Questões sobre o Espíritismo

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O ESPIRITISMO É A RELIGIÃO MAIS ANTIGA DO MUNDO? Em certo sentido pode-se afirmar que sim. Dizem alguns que primeira sessão espírita se realizou no Jardim do Éden, tendo a serpente como médium e Eva como a primeira vítima do espiritismo (Gênesis 3.1-5). Certos estudiosos afirmam que existem duas épocas no desenvolvimento do Espiritismo: o espiritismo antigo e o moderno espiritismo.

I – DUAS ÉPOCAS DO ESPIRITISMO

Começando no Êxodo, a Bíblia mostra que os antigos egípcios foram praticantes de fenômenos espíritas. Quando os magos foram chamados por Faraó para repetir os milagres operados por Moisés., os magos repetiram alguns dos milagres de Moisés (Êxodo 7.10-12 e 8.18).

Mais tarde, já nas portas de Canaã, Deus advertiu o povo de Israel contra os perigos do ocultismo, dentre os quais destacava-se a mediunidade como prática abominável à sua vista (Deuteronômio 18.9-12). Diz o texto: “Entre ti não se achará …quem consulte os mortos”.

O castigo imposto aos que desobedecessem os mandamentos de Deus nesse particular era a morte. É o que destacamos dos seguintes textos: “A feiticeira não deixarás viver” (Êxodo 22.18).

“Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, certamente morrerá, serão apedrejados, o seu sangue será sobre eles” (Levítico 20.27)).

“Não procurem a ajuda dos que invocam os espíritos dos mortos e dos que adivinham o futuro. Isso é pecado e fará que vocês fiquem impuros” (Levítico 19.31).

“Se alguém procurar a ajuda dos que invocam os espíritos dos mortos e dos que adivinham o futuro, eu ficarei contra essa pessoa por causa desse pecado e a expulsarei do meio do povo” (Levítico 20.6).

Observação:

As seitas ocultistas ligadas ao espiritismo, citadas neste estudo, são o alto espiritismo (Kardecismo e a Legião da Boa Vontade) e o baixo espiritismo (Umbanda e demais cultos afro-brasileiros).

II – HISTÓRIA

Nascido em 1804, Kardec lançou seu primeiro livro, O Livro dos Espíritos, em 1857. Influenciado por um amigo, passou a frequentar reuniões espíritas. Em 1858, organizou em Paris a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Adotou o nome Allan Kardec alegando ser o seu nome numa outra encarnação. Faleceu em 1869. Depois da morte de Allan Kardec, quem prosseguiu os trabalhos espíritas na França foi Leon Denis, que é tido como o consolidador do Espiritismo.

Causas da difusão do espiritismo no Brasil:

– “Você é um médium, precisa desenvolver-se” – dizem os espíritas para atrair adeptos;

– A grande saudade dos mortos – as pessoas procuram voluntariamente os centros espíritas.

Legião da Boa Vontade. Na impossibilidade de comentar todos os grupos espíritas do Brasil, convém que todos saibam algo sobre a Legião de Boa Vontade. Muita gente “compra gato por lebre”, pois esse grupo tem a aparência de cristão. Quem ouve a mensagem de Paiva Netto fica encantado, pensando ouvir uma mensagem do evangelho de Jesus Cristo, mas, como as demais seitas, o Jesus deles não é o mesmo revelado no Novo Testamento.

A LBV foi fundada oficialmente em 1950 por Alziro Zarur, filho de sírios católicos ortodoxos, nascido em 1914. Ele faleceu em 1979, deixando a instituição com quase um milhão de integrantes, que o chamavam de “paizinho”. Em vida, fez votos de pobreza, celibato e não envolvimento político. Não cumpriu nenhum deles. Kardec declarou ser o espiritismo a terceira e última revelação de Deus à humanidade, Zarur declarou ser a LBV a quarta. Paiva Netto disse que “Zarur e Kardec são um no Cristo de Deus”. Assim como a Nova Era, a LBV absorve todas as religiões.

III – ESPIRITISMO X CRISTIANISMO

Diferença entre reencarnação e ressurreição: Ressurreição é uma doutrina bíblica ensinada por Jesus, e os evangelhos apresentam vários exemplos de pessoas ressuscitadas por Ele, cujo espírito retornou ao próprio corpo. “Mas ele [Jesus], pondo-os todos fora, e pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina. E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer” (Lucas 8.54-55). Ressuscitar significa pois tornar a levantar-se.

Reencarnação é uma doutrina anti-bíblica ensinada pelo Hinduísmo, posteriormente também ensinada por Kardec, com certas diferenças. Enquanto Kardec admite o retorno da alma a outro corpo, que pode ser de sexo diferente, o Hinduísmo ensina a metempsicose, que é o retorno do espírito aos irracionais.

Mateus 11.14 – João Batista era Elias reencarnado? Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias…” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 561, Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

João 3.1-7 – “Estas palavras: ‘Se o homem não renascer da água e do Espírito, ou em água e em Espírito’ significam pois: ‘Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, p. 561, Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

João 9.2 – “E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”. Essa pergunta provaria que os apóstolos acreditavam na reencarnação.

No mundo do ocultismo, outras palavras e expressões são usadas para designar “reencarnação”, quais sejam, “transmigração”, “renascimento” ou “metempsicose”. Essa crença é comum em muitas comunidades pagãs, e é ensinada pelo Hinduísmo, Budismo e Jainismo.

A Resposta Bíblica. A Bíblia diz que reencarnação não existe (Hebreus 9.27); que consultar os mortos é violar as leis de Deus e, portanto, um crime em Israel, nos tempos do Antigo Testamento (Levítico 19.31 e 20.27). Quando os discípulos de Jesus perguntaram-lhe quem havia pecado, se o cego de nascença ou seus pais, a reposta de Jesus foi clara e destrói completamente o argumento espírita: “Nem ele pecou, nem seus pais” (João 9.3). Além disso, seria muito cruel alguém padecer sem saber o por quê. Jamais alguém se lembra dessa suposta encarnação anterior, obviamente porque ela não existe. A salvação é pela fé em Jesus, e não pelas obras (Efésios 2.8-9; Tito 3.5). O sacrifício de Jesus pode salvar perfeitamente os que se aproximam dele (Hebreus 7.25).

A Bíblia. Os espíritas recusam-se aceitar a Bíblia como a infalível Palavra de Deus. Não acreditam na Bíblia, principalmente onde ela condena as práticas espíritas. Quando o assunto interessa a eles, aí citam a Bíblia. Também convém mencionar que suas interpretações bíblicas são esotéricas, completamente fora da hermenêutica bíblica.

Evocação dos Mortos ou Mediunidade. Kardec ensina que “Os espíritos podem comunicar-se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto é, por evocação. Quando se deseja comunicar com determinado espírito, é de toda a necessidade evocá-lo”. Mas existe um ponto essencial quando se sente a necessidade de evocar determinado espírito.

O Ponto Essencial Quando Se Fala Sobre Comunicação dos Mortos Com os Vivos. “O ponto essencial nós temos dito, é sabermos a quem nos dirigimos” (O Livro dos Espíritos, p. 42, Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985). Explica então Kardec que o ponto essencial é identificar o espírito que fala por meio do médium. Diz ele: “A identidade constitui uma das grandes dificuldades do espiritismo prático. É impossível, com frequência, esclarecê-la, especialmente quando são Espíritos superiores antigos em relação à nossa época. Entre aqueles que se manifestam, muitos não têm nome conhecido para nós, e a fim de fixar nossa atenção, podem assumir o de um espírito conhecido, que pertence à mesma categoria. Assim, se um espírito se comunica com o nome de São Pedro, por exemplo, não há mais nada que prove que seja exatamente o apóstolo desse nome. Pode ser um Espírito do mesmo nível, por ele enviado” (O Que é o Espiritismo, p. 318, Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Fica claro que não se pode identificar o espírito que vem nos dar supostas notícias ou instruções do além. Kardec pergunta: “É possível identificar os espíritos protetores? – Resposta: Ak Fez a seguinte pergunta aos espíritos: “Os espíritos protetores que tomam nomes conhecidos são sempre e realmente os portadores de tais nomes’1* Não”. O problema fica mais- grave quando se consideram as palavras de Kardec :

Então cabe aqui uma pergunta: se não podemos identificar os espíritos que falam atravé dos médiuns, então quem são eles? Antes de responder diretamente a pergunta, apreciemos mais um problema levantado por Kardec sobre a identificação dos espíritos: “Um fato que a observação demonstrou, e os próprios Espíritos confirmam, é o de que os Espíritos inferiores com frequência usurpam nomes conhecidos e respeitados. Quem pode, assim, garantir que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César, Carlos Magno, Fenelon, Napoleão, Washington etc. tenham de fato animado essas personalidades? Tal dúvida existe até entre alguns fervorosos adeptos da Doutrina Espírita, os quais admitem a intervenção e a manifestação dos Espíritos, porém indagam como pode ser comprovada sua identidade” (O Livro dos Espíritos, p. 41, Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Opinião Médica Sobre os Médiuns:

Opinião Dos Médicos Sobre O Espiritismo:

O Dr. Xavier de Oliveira, em sua obra Espiritismo e Loucura, 211 (Rio, 1931) fala assim do Livro dos Médiuns: “É a cocaína dos debilitados nervosos que se dão à prática do espiritismo. E com um agravante a mais: é barato, está ao alcance de todos, e, por isso mesmo, leva mais gente, muito mais, aos hospícios, do que a ‘poeira do diabo’, a ‘coca maravilhosa’… é o tóxico com que se envenenam, todos os dias, os débeis mentais, futuros hóspedes dos asilos de insanos”.

O João Teixeira Alves dirigiu a diversos médicos de grande nomeada, carta com a seguinte pergunta: “Baseado nas suas observações, que ideia faz V.S. do espiritismo como fator de loucura e outras perturbações nervosas? O Dr. Juliano Moreira, diretor do Hospício de Alienados do Rio de Janeiro, respondeu: “Tenho visto muitos casos de perturbações nervosas e mentais evidentemente despertadas por sessões espíritas. Produz histeria e epilepsia”; Dr. Franco da Rocha: “Faz explodir e agravar a neurose”; Dr. F. Franco: ”Éo maior fator produtor de insanos”.

Saul e a Médium de En-Dor. Os espíritas reivindicam o texto de 1 Samuel 28, que registra o episódio de Saul e a feiticeira, para consubstanciar suas crenças. À luz do contexto, ela falou com os “deuses” que subiam e não com Samuel. Só depois que a médium recebeu a entidade reconheceu que era Saul (1 Samuel 28.12). A partir de então, o suposto Samuel falava com Saul. Lendo atentamente a narrativa bíblica, observamos:

Saul consultou a feiticeira e não Samuel. Deus não respondeu a Saul nem por sonhos, nem por Urim e nem por profeta (1Samuel 28.6). Samuel era profeta (Atos 13.20). Deus se revelava nos tempos do Antigo Testamento por diversas maneiras (1Samuel 28.6): sonhos (Jó 33.15-17; Urim e Tumim (Êxodo 28.30; Números 27.21); por profetas (Hebreus 1.1). A Bíblia afirma que Saul consultou a “feiticeira”, não Samuel ou o Senhor (1 Crônicas 10.13-14).

Profecias que não se cumpriram (1Samuel 28.19): “Amanhã tu e teus filhos estareis comigo”. Saul não morreu no dia seguinte, segundo nota de rodapé da Bíblia Vida Nova, ele morreu dezoito dias depois dessa sessão espírita. Não morreram todos os seus filhos (1Samuel 28.19), pelo menos Isbosete, Armoni e Mefibosete (2Samuel 2.8-10 e 21.8) sobreviveram. Um desviado que se suicida não vai para o mesmo lugar onde se encontra um profeta de Deus, portanto, Saul não foi para junto de Samuel. Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus, ele suicidou-se (1Samuel 28.19 e 31.4). Caiu nas mãos dos homens de Jabes-Gileade (1Samuel 31.11-13). Deus não deixou cair por terra nenhuma palavra de Samuel (1Samuel 3.19). Assim, essa entidade era um espírito demoníaco disfarçado de Samuel, como acontece nas sessões espíritas ainda hoje.

Elias e João Batista (Mateus 17.1-13). Os espíritas têm feito grandes alardes com relação a essa passagem, para justificar a falsa doutrina da reencarnação. Eles, porém, não se dão conta de que Moisés morreu cerca de 1.400 anos a.C. e reaparece sendo o mesmo Moisés, e não uma reencarnação de Moisés. Elias sequer morreu (2Reis 2.11). João Batista veio na virtude e no espírito de Elias (Lucas 1.1-17), pois vestia-se como Elias: Veste de pêlo e cinto de couro (2Reis 1.8; Mateus 3.4); era homem do deserto (1Reis 19.9-10; Lucas 1.80); eram contundentes em suas palavras e pregaram contra reis ímpios (1Reis 21.20-27 e Mateus 14.1-4). O próprio João era consciente de sua identidade e missão (João 1.26-33), e disse que não era Elias (João 1.21).

Cultos Afro-brasileiros. Os cultos afro-brasileiros chegaram ao Brasil pelos escravos africanos, na era do Brasil Colonial. Os três principais grupos são: Umbanda, Quimbanda e Candomblé . Eles não se consideram espíritas. O alto espiritismo não trabalha com adivinhação como búzios e quiromancia, nem com os diversos ramos da cartomancia e outras formas de adivinhação. A coluna vertebral do alto espiritismo é a reencarnação e a necromancia, condenadas pela Bíblia (Deuteronômio 18.11). Da mesma forma, os cultos afro-brasileiros são feitiçarias, pois todos mexem com encantamentos, espíritos e magias (Deuteronômio 18.11). Isaías descreve com precisão essas práticas condenadas pela Palavra de Deus (Isaías 65.3-5).

Umbanda. É uma mescla de raças. Há elementos indígenas, pajelança, bebidas, ervas para banhos, charutos; elementos africanos, candomblé; elementos brancos, e as imagens do catolicismo romano. Os orixás correspondem aos santos da Igreja Católica. Há variedade nessas correspondências: Oxóssi representa São Sebastião em São Paulo e Rio de Janeiro, mas representa São Jorge na Bahia. Os pais-de-santo e mães-de-santo recebem espíritos de índios e pretos velhos. O deus deles é chamado Zumbi.

Candomblé. É crença tipicamente africana. Há variedades nessas práticas porque eles vieram de várias regiões da África, Ketu, da Nigéria (orixá principal, Xangô e Oxóssi – Odá no dialeto ketu); Angola, de Angola (orixá principal é Xangô); Gege, de Daomé (orixá principal é Oxumarê, uma serpente, o símbolo é um arco-íris). Os orixás são espíritos encantados e não dos mortos, como se acredita na Umbanda e até mesmo no kardecismo. Umbanda e Candomblé são chamados de Xangô em alguns estados do Nordeste, Alagoas e Pernambuco, e no agreste nordestino são chamados Catimbó.

Quimbanda. É a magia negra. O deus principal deles é Exu, Lúcifer, Beelzebu e o próprio Satanás. Às vezes, são divindades femininas, por exemplo, a “Pomba-Gira” -espírito de prostituição. Os pais-de-santo recebem espíritos de deuses africanos. Beelzebu é cultuado pelo quimbandistas e é representado pela cabeça de boi. O culto deles é diretamente a Satanás, diferente da Umbanda e do Candomblé, pois esses adoram a Satanás, mas de maneira disfarçada. Exu é o deus principal.

CONCLUSÃO

O Estado Intermediário. Nós, os evangélicos, cremos que no intervalo entre a morte e a ressurreição do corpo a alma sobrevive e permanece em estado inteligente e consciente. Emprega-se também na Bíblia a expressão para o corpo (soma) como homem exterior e para alma (psyche) e espírito (pneuma) a expressão homem interior (2Coríntios 4.16-18).

O Que É a Alma. Entendemos que a alma é uma entidade consciente e inteligente, que habita no corpo, e que se separa do corpo por ocasião da morte física (Mateus 10.28; Lucas 12.4-5). Algumas vezes as palavras alma e o espírito são empregadas como sinônimas, falando da parte imaterial do homem como sobrevivendo à morte da matéria que é o corpo. E o caso de Eclesiastes 12.7; Mateus 10.28; Atos 7.59; e Apocalipse 6.9-11. Os textos de Eclesiastes 12.7 e Atos 7.59 falam da sobrevivência do espírito e Mateus 10.28 e Apocalipse 6.9-11 abordam a sobrevivência da alma como a parte imaterial do homem, que sobrevive à morte do corpo.

Depois da Morte. Depois da morte física o cristão vai estar com Cristo no céu (2Coríntios 5.6-8; Filipenses 1.21-23), enquanto isso o incrédulo vai para o Seol-Hades (inferno), e lá permanece em estado consciente de tormento. Hades indica o lugar da alma no intervalo entre a morte do corpo e a ressurreição do corpo (Lucas 16.22-25). Seol-Hades indica o lugar da alma, enquanto o corpo vai para a sepultura (taphos, mnema ou mnemeion). Geena indica o lugar do corpo e da alma depois da ressurreição do Juízo final (Mateus 10.28; Marcos 9.43-48).

Pr. Esequias Soares

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