“Portanto, meus amados, fugi da idolatria.” – Co 10.14
A idolatria evangélica se consolida de maneira incontestável. Não há como escapar das evidências gritantes que denunciam esta crescente onda de se prestar culto a deuses que vão sendo criados, sacramentados e adorados nos altares levantados pelo povo outrora avesso a tal prática.
Os templos deixaram de ser lugares de adoração e se transformaram lugares adorados.
A idolatria por templos há muito vem se instalando entre as denominações que disputam a primazia arquitetônica. A idolatria aqui se configura nos milhões investidos em igrejas repletas de artifícios high tec, mas podem se manifestar no pretensioso e ambicioso futuro centro de romaria gospel que a seita IURD irá construir em São Paulo.
Podemos encontrar templos que consumiram milhões em dízimos e ofertas que hoje estão abandonados, porém, o cúmulo do absurdo é saber que há até denominações cometendo a insensatez de transformar templo em museu!
A pastorlatria, a bispolatria e a apostolatria chegam a níveis tão escabrosos que alguns deles já se auto intitulam “pais” e “patriarcas” – isto é idolatria pra diabo nenhum botar defeito!
Homens e mulheres que deveriam levar as pessoas a adoração ao único Deus, roubam a glória do Criador com suas excentricidades e performances recheadas de efeitos especiais; com técnicas de oratória e muito, muito jogo de cena. Estes são capazes de gerar catarse coletiva em estádios lotados de gente ignorante das verdades bíblicas. Os tais estão longe da vida piedosa e da santidade características de verdadeiros servos de Deus.
Na era das celebridades instantâneas, cantores, bandas e outros artistas do meio evangélico levam platéias ao delírio – plateias estas, em sua grande maioria, atraídas pelos espetáculos de luzes e sons ou simplesmente interessados em seus ídolos, nada mais. Alguns ensaiam gritos que confessam seus pecados ao escancararem sua apostasia: “…cadê você, eu vim aqui só pra te ver”.
Não poderia deixar de comentar sobre as famigeradas e idolátricas campanhas e correntes que se instalaram de tal maneira nas mais distintas denominações, deformando a prática da fé de tal forma que muitos crentes de hoje são tão viciados em patuás e mandingas à moda evangélica que muitos deles não dão um passo sequer sem certas práticas ritualísticas, ou sem seus objetos de sorte. É fogueira santa pra cá; é sal grosso e rosa ungida pra lá… Enfim, tudo tão semelhante ao paganismo e pra macumbeiro nenhum botar defeito!
Mas, ainda há muitas coisas que os crentes modernos idolatram. Em tempos de supervalorização da estética e apego material, há muitos crentes que idolatram seus próprios corpos, que dedicam horas e horas para alcançar um bumbum perfeito, mas não encontram tempo para orar e praticar devocional bíblica. Há os que idolatram seus bens, suas famílias, seus hobbies, suas empresas, suas agendas e até suas carreiras.
Toda idolatria é demoníaca, logo, crentes idólatras estão desviados e não têm parte com Deus. É preciso que haja reconhecimento de que tais práticas são reprováveis; faz-se também necessário o arrependimento e conversão genuínos, seguidos de sincera decisão em viver sob o domínio do Espírito Santo e a regência da Palavra. Só assim haverá libertação.
Autor: Pr. Aécio Felismino da Silva
Extraído do site http://pulpito-virtual.blogspot.com.br em 23/08/2013