O Kardecismo proclama que o fato de Jesus afirmar que “aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”, constitui prova de que Jesus era reencarnacionista e que a reencarnação é a âncora da salvação e, portanto, necessária (O Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira, 74º edição, capítulo V, página 153). Alega Kardec que Jesus chamou de “nascer de novo”, o que o Espiritismo chama de “reencarnação”. Mas, à luz de Lc 23: 42-43, nascer de novo não é o mesmo que reencarnar, já que Jesus disse ao bandido que suplicou Sua graça, o que se segue: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. Ora, indo o ladrão convertido, naquele mesmo dia, para o Paraíso, torna evidente que nascer de novo não é o mesmo que reencarnar. Nós, os evangélicos, cremos que o novo nascimento do qual Jesus falou, é a experiência do perdão ou salvação, que se dá mediante a conversão. Por que não pode ser? O contexto bíblico, tanto o contexto imediato, quanto o remoto, dá bons motivos para se chegar a esta conclusão. Os kardecistas devem pelo menos admitir esta possibilidade. Sim, o contexto imediato também serve para provar que o novo nascimento é a experiência da salvação em Cristo. Um exemplo disso é a etimologia da frase “nascer de novo”, que significa literalmente “nascer de cima”, ou “nascer do alto”. Logo, “nascer de novo” é uma tradução livre. Este é mais um motivo para concluirmos que o novo nascimento aludido por Jesus diz respeito à experiência da reconciliação com Deus, a qual se dá à base da nossa fé no sangue Jesus.
Já denunciei que o Kardecismo nega a Bíblia. Ora, se a Bíblia fosse o que os espíritas dela dizem (isto é, não é infalível), eles não teriam porque se apoiarem nela para justificar suas doutrinas. Logo, por que o fazem? Certamente esse desonesto gesto é uma incoerência.
Extraído do livro O ESPIRITISMO KARDECISTA, E SUAS INCOERÊNCIAS – Pr. Joel Santana