SEGUNDO A BÍBLIA, NÃO É UMA REFERÊNCIA A JESUS, MAS A UMA ESPÉCIE DE “ANJO-ESCRIBA”
“Depois olhei, e eis que no firmamento, que estava por cima da cabeça dos querubins, apareceu sobre eles uma como pedra de safira, semelhante a forma de um trono. E falou ao homem vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas, até debaixo do querubim, e enche as tuas mãos de brasas acesas dentre os querubins e espalha-as sobre a cidade. E ele entrou à minha vista…” (Ez 10.1,2).
Para entendermos melhor o texto em análise, precisamos submeter todo o seu contexto a uma avaliação. Os capítulos 8 a 11 de Ezequiel tratam de um mesmo assunto, isto é, a visão profética que Ezequiel contempla acerca do julgamento de Judá e Jerusalém. No capítulo 8, o profeta descreve os rituais abomináveis procedidos no templo. No capítulo 9, temos a aniquilação dos ímpios, as punições inevitáveis que se seguiriam devido à apostasia do povo, castigo que seria efetuado por meio do exército babilônico.
O capítulo 10, em que há menção do “homem vestido de linho”, refere-se à segunda visão dos querubins. O texto se detém em apresentar o abandono de Deus a Jerusalém por causa da idolatria praticada pelos judeus. O significado da visão é comprovar que Deus partiria do templo antes que a cidade fosse queimada. O “homem vestido de linho tão branco e brilhante quanto o Sol” não é uma referência a Jesus, mas uma espécie de “anjo-escriba”. Este homem é mencionado antes em Ezequiel 9.2: “E eis que vinham seis homens a caminho da porta superior […] e entre eles um homem vestido de linho, com um tinteiro de escrivão à sua cintura…”. O texto é expresso por meio de muitos símbolos. Esse anjo resplandecente tem como principal função ser o agente do julgamento, pois lhe é dito: “… Enche as tuas mãos de brasas acesas dentre os querubins e espalhe-as sobre a cidade” (Ez 9.2), identificando, assim, a forma com que a cidade haveria de ser destruída. Finalmente, o capítulo 11 revela o desfecho do assunto com o juízo de Deus especificamente dirigido aos líderes do povo.
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FONTE: REVISTA “DEFESA DA FÉ” ANO 10 – N° 75