Se Deus não pode ser tentado, como Jesus pôde ser?

Jesus Salvador

De um lado, a Bíblia nos diz que “Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tiago 1.13). Por outro lado, informa-nos que durante sua permanência no deserto, Jesus foi tentado pelo Diabo (Mateus 4.1-11). Jesus podia ou não ser tentado?

Primeiro, para o pecado acontecer, deve haver uma resposta interior pecaminosa a uma sedutora sugestão para pecar. Embora Satanás apelasse para os desejos naturais humanos de Jesus (exemplo, fome), nosso Senhor não fantasiou a respeito da sugestão de Satanás. Ponderar sobre a sugestão de Satanás, mesmo por um momento, teria se constituído pecado. E se Jesus tivesse pecado, não poderia ser nosso Salvador.

Além disso, embora Cristo não tivesse quaisquer propensões pecaminosas que o inclinassem para o mal, as tentações de Satanás foram tão reais quanto a própria carne sobre seus ossos. Até aqueles que nasceram sob o pecado podem identificar quando são tentados a fazer algo a que estão completamente sem inclinação para tal. Para comparar, a maioria das mães nunca pensaria em assassinar seus filhos — mesmo se elas tivessem a garantia de uma vida sem sofrimentos. Não obstante, o desejo natural para evitar o sofrimento identificaria essa tentação genuína. Finalmente, ao dizer “Deus não pode ser tentado pelo mal” Tiago concentra-se em Deus como o autossuficiente soberano do universo. Como tal, Ele não tem necessidades inconvenientes. Por outro lado, os registros da tentação focalizam o Deus-Encarnado que vivenciou todas as necessidades físicas e psicológicas essenciais proporcionais à humanidade — incluindo fome, cansaço e vontade de se preservar. Portanto, as verdades bíblicas de que Deus não pode ser tentado e Cristo, no entanto, foi tentado, são complementares, e não contraditórias.

”Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4.15).

Pr. Hank Hanegraaff

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