Provérbio

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A forma básica e mais proeminente de sabedoria, o “provérbio” (heb. māšal) pode ser definido como a afirmação breve de uma verdade universalmente aceita, formulada de um modo que possa ser memorizada. Os provérbios são encontrados nas Escrituras e não somente no livro de Provérbios (como em Gn 10.9 e 1Sm 24.14). Há muitos tipos diferentes de declarações e vários gêneros são chamados meshallim no AT, como as alegorias (Ez 17.1-10), os aforismos (Ec 9.17-10.20), os ditados populares (Jr 23.28), os discursos (Nm 23.7, 18) ou as similitudes (1Sm 10.11). Há também diversos tipos de provérbios, na verdade, ditos, como a instrução (Pv 22.17-24.22), o provérbio ou o ditado sapiencial (Pv 9.1-6), a advertência ou a proibição (Pv 8.24-31, 33), o provérbio admoestativo ou o conselho (Pv 22.28), o provérbio numérico (Pv 6.16-19), o provérbio sinonímico (Pv 22.22-27) ou antitético (Pv 11.1-31) e as declarações factuais ou de experiência (Pv 17.27).

E o mais importante, não devemos ler na declaração proverbial nada além do que de fato ela afirma. Por sua própria natureza, elas são afirmações genéricas cujo propósito é aconselhar, e não estabelecer códigos rígidos pelos quais Deus opera. Como declara David Hubbard, a sabedoria antiga “tende a enfatizar o sucesso e o bem-estar do indivíduo”, de modo diferente, “os profetas enfatizavam a vida nacional e religiosa da coletividade” (LaSor, Hubbard, Bush 1982:545). Por exemplo. Provérbios 16.3 diz: “Entrega tuas obras ao Senhor, / e teus planos serão bem-sucedidos”. Essa afirmação parece prometer uma generosidade ilimitada de plenitude, mas, como Fee e Stuart demonstram, dificilmente a intenção aqui seria a de incluir algum plano mal concebido diante de Deus: “Um casamento precipitado, uma decisão empresarial apressada, uma decisão vocacional mal refletida – tudo isso pode ser dedicado a Deus, mas podem, consequentemente, resultar em miséria” (1982:198). Conforme Josué 1.8 ou Salmos 1.3, o significado do sucesso ou da prosperidade deve ser compreendido primeiro em afinidade com a vontade divina e apenas em segundo lugar em sentido materialista. O que faz sucesso aos olhos de Deus pode parecer bastante contrário aos padrões mundanos. O intérprete precisa reconhecer a natureza geral das declarações e deve aplicá-las por meio de analogias às Escrituras, o que corresponde a outro ensino bíblico que completa a verdade que é elucidada.

Fonte: A Espiral Hermenêutica, 315-316

Consultado em arminianismo.com/ em 01/07/2014

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