Quem são os espíritos do espiritismo?

O contato com os espíritos, que desde o século XIX tem sido denominado espiritismo, constitui uma doutrina e uma prática muito antigas. No Antigo Testamento, conforme mencionamos, há o relato frequente de práticas espíritas realizadas por feiticeiros, necromantes, sacerdotes pagãos, agoureiros, sortílegos etc. Nos grandes impérios da Antiguidade havia todo um séquito de praticantes, que, sustentados pelos seus monarcas, serviam-lhes de conselheiros e sacerdotes. A base dos célebres oráculos gregos nada mais era que o trato com os espíritos.

Antecipamos, porém, já a próxima e impaciente pergunta do leitor: Se não resta dúvida de que nessas práticas entra-se em contato com poderes sobrenaturais, com espíritos e forças extra-humanas e extraterrenas, capazes de manifestações surpreendentes, e se esses espíritos, segundo os ensinos das Escrituras, não pertencem aos mortos, então quem são eles? Qual é a sua história? Qual é a sua missão? Onde habitam?

Não resta dúvida que seres espirituais fazem suas aparições e manifestam seus poderes nas sessões espíritas. O que desejamos saber é quem são esses seres desencarnados, que vêm ao nosso mundo por convite especial ou invocação dos médiuns.

Ao abordar essa importante questão, reconhecemos que nenhuma pessoa tem condições de nos responder. É um assunto que foge completamente ao conhecimento do homem. Os escritores renomados, os mais célebres teólogos, os mais conspícuos dirigentes do espiritualismo têm apenas o valor de uma mera opinião humana. Apenas as Sagradas Escrituras, a revelação máxima da vontade de Deus, esclarecem com autoridade essa questão, dando-nos a verdadeira e plena satisfação de ter encontrado a resposta.

Para responder a essa questão, vejamos os acontecimentos relacionados a uma antiga e grande batalha, ocorrida no céu, descrita por João em Apocalipse 12.7-9: “Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele”.

São duas as principais personagens desta batalha espetacular: de um lado, Miguel, líder das hostes celestiais; do outro, o dragão, que dominava certo número de anjos, seus adeptos. O trecho esclarece, de imediato, que o grande dragão é “a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás”. Diz que é um ser enganador, e que, como resultado da batalha, foi vencido e precipitado na terra, juntamente com os anjos que o seguiam.

Qual é a origem de Satanás, o Diabo? Como conseguiu seduzir uma hoste de anjos, que por isso tornaram-se demônios e participaram da funesta tarefa de enganar todo o mundo? Sabemos mais concretamente sobre essa potência maléfica, sobre suas atividades, sobre o seu poder? Satanás e seus demônios são seres reais, que atuam na vida e na experiência humanas, ou constituem mera alegoria?

No Antigo Testamento, encontra-se registrada a triste história daquele que uma vez fora o ser mais exaltado do universo: “Como caístes do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra tu que prostravas as nações” (Is 14.12).

A soberba e a ambição o corromperam. Quis ser semelhante a Deus. Ao iniciar a rebelião contra Deus, foi aviltado e expulso de sua magnífica morada, arrastando em sua queda importante contingente da hoste celestial que conseguira enganar.

O apóstolo Paulo fala-nos com autoridade e inspiração divina sobre a natureza e a existência do Diabo e de sua corte: “pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes” (Ef 6.12). O inspirado escritor do Novo Testamento menciona forças espirituais do mal, principados e potestades, invisíveis aos olhos humanos, mas de existência absolutamente real. Guerreiam contra os filhos de Deus numa luta bastante desigual. Não são inimigos semelhantes a nós, de carne e osso. São inimigos muito mais temíveis, posto que estão ocultos, à espreita.

Filiação dos espíritos invisíveis

Esta notável referência foi confirmada por uma acusação que o Senhor Jesus dirigiu a um grupo de judeus, ao dizer-lhes: “Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai”. Continuando o seu discurso, disse: “ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira” (Jo 8.44). Assim, os misteriosos seres que produzem estranhas manifestações sobre-humanas nas sessões espíritas apresentam três características distintas:

  1. São espíritos invisíveis, ou seja, “hostes espirituais”.
  2. São mentirosos e enganadores, porque afirmam ser os espíritos dos mortos, quando a Bíblia estabelece a impossibilidade de semelhante pretensão (Lc 16.26).
  3. São poderosos, inteligentes, sobrenaturais, capazes de realizar tarefas impossíveis para o homem. Até de se fazerem passar por “anjos de luz”.

Precisamente, estas três características são preenchidas por Satanás e pelos demônios, anjos decaídos. Conforme os tex­tos bíblicos enunciados, não são seres de carne e osso, mas espirituais e invisíveis. São seres mentirosos, que procedem do pai da mentira, que enganam todo mundo, e, por fim, possuem poderes sobre-humanos.

Quando o apóstolo Paulo se refere à aparição do Anticristo, diz que “esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor de verdade para serem salvos” (IITs 2.9-10). Fica confirmado o caráter do Diabo e de seus anjos, a sua faculdade de realizar milagres e prodígios assombrosos que transcendem o poder humano.

Esses espíritos maléficos, de filiação satânica, relacionam-se estreitamente com os seres humanos, buscando influenciar seus pensamentos e ações, tornando-os egoístas, ignorantes, promovendo discórdias, crimes e todo tipo de pecado e maldade.

O espírito que acompanhou uma pessoa durante sua vida, interessando-se por tudo o que esta faz, encontra-se tão compenetrado em seus segredos e idiossincrasias, que depois de sua morte pode imitar sua voz, sua grafia, sua fisionomia. Pode aparecer em uma sessão espírita, fazendo-se passar pelo morto. Por outro lado, Satanás e seus demônios podem realizar todas as manifestações “milagrosas” próprias dessas reuniões.

A obra-mestra de fraude que o Diabo e seus demônios realizam não termina aqui. Ele procura enganar até os filhos de Deus. O Senhor Jesus Cristo, no seu memorável “sermão profético”, ao referir-se aos falsos messias e aos falsos profetas, que procurariam falsificar o acontecimento glorioso de sua segunda vinda, faz-nos a seguinte advertência:

“Se, pois, alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não acrediteis; porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que de antemão vo-lo tenho dito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto; não saiais; ou; Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra no ocidente, assim será também a vinda do filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres” (Mt 24.23-28).

Esta é a razão pela qual, terminantemente, a Bíblia condena o espiritismo, por ser ele abominação ao Senhor.

Quem são os espíritos do espiritismo?

Vamos responder a esta pergunta segundo a Bíblia Sagrada, livro da revelação de Deus. A Bíblia descreve Satanás como um anjo decaído. Quando foi criado, recebeu o título de “querubim da guarda”, líder de todos os anjos.

A História da humanidade está repleta de desastres. O mais pavoroso, o mais horrendo de todos, contudo, é o da queda de Lúcifer, até então o anjo mais privilegiado. E o da sua transformação em Satanás.

O “selo da perfeição”, o “brilhante”, o querubim exaltado em superioridade na corte celeste, reduzido a Diabo! O Inimigo de Deus!

Lúcifer destaca-se como “querubim da guarda” (Ez 28.14), o líder entre os querubins. O querubim tem a incumbência especial de manter a ordem na presença de Deus, afastando os intrusos (cf. Gn 3.24; Êx 25.17; Sl 80.1). A Lúcifer competia, como encargo destacadíssimo, liderar, com vigilância, o culto de adoração ao Senhor.

Ora, colocado nessa elevadíssima posição de príncipe dos querubins, como um ser de grande beleza e brilho, dotado de inteligência, foi criado, logicamente, com o dom do livre-arbítrio. Em decorrência de sua personalidade espiritual, ele desfrutava de liberdade.

Sem esse privilégio ele não poderia glorificar deliberadamente ao Senhor. Não poderia ser um querubim. E muito menos constituído líder dos anjos.

No exercício do seu livre-arbítrio, orgulhoso de sua personalidade, decidiu tomar o lugar de Deus, para receber adoração e glorificação pertencentes exclusivamente ao Senhor. E, desiludido, propôs e se predispôs: “Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus [os querubins] exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do monte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.13-14).

De cinco maneiras manifestou deliberada e conscientemente sua decisão de destronar o Deus Soberano e Senhor de todo o universo: instalando-se no lugar dele e estabelecendo o seu domínio. Líder dos querubins no culto de adoração a Deus, na vigilância contra os intrusos, um ardor indominável levou-o a exaltar-se sobre seus liderados, cúmplices no triste objetivo de se submeterem a ele.

Aceitando a avidez irrefreável de idolatrar-se, de igualar-se a Deus, muitos dos seus subalternos transformaram-se em seus adoradores. De criatura, pretendeu tornar-se semelhante ao Criador, transubstanciando-se em Altíssimo.

Querendo igualar-se a Deus, tornou-se iníquo (cf. Ez 28.15): “Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste, pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus, para que te contemplem. Pela multidão das tuas iniquidades, na injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, à vista de todos os que te contemplavam” (Ez 28.16-18).

Se Lúcifer, no péssimo e hediondo uso de sua liberdade, conseguisse realizar seus nefandos intentos, Deus não seria Deus. Mas Deus é Deus. Glorificado seja o seu santo nome! Ele é o Senhor. E proclama, sob a autoridade suprema de indefectível justiça: “A minha glória não a darei a outrem” (Is 48.11).

Seria impossível um parceiro! Seria impossível dividir o que por essência lhe pertencia! Pois Deus o repreendeu e castigou. “Contudo levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo” (Is 14.15).

Ao intentar uma gigantesca e irrepreensível impostura, Lúcifer tornou-se um “renovo abominável, coberto de mortos atravessados à espada, como os que descem às pedras da cova, como cadáver pisado aos pés” (Is 14.19).

Achado em tamanha iniquidade, Deus decretou contra ele a sentença “pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas (…) por terra te lancei (…) Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; chegaste a um fim horrível, e não mais existirás, por todo o sempre” (Ez 28.16-19).

Satanás, em seus perversos propósitos, arrastou consigo um terço da corte celestial por ele defraudada (cf. Ap 12.3), sendo arremessado à terra com toda essa multidão. Satanás, ou o Diabo, agora, lidera os demônios, espíritos imundos.

Judas, em sua Epístola, também alude à natureza do pecado de Lúcifer e seus seguidores: “aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação” (Jd v. 6).

À luz deste texto, confirma-se as informações de Isaías e Ezequiel. Esses anjos decaídos abandonaram sua arché, isto é, suas funções de adoradores do Senhor, porque seguiram Lúcifer em seus intentos e abandonaram a sua própria moradia, porque, subservientes ao seu líder, quiseram instalar no céu uma “luciferocracia”.

No mesmo texto de Judas, revela-se a consequência do pecado de Satanás e seus comparsas. O pecado da idolatria sempre degrada quem dele pratica (cf Sl 115.4-8 e Lc 10.18). Lúcifer transformou-se em Satanás “Deus não poupou a anjos quando pecaram” (IIPe 2.4). Degradado, Satanás foi arremessado à terra. Consequentemente, o planeta, infectado pela presença do Maligno e sua corte, tem sofrido grandes catástrofes, horrenda destruição.

Com efeito, nas Sagradas Escrituras, encontram-se referências a três destruições em que passou a Terra, como resultado do julgamento divino. A última destruição está prevista para o final dos tempos (cf. IIPe 3.4-10). No tempo do patriarca Noé ocorreu a segunda destruição, quando todos os seres viventes, por causa de suas maldades (cf. Gn 6.5), foram submersos. A primeira grande destruição antecedeu na Pré-História, entre os dois primeiros versículos de Génesis.

A ciência descreve uma idade de milhões de anos da Terra, enquanto a raça humana a habita há bem menos tempo. Há apenas seis mil anos.

Realmente, entre o primeiro ato da criação (o primeiro versículo de Gênesis) e o primeiro ato de Hezameron, de que fala o versículo 3, medeia um longo tempo, onde se podem localizar os períodos paleontológicos. A terra se encontrava formada antes de Hezameron, e nela havia seres organizados.

A expressão “no princípio” significa, portanto, um tempo remotíssimo. Naquelas eras remotas, muitíssimo anteriores à história humana, havia animais e plantas gigantescos, que hoje são revelados pelo estudo dos fósseis.

Os fósseis daqueles animais e plantas da Pré-História são relativamente incomparáveis aos fósseis de animais e plantas de seis mil anos para cá. Entre aqueles e estes é impossível qualquer elo. Daqueles fósseis mais antigos não há semelhança com animais e plantas existentes no tempo da humanidade na Terra.

A antiga criação foi totalmente destruída. Se lermos Isaías 45.18, nos convenceremos mais sobre essa primeira catástrofe: “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro”.

O vocábulo “vazio” (tohu), que seria melhor traduzido por caos, desolação, é o mesmo vocábulo empregado em Gênesis 1.2. Deus não criou a terra vazia, desabitada, em desolação ou como um caos envolto em trevas. Ora, entre o primeiro e o segundo versículos de Gênesis, verifica-se um longo período.

É relevante a advertência de que a expressão hebraica Tohu-wa-bohu, de Gênesis 1.2, traduzida por “sem forma e vazia”, significa uma situação caótica, resultante de uma catástrofe. Aquelas palavras da língua original hebraica do primeiro livro do Pentateuco não denotam simplesmente carência de desenvolvimento ou fase de conclusão, mas demonstram uma condição de assombro, de que havia uma ordem anterior totalmente desarmonizada por uma catástrofe.

O próprio Deus, em Isaías 45.18, declara não ser aquela a constituição original da terra, pois ele “a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser habitada”.

Este texto de Isaías confere com o de Jó 38.4-7. Com efeito, as expressões “quando eu lançava os fundamentos da terra” (Jó 38.4) e “no princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1) são afins, por enfocarem o mesmo instante. Ora, as condições desse período eram tais que “quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de Deus bradavam de Júbilo” (Jó 38.7).

O verbo criar (bara) implica obra perfeita, acabada e em ordem. É notável o fato de que, com o sentido de destruição, causada pelo julgamento divino do pecado, em outras duas passagens das Escrituras (Is 34.11 e Jr 4.23) as palavras traduzidas em Gênesis 1.2 por “sem forma” e “vazia” vêm juntas.

Por que foram extintos todos os seres vivos? Por que a terra, posteriormente, fora imersa, e tudo fora envolto em trevas, num tremendo cataclismo?

A única resposta viável é a de que, com a queda de Satanás, consequente de seus intentos idolátricos, a terra, onde o Senhor instalara o Eden de pedras preciosas, sofreu o julgamento de Deus, tornou-se habitação de Satanás “pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas (…) e te tornei em cinza sobre a terra” (Ez 28.16-18).

O caos descrito em Gênesis 1.2, está estritamente vinculado ao castigo aplicado a Satanás. Inconformado, o Diabo persiste na posse da terra como “príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11) e “deus deste século” (IICo 4.4). Lúcifer, Satanás, ou ainda o Diabo, fora lançado por Deus na terra, trazendo consigo grande parte dos anjos. Lúcifer tornou-se o Diabo, ou Satanás, e os que o acompanharam tornaram-se seus demônios.

“Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo” (IIPe 2.4).

“aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia” (Jd 1.6).

“Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o creem, e estremecem “ (Tg 2.19).

“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno; preparado para o Diabo e seus anjos” (Mt 25.41).

Quando, no princípio, Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1), ele os fez com toda sabedoria e resplendor. Tudo fora muito bem planejado. Os céus e a terra foram criados perfeitos. Nada se deve a um estado caótico do mundo que havia passado por grande revolução. Foi a rebelião de Satanás que causou tamanho cataclismo na terra, deixando-a “sem forma” e “vazia”!

Deus criou tudo perfeito. Satanás, porém, perverteu a ordem divina, provocando o desastre. Da mesma forma, podemos avaliar a obra de Satanás na vida das pessoas. Deus criou o homem perfeito. Satanás, quando percebe que o homem não está em harmonia com o seu Criador, mata-o, rouba-o, corrompe-o de todas as formas!

Os Anjos Decaídos

A palavra anjo significa mensageiro. Os anjos foram criados para servirem a Deus. Tendo se rebelado contra seu Criador, seguindo a Lúcifer, alguns deles se tornaram decaídos; isto é, destituídos das qualidades e poderes que Deus havia lhes outorgado. Todo seu senso de bondade, amor e ajuda aos homens se perdeu, passando a dar lugar ao ódio, à maldade e à destruição. A Bíblia revela que eles não guardaram seu estado original e abandonaram o seu próprio domicílio (Jd 1.6).

A situação desses anjos foi semelhante a de seu líder. Foram destituídos do amparo divino, tornando-se errantes, à procura do que fazer. São como o próprio Lúcifer, anjo decaído, espírito sem corpo, que vive praticando o mal. Vivem à procura de corpos, para, por meio deles, levar adiante seu intento maligno.

Satanás pode facilmente, como também seus anjos, transformar-se em “anjo de luz”. Por esta razão, muitas pessoas têm enveredado por caminhos que, em princípio, parecem bons, mas no final são trevas e só trazem tristeza, miséria, tragédia e perdição eterna.

São descritas duas classes de anjos decaídos: “anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação” e “reservado[s] em prisões eternas (…) para o juízo” (Jd 6; IIPe 2.4; cf. Jo 5.22; IICo 6.3; ver Gn 6.4).

Esses anjos decaídos não estão presos. Andam por aí, fazendo a vontade de Satanás (ver Ap 20.10). Eles podem ser identificados com os demônios (ver Mt 7.22). Deus preparou o fogo eterno para Satanás e seus anjos (Mt 25.41; Ap 20.10).

Muitas pessoas, sem o saber, têm contatado demônios, entregam suas vidas a eles, pensando que são “anjos de luz”. Com nomes bonitos e cheios de aparatos, os demônios vêm enganando as pessoas, ensinando-lhes doutrinas diabólicas. São chamados de “espíritos familiares”, “espírito de luz”, fazem-se passar por “espírito de médicos” (como, por exemplo, Bezerra de Menezes), “poetas famosos”, e tantos outros!

Na verdade, são anjos decaídos. E têm a diabólica missão de afastar o homem de Deus, no afã de destruí-lo, aproveitando-se dele e explorando-o ao máximo. São esses “anjos” que se manifestam nas mesas espíritas do kardecismo, embora “camuflados” por nomes bonitos. Levam seus participantes a acreditar que estão contatando espíritos de pessoas falecidas, uma torpe mentira!

O espiritismo, em suas várias formas, é um movimento deflagrado no mundo pelo próprio Satanás e por ele dirigido para atrair milhões de almas e conduzi-las às trevas da condenação final e eterna.

Por isso, nossa responsabilidade como crentes é muito grande. É nossa tarefa anunciar o evangelho às almas que estão sendo assediadas pelo espiritismo, às que lhe são simpatizantes e às que já estão nas suas malhas, a fim de que se libertem para a verdade, para a luz e para a vida, que é Jesus!

—————-

Extraído do livro Grandes Verdades sobre o Espiritismo – Uma Análise Crítica. Reginaldo Pires Moreira. JUERP, 1ª edição, 1997.

Sair da versão mobile