Em 1848, na pedreira Forbes, em Gibraltar, trabalhadores encontraram um crânio fóssil quase completo. Esse crânio foi o primeiro crânio Neandertal a ser descoberto, conforme se apurou; sendo reconhecido como tal somente quando outro crânio foi descoberto e designado anos depois.
Em 1856, num local da Alemanha próximo do povoado de Neander, trabalhadores encontraram outro esqueleto parcial no solo duma caverna. O crânio e quinze partes de um esqueleto foram entregues a certo professor, Schlaaffhausen, que fez um relatório sobre a descoberta em princípios de 1857. Porque o achado se deu perto de Neander, o fóssil humano recebeu o nome de Neandertal.
A descoberta imediatamente tornou-se objeto de controvérsia. Dentro de poucos anos, os evolucionistas iriam considerar Neandertal como o seu elo perdido entre os macacos e o Homem. O homem de Neandertal foi reconstruído para mostrar como andava curvo, com a cabeça projetada para frente. Essa aparência deu ao homem em questão o aspecto característico de um macaco. Como a evolução estava sendo então proposta, a reconstrução na semelhança do macaco serviu de apoio para a teoria de Darwin.
A aceitação, porém, não atingiu a maioria. Várias vozes se altearam para dissentir. Rudolf Virchow, um patologista, estudou o material fóssil e concluiu que o homem sofria de raquitismo.
Francis Ivanhoe relata:
“Há quase cem anos, Virchow diagnosticou raquitismo nos ossos do Neandertal, justificando, assim, seu aspecto simiesco peculiar. Embora essa não fosse a primeira vez que uma opinião desse tipo estava sendo publicada, tratava-se, porém, da primeira declaração oficial por parte de um perito familiarizado com a doença e que também tinha familiaridade com o material fóssil.
À medida que outros hominídeos diluvianos surgiram na Bélgica e na França, o darwinismo ganhou então a batalha. O diagnóstico cuidadosamente apresentado e concreto de Virchow, sobre as primeiras descobertas, perdeu crédito — por associação, caso não o tenha sido objetivamente. Mas a ampliação do conhecimento a partir dessa época, tanto no campo da antropologia como no da medicina, sugere que as opiniões de Virchow estavam essencialmente corretas’’.1
Não foram só as pessoas que discordaram da ideia de que o Neandertal pudesse ser a forma intermediária entre o homem e o macaco, mas os achados fósseis também contestaram essa opinião. Em 1888, o crânio de Galley Hill, um crânio com aspecto bem moderno, foi encontrado em estratos considerados mais antigos que o de Neandertal. Sua autenticidade foi rejeitada na época.2 Achados de aparência mais moderna, feitos em 1855 em Ipswich e em 1863, em Abbeville, foram igualmente rejeitados.3 No ano de 1932, no Quênia, descobriu-se uma mandíbula humana moderna em depósitos “mais antigos” que o de Neandertal. As autoridades rejeitaram a contemporaneidade entre a mandíbula e o depósito.4 Toda vez que uma criatura mais moderna era encontrada, surgiam suspeitas quanto à sua autencidade.
Em 1939, houve o primeiro ataque sério contra a ideia de que o Neandertal era um intermediário entre o símio e o homem.5 O Professor Sérgio Sergi, depois de estudar os crânios de dois Neandertalenses, provou que eles andavam eretos como nos” e não tinham a curvatura simiesca tantas vezes descrita. A seguir, em 1947, descobriu-se que um Neandertal vivera numa caverna depois de ela ter sido habitada por um homem moderno.6 Isso provou decisivamente que o Neandertal não foi nosso antepassado.
Nos dias de hoje, o Neandertal é considerado um homo sapiens.7 Sua elevação ao estado de homem em lugar de macaco ocorreu com relutância, apesar das provas, porque os primeiros pesquisadores necessitavam do Neandertal como antepassado (I Coríntios 15.45).
Nota: Extraído do livro Razões para os Céticos Considerarem o Cristianismo, Josh MacDowell e Don Stewart, p. 201-203.