Reflexões sobre a Páscoa

A Páscoa é uma festa anual que comemora a saída do povo de Israel do Egito. Na noite anterior a sua libertação o anjo da morte iria passar a meia-noite para matar todos os primogênitos egípcios, incluindo os animais, como décima e última praga de Deus sobre o Egito. Para salvar os filhos de Israel, Deus ordenou que cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer. Parte do sangue deveria ser aspergido nas duas ombreiras e na verga da porta de casa. E quando o anjo da morte passasse e visse o sangue na porta passaria por cima daquela casa. Daí a palavra “Páscoa”, que vem do hebraico “pesah”, que siginifica passagem. Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os judeus foram poupados da morte naquele dia. Deus ordenou o sinal do sangue na porta da casa do Seu povo preparando-o para o advento do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, que séculos mais tarde viria a Se sacrificar para tirar o pecado do mundo. (João 1:29)

Naquela noite específica, os Israelitas deviam estar vestidos e preparados (Êxodo 12:11). Teriam de assar o Cordeiro e não fervê-lo, e comê-lo com ervas amargas e pão sem fermento (Êxodo 12:1-14).

Mas o mundo transformou a festa de liberdade de um povo numa festa envolvendo coelhos e chocolates.

Qual o sentido da Páscoa judaica para os cristãos?

Para a Igreja Cristã, a Páscoa reúne importantíssimos símbolos para falar do Senhor Jesus Cristo. O novo testamento ensina que as festas judaicas são “sombras das coisas futuras” (Colossenses 2:16-17 ; Hebreus 10:1), ou seja, apontam a redenção pelo sangue do Senhor Jesus. Senão, vejamos:

·              O âmago da Páscoa era a graça salvadora de Deus. Ele libertou Seu povo do Egipto, não porque era merecedor, mas porque o amava e porque era fiel a Sua Aliança com seus pais (Deuteronômio 7:7-10). Por semelhante modo, a salvação que recebemos do Senhor Jesus nos vem através da graça de Deus (Efésios 2:8-10; Tito 3:4-5).

·              O propósito do sangue aplicado na porta era para livrar da morte o primogénito de cada família. Esse fato prenuncia o derramamento do sangue do Senhor Jesus, o Primogênito de Deus, a fim de nos salvar da morte eterna e da ira de Deus contra o pecado (Êxodo 12:13,23,27; Hebreus 9:22). Quer dizer: a salvação dos primogênitos dos homens pelo Primogênito de Deus.

·              O cordeiro pascal era um sacrifício que serviu de substituto do primogénito de cada família. Isto prenuncia a morte do Senhor em substituição a morte dos que O aceitam. Por isso o apóstolo Paulo diz claramente que o Senhor Jesus é o nosso Cordeiro Pascal (I Coríntios 5:7).

·              O cordeiro macho a ser sacrificado tinha de ser perfeito (Êxodo 12:5), e é figura da condição de Jesus que não tinha pecado algum (João 8:46 ; Hebreus 4:15).

·              Alimentar-se do cordeiro identificava os filhos de Israel com o sacrifício do cordeiro, o qual os salvou da morte física. Assim, como no caso da Páscoa, só a morte de alguém sem pecado, ou seja, perfeito, serviria como sacrifício eficaz para a salvação da alma. Ao participarmos da Sua carne na  Ceia do Senhor, o fazemos em memória d’Aquele que não tinha pecado, não tinha culpa. (I Coríntios 11:24). Mesmo assim, o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos. (Isaías 53:6).

·              A aspersão do sangue nas vergas das portas foi feita na base da fé obediente (Êxodo 12:28; Hebreus 11:28). Essa obediência pela fé resultou então em redenção mediante o sangue (Êxodo 12:7-13). Da mesma forma, a salvação mediante o sangue do Senhor Jesus se obtém pela Graça, somente através da fé. (Romanos 1:5; 16:26).

Boa páscoa a todos!

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Autor: Tarles Elias do Teologar

http://www.teologaroficial.com.br/reflexoes-sobre-a-pascoa

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