Introdução
Geralmente ao discutir com alguns católicos mais instruídos sobre a ausência completa de suas doutrinas nas páginas da Bíblia, eles costumam apelar para a chamada “Tradição Oral”. Para justificar esse argumento eles lançam mão de alguns textos do NT, distorcendo-os de maneira bárbara. É isso que iremos abordar nesta matéria.
::: 19 argumentos católicos refutados :::
1º – Paulo ordena que seguíssemos a tradição oral em 2 Tessalonicenses 2:15.
Dizem os católicos: Se a palavra escrita suplanta a tradição oral como dizem os evangélicos, então por que Paulo ordenou aos tessalonicenses preservar a tradição oral?
Resposta: Paulo nunca ensinou ou ordenou nenhum cristão a seguir tradições orais extra-bíblicas em II Tessalonicenses 2:15.
1. A Palavra dos apóstolos em forma oral era inspirada. Hoje mais ninguém tem a capacidade de produzir palavras inspiradas como as dos apóstolos. Portanto, ficamos com a Bíblia somente.
2.
2. Demais disso, qual tradição oral exatamente que nós devemos seguir? Dos católicos ou dos Ortodoxos? Ambos afirmam que possuem cada qual a tradição apostólica verdadeira, mesmo assim suas tradições orais diferem grandemente umas das outras, a ponto de se excomungarem mutuamente. Um exemplo disso foi a chamada controvérsia da “páscoa”. Enquanto os bispos de Roma e as igrejas ocidentais sustentavam a comemoração anual da páscoa aos domingos depois de 14 Nissan, baseando-se numa suposta antiga tradição recebida de Pedro e Paulo, as igrejas da Ásia representadas por Policarpo sustentavam da mesma maneira que esta data era 14 Nissan e não o domingo após ele. Para isso baseavam-se numa tradição recebida pela boca do apóstolo João. Ora, duas tradições orais. Quais delas era a verdadeira? Dá para acreditar que duas tradições conflitantes como essas vieram dos apóstolos? Claro que não!
2º – João 20:30 diz claramente que Jesus fez várias coisas que não foram escritas.
Dizem os católicos: João nos conta em sua epistola que escrevera apenas parte do que Jesus fez, portanto nós necessitamos da tradição oral para completar essa revelação. Isto prova que nem tudo que Jesus e os Apóstolos fizeram e ensinaram foram registrados na Bíblia. Muitas coisas vieram por meio da tradição oral. (João 20:30-31, 21:25)
Resposta: Mesmo se nós pegarmos tudo que está na Bíblia e juntar com o que os católicos e ortodoxos dizem que está registrado em suas “tradições orais”, a declaração de João continua sendo verdadeira. Nós teríamos apenas uma pequena fração dos feitos e ensinos de Jesus. Desta maneira, o argumento católica refuta a si mesmo. Cremos que há muitas histórias que não foram escritas na Bíblia, mas as que estão escritas é tudo que nós necessitamos para nossa fé. E é isso que João diz em 20:3 1.
1. Também pode ser que o que falta no evangelho de João esteja registrado nos outros três evangelhos. De modo que o que falta em um pode ser encontrado nos outros. Com isso descarta-se a tradição oral.
2. Nós aceitamos, entretanto, que há muitos eventos específicos da vida de Jesus que não são registrados no Novo Testamento, mas que decerto foi conhecido por outras pessoas, haja vista haverem cristãos vivos que pessoalmente testemunharam muitas coisas que não foram registradas no Novo Testamento. Mas com certeza estas coisas não eram essenciais para nossa fé, pois tudo de importante para a vida do cristão foi registrado nas Escrituras.
3. Mas João destrói o argumento católico quando fala da suficiência de seus escritos. Assim essa passagem que os católicos gostam de citar para tentar provar a necessidade de uma suposta tradição oral, na verdade refuta essa necessidade e diz exatamente o contrário. Ele diz que “isso foi escrito para que creiais…Em outras palavras, João escreveu tudo o que era necessário para a salvação das pessoas.
4. Os apologistas católicos que se baseiam nesse trecho não podem dar-nos até mesmo um exemplo de uma história genuína não registrada nos evangelhos. Mas mesmo que tivessem um exemplo, a pergunta que deveríamos fazer é, “De que maneira esta informação contribui para nossa fé?” Para que a tradição oral possa ter algum valor, ela deve contribuir de alguma maneira com o resto de informação que nós já possuímos sobre a vida de Cristo. Mas o que vemos é que tais tradições na verdade contradizem as informações que nós já temos nas Escrituras.
3º -“Paulo obteve os nomes de ‘Jannes e Jambres’ em 2 Timóteo 3:8-9, através da tradição oral.”
Dizem os católicos: Note, entretanto, que o Livro de Êxodo não fornece o nome dos mágicos de Faraó. Onde, então, Paulo pôde obter os nomes Jannes e Jambres a não ser pela tradição oral judaica?
No mesmo capitulo em que Paulo enaltece o valor das Sagradas Escrituras, ele também cita uma tradição oral que não está registrada nas Escrituras. Se ele acreditasse que as Sagradas Escrituras são suficientes em matéria de fé, então ele foi contraditório.
Resposta: Acreditamos que Paulo obteve os nomes diretamente por inspiração do Espírito Santo. Pedro nos diz que a profecia não veio por vontade humana, mas os homens de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo. (2 Pedro 1:20-21)
1. João Crisóstomo em 405 em suas homílias comentando sobre o trecho acima concorda que Paulo obteve os nomes por inspiração divina. (João Crisóstomo, Comentários em 2 Timoteo 3:8, Homilia 8) Já Orígenes sugeriu que Paulo obteve os nomes através do “O Livro de Jannes e Jambres”, também conhecido como “Jannes e Mainbres” (cf. Comentários de Orígenes em Mateus 27:8)
2. Também estes nomes foram encontrados nos rolos do mar morto, Talmud, Targuns.
Plynio, o moço também menciona estes nomes em alguns de seus escritos. O livro de Jannes e Jambres aparece no primeiro ou segundo século através de quatro manuscritos existentes que se contradizem mutuamente.
3. Desde que há muitas tradições judaicas curiosas a respeito destes dois mágicos que se contradizem mutuamente, nós perguntamos: em quais destas tradições nós devemos nos basear? Ora, os católicos romanos e ortodoxos hão de convir que para uma tradição ser universalmente aceita ela deve ser coerente. Quando existem várias versões sobre o mesmo episódio ela se torna sem valor como no caso da data da páscoa.
4. Nós não negamos que o nome de Jannes e Jambres foi conhecido dos Judeus. Mas o que nós não concordamos é que Paulo tenha lançado mão de uma tradição oral extra-bíblica.
5. Nós devemos tomar cuidado com certas tradições orais judaicas. Por Exemplo, formou-se uma tradição entre os Judeus de que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus. Mateus registra que isto foi amplamente divulgado entre eles. (Mateus 28:11-15). Mas era falsa tal alegação. Também até mesmo entre os apóstolos surgiu uma tradição de que João não morreria. Todavia, o próprio João se incumbiu de desfazer essa tradição (João 21.22,23).
6. Não queremos no entanto, que nos interpretem mal. Nós acreditamos sem dúvida que os nomes eram de fato de “conhecimento comum” entre os Judeus que Paulo não está revelando os nomes, mas que tão somente o Espírito Santo havia revelado que tais nomes eram genuínos. Somente o Espírito Santo pôde revelar a Paulo o verdadeiro nome [dentre tantas tradições a respeito] de que estes nomes eram de fato daqueles personagens bíblicos. O conhecimento de tais nomes adquire autoridade somente porque foram inspirados pelo Espírito Santo a Paulo e registrado nas Escrituras e não porque haviam sido parte de algumas tradições judaicas que na maioria das vezes, repetimos, eram contraditórias.
7. É interessante notar que os católicos lançam mão de apenas dois nomes para justificar sua doutrina extra-bíblica de tradição oral. Será que isto é o melhor exemplo que eles podem encontrar?! A Bíblia está cheia de personagens cujo nome não foram registrados como, por exemplo, a mulher samaritana, em João 4 ou do eunuco em Atos 8. Muitas pessoas no primeiro século sabiam os nomes destas duas pessoas, mas não faz nenhuma diferença para nossa fé se nós sabemos ou não.
4º – “Em II João 12 e III João 13,14, nós lemos que João preferiu conversar pessoalmente a escrever.
Dizem os católicos: Se a tradição oral não fosse tão importante assim, porque João deixaria alguns assuntos para falar pessoalmente à igreja? Certamente que ele estava transmitindo uma tradição oral.
Resposta: Nenhum destes dois textos prova a necessidade de uma tradição oral extra-bíblica.
1. Concordamos que há muitos eventos e histórias não escritas na Bíblia, mas o que foi escrito é tudo o que nós necessitamos de saber para nossa fé.
2. Nem mesmo os defensores da tradição oral pode nos afirmar que a conversa de João era sobre alguma doutrina bíblica. Nem tampouco pode nos dar o conteúdo desta conversa recorrendo unicamente à tradição. Isso é apenas suposições e nada mais. Há muitas coisas que não foram registradas nas Escrituras que não eram essenciais a nossa fé.
3. Demais disso, o verso 1.12 de II João não prova nenhuma tradição oral. O texto não diz que ele iria dar uma nova doutrina além da que ele deixou registrada em seus escritos. Nem mesmo diz que a conversa era doutrinária. Veja os versos antecedentes e reflita.
“Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda participa de suas más obras.” [II João 9-11]
Que ensino de Cristo é esse que ele fala no verso 9? Certamente é o que ele registrou em seu evangelho. E João subentende que seus destinatários já possuem conhecimento dessa doutrina.
O texto é claro e não há porque inventar doutrinas extrabíblicas em cima dele, sendo que o autor não teve essa intenção. O que ele falaria àqueles irmãos nos é velado, mas daí supor que ele fosse falar de papado, Maria, purgatório é ir longe demais…Esse verso tampouco sustenta a tese da famigerada tradição oral.
5º – “II Timóteo 2:2 – 3.14 prova a sucessão apostólica e a tradição oral.”
Dizem os católicos: Timóteo “ouviu” e “aprendeu” diretamente de Paulo sua doutrina, não necessitou de cartas escritas. Isso prova que nem toda a doutrina cristã se encontra de fato na Bíblia. Estes versos não só provam a tradição oral como ensina de quebra a doutrina da sucessão apostólica.
Resposta: Se este texto for o fundamento para sustentar a sucessão apostólica dos bispos e papas, então isto prova no máximo que Timóteo foi sucessor de Paulo e não de Pedro. Contudo, isto não é sustentado por nenhuma tradição!
1. Também essa passagem fala sobre 4 tipos de pessoas: a) Paulo b) Timóteo c) homens fiéis e, d) os outros. Para os católicos verem nessa passagem um indício de sucessão de Bispos ou Papas é preciso primeiro observar que os ensinamentos de Paulo eram para serem confiados a homens “fiéis”, não fala nada sobre bispos ou Papas. eram simples cristãos e não oficiais de uma hierarquia. Timóteo não foi um bispo na concepção católica do termo. O cargo de Bispo acima do de presbítero, só veio a existir depois de 150 a.D.
3. Ora, se Timóteo participou desta sucessão ela deveria fazê-lo bispo de Roma, para ser uma sucessão verdadeira [segundo o pensamento católico]. Contudo a tradição afirma que Timóteo foi bispo de Éfeso e não de Roma. E nenhuma tradição diz que Timóteo foi sucessor de Paulo. Nós não temos nenhuma linha de sucessores na história de um ou outro. E por que nem Paulo e nem Pedro mencionaram essa sucessão às igrejas? Simplesmente porque eles não deixaram nenhum sucessor apostólico ao estilo católico romano.
4. Finalmente, é impossível os católicos se apoiarem nesse verso a fim de provar a sucessão apostólica quando sabemos que a igreja de Éfeso, onde a tradição diz que Timóteo foi bispo, está sob a autoridade da igreja Ortodoxa Grega. Sabe de uma coisa? Se eu fosse católico, nunca usaria este verso a fim de apoiar a sucessão apostólica dentro da igreja católica!
5. Ademais, a mensagem que Paulo transmitiu a Timóteo não difere em nada do que está registrado em suas epístolas – é a mesma mensagem. O contexto deixa claro que o aprendizado de Timóteo [3.14] é o Velho Testamento chamado por Paulo de “sagradas letras” [v.15].
6º – As palavras de Jesus em Atos 20:35 só pode ter origem na tradição oral.
Dizem os católicos: Como Paulo pode citar estas palavras de Jesus sendo que em nenhum lugar dos evangelhos elas são mencionadas? Isso prova que Paulo usou a tradição oral da igreja.
Resposta: Mesmo que essas palavras foram ditas por Jesus durante seu ministério terreno, não há nada aqui que suporte a idéia de uma tradição oral, mais que todo o resto das palavras de Jesus que foram registradas nos quatro evangelhos. O fato é que nós não poderíamos saber sobre esta passagem até isso ter sido registrada por Lucas em seu livro. Não foi transmitida por nenhuma tradição oral.
1. Nós desafiamos os católicos a nos dar uma lista de “palavras orais” autênticas de Jesus que não são encontradas nas sagradas escrituras. Essa igreja nunca forneceu uma lista sequer de quaisquer palavras de Jesus. E sabe porque não o fazem? Porque nada existe exceto o que foi registrado nas sagradas escrituras.
2. Ademais, quem proferiu esta sentença foi Paulo destacando às palavras do Senhor. Lembre-se ainda que Paulo recebeu por revelação todo o seu evangelho (Gl. 1.11,12) talvez muitas revelações foram dadas a ele quando esteve no paraíso [II Co. 12.9]. Com certeza estas palavras como as da ceia de I Co. 11.23,24 foram recebidas diretamente do Senhor.
Muito embora não se possa acha-las nesta forma nos evangelhos, vislumbre delas são encontradas em Lucas 6.30,35,38; 14.14. E o interessante é que Lucas foi companheiro de Paulo nas viagens missionárias do qual também recebeu influências para compor seu evangelho.
7º – Jesus deixou ensinamentos em forma oral durante o intervalo de sua ressurreição e ascensão.
Dizem os católicos: Lucas diz que Jesus depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, aparecendo-lhes durante 40 dias e falando das coisas do Reino de Deus (At.1,3) Nada disso que o Senhor comunicou aos apóstolos durante 40 dias antes de ir para o céu foi colocado por escrito por nenhum dos apóstolos.
Resposta: Perguntamos: como os católicos sabem que este sermão do Mestre não foi posta em forma escrita?
1. Talvez não tenham percebido, mas essas “COISAS DO REINO”, ou ensinamentos escatológicos, é dado ou REGISTRADO no próprio contexto.
2. Lucas registra que Jesus falou sobre o “reino de Deus”. É fácil entender isso: os judeus de forma geral inclusive os apóstolos não entendiam a questão do reino de Deus. Eles esperavam um reino terreno, mas Jesus disse que seu reino não era desse mundo (Jo.18.36).
3. Lucas diz claramente no verso 6 que “aqueles que haviam se reunido”…reunido para quê? Logicamente para ouvir sobre as coisas do reino [entre aquele intervalo de 40 dias], perguntaram: “Senhor restaurarás Tu, neste tempo o reino a Israel?”. Então Jesus concertou uma idéia errada que eles tinham a respeito do reino.
Quando nós olhamos nas cartas dos apóstolos nós vemos que a teologia do reino está bem refinada. Diferente daquela que os discípulos esperavam antes da morte , ressurreição e ascensão de Cristo.
Talvez quem sabe excetuando-se o verso 6, não há mais indícios nas cartas de um registro ipsis literis das palavras do Senhor sobre esse assunto. Contudo, o novo conceito de reino pode sim ser encontrado por todo o NT.
4. Por exemplo: essa tática foi usada pelos judeus. Os rabinos da época de Cristo diziam que Moisés também havia recebido uma lei oral de Deus quando permaneceu aqueles 40 dias e noites no Monte Sinai (Deut. 10.10). Eles diziam que durante esse tempo Deus deu o Halakoth (lei oral) a Israel.
Mas esta tal tradição oral foi veementemente rechaçada por Jesus quando disse, “invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis.” [Marcos 7.13]
Fato análogo acontece com a chamada tradição oral do catolicismo. Ela entra em contradição com a Bíblia – a Palavra de Deus. Na verdade podemos chamá-la não de tradição, mas de traição ao verdadeiro evangelho.
5. Se os católicos pelo menos lessem o que está escrito em Deuteronômio 29.29 nunca mais usariam textos como Atos 1.3, João 21.25, II João 12, a saber: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei.”
O que foi revelado e o que Deus quis que sua igreja soubesse está registrado de FORMA ESCRITA na Bíblia, o resto é só especulação e nada mais. Por isso ficamos somente com SOLA SCRIPTURA. Essa é a única segurança que nós temos para saber o que de fato Jesus fez e ensinou. É a única maneira que possuímos para conhecer qual é a verdadeira ortodoxia da igreja cristã.
8º – A história da disputa de Miguel e o Diabo pelo corpo de Moisés tem origem na tradição oral.
Dizem os católicos: Também quando São Judas [v.9] nos diz que São Miguel não quis julgar a blasfêmia de Satanás, quando estavam lutando pelo corpo de Moisés, mas deixou-o ao Julgamento de Deus, não ousou julgar a blasfêmia, mas disse: “Cabe a Ti, Senhor”. Ele estava também citando a Tradição Oral. Ou alguém consegue encontrar esta passagem na Bíblia? Estes elementos usados pelos apóstolos que não se encontram no Antigo Testamento vêm da Tradição Divina que mantinha o mesmo pé de igualdade com as Escrituras (Torah, Profetas, Livros de Sabedoria e os Salmos).
Resposta: Devemos esclarecer algumas coisas de antemão. Semelhantemente a Paulo, Judas usa fontes extra-bíblicas, como no verso 9, um trecho tirado do livro “A ascensão de Moisés” e no verso 14 do livro de “Enoque”, ambas literaturas apócrifas. Porém, é bom lembrar que nem a Igreja Católica aceita estes livros como inspirados. Se os católicos advogam esta passagem para fundamentar sua tese da “Tradição Oral” então, para serem coerentes, terão de aceitar todo o resto do livro. Mas é claro que eles não farão isso!
9º – A profecia de Mateus 2:23, afirmando que Jesus seria chamado de Nazareno, é procedente não das Escrituras, mas da tradição oral.
Dizem os católicos: Pode-se procurar o quanto quiser estas palavras no A.T. Elas não estão lá. Mas como Mateus ficou sabendo delas? Somente pela tradição oral.
Resposta: Cremos contudo que Mateus recebeu tal profecia diretamente do Espírito Santo.
1. Os defensores da tradição oral caem em grande contradição com a interpretação tradicional dos pais da igreja como, por exemplo, Jerônimo. Eles na verdade estão violando seu próprio princípio de tradição oral e da “autoridade da igreja” para interpretar as
Escrituras. Se levarem em consideração o testemunho destes homens.
É que Jerônimo afirma que a fonte dessa profecia é Isaías 11:1 e não alguma tradição oral qualquer. Ele interpreta a palavra “ramo” como sendo “nazareno”. (Jerônimo, 47:7). Assim também interpretou Tertuliano, Erasmo e Calvino. Isso é um golpe duro para os defensores da tradição oral. Veja que os cristãos primitivos não interpretavam essa passagem recorrendo à tradição oral, mas somente às Escrituras. Eles não dizem: “Olha isso é fruto de uma tradição oral!”, mas antes “Isso está nas Escrituras”.
2. Note também que o texto diz “profetas” no plural e não um profeta único. Isto é um exemplo de como Mateus combina as palavras de vários profetas diferentes para mostrar a realização de uma profecia. Esta passagem não fala de uma declaração específica, mas de um tema messiânico.
Isto é confirmado pelo comentário que Natanael faz em João 1:46, “Pode alguma coisa boa vir de Nazaré?”
3. Algumas poucas passagens do VT com respeito ao ramo estão em Jeremias 23:5; 33:15 e Zacarias 3:8; 6:12. As passagens do Velho Testamento que falam de Cristo humilhado e odiado são Salmos 22:6-8; 69:8 e Isaías 49:7.
4. Agora veja que Isaías 53 combina a idéia de “ramo” ou “renovo” com “humilhação”. Foi exatamente isso que causou o espanto de Natanael. Pois os habitantes de Nazaré eram desprezados e humilhados pela sua condição social.
5. Seja como for, não há base para dizer que a profecia de Mateus é fruto de uma desconhecida tradição oral, quando os pais da igreja e até mesmo a Nova Enciclopédia Católica em inglês afirma que a profecia de Isaías é a fonte da citação de Mateus.
10º – A cadeira de Moisés em Mateus 23.2, é o antítipo da autoridade Papal e a prova de que há uma tradição oral.
Dizem os católicos: Jesus confiava na tradição oral por reconhecer a autoridade da cadeira de Moisés, que foi passada de Moisés a Josué e destes aos seus sucessores. Esta cadeira é um tipo da”cadeira de Pedro” sobre a qual cada bispo de Roma se assenta através da sucessão apostólica. Essa passagem se torna um grande embaraço para os defensores da Sola Scriptura, pois em nenhum lugar do VT ela pode ser encontrada, pois isto não foi passado por escrito aos judeus, mas tão somente através de uma tradição oral. Portanto, essa passagem é um aprova tanto da tradição oral quanto da sucessão apostólica.
Resposta: Talvez se os católicos lessem um pouco mais a Bíblia não cometeriam erros tão bárbaros. Ora, o assunto sobre a cadeira de Moisés foi revelado em Êxodo 18:13!
1. A expressão “cadeira de Moisés” é uma forma figurada [não literal] de falar sobre o cargo de autoridade que as pessoas tinham para julgar. Certamente os Fariseus e Escribas estavam ocupando a posição que antes Moisés ocupava a de julgar o povo. Mas nada diz aí de uma suposta sucessão, transmitida de Moisés até aos Escribas e Fariseus da época. A expressão “cadeira de Moisés” é figurada e pode ser encontrada na Bíblia em Êxodo 18.13-27. Fora a declaração de Jesus, não há nenhuma tradição oral que mostre uma linha sucessiva de Moisés até os Escribas e Fariseus.
Sendo assim, a tal “cadeira de Moisés” foi o lugar de autoridade onde Moisés aplicou a lei de Deus para julgar o povo.
Note também que a tarefa de julgamento era demasiadamente grande para um só homem, Moisés teve de repartir isso com dezenas deles.
11º – Paulo citou um trecho de alguma tradição cristã oral antiga em Efésios 5:14.
Dizem os católicos: As palavras de Paulo nessa passagem não deixa dúvidas de que o apóstolo lançou mão de uma tradição oral disponível, pelo fato de que tais palavras estar ausentes nas Escrituras.
Resposta: Há várias passagens no AT. que apontam indiretamente para este verso de Efésios 5:14, tais como Isaias 60:1, 52:1 51:17.
Portanto, não há razão para pensar que esta frase vem de alguma tradição, quando Paulo, o apóstolo inspirado, pode ter aplicado uma nova interpretação dentro do contexto da Nova Aliança em relação a Jesus assim como fez Mateus.
12º – A menção de que alguns Judeus foram serrados ao meio veio através da tradição oral [Hebreus 11:37].
Dizem os católicos: Destarte, não encontramos nenhuma menção no V.T de que alguns judeus foram serrados ao meio. É lógico que isso só pode ter vindo de uma antiga tradição oral pelo livro apócrifo da “Ascensão de Isaías”.
Resposta: Mesmo assim, não há nenhuma tradição antes de Cristo mencionando que Isaias morreu serrado ao meio.
1. O livro “A Ascenção de Isaías” foi composto bem depois que o Novo Testamento foi escrito (c. 150 d.C). Há até mesmo muitos exemplos e idéias das doutrinas do Novo Testamento espalhadas pelo livro, de modo que sugere ter sido escrito por cristãos. Há menção sobre a crucificação e os doze apóstolos (3:13), referencia a Nero como o anti-cristo (4:2-6), o conceito de Trindade (11:30-32)Demais disso, se este relato pode ser chamado de tradição, então é uma tradição escrita e não oral.
Certamente que se este verso tivesse algo a ver com a morte de Isaías, o escritor com certeza o teria registrado.
13º- A autoria do quarto evangelho prova a tradição oral.
Dizem os católicos: A única pista que nós temos de que João foi o autor do quarto evangelho é através da tradição oral, já que o original se perdeu e as cópias não trazem nenhum rótulo de quem foi seu autor.
Resposta: O fato de que Mateus, Marcos, Lucas, João e Hebreus e alguns livros do VT não dizem quem realmente os escreveram não é prova da necessidade de uma tradição oral. O mais importante não é quem são os autores, mas se eles foram inspirados pelo Espírito Santo ou não. E sabemos que eles foram.
1. Saber quem escreveu o quarto evangelho ou o livro de Hebreus não é tão importante para a fé assim.
Que diferença faz se nós sabemos ou não quem escreveu o quarto evangelho? Ninguém sabe ao certo quem escreveu o livro de Hebreus e porventura isto faz alguma diferença hoje?
2. No texto mais antigo de Hebreus “p46” do início do século III, esta epistola faz parte das obras paulinas . Hebreus, por exemplo, foi atribuído a Paulo no oriente ( Panteno e Clemente de Alexandria), enquanto o ocidente ( Católico Romano) propôs vários outros escritores (Barnabé, Apolo, priscila, Clemente) que possivelmente teriam escrito este livro e não Paulo. Isto realmente prova que a tradição oral é falha, porque mesmo havendo uma antiga tradição oral sobre o autor de Hebreus, a pergunta ainda ficou sem resposta definitiva para os católicos romanos. Tanto o ortodoxo quanto o católico romano possui suas tradições e mesmo assim eles nunca chegaram a um acordo sobre o assunto. Isto mostra como o católico romano não leva em conta a doutrina que eles mesmos defendem. Se eles cressem de fato na tradição oral, eles não teriam nenhum problema em aceitar a autoria paulina de Hebreus.
3. Na verdade esta pergunta é um embaraço para os católicos que acreditam que sua igreja não erra.
Se saber quem escreveu o quarto evangelho é assim tão importante para provar a tradição oral, então porque eles não respeitam a tradição que diz que foi Paulo quem escreveu Hebreus? Hoje dificilmente um teólogo católico sério admitiria o que Trento arbitrariamente impôs.
4 As Escrituras não dizem quem escreveu o quarto evangelho. O que nós sabemos através das Escrituras é que o autor do quarto evangelho foi um apóstolo que fazia parte do círculo íntimo dos discípulos do Senhor.
Eis alguns textos bíblicos que nos dão alguma pista João 19:26; 20.2; 21.7,20,24.
14º – A “rocha” que seguia os israelitas no deserto foi conhecida unicamente através da tradição oral judaica e não pelas Escrituras I Coríntios 10:1-4.
Dizem os católicos: “Em 1Cor 10,4, São Paulo nos conta uma interessante história que mostra como a Tradição Oral e a Escrita estavam situadas no mesmo nível: escrevendo sobre os sentidos figurados do Antigo Testamento, tomou um exemplo que não está escrito nele: a rocha da qual manava água (Ex 17,1-7; Num 20,2-13) e que acompanhava os Judeus no deserto. Não há nada nas Escrituras sobre uma pedra andando junto com os judeus!”
Resposta: Podemos responder isso, Paulo estava familiarizado com trabalhos da literatura judaica, inclusive trabalhos do período interbíblico que se tornaram parte da literatura apócrifa. Esta passagem pode ser encontrada em Philo.
1. Ele estava igualmente familiarizado com a filosofia e mitologia grega, e certamente utilizou destas fontes. Quanto a isto não temos dúvidas. O caso é, a familiaridade de Paulo com tais fontes significa que elas são divinamente inspiradas, autorizadas, e infalíveis ? Claro que não! Será que está passagem é alguma interpretação oral da Bíblia desde Philo até Moisés aplicando-se aos cristãos hoje? Novamente não.
2. A Bíblia usa às vezes fontes não inspiradas (cf. Nm. 21:14 Js. 10:13 I Rs 15:31) Por três vezes Paulo cita pensadores não cristãos como Arato, Menânder e Epimênides (At. 17:28 I Co. 15:33 Tt. 1:12). A Bíblia porém nunca faz tais citações como tendo autoridade da parte de Deus. As frases usuais de autenticação divina tais como “assim diz o Senhor” ou “está escrito” nunca são encontradas quando há citações destas obras pseudepigráficas.
Na interpretação alegórica de Philo sobre a lei, o maná e a bebida (ou fonte da bebida) é comparada a sabedoria de Deus. Paulo interpreta estas identificações em termos da sabedoria do Judaísmo helenístico aplicando-as a Cristo. Isto não significa que ele desejou dizer sobre Cristo tudo aquilo que o Judaísmo helenístico disse sobre a sabedoria.
3. Agora os católicos dizem que Paulo tirou isto da “Tradição Oral”. Sim, ele tirou de fontes extra-biblica, mas o que isto prova? Prova somente que ele tirou ilustrações e terminologias de todos os tipos de lugares. Da mesma maneira, como já dissemos, ninguém discutiria que ele fez uso de filósofos gregos, e nenhum cristão diria que tais fontes são infalíveis, inspiradas, ou em qualquer aspecto espiritualmente autorizada para nós.
4. Nós não acreditamos que havia uma rocha literal que seguia os Judeus no deserto. Não é isto que I Cor, 10:4 está ensinando.
5. Nós acreditamos que a Escritura é que tenha produzido a tradição e não o inverso. A idéia de que Deus é a “Rocha de salvação” é um tema bastante conhecido no VT (Ex 17:1-7; Num 20:2-13 ; Deut. 32:4, 15, 18, 30-31, 37; Salmos 78.35.). Eles meramente expandiram aquilo por analogia, sem revelação específica, que Deus estava seguindo eles através da Rocha e outros atos providenciais, não que a Rocha literalmente seguia eles. Muitos pais da igreja acreditavam que a rocha não era literal, entre eles temos: João Crisóstomo e Agostinho. Nenhum deles recorreu á tradição oral judaica para explicar este verso.
6. Sem que as Escrituras nos falassem sobre isso, os católicos e defensores da tradição oral nunca poderiam saber deste episódio apenas recorrendo à tradição oral, haja vista, haverem variações nas tradições judaicas sobre este assunto. Deste modo, sem as Escrituras como saber que aquela Rocha era de fato uma analogia da proteção de Cristo? Veja que temos necessidade das Escrituras e não da tradição oral, já que está se encontra muitas vezes contraditória.
15º – Atos 7.52 prova a tradição oral
Dizem os católicos: Somente através da tradição oral é que ficamos sabendo que todos aqueles profetas foram perseguidos em Atos 7:52,53.
Resposta: Este verso é muito fraco para provar a necessidade de uma suposta tradição oral, para interpretar as Escrituras. A perseguição dos servos de Deus – os profetas, é registrado no VT em grandes detalhes – II Crônicas 36:15-16. Não há necessidade de se apelar para uma tradição oral, quando você tem versos específicos da Bíblia que falam a respeito.
16º – O tempo exata da seca profetizada por Elias tem origem na tradição oral.
Dizem os católicos: Unicamente através da tradição oral é que ficamos sabendo sobre o tempo da duração da seca [3 ½] no ministério do profeta Elias [1 Reis 17:1 ] no livro de Tiago 5:17″
Resposta: Realmente o livro de I Reis 17.1 não menciona o tempo exato da seca. O texto apenas diz “nestes anos”, não mencionando o tempo de duração. Mas o capítulo 18.1 acrescenta que no “terceiro ano” Elias voltou a falar com Acabe. Bom, já temos aí uma pista, um total de três anos. Mas como Tiago ficou sabendo dos seis meses restantes? Isto não indica que Tiago lançou mão de alguma tradição oral? Não, não indica. Jesus nos conta que foram 3 ½ de seca. “Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel nos dias de Elias, quando céu se fechou por três anos e seis meses, de sorte que houve grande fome por toda a terra;” [Lucas 4.25]. É certo que Tiago, sendo irmão de Jesus, aprendeu diretamente dEle este pormenor. Jesus necessitaria de confiar numa tradição oral par saber disso? Dificilmente!
Não há necessidade de apelar para a tradição oral, quando temos a solução na própria Bíblia.
Suponhamos que este pormenor foi conhecido através de alguma tradição oral, o que isto acrescenta á nossa fé? Nada absolutamente. Se isto é o melhor que os católicos podem oferecer eles estão perdendo seu tempo!
17º – Jesus deixou ensinos aos discípulos de Emaús que não estão registrados nas Escrituras
Dizem os católicos: nós lemos em Lucas 24:27 que quando Cristo apareceu aos dois discípulos na estrada de Emaus, ele expôs para eles toda a Sagrada Escritura sobre as coisas concernente a Ele mesmo. Esta conversa, entretanto, não é registrada em nenhum lugar, mas com certeza isto constitui fruto de revelação e tradição oral.
Resposta: O diálogo entre Jesus e os dois discípulos de fato não aparecem nas Escrituras. Mas isto seria relevante? Nós sabemos, por exemplo, (Atos 21:8), que as quatro filhas de Filipe, o evangelista, profetizavam, mas nenhuma dessas profecias foram registradas. Em João 8:8 é nos dito ( nem todos os manuscritos registram este episódio), que Jesus escreveu alguma coisa na areia, mas no entanto não há nenhum registro do que foi escrito. Em Apocalipse 10:4, está escrito que João escutou uma mensagem falada pelos “sete trovões,” e estava para registrar, mas foi proibido de fazer assim. Há muitas coisas na Bíblia que não foram de fato registradas. A pergunta para ser relevante deveria ser: existe de fato qualquer mensagem que Deus quis nos transmitir, mas que não foram registradas nas Escrituras Sagradas. A citação de Lucas 24:27 para ser um exemplo relevante, teria que provar primeiro que aquela mensagem era importante para a igreja e que essa mensagem não foi registrada nas Escrituras, mas foi preservada na Tradição oral da igreja..
1. Mas nós podemos ter uma idéia do conteúdo da mensagem que Jesus falou para os discípulos de Emaús.. Lucas nos conta que Ele lembrou os discípulos das profecias das Escrituras hebraicas que aplicavam-se a Ele concernente ä sua morte e ressurreição. Quais foram estas passagens? Muitas delas foram aplicadas pelos seus discípulos em diversas ocasiões como por exemplo, Isaias 53:7-8 (aplicada por Filipe em Atos 8:26-35) ou Salmos 2:1-2 (aplicada em Atos 4:25-27) e outras passagens tais como Salmos 22:8 ou Salmos 22:16. Todas elas são profecias messiânicas
2. Diante disso, a pergunta permanece: Será que Deus deu qualquer mensagem para a igreja , que seja relevante, essencial para nossa salvação ou ao menos de grande benefício espiritual, que Ele tem revelado aos apóstolos e profetas do NT, para nossa informação, e que nós temos acesso pela Tradição Oral, mas que não tem sido registrada para nós nas páginas da Bíblia? Eu não consigo ver nenhuma evidencia a esta afirmação.
Agumentos fracos que não tira o valor da tradição oral.
errado! lança por terra todo argumento católico facilmente!!
Não achei nem uma resposta correspondente a minha pergunta!