Primeiro, segue o e-mail de Leandro Quadros e abaixo minha resposta que foi enviada ao mesmo.
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Olá, Pr. Paulo Cristiano:
Possivelmente minha mensagem via formulário já tenha sido encaminhada a você. porém, como consegui seu contato direto, reenvio o e-mail que havia mandado via site do cacp, em resposta à sua promessa em refutar-me.
Fico no aguardo. Graça e paz.
Fiquei satisfeito em receber o aviso do Pr. Paulo Cristiano da Silva, através do site do “Na Mira da Verdade” de que, em breve, ele responderá a todas aos artigos que escrevi sobre as distorções que os senhores têm apresentado a respeito do adventismo.
Não gosto de brigar com ninguém, mas, não fujo de um bom debate, pautado pelo respeito e pela troca de ideias.
Creio que vocês têm maturidade e cristianismo suficientes para não confundirem pessoas com ideologias.
Por isso, estarei aguardando vossas respostas. Gostaria também que o Pr. Paulo Cristiano considerasse as distorções que apontei na Revista Acadêmica Kerygma, vol. 9, número 1, do 1o Semestre de 2013. Na minha resenha intitulada “Os adventistas e a identidade da lei em Gálatas” demonstrei, por meio de fontes primárias, os deslizes históricos e doutrinários que o Pr. Silva cometeu em seu artigo “Adventistas admitem erro na interpretação da lei”, pulicado na revista “Apologética Cristã”.
Caso não tenham visto esse material circulando na internet, avisem-me e faço questão de escanear e mandar-lhes por e-mail.
Infelizmente, todos os alunos do curso de teologia do UNASP, bem como meus leitores, tiveram de ver escancaradamente a falta de responsabilidade do Pr. Paulo Cristiano no manuseio das fontes. Não estou questionando sua honestidade. Jamais! Questiono sim sua precisão acadêmica.
E não é só isso. Nesta semana terminei um artigo de umas 10 páginas, no qual apontei distorções sérias – muito sérias – cometidas pelo Pr. Martinez ao tratar do adventismo como seita no caso Fernando Galli.
Em breve o respectivo artigo também será publicado.
Confesso, prezados, que meu maior objetivo não é atacá-los (se estiver mentindo, Deus me castigue por isso), mas sim esclarecer fatos à luz de fontes primárias que os senhores desconhecem (ninguém é obrigado a conhecer tudo mesmo). Meu sincero desejo é estar no Céu com vocês e não ser vossos inimigos. Mas, se os senhores no momento não estiverem dispostos a conhecer a verdade sobre fatos que no momento desconhecem, só o que posso fazer é orar e esperar que o Espírito Santo atue em vossos corações.
Essas coisas que escrevi foram apenas o começo. Concluí 4 anos de trabalho de uma dissertação de Mestrado intitulada “Críticas aos Adventistas na Literatura Brasileira”. Deus foi tão bondoso comigo que o trabalho foi visto por meu orientador – Dr. Alberto R. Timm – como um trabalho doutoral. Por isso, apresentarei apenas um capítulo neste ano (que valerá por toda a dissertação do Mestrado) e já começarei a cursar o doutorado para publicar futuramente as mais de 470 páginas onde aponto todas as distorções apresentadas contra os adventistas na literatura brasileira desde 1925, com o lançamento do livro de Ricardo Pitrowsky. Os livros dos senhores se encontram neste trabalho e, infelizmente, mais uma vez o grande público (inclusive acadêmico) terá a certeza de que os senhores escrevem sobre o adventismo mais motivados pela raiva ou algum tipo de rancor do que por conhecimento de causa.
No meu programa já tenho abordado, no quadro “Momento da Mentira” diversas distorções de vossa parte, vedando vossos nomes, obviamente.
Mas, em comparação com o trabalho acadêmico que está sendo concluído para desacreditar vossa literatura, isso não é nada.
Foram anos de ataques de vossa parte à teologia adventista. Está chegando o dia em que todos os internautas, telespectadores e ouvintes sinceros porão em dúvida vosso conhecimento sobre o adventismo. Talvez essa seja a maneira de Deus quebrar vosso orgulho (assim como quebrou o meu em certos momentos) para vossa própria salvação. O Senhor o sabe que meu sincero desejo é que isso ocorra e que possamos, apesar de não concordarmos doutrinariamente, ao menos nos respeitarmos como cristãos autênticos que, mesmo sendo pecadores, estão em busca de Cristo e da transformação do Espírito.
Estarei à vossa disposição inclusive para debates públicos em vossas igrejas ou em qualquer outro lugar que seja viável. E, reitero: fico no aguardo de vossas considerações conforme prometido pelo Pr. Silva.
O Senhor os ilumine e guarde,
Leandro Quadros.
RESPOSTA À MISSIVA DE LEANDRO QUADROS
Não é de hoje que mantemos contato com adventistas. Nestes últimos anos temos debatido com adventistas de diversas facções, das menos radicais como os “Adventistas da Promessa” até os mais fanáticos como “Adventistas da Reforma”. No meio estão os “do Sétimo Dia”, não menos intransigentes do que os primeiros. A beligerância é a marca registrada das seitas e com os adventistas não é diferente. Que o diga o Departamento Jurídico do CACP!
Mas confesso que Leandro Quadros me surpreendeu. Talvez sua imagem de persona pública o tenha levado a ser mais polido em suas palavras; ao contrário de alguns de seus colegas “debatedores” que preferem usar termos, digamos não tão cristãos assim, tais como: CANALHA, MENTIROSO e outros adjetivos não tão nobres, escritos em letras garrafais nos debates travados entre nós. Um deles, Quadros conhece muito bem. Mas isso é coisa do passado; estamos diante de uma nova criatura adventista, forjada nas mídias sociais. Limpar a imagem da Igreja perante os demais evangélicos é primordial. Reconstruir uma nova imagem para o adventismo atual livrando-se da grosseria dos pioneiros é tarefa necessária. E a tecnologia moderna cai bem como instrumento maquiador.
Mas Leandro Quadros se esforça em ser politicamente correto, fala em “maturidade” e apela para não confundirmos “pessoas com ideologias”; seu desejo é “respeitarmos como cristãos autênticos” e ainda confessa que seu “maior objetivo” não é nos atacar e pasmem: quer nos ver no céu. Poxa, seu Leandro, isso é lindo! Tocante mesmo! Só tem um problema: isso é argumento fake. Conhecendo o adventismo como eu conheço pressinto que o nosso oponente fala pelos dois lados da boca como dizia com muita propriedade o Pastor Natanael Rinaldi, respaldado pelos seus mais de cinquenta anos de ministério apologético.
No mesmo fôlego de cortesia e amizade, o senhor Leandro tenta nos ameaçar com seus títulos acadêmicos e suas regras de iniciação à pesquisa científica.
É notório a todos aqueles que debatem com Leandro Quadros o escândalo que ele faz em relação à crítica de seus oponentes: “Eles não usam obras primárias”, “não são precisos academicamente”, “distorcem os escritos adventistas”, “tomam as declarações fora do contexto”, e o chororô prossegue ad nauseam.
Mas sejamos realistas: será que os textos são tomados fora do contexto ou será que é a defesa de Quadros que está fora do contexto?
Como estratégia de “cala boca” ele tenta me amedrontar com uma refutação de um artigo de minha autoria que foi parar em uma revista apologética (não me lembro se foi enviado pelo CACP ou o editor copiou do nosso portal com permissão) intitulado “Adventistas admitem erro na interpretação da lei”. Um comentário despretensioso, feito às pressas, sem nenhuma aspiração acadêmica, confesso – a bem da verdade, nem o reclamante usa a metodologia em tudo o que escreve – mas que exigiu do senhor Quadros um artigo científico para refutá-lo, o que me deixou com uma sensação dúbia de surpresa e alegria. Seja como for, fico contente em saber que meus artigos estejam mexendo com a atenção dos adventistas.
Se o senhor Quadros preza tanto pelos cânones da pesquisa científica posso lhe enviar minha pesquisa monográfica em sociologia da religião intitulada “Um estudo sobre o conceito de racionalidade em Max Weber a partir das práticas das Testemunhas de Jeová”, que fez o professor Rodrigo Constante Martins, portador de um pós-doutorado, coordenador do Programa de Pós Graduação em Sociologia da UFSCar, elogiar e dizer diante da banca que era uma pesquisa não de graduação, mas de pós-graduação.
De qualquer forma, só fiquei sabendo da refutação muito tempo depois, vasculhando o blog do senhor Quadros. Lá pude verificar a menção feita ao meu artigo, só que o link não estava funcionando, creio que ainda não está, o que me fez ir direto à revista eletrônica “Kerygma” e copiar não só o artigo refutatório do senhor Leandro como muitos outros que estavam publicados por lá. Obrigado, Leandro, sem você não conseguiria saber da existência desse periódico – há muitas “pérolas” ali.
Ah, só para constar: o artigo do senhor Leandro já foi analisado e terá uma resposta em nosso portal, mas não sem primeiro, enviá-lo ao senhor Quadros.
Mas por falar em precisão acadêmica e distorção de textos, Leandro Quadros deveria se medir com a mesma régua que usa para aferir seus oponentes. Há várias pessoas na internet reclamando a mesma falta de honestidade acadêmica que ele impinge sobre os outros, dentre estes estão: um maçom, um metodista e um presbiteriano que alegam que ele tirou as literaturas de suas denominações fora do contexto em debates. Senhor Leandro, nunca ouviu falar que quem tem telhado de vidro não atira pedras em telhado alheio?
E por fim, com ar profético, ele desabafa de maneira hiperbólica, que transcrevo ipsis litteris: “Foram anos de ataques de vossa parte à teologia adventista. Está chegando o dia em que todos os internautas, telespectadores e ouvintes sinceros porão em dúvida vosso conhecimento sobre o adventismo. Talvez essa seja a maneira de Deus quebrar vosso orgulho […]”
Parece que nosso amigo foi escolhido e incumbido pelos céus de travar uma cruzada contra todos aqueles que não rezam pela cartilha adventista. O pior é que ele não só acredita nisso, mas presume-se capaz de fazê-lo com (sic) “470 páginas” de uma monografia. Dá pra acreditar?!
A heresia não se transforma em ortodoxia pelo simples argumentar e escrever. Nem uma tonelada de páginas conseguiria transformar a mentira em verdade, o errado no certo. A tática falha gravemente, e um exemplo clássico deste tipo de falácia é a vasta literatura produzida pelos mórmons para defenderem sua doutrina contra os que eles chamam de “os críticos da Igreja”. São muitas páginas, horas e energia que os apologistas mórmons gastam em pesquisas para provar a veracidade da geografia do “Livro de Mórmon”. Toda essa parafernália argumentativa do arsenal mórmon se desintegra ante a veracidade dos fatos. A frágil couraça da mentira, não resiste à bigorna da verdade. Contra fatos, não há argumentos, a despeito de quão bem empacotada “cientificamente” ela possa parecer.
Quer tentar desacreditar o CACP? Então é bom entrar na fila!
Meu prezado, o trabalho de resposta adventista já vem de longa data, e o senhor o sabe muito bem: Uriah Smith, Nichol, Christianini e tantos outros já se aventuraram. Hoje, olhando para trás, suas respostas não passam de especulações muito bem argumentadas, são dignas de riso em muitas questões. Quando não foram completamente refutadas, foram contraditadas por escritores de sua própria denominação. Aliás, a invocação que o senhor constantemente faz do Espirito Santo em sentido trinitário nunca passaria pela cabeça dos apologistas pioneiros, pois eram adeptos da heresia ariana.
Quanto a debates públicos, a recíproca é verdadeira, quem sabe em uma de suas igrejas? O que acha? É só me avisar o dia e a hora.
Como entrada para esse banquete dialógico, envio-lhe para o senhor degustar minhas cinco partes refutatórias intituladas “Vinho Novo em Odres Velhos” em resposta aos seus quatro artigos “O sábado de Colossenses 2.16”. Também minha primeira parte às réplicas feitas pelo senhor ao Pr. Natanel Rinaldi sobre “A profetisa adventista que falhou” está a caminho.
Apraza a Deus que, por meio destes debates havidos entre nós, o Espírito Santo possa despertar-lhe para a verdade e assim encontrar a “liberdade com que Cristo nos libertou”.
Esses são meus sinceros votos em prol da sua alma.
Sem mais,
Presb. Paulo Cristiano da Silva