiritual cumprida em Cristo”.(pág.2163)

FRAGILIDADES TEOLÓGICAS

“Por sinal, será que o Sr. Rinaldi sabe explicar por que o apóstolo usa o termos sabbatismos em Heb. 4:9? Só aparece esta vez em toda a Bíblia e é diferente do katapausin (repouso) por todo o capítulo. O autor de Hebreus está lembrando aos seus leitores que independentemente desses simbolismo duplo do sábado, “resta um repouso sabático para o povo de Deus.”

Bom, eu não posso falar pelo querido irmão Pr. Natanael Rinaldi, mas posso dar meu parecer logicamente. Antes de qualquer coisa, urgi relembrar que o senhor Brito, nos dá prova mais uma vez de ser um péssimo exegeta; suas interpretações tende ao ridículo, digna de risos até. Coloca seus postulados numa dialética construída sobre ilógicas interpretações.

Não pretendo ser prolixo nesta questão como fui com Cl. 2:16. Apenas pretendo dar uma pincelada nesta questão. Todavia, aos seus argumentos, se é que posso chamar isto de argumentos, falta-lhes a necessária força de prova …vis probandi.

Tomo a liberdade de reproduzir aqui apenas o comentário de Donald A.Hagner em seu “Novo Comentário Bíblico Contemporâneo” do livro de Hebreus. Assim define Hagner sobre a palavra sabbatismos:

“A palavra grega rara para repouso (sabbath no hebraico) neste versículo é sabbatismos. É usada deliberadamente pelo autor em lugar da palavra para “descanso” usada previamente em sua discussão (katapausis), a fim de enfatizar que o descanso de que tem falado é de natureza escatológica, isto é, tem a natureza do descanso do próprio Deus. Assim é que o sabbath de Deus torna símbolo do nosso descanso” (pág. 92)

Portanto, a questão é simples, não adianta procurar chifres em cabeça de cavalo! Aqui não é uma ordem para guardarmos sábado algum, mas uma promessa de um descanso eterno. É assim que Agostinho interpretava este descanso em sua obra “A Cidade de Deus – XXII, 30,5”.

CÍRCULO VICIOSO EM TORNO DA LEI

“Por exemplo, no capítulo 3 de Romanos, após mostrar que a lei não é fonte de justificação, pois sua observância enquadra-se na área da santificação, não da justificação, ou apenas aponta ao pecado, mas não tem capacidade de resolver o problema (a ilustração do espelho, que mostra onde há manchas, mas não tem meios de removê-las), ele diz: “Será que isso quer dizer que anulamos a Lei por causa da fé? Não, de jeito nenhum: ao contrário, mantemos a lei” (Rom. 3:31–Bíblia na Linguagem de Hoje). No outro caso, em Romanos 7, ele também se preocupa de que suas palavras sejam mal entendidas. E esclarece no verso 7: “Então o que vamos dizer? Que a própria Lei é pecado? Claro que não! Mas foi a Lei que me fez saber o que é o pecado” (Idem).”

A lei é norma de santificação para o crente?

Supõe o senhor Brito ter o crente na lei, não o caminho de salvação, mas regra de vida ou roteiro para a santificação. Pois bem, pensam: justificado pela fé em Cristo, deve-se no processo de santificação olhar para a lei a fim de se fugir do pecado. Aceitar isso seria voltar àquele tempo das sombras do VT, seria relegar a realidade que é Cristo, seria voltar atrás da cruz. Paulo nega isto quando diz: porque o pecado não terá domínio sobre vós” Porque? Porque observamos a lei? Pelo contrário, porque estamos não debaixo da lei mais, mas da graça (Rom. 6:14). Como deve andar o justo? Diz a Bíblia que o justo anda pela fé (Gl 3:11) Ora a lei não é da fé! (Gl 3:12)Se a lei não é da fé, e o justo , o salvo vive da fé, onde então a lei para sua santificação? Como o crente é santificado? Simplesmente e através de Jesus Atos 26:18. Como poderia constituir-se a lei em modelo de vida para o crente se ele está “morto para a lei” e não mais “debaixo da lei”? Produziríamos frutos por ela? Claro que não! Diz o texto: “Assim também vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que ressurgiu dentre os mortos a fim de que demos fruto para Deus.Pois, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, suscitadas pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.Mas agora fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos, para servirmos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.”(Rom. 7:4-6)

Assim, se eu quero a santificação olharei não para a lei, mas para àquele que é o santificador (I Co. 1:30), me envolverei não com a lei, mas com o próprio Cristo modelo de vida para o crente, e é por isso que no processo de santificação o crente, diz o apóstolo, chega à estatura não da lei, mas de Cristo. Somos santificados e crescemos em santificação em e através unicamente da pessoa bendita de Cristo. É claro que o senhor Brito quer confundir toda a questão em torno da lei!

A Vida Cristã e a Lei de Moisés

Há utilidade da Lei de Moisés para o crente que está esperando em Cristo para toda a sua justificação? A liberdade Cristã é libertinagem Cristã? Devemos ou não obediência à Lei de Moisés? Se passou a Lei de Moisés, existe uma lei para o crente nos dias atuais? Se não passou a Lei de Moisés devemos ainda respeitar a cerimônia que a lei pede?

Pela Palavra de Deus podemos afirmar que o crente não tem mais uma obrigação à Lei de Moisés. A Lei de Moisés era à nação de Israel e não ao gentil. A lei era simbólica e não o atual. A lei era temporária apontando ao eterno: Jesus Cristo. Cristo cumpriu a lei sendo aquele que a lei simbolizava e apontava (Gal 3:24,25). Pela fé em Cristo, e não pela lei, o crente tem a justiça de Deus (Rom 3:21-24; II Cor 5:21), paz com Deus (Rom 5:1,2), vida eterna (João 3:16; Rom 6:23; Efés 2:1), uma herança incorruptível (Rom 8:16,17; I Ped 1:3-9), bênçãos eternas (Efés 1:3) e capacidade de agradar a Deus nesta vida terrena (Fil. 4:13; Tito 2:12-14). A Lei de Moisés cumpriu o seu propósito.

Ao mesmo tempo que afirmamos que o crente não tem obrigação à Lei de Moisés, devemos entender que o Cristão tem uma lei sobre ele. O crente não está sem lei. Mesmo que Cristo é toda a justiça para o crente ainda há uma lei sobre o Cristão. A diferença está qual lei rege sobre o Cristão e não se tem ou não tem uma lei. O soberano Deus não muda (Malaquias 3:6; Tiago 1:17) e podemos saber que desde o princípio, mesmo antes do pecado, Deus estipulou a lei que regia (Gên. 1:26; 2:17). Depois que Cristo cumpriu a lei (Mat. 5:17; João 19:30), e nisso, desfez, a lei dos mandamentos (Efés 2:15), a “justiça da lei”, que era incorporada na Lei de Moisés, agora rege no crente. O crente pratica essa “justiça da lei” (que é igual à “lei de Cristo” – I Cor 9:21) pelo Espírito que está nele (Rom 8:3-5). É o Espírito Santo que leva o crente à santidade (I Pe. 1:2)e, por causa da presença dEle, o crente deve e pode deixar o pecado (Efés 4:17-32; Prov. 4:18; I João 2:1-7; 3:1-11).

Não há obrigação, ou servidão, nesta lei de Cristo. Todavia há uma boa lógica de bom senso que afirma que na presença da lei há uma racionalidade de amor que ensina o nosso dever espiritual (Rom 8:12-16;12:1-3;6:17,18; Col. 3:1-25). A importância desta “lei de Cristo” (I Cor 9:21) não é que ela é a nossa justificação diante de Deus, mas, que por ela, os Cristãos, andem em santificação diante dos homens para serem testemunhas para glória de Deus (Rom 6:22; 8:4; Mat. 5:13-16; Atos 1:8).

Anulamos ou não a lei?
(sobre Rm. 3:31)

Parece que este texto é um dos favoritos do adventismo, haja vista eles o citarem em abundancia. Mas de qual lei estaria Paulo falando aí? Será o decálogo como de resto afirmam os adventistas?

Assim, se os sabatistas apelam para Rm.3:31 para ensinar que a lei está em vigor, concordam que toda a lei, isto é, a Tora inteira, está em vigor? Certamente que não! Ademais, nada há no texto que sugira estar Paulo se referindo ao
Decálogo. É apenas uma má dedução construída sob uma exegese defeituosa. Paulo, no cap.3 de Romanos está afirmando que o homem não pode ser justificado pela guarda da lei das obras, mas que podemos ser justificado pela lei da fé (Rm.3:27). Logo, conclui que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei “Concluímos, pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei” (v.28) . São tratadas, no capítulo 3, duas leis: a da fé e a das obras e que somos justificados pela lei da fé (prova ser isso verdade Rom. 10:4).

Há entretanto, duas maneiras dentro do texto para resolvermos isto.

Há uma lei moral que não foi anulada por Cristo, em contrapartida, não há nenhuma prova no NT que me diz que esta lei é a do decálogo. Vamos tomar como exemplo o assunto do v. 30, a circuncisão. Nós anulamos esta lei pela fé? Essa pergunta poderia ser respondida de duas maneiras:

Primeiro, nós podíamos dizer que Não, nós não anulamos a lei da circuncisão pela fé. Muito pelo contrário, nós mantemos e guardamos a circuncisão muito melhor no coração (espiritualmente) do que na carne (literalmente). Por paralelismo podemos dizer que nós guardamos toda a lei da Tora pela fé em Cristo, do que se guardássemos na letra da lei. Nós deduzimos que aquela fé em Cristo preenche quaisquer propósitos que aquelas leis tiveram. Esta poderia ser uma maneira usada por Paulo para manter a velha lei – estabelecendo-a por espiritualiza-la.

A outra opção está em dizer Sim, a lei da circuncisão é anulada pela fé, e nós não temos de guarda-la mais. Pois não estamos debaixo da lei. Mas parece que a melhor maneira de interpretarmos Rm. 3:31 é aplicar o termo nomos a “princípio” da lei. Importante frisar ainda, que a palavra nomos no original não vem antecedida pelo artigo “a”, que a qualifica. O versículo no original é assim: alla nomos histem – “antes estabelecemos lei”. Anulamos, pois essa lei pela fé? Não, antes estabelecemos o princípio da lei (da lei natural) pela fé em Cristo, espiritualizando-a. Não é porque a lei da fé anulou a lei das obras ( lei mosaica) é que vamos ser anarquistas, sem nenhuma lei. Antes a fé em Cristo estabelece a lei. Essa lei parece ser a lei de Cristo, da qual Paulo fala que está debaixo (I Co. 9:21). Esse pensamento Paulo o retoma no capítulo 6:1,14,15 dizendo: “Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum”. Antes, estabelecemos a lei de Cristo.E qual é essa lei? É a lei do princípio do amor como esposada por Paulo em suas epístolas. Esta é a lei real da qual fala Tiago 2:8.

A LEI É PECADO OU NÃO?

“É incrível a confusão que esses “apologistas cristãos” fazem dessas passagens, e dão a entender que o apóstolo Paulo era um indivíduo mentalmente desequilibrado. Sim, pois ele diz que a lei não é pecado (vs. 7) e que tem prazer na lei e que esta é “santa, justa e boa, espiritual” (Rom. 7:12, 14, 22), para depois chamá-la de “lei do pecado e da morte” (pois Rinaldi e Martinez afirmam que essas expressões foram atribuídas por Paulo ao Decálogo!), dizendo a seguir que quem tem o Espírito de Deus experimentará o cumprimento da “justiça da lei” em sua vida (Rom. 8:3 e 4). Noutro capítulo, Paulo “se esquece” de que essa lei terrível foi totalmente abolida, e insiste em citar vários de seus mandamentos para declarar que o cumprimento deles é “amor” (Rom. 13:8-10). E que está abrangendo todos os seus mandamentos fica claro ao dizer retoricamente: “e se há qualquer outro mandamento. . .” Afinal, há ou não há “outro mandamento”? Será que Paulo não sabia? Além de desequilibrado mental, era ignorante da Bíblia? Ou sofreria de amnésia? Expliquem-me isso, por favor.”

Já que ele pede uma explicação!!! Como dizia aquele professor de Homens bomba… “Preste atenção, pois só vou ensinar uma vez”.

Em primeiro lugar, Paulo não era desequilibrado. Desequilibrados são essas pessoas que insistem em viver na lei do velho concerto, impondo o sábado à igreja de Cristo. Isto sim é causar desequilíbrio teológico. É confusão de mente e de alma.

A lei per si, em sua natureza e princípio é santa, justa, boa e espiritual (Rm. 7:7,12,14,16), não é pecado. E podemos ter prazer nela realmente (v.22). Mas, no entanto, ao entrar em contato com o homem ela se torna enferma pela carne a ponto de aumentar o pecado (Rm. 8:2 – 5:20). Debaixo dessa lei enferma pela carne, o pecado domina (Rm.6:14). Ele trabalha como um parasita, pois chega a usar a lei para reproduzi-lo – suscita mais o pecado ainda (Rm. 7:5,8,9). Destarte, Paulo conclui que a lei desta maneira, enferma pela carne e debaixo do domínio do pecado, suscita a ira de Deus (Rm. 4:15) e, por conseguinte, traz maldição (Gl. 3:10). Por fim, para Paulo não resta dúvida de que a força do pecado é a própria lei (I Co. 15:56). Ela definitivamente não é para o justo (I Tm. 1:9).

Já que a lei não tem poder algum, não ajuda em nada contra a carne, pois seu ratio legis era outro (cf. objetivos da lei – Rm. 3:20; 7:7, Gl. 3:19), Deus nos conclama a pô-la de lado. Como isto acontece? Quando nós morremos para ela (Rm. 7:4; Gl. 2:19), encontramos a Cristo, e Ele se torna realmente o fim da lei ((Rm. 10:4). Esse Cristo que agora passa a viver em nós (Gl. 2:20) e que cumpriu a lei por nós (Mt. 5:17,18) faz com que a exigência dessa lei seja cumprida Em Nós (e não por nós) (Rm. 8:4). Nesse processo então, ele nos dá o Espírito (Gl. 3:2; 5:18), que por sinal, não vem pela lei. este Espírito produz em nós vida, que finalmente consegue vencer a carne (Rm. 8:2). Essa nova lei em nós que é mais forte que a lei do pecado que por sua vez é mais forte que a lei mosaica (Rm. 8:1-5), liberta-nos para servirmos no real espírito da lei (princípio da lei natural) e não na letra (da lei mosaica como dada a Israel) (Rm. 7:6).

Conclusão:

Apesar de per si não ser pecado ela, no entanto, se tornou por assim dizer, a lei do pecado pois estava enferma por este, e da morte pois causava a morte de quem a transgredisse; o transgressor estava sob sua maldição. Ela pois, matava e condenava (II Co. 3:6). Condenava os pecados além de matar espiritualmente e fisicamente quem a transgredisse. A posteriori, o apóstolo sabia muito bem disso, pois ao se agarrar à bendita lei de Deus que era santa, justa e boa e que logicamente era o seu prazer, ele sentiu o quanto era maligno o pecado a ponto de neutralizar a própria lei através da carne “e o mandamento que era para vida, esse achei que me era para morte.Porque o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento me enganou, e por ele me matou.” (Rm. 7:10,11). O mandamento do amor é nossa nova lei, vivemos agora por este princípio de vida. Quando Paulo cita alguns dos mandamentos do Decálogo ele o faz, mas não nos moldes do AT, mas debaixo da Nova Aliança. Ele apresenta o real espírito da lei eterna de Deus.

QUAL É O DIA DO SENHOR?

“Só que João em Apocalipse 1:10 mostra que há um “dia do Senhor” que ele dedicava a Deus. E agora, saiam-se dessa.”

Até em arrazoados bombásticos como este nosso oponente infira encontrar argumentos à sua miragem. O que gratuitamente se afirma gratuitamente se pode negar…quo grátis asseritur gratis negatur. O assunto que se encontra em foco sub examine nem de longe da margem à tese sofista do malogrado senhor Brito. Para quem desejar uma explicação melhor irá encontrar mais detalhes em meu estudo, “Domingo, Dia do Senhor ou dia do sol?”, no site do CACP. Mas por enquanto basta esta explicação de Brown:

“AT 1. A origem da palavra Kyriake na Literatura Secular e no N.T. Kyriake, “pertencente ao senhor”, é um adjetivo derivado de Kyrios…Ocorre em inscrições de papiros desde 68 a.C., com significado de “pertencente ao senhor”, e “em conexão com dono”, e oficialmente, a respeito do imperador. Emprega-se uma só vez no N.T além da referência em Ap.1:10. Trata-se de I Co. 11:20 Kyriakon deipnon, a ceia do Senhor. Aqui significa “a ceia instituída pelo Senhor”, ou “pertencente ao Senhor”. Nos escritos patrísticos, emprega-se das “palavras” de Cristo, da aliança, do povo, da casa, da cruz, mas, mais comumente, do “dia do Senhor”.

2. Seu emprego em Ap 1:10. Embora alguns tenham alegado que se refere ao último dia, ou até mesmo à Páscoa, parece certo que a expressão é o nome que veio a ser dado ao primeiro dia da semana. Desde Inácio (Mag. 9:1) este é o seu significado nos escritos patrísticos…Pode ser tomado por certo que o adj., ao invés do genitivo do subs., foi empregado para diferenciá-lo do “dia do Senhor” (2Ts 2:2). Nas versões é traduzido por um adj. E não por um genitivo. Mas, já que a palavra já tinha sido vinculada à ceia na literatura paulina, e ali indicava uma conexão especial com Cristo na sua Instituição, é bem possível que tenha algo deste sentido aqui em Ap. 1:10.” (Dic. Int. Teol. NT, pág. 2164/5)

Querer ver na expressão “Kyriake Hemera” uma referência ao velho sábado judaico é ser otimista demais. Somente uma miopia teológica de tamanha grandeza conseguiria ver o sabbath neste verso. Incontestavelmente aqui se trata do primeiro dia da semana – o domingo – pois neste dia é que Jesus foi feito Senhor. Ele se tornou para os cristãos um dia memorável, inesquecível, por causa da impressionante novidade da Ressurreição. Por isso o primeiro dia da semana agora é Dele, do Senhor, é o seu dia – dia de domingo e nosso também.

Todavia, não tendo como argumentar, nossos oponentes insistem em difamar este dia glorioso com termos pejorativos por liga-lo ao dia que alguns povos primitivos chamavam de “dia do sol”. Este subterfúgio é muito explorado pelos sabatistas. Mas “sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm. 8:28). Assim como o nome “Cristão” foi lançado como motivo de escárneo, para zombar dos discípulos de Cristo e Deus o transformou em motivo de regozijo, simili modo despindo este nome de seu estigma supersticioso, podemos ver nele uma linda comparação com Cristo, sua obra e seu dia.

A igreja sempre viu no sol uma metáfora de Cristo. Textos como Ml. 4:2 juntamente com Lc. 1:78, Mt.4:16. e Ap. 21:23, mostram que Jesus é o nosso único e verdadeiro Sol.

Na verdade, todos os dias são do Senhor. E o primeiro dia da criação é chamado “Yômam” e “yôm”, foi justamente no dia primeiro que Deus tirou a luz para um mundo que jazia em trevas. Portanto, o sol que é nossa fonte de luz estava implicitamente no primeiro dia da “semana” (não podemos saber de modo definitivo se tal semana foi literal ou não) da criação. O ciclo do sol também nos faz lembrar de Jesus e sua obra. O por do sol representa Cristo descendo à sepultura, quando então a escuridão da tristeza cobriu o mundo e a esperança dos discípulos. Entretanto, o nascer do sol nos faz lembrar de sua ressurreição, saindo vitorioso da sepultura e isto no primeiro dia da semana pondo em fuga as trevas (II Co. 4:6), fazendo resplandecer em nós sua luz gloriosa (Jo. 8:12). O “dia do sol” já passou, nós agora adoramos a Cristo no seu dia, no dia do nosso Sol da Justiça, no dia de Jesus – no DIA DO SENHOR. Não temos nada a ver com o supersticioso dia dos pagãos, isto é demonstrado de maneira sobeja por Tertuliano em uma de suas cartas apologéticas.

A Palavra de um vulto da teologia

Para finalizar, gostaria de transcrever aqui as palavras de C. H. Mackintosh, um dos grandes estudiosos do passado. Em seu livro, “Estudos Sobre O Livro Do Gênesis” ,esclarece com muita propriedade:

“O primeiro dia da semana não é o sábado mudado, mas um dia inteiramente novo. É o primeiro dia de um novo período e não um último dia de um velho período. O sétimo ia está ligado com a terra e o descanso terrestre; o primeiro dia da semana, pelo contrario, introduz-nos no céu e no descanso celestial.

Há nisto uma grande diferença de princípios; e quando encaramos o assunto de um modo prático a diferença é muito material. Se guardarmos o sábado, tornamo-nos desse modo criaturas terrestre, tanto mais que esse dia é, claramente o descanso da terra – descanso da criação; porém se eu sou ensinado pela palavra e o Espírito de Deus a compreender a significação do primeiro dia da semana, compreenderei sua ligação intima com a nova e celestial ordem de coisas, das quais a morte e ressurreição de Cristo formam o fundamento eterno.

O sétimo dia pertencia a Israel e à terra. O primeiro dia da semana pertence a Igreja e ao céu. Além disso Israel foi mandado guardar o dia de sábado; a Igreja tem o privilégio de desfrutar o primeiro dia da semana. O primeiro era o ensaio da condição moral de Israel; o último é a prova significativa da eterna aceitação da Igreja. Aquele manifestou o que Israel podia fazer por Deus; esta declara perfeitamente o que Deus fez por nós.” e “…acima de tudo, não obrigueis o cristão, como uma barra de ferro, a guardar o sétimo dia, quando é seu alto e santo privilégio guardar o primeiro. Não o façais descer do céu, onde ele pode descansar, à terra amaldiçoada e manchada de sangue, onde ele não pode ter descanso. Não o obrigueis a guardar um dia que o seu senhor ficou no tumulo, em vez desse dia bendito em que Ele o deixou.” (págs. 22,23)

Diz mais o Azenilto: “quem sabe ele também presta atenção nessas enumerações feita pelo mesmo Dr. Samuele Bacchiocchi e me oferece sete razões bíblicas e históricas, realmente bem fundamentadas, para a observância do domingo. Eis 7 razões por que o domingo nada tem a ver com a celebração da Ressurreição:”

Não, não vou cair nesta dialética viciosa, onde o senhor não faz outra coisa, a não ser esquivar-se do assunto proposto com novas perguntas. E veja que nem ainda respondeu as do sábado… É a síndrome da Esfinge!!! Saiba o senhor que já estou acostumado a lidar com este encolhe-estica das seitas. São assim as Tjs, os ASD, os mórmons…sempre vivem pulando de galho em galho. Demais disso, sobre o estudo de Bacchiochi atacando o domingo, pretendo analisa-lo como um todo, e não apenas a parte que cabe às suas charadas teológicas (se bem que já existe obras que já se incumbiram deste serviço). Definitivamente, não deixarei o senhor controlar o debate. Não sou obrigado a responder suas perguntas, quando não há sequer o mínimo interesse em responder as minhas. E já que o senhor gosta tanto deste artifício, lá vai mais algumas:

1. Onde, na Nova Aliança e debaixo da Lei de Cristo, está a ordem de Jesus ou algum dos apóstolos para guardarmos (nós os cristãos gentios), o sábado judaico?

2. Onde, na Nova Aliança, os apóstolos ensinaram a termos a lei como regra de vida?

3. Onde, na Bíblia uma referência que aponta a lei como dividida em duas: moral e cerimonial?

4. Onde na Bíblia existe o mandamento para Adão e os patriarcas guardarem o sábado?

5. Mostra-me, por favor, onde no NT aparece alguma vez a igreja gentia se reunindo no sétimo dia da semana?

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