Tentando provar que nós, os que dizemos que os espíritos que se manifestam nos centros espíritas são, sem exceção, demônios, Allan Kardec escreveu em O livro dos Médiuns, primeira parte, capítulo 4, número 46, nove perguntas, que ele julgava contundentes. Abaixo transcrevo as ditas interrogações e as respondo respectivamente.
Primeira pergunta: “Há ou não espíritos bons ou maus?”.
Resposta: Há.
Segunda pergunta: “Deus é ou não mais poderoso do que os maus espíritos, ou do que os demônios, se assim lhes quiserdes chamar?”
Resposta: É.
Terceira pergunta: “Afirmar que só os maus se comunicam é dizer que os bons não o podem fazer. Sendo assim, uma de duas: ou isso se dá pela vontade, ou contra a vontade de Deus. Se contra a sua vontade, é que os maus espíritos podem mais do que Ele; se por vontade sua, por que, em sua bondade, não permitiria Ele que os bons fizessem o mesmo, para contrabalançar a influência dos outros?”
Resposta: Nós, os evangélicos, não pregamos que só os maus espíritos se comunicam, pois cremos que os anjos e o Espírito Santo contatam os servos de Deus (Êx 3.2 ; Dn 9. 21 e 22 ; Lc 1. 13, 26-28 ; At 8. 26; 13. 2 ; Jo 16. 13, etc. ). Em se tratando, porém, dos espíritos dos mortos, nem os maus e nem os bons se comunicam, mas sim, os demônios, que personalizam os falecidos, para enganarem os incautos (Lc 16. 27-31).
As manifestações do Espírito Santo e dos anjos, se dão sob a vontade absoluta de Deus, e as manifestações dos demônios disfarçados em espíritos dos mortos, ocorrem sob a vontade permissiva de Deus, pois Ele deu ao homem o livre arbítrio.
Os anjos não são os espíritos dos mortos, porquanto Deus não é nenhum incoerente para proibir aos seus servos de se comunicarem com os mortos (Dt 18.9 a 14) e ao mesmo tempo permitir que eles (os mortos) se comuniquem com Moisés, Zacarias, Maria mãe de Jesus, Daniel, etc.
Os demônios não podem mais do que Deus, mas Ele permite, por causa do livre arbítrio que nos deu, que desobedeçamos às Suas Leis (as quais com clareza proíbem que evoquemos, invoquemos e consultemos os mortos), oportunidade esta que os demônios não lançaram fora, mas aproveitaram-na para ludibriarem aqueles que se puseram sob a maldição divina por transgredirem a Lei de Deus, exarada na Sua Palavra (Dt. 18. 9 a 14; Ap 21.8;22.15)
O próprio Allan Kardec ensinou que as más ações atraem os maus espíritos, e as boas, os bons. Pois bem, é isto que está acontecendo. A má ação da transgressão da lei de Deus, atrai os demônios, os quais com muita habilidade imitam os falecidos.
Para contrabalançar a influência dos maus espíritos (o diabo e os demônios), temos, não a influência dos “bons espíritos dos mortos”, mas a influência da Bíblia (Malaquias 3.16), do Espírito Santo (Jo 16.13, etc.) e dos anjos (Hb 1.14). Estes (o Espírito Santo e os anjos) nunca se manifestam identificando-se como espíritos dos mortos, pois não o são.
Quarta pergunta: “Que provas podeis apresentar da impossibilidade em que estão os bons espíritos de se comunicarem?”.
Resposta: Nenhuma, pois como já vimos, os bons espíritos (o Espírito Santo e os anjos) estão a serviço dos servos do Senhor e conosco se comunicam constantemente; mas, os espíritos dos mortos, nem os bons e nem os maus têm acesso a nós, e esta é a razão porque Deus nos proibiu consultá-los. Se os mortos tivessem acesso a nós, Deus não nos proibiria consultá-los, pois não haveria nisso nenhuma maldade; pelo contrário, consultar os mortos seria até muito confortante. Deus não é nenhum idiota e, portanto, jamais nos proibira de consultar os mortos se isto fosse possível. O fato de Deus nos ter proibido consultar os mortos, nos prova que eles não têm acesso a nós. Os mortos salvos estão no paraíso e os perdidos no inferno, e não zanzando por aí (Lc 16. 19-31; 23. 42-43; 2 Co 12. 2-4 ; Ap 6. 9-11, etc).
Certo dia, enquanto argumentava baseado em Dt. 18. 9-14 que os mortos não se comunicam conosco, disse-me um amigo: “Eu creio que é possível comunicarmos com os mortos, e que Deus nos proibiu fazê-lo para nos livrar duma possível farsa demoníaca, porquanto os demônios bem podem imitar o falecido com quem desejaríamos falar”. Eu disse-lhe que respeito muito a sua opinião, pois mais importante do que sabermos o porquê de Deus ter proibido a consulta aos mortos, é sabermos que Ele o proibiu e obedecermos esta Sua ordem. Todavia, me parece mais evidente que Deus nos proibiu consultar os mortos, não para nos livrar de um possível engano, mas sim, para nos livrar da inevitável farsa, pois os mortos não podem nos contatar. Se este não fosse o motivo, Deus nos proibiria comunicar com os anjos, pois o diabo, à luz da Bíblia, pode imitar um anjo de luz (2 Co 11.14).
Iniciei minhas objeções à pergunta número quatro, mostrando que, em se tratando de comunicação com espíritos, somente os anjos (que não são espíritos dos mortos como querem os espíritas) e o Espírito Santo se comunicam conosco. Isto é muito óbvio, pois é de se esperar que um bom espírito, como o do apóstolo Paulo, de João Batista… jamais concordaria com a transgressão da Lei de Deus. Ora, se nós estamos proibidos de consultar os mortos, então os mortos estão proibidos de se comunicarem conosco, pois como Deus poderia nos proibir de consultá-los e enviá-los para serem consultados por nós? Isso seria uma incoerência tão grande quanto aquelas que caracterizam o Kardecismo. Sim, os bons espíritos (refiro-me aos espíritos dos mortos) não se comunicam conosco porque se são bons, obedecem a Deus e ainda querem que façamos o mesmo, e, portanto, jamais nos incentivam à transgressão da Lei de Deus.
Quinta pergunta: “Quando se vos opõe a sabedoria de certas comunicações, respondeis que o demônio usa de todas as máscaras para melhor seduzir. Sabemos, com efeito, haver espíritos hipócritas, que dão à sua linguagem um verniz de sabedoria; mas, admitimos que a ignorância pode falsificar o verdadeiro saber e uma natureza má imitar a verdadeira virtude, sem deixar vestígio que denuncie a fraude?” (Grifo nosso).
Resposta: O próprio Allan Kardec admite a existência de “espíritos hipócritas, os quais dão à sua linguagem um verniz de sabedoria”. Só nos resta sabermos agora que espíritos são esses. Allan Kardec e todos os kardecistas dizem que são espíritos ainda maus e/ou zombeteiros, os quais um dia sentirão a necessidade de se evoluírem e evoluirão, pois Deus, submetendo-os a várias encarnações neste e/ou noutros mundos, lhes proporcionará os meios para que evoluam até atingirem à perfeição moral e intelectual, quando então serão espíritos perfeitos. Dizem que Jesus Cristo, os espíritos que a Bíblia chama de anjos, e todos os espíritos perfeitos, passaram por esta evolução. Admitem a possibilidade de nem todos os espíritos hoje perfeitos, terem sido maus no passado, mas sustentam que todos os espíritos (inclusive Jesus) foram criados imperfeitos e que por seus próprios esforços e méritos alcançaram a perfeição. A Bíblia, porém, nos apresenta um quadro diferente. À luz da Bíblia, os espíritos que Allan Kardec e discípulos chamam de “espíritos ainda não evoluídos”, são os irrecuperáveis demônios, os quais, inevitavelmente serão lançados no fogo eterno, donde não sairão nunca (Mt. 25: 41,46; Ap. 20: 10).
A ignorância não pode falsificar o verdadeiro saber, mas lembremo-nos que de ignorante o diabo não tem nada. Para nos enganar, o diabo se finge de “um espírito atrasado”, para que pensemos que tais espíritos existem, e também se finge de “apóstolo Paulo; Anjo Gabriel; João Evangelista; João Batista; Maria, mãe de Jesus” e assim por diante, para que pensemos estar contatando um espírito da mais alta ordem. O diabo está em condição de imitar quaisquer cientistas. Para se cientificar e certificar da autenticidade desta afirmação, basta lermos o livro intitulado “O Consolador”, fruto da “mediunidade”, do senhor Francisco Cândido Xavier, onde o diabo, dizendo chamar-se “Emanuel”, fala como um verdadeiro cientista, respondendo com muita sabedoria, às perguntas sabiamente formuladas, acerca das seguintes ciências: Química, Física, Biologia, Psicologia, Sociologia e Filosofia. Nesta mesma obra, não obstante não ter conseguido esconder o “rabo”, o diabo, que se auto-intitulou “Emanuel”, entra na área religiosa e fala dos profetas, dos anjos, dos apóstolos, de Jesus Cristo, etc.
Uma natureza má pode imitar a verdadeira virtude, pois escreveu o seguinte, o apóstolo Paulo, em 2 Co 11. 14: “E não é de espantar, porque o mesmo Satanás se transforma em anjo de luz”.
Allan Kardec admite, como podemos ver através da 5ª pergunta, “que a ignorância pode imitar o verdadeiro saber e uma natureza má, imitar a verdadeira virtude”, mas nunca “sem deixar vestígio que denuncie a fraude”. Ora, o diabo, quando demonstra a sua sabedoria, não pode deixar vestígio de ignorância, porquanto, à luz da Bíblia (Ez 28. 11-19), de ignorante ele não tem nada. Quanto à objeção de que “uma natureza má não pode imitar a verdadeira virtude sem deixar vestígio que denuncie a fraude” respondo que eu também penso assim. Mas quem disse que os espíritos que se manifestam nos centros espíritas, dizendo-se apóstolo Paulo; João, O Batista; O Espírito da verdade; João Evangelista; São Luiz…, não deixam vestígios de que são fraudulentos? Allan Kardec não enxergou esses vestígios, mas eles existem. Ou pensam os espíritas que nós, os evangélicos, criticamos a tais espíritos gratuitamente? Não é assim. Afirmamos que tais espíritos são demônios, porque temos conseguido, com a ajuda de Deus, pela instrumentalidade da Bíblia, enxergar o “rabo” deles. Senão vejamos: Como podemos crer que Deus nos enviou o espírito do apóstolo Paulo, para o consultarmos, se Ele (Deus) mesmo proibiu a consulta aos mortos? Como podemos crer que esses espíritos são bons, se eles negam o perdão, dizendo que o perdão de Deus não significa o olvido dos pecados, mas apenas forças para que os reparemos, quando a Bíblia diz com clareza que os pecados daquele que se entregou ao Senhor Jesus estão esquecidos por Deus, por terem sido reparados pelo sacrifício substitutivo efetuado por Jesus, lá na cruz? (Mq 7: 19; Hb. 10:17,18, etc). Porventura, estas contradições entre a Bíblia e tais espíritos não constituem fortes vestígios de que são demônios? Só não enxerga isto quem não quer enxergar. Tenho enxergado, ó kardecistas, os “pés de pato”, as “asas de morcego”, os “chifres”, as “caudas” e os “garfos” desses espíritos e eis a razão porque os denuncio.
Eu disse acima que, segundo os espíritos que se comunicavam com Kardec, o perdão dos pecados não significa o olvido (“olvido” é um vocábulo arcaico e significa “esquecimento”) dos mesmos, mas sim, forças para que os repararemos. E, para que o leitor veja que de fato as coisas são assim, veja esta cópia:
“Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação” (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira, 112ª edição, capítulo X, nº 17, página 179)
Sexta pergunta: “Se só o demônio se comunica, sendo ele o inimigo de Deus e dos homens, por que recomenda que se ore a Deus, que nos submetamos à vontade de Deus, que suportemos sem queixas as tribulações da vida, que não ambicionemos as honras, nem as riquezas, que pratiquemos a caridade e todas as máximas do Cristo, numa palavra: que façamos tudo o que é preciso para lhe destruir o império, dele, o demônio? Se tais conselhos o demônio é quem os dá, forçoso será convir em que, por muito manhoso que seja, bastante inábil é ele, fornecendo armas contra si mesmo”.
Resposta: A resposta a esta pergunta foi dada pelo apóstolo Paulo em 2 Co 11.14: “Não é de admirar; pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz”.
O diabo recomenda que se ore a Deus, mas como ele nunca consegue esconder o “rabo”, recomenda também que se ore ao “anjo guardião” e aos “espíritos protetores”(cf.: O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 28, número 11, § § 2 e 4).
O diabo aconselha que nos submetamos à vontade de Deus, mas não revela qual é esta vontade. Por exemplo, está escrito que a salvação é pela graça, por meio da fé, que não vem de nós, não vem das obras, e que é dom (presente) de Deus (Ef 2. 8,9), mas Satanás tem ensinado o contrário aos espíritas. Senão, vejamos : Em o livro espírita intitulado Páginas de Espiritismo Cristão, capítulo 7, página 26, podemos ler o que se segue : “Afirma a teologia, que os homens são filhos do pecado, maus desde a origem e , portanto, incapazes de se salvar a não ser pela graça. Já o Espiritismo sustenta que eles são filhos de Deus, essencialmente bons e, como tais, suscetíveis de alcançarem a perfeição” (salvação, na linguagem espírita) “pelo próprio esforço e merecimento”. (O que está entre parênteses é meu).
O homem que suporta sem queixas as tribulações da vida, mas não aceita a Jesus Cristo como seu único e todo suficiente Salvador pessoal (isto é, não reconhece que o sacrifício de Jesus é substitutivo, e que, portanto, o Seu sangue o pode purificar de todo o pecado, quitando-o para com Deus, bastando para tanto que ele se declare dependente da Cruz de Cristo para a sua salvação, é semelhante um réu que foi condenado à forca, mas não reclama do júri e nem do juiz: nem por isso deixará de ser enforcado.
Ora, dedicar-se à oração não endereçada exclusivamente a Deus, conforme nos ensinou Jesus (Mt 6.9), mas também ao “anjo guardião” e aos “espíritos protetores”, conforme ensinou Allan Kardec, não é submeter aos conselhos de Deus, não é praticar todas as máximas do Cristo, nem tampouco isto representa uma arma contra o império de Satanás, porém, muito pelo contrário. Satanás sabe que se o homem não se lavar no sangue do cordeiro de Deus, jamais se salvará, por mais que ele seja abnegado, resignado, caridoso… Por este motivo ele tudo faz para entreter os incautos com religiões alienadas da Cruz de Cristo (Hb 9:22b) e cheias de fachadas. Do exposto se pode ver que de inábil Satanás não tem nada e que ele não forneceu nenhuma arma contra si mesmo; pelo contrário, disfarçando-se em anjo de luz, conseguiu enganar o inteligentíssimo Allan Kardec e, através deste, muitos milhões de pessoas pertencentes às mais diversas camadas sociais: do iletrado aos grandes gramáticos, estadistas, cientistas…
Sétima pergunta: “Pois que os Espíritos se comunicam, é que Deus o permite. Em presença das boas e das más comunicações, não é mais lógico admitir-se que umas, Deus as permite para nos experimentar, e as outras para nos aconselhar ao bem?”
Resposta: Não existe no Espiritismo as boas comunicações, mas somente as más. Como bem o diz o adágio popular, “nem tudo que reluz é ouro”.
Quando se quer pegar uma galinha, não se pode dizer “xô”, pois doutro modo ela se sentirá enxotada e fugirá. Quando se quer pegar uma galinha, joga-se milho ao chão. Pois bem, é exatamente isso que Satanás faz com os espíritas: dá-lhes o “milho” dos “bons” conselhos para que eles pensem que ele é um bom espírito, e assim continuem escravizados por ele. Tal escravidão se concretiza da seguinte maneira: Dando o diabo “bons” conselhos (digo “bons” entre aspas, porque tais conselhos não são realmente bons), os espíritas se convencem que estão no caminho certo, e não descobrem que são membros dum sistema satânico, até ao dia em que partirem deste mundo (Pela morte), e ingressarem no Inferno, quando então será tarde demais, pois o Senhor Jesus só perdoa pecados na Terra, ou seja, antes de morremos (Mc. 2:10). Depois da morte será tarde demais (Tg 2:13; Lc 16:26; Ap 20:15; 22:11).
Para nos aconselhar ao bem, Deus deixou-nos as Escrituras Sagradas, as quais nos falam da atuação do Espírito Santo, que é a terceira Pessoa da Trindade (Jo 14 e 16) e também da atuação dos anjos (At 8:26; 27:24).
É possível que as manifestações dos demônios sejam permitidas por Deus para nos pôr à prova, mas sendo ou não, o autor destas linhas já escapou, e o leitor, se ainda não se livrou, pode sair dessa arapuca de Satã hoje mesmo, escondendo-se sob o sangue de Jesus.
Oitava pergunta: “Que diríeis de um pai que deixasse o filho a mercê dos exemplos e dos conselhos perniciosos, e que o afastassem de si; que o privasse do contato com as pessoas que o pudessem desviar do mal ? Ser-nos-á lícito supor que Deus procede como um bom pai não procederia, e que, sendo ele a bondade por excelência, faça menos do que faria um homem ?”
Resposta: Seria um monstro, o pai que deixasse o filho a mercê dos exemplos e conselhos perniciosos e o privasse do contato com pessoas de bem que o pudesse desviar do mal.
Não! Deus não procede como um bom pai não procederia!
Não! sendo Deus a bondade por excelência, não faz menos do que faria um homem!
Mas, e daí? O que queria o senhor Kardec dizer com essas perguntas? Essas interrogações não são tão contundentes como se supõe. Elas não provam que pelo menos alguns dos espíritos que se manifestam nos centros Kardecistas sejam bons, para contrabalançar a influencia dos maus espíritos. Deus não quis usar esse expediente, é o que nos diz categoricamente a Palavra de Deus: “E, quando vos disserem: consultai os magos e os adivinhos, que murmuram em segredo nos seus encantamentos, respondei: porventura o povo não há de consultar o seu Deus? Há de ir falar com os seus mortos acerca dos vivos? Antes à lei e ao testemunho (é que se deve recorrer). Porém, se eles não falarem segundo esta linguagem não raiará para eles a luz da manhã. Andarão errantes, cairão”. (Is. 8:19, 21).
Mais uma vez quero lembrar aos amigos kardecistas que Deus proibiu na Sua Palavra a consulta aos mortos, e que, portanto, os melhores argumentos não justificam a transgressão a este Seu mandamento.
Nona pergunta: “A Igreja reconhece como autênticas certas manifestações da Virgem e de outros santos, em aparições, visões, comunicações orais, etc. Essa crença não está em contradição com a doutrina da comunicação exclusiva dos demônios?”
Resposta: A “Igreja” que reconhece como autênticas certas manifestações da “Virgem Maria” e outros “santos” é tão incoerente quanto o kardecismo. Essa crença realmente está em contradição com a doutrina da manifestação exclusiva dos demônios, mas quem tem de responder por esta discrepância são os católicos, e não os evangélicos. Nós, os evangélicos, não cremos nas aparições de Maria e outros cristãos primitivos (aparições estas tão difundidas pelos padres), pois os santos morreram, e contatá-los é fazer o que os espíritas fazem. Realmente não dá para entender porque os padres combatem o kardecismo e outras ramificações do Espiritismo, se eles o praticam no Catolicismo Romano. O Catolicismo Romano é um tipo de espiritismo (feitiçaria) disfarçado em Cristianismo. Realmente os católicos precisam repensar, pois admitir a manifestação dos espíritos dos santos, mas rechaçar a mediunidade espírita, é, deveras, ser tão incoerente quanto os Kardecistas. Os católicos realmente devem uma explicação.
Extraído do livro O ESPIRITISMO KARDECISTA, E SUAS INCOERÊNCIAS – Pr. Joel Santana