“Esse artigo tem por objetivo contestar as alegações de alguns grupos, que insistem em afirmar que os cristãos devem abster-se de comer certos animais, classificados no Antigo Testamento como imundos, portanto proibidos de serem utilizados como alimento. Tomo como base o capítulo 14 da epístola de Paulo aos Romanos.
“Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura. Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. Não seja, pois, vituperado o vosso bem. Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens. Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros. Não destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as coisas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem o comer com escândalo. É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se enfraquecer. A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado.”
O contexto em que Paulo escreve essas palavras tem a ver com as divergências entre cristãos de origem judaica e de origem gentílica quanto à observância dos dias santos (Sábados e Festas) e alimentos proibidos na lei. Alguns podem tentar argumentar por exemplo, que esse texto não se refere à carnes classificadas como imundas, mas às carnes sacrificadas aos ídolos. Embora essa questão pudesse estar presente, o texto nos fornece dados suficientes para entendermos que de fato Paulo trata especificamente das carnes listadas como imundas no capítulo 11 de Levítico. Notemos os versículos 14 à 17:
“Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura. Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. Não seja, pois, vituperado o vosso bem. Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”
O contexto aqui é claramente de comida considerada impura. E o mais interessante, é que a palavra grega traduzida como “impura” é “koinon” (comum). A mesma palavra que aparece em Atos 10.14, 15: “Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum.” O termo “comum” era usado pelos judeus para designar aqueles alimentos proibidos em Levítico 11. Essa interpretação ainda é reforçada levando outros textos do novo testamento que deixam bastante claro a permissão para se consumir qualquer espécie de alimento, exceto animais sufocados, sangue e o que foi sacrificado aos ídolos. (Atos 15.20, 29; 21.25, 1 Co. 10.28). Vejamos:
Atos 10.10-15 “Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase; então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum.”
A objeção geralmente levantada pelos legalistas é que esse texto refere-se apenas à questão dos gentios, a quem Pedro como judeu considerava impuros ou comuns. Porém, embora de fato a visão tenha essa conotação, se dissermos que Deus não declarou puro tais animais, teremos então que dizer que Deus usou de uma figura falsa, para ilustrar uma realidade. O que seria totalmente incoerente. Veja, que a visão veio no contexto da fome de Pedro, e ele como judeu que era, assim como resistiria comer carne considerada impura, também resistia ir a casa de gentios. O conteúdo da visão pode ser corretamente entendido como sendo, que, da mesma forma como aqueles animais antes eram considerados imundos, mas agora eram declarados puros pelo próprio Deus, assim também o eram os gentios.
1 Cor. 10. 25-28 “Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência. Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude. E, se algum dos infiéis vos convidar e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem nada perguntar, por causa da consciência. Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude.”
A objeção imediata dos legalistas é que esse texto se referia às carnes sacrificadas aos ídolos. Embora esse seja o assunto central abordado pelo apóstolo. O texto deixa explicita a permissão para se comer toda e qualquer espécie de carne, exceto se o crente for advertido que o tal foi sacrificado aos ídolos. Notemos que Paulo está escrevendo aos crentes que viviam na cidade de Corinto e não em Jerusalém. Um açougue gentio tinha toda espécie de carne e não somente aquelas que eram permitidas pela lei. E ele ainda vai mais longe. Se alguns dos infiéis (trata-se de qualquer espécie de não cristão) convidasse um cristão para ir comer em sua casa, o convite poderia ser aceito o crente é orientado a comer o que for colocado diante dele, sem nada perguntar. Os legalistas quando vão comer na casa de algum não cristão, geralmente indagam se a comida contém carne de porco, camarão, etc.
1 Tim. 4.3-5 “ Proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada.”
Temos aqui mais um texto que fala claramente que toda criatura de Deus é boa para servir de alimento. Os legalistas ainda tentarão argumentar usando o episódio da arca de Noé, em que é feita uma divisão entre animais limpos e imundos, para afirmar que estas restrições alimentares existem antes da lei. Porém, Deus disse a Noé, após este ter saido da arca em Gênesis 9.3: “Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento; como vos dei a erva verde, tudo vos dou agora.” Nenhuma restrição foi imposta exceto a de comer o sangue dos animais como vemos no versículo 4 “Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.” Não é mencionada nenhuma carne tida por proibida por ser considerada imunda. Possivelmente a divisão que encontramos em Gênesis, trate-se apenas de uma imundície no que se refere a animais tidos por imundos pelas pessoas, por um critério humano e não classificados assim por Deus. Também admite-se a hipótese de que fossem animais considerados imundos, por não serem aceitos para sacrifício a Deus. Mas não encontramos nenhuma base para afirmar que a restrição ao consumo desses animais já vigorasse nos dias de Noé.
Podemos então concluir, que o cristão estando sob o novo concerto, não está debaixo da proibição de comer os animais classificados como impuros em Levítico 11. A leitura de Romanos capítulo 14 apoiada pela leitura de outros textos bíblicos nos dão abundância de evidências quanto a isso. Se alguém deseja abster-se de comer aqueles animais tem liberdade em Cristo para faze-lo. Mas não tem o direito de querer impor sua opção á toda a comunidade cristã!”
Autor: Rev. Francisco Belvedere Neto
Nota do irmão Luciano Sena do Blog MCA (mcapologetico.blogspot.com.br): Só encontramos a orientação no NT a respeito da moderação, temperança, autodomínio, que incorre no nosso comportamento alimentar. Fato esse que a medicina hoje confirma, sendo que tudo exagerado é problemático para o organismo.
Em RM 14,2-3, os ADV dizem se tratar apenas de um jejum.
Encontrei esse argumento no site da novo tempo, pesquizem la para ver se eles te razão ou não.
Saudações
A abstinência da alimentação carnívora é uma questão de Amor pelos animais, nada mais nada menos, os animais sofrem muito até serem abatidos cruelmente, vivem uma vida sofrida, sem liberdade, muitos vivem sem verem a luz do Nosso Querido Sol. É uma questão de Amor…
se voce ver alguem morto(humano) ja nao sente mais nada pq é comum,ainda mais se alguem tiver feito algo de ruim pra vc e sua familia,mas,quando se trata de sacrificar um animal para se alimentar vc acha cruel,tem como se alimentar de um animal sem sacrifica-lo/:/:/:?foi DEUS que permitiu
Pedro numa visão, viu vários animais, “E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come.”Atos 10:13 – comer carne de animais de abate não é pecado.
Mas se você quiser provar uma dieta como João batista, ele comia gafanhotos e mel silvestre?
Marcos 1:1-6