1. Stael Sílvia Júlio
Stael Sílvia Júlio, da Assembléia de Deus em Lavras (MG), foi da renovação católica carismática por cinco anos. Segundo ela, sua decisão de sair do movimento para uma igreja evangélica foi motivada por certas restrições que sentia na Igreja Católica Romana em relação à operação do Espírito Santo.
Estava feliz no movimento, pois foi ali que reconheci Jesus como Salvador, mas, quando estava orando, senti a necessidade de procurar algo mais profundo, que só encontraria em uma igreja evangélica, onde se dá mais liberdade ao Espírito Santo. Os padres conservadores não aceitam muito as línguas estranhas e você acaba se cansando com isso, porque acredita na operação do “Espírito”, conta Stael, lembrando que há grupos carismáticos mais sérios que outros e que se opõe à determinadas posições do Vaticano. “Alguns não acreditam mais em culto aos santos, apesar de ainda haver quem venere Maria”, afirma.
Segundo Stael, é nítida a intervenção direta da igreja para que os movimento não sigam a doutrina genuinamente bíblica. “O movimento é pentecostal em sua motivação, mas há muitos padres conservadores que impedem a liberdade de se buscar a Deus. Eles não aceitam os ensinamentos que vêm das igrejas pentecostais e você se sente limitado. Na verdade têm medo de que, com o pentecostalismo, as pessoas possam atrapalhar mais ainda o ritmo da igreja católica.
Stael relata ainda que esse tratamento interno tem levado muitos carismáticos a se afastarem ou procurarem uma igreja evangélica. “Pessoas são renovadas espiritualmente , mas ficam com dúvidas e então buscam os padres para se aconselhar e saem frustradas . Às vezes os questionamentos vêm do próprio povo do movimento. Quando o Espírito Santo faz a obra no coração daqueles que estão ali com sinceridade, estes querem saber mais, se aproximam de Deus e se afastam dos padres.”,
Segundo Stael, as contradições dentro do movimento são grandes “Na renovação alguns falam contra os vícios, mas não há proibição nenhuma. O renovado geralmente evita beber. Nas festas do movmento muitas vezes não há bebida. Boa parte considera beber um escândalo, ms não se pode proibir isso, porque a igreja católica não tem essa posição”, realata Stael, destacando em seguida uma prática natibíblica do movimento. “Às vezes o padre carismático ensina as pessoas a orar em línguas estranhas”.
2. Gilberto Marques Porto
Gilberto Marques Porto, da Igreja Evangélica Peniel, em João Pessoa (PB), passou seis anos no movimento e há sete se tornou evangélico. Ele conta que saiu da renovação carismática por encontrar nela muitas contradições. “Fui seminarista e ia ser padre. Saí do seminário porque vi muitas coisas erradas. Fiquei tão desmotivado que deixei de ir à missa. Depois de casado, entrei no movimento carismático e vi coisas novas. Havia um louvor mais bonito, animação e uma pregação diferente. Gostei e fiquei. Porém, depois comecei a ver práticas lá que também se chocavam com a Bíblia. Resolvi, então, ir a uma igreja evangélica. Após seis anos participando dos cultos, tornei-me membro. Para mim, o movimento carismático é apenas um passo para levar as pessoas às igrejas evangélicas”. Uma das bizarrias da renovação relatada por Gilberto diz respeito às línguas estranhas. “O que mais me incomodou foi ver o líder querer me ensinar a falar línguas. Eu já conhecia a Palavra de Deus e não admitia isso”, conta.
3. Pastor Agrício do Vale
Pastor Agrício do Vale, da Igreja Batista em São Paulo, foi padre carismático. Ele diz que seu distanciamento do movi- aquele se deu por causa da mariolatria. “O problema é que os carismáticos não perderam a devoção a Maria, e eu não aceitei essa devoção mariana. A Igreja Católica Romana afirma que os dogmas marianos que consagram a imaculada conceição e a assunção são doutrinas da tradição e da igreja, mas eu optei pelas Sagradas Escrituras, e não pela tradição”.
4. Pastor Carlos Antônio Finamor
Pastor Carlos Antônio Finamor, da AD em Joinville, declara que sua saída do movimento se deu após ser confrontado pela Palavra de Deus. “Fui convencido pela Palavra de Deus. Entrei no movimento de renovação quando ele ainda estava começando em Minas Gerais. Quando me mudei para Santa Catarina, tinha o propósito de continuar na renovação, mas comecei a ler o Novo Testamento. Ficava debatendo e argumentando contra os evangélicos. Queria provar que estavam errados, mas acabei descobrindo que eram mais coerentes com a Bíblia”.
Pastor Carlos afirma que sua experiência com Deus só ganhou profundidade depois que saiu do movimento. “Lá não fui batizado com o Espírito Santo de verdade. O Espírito de Deus não habita em um templo que não está purificado de verdade por Jesus. No movimento eles marcam o dia para o batismo no Espírito. É sempre o último dia do seminário das nove semanas.
Nesse dia os líderes começam a falar em línguas e induzem os alunos a fazer o mesmo. Não sei até que ponto Deus toca as pessoas ali. Talvez minha experiência na renovação tenha tido alguma validade. Só não dá para se desenvolver espiritualmente de uma forma sadia naquele lugar. Além de não haver acompanhamento doutrinário sadio, não há um compromisso sério. Deus pode até visitar as pessoas ali, mas ele não permanece naquele que não muda de vida após ter sido tocado pelo seu Espírito”.
Sobre práticas do movimento que destoam da Bíblia, pastor Carlos destaca a idolatria e a mariolatria. “Eles ainda aceitam, mesmo que parcialmente, a idolatria. Nenhum deles a exclui totalmente . Isso é o que mais choca. A questão de Maria também é muito forte. Eles não abrem mão de Maria de forma alguma. Falar de Maria é inaceitável. São radicais nessa parte. E depois vem aquele compromisso falso de pureza e santidade. Só alguns dias são santos. Nos outros praticam coisas que desagradam a Deus. Há exceções, como alguns líderes que não se misturam com vícios. O difícil é convencer os outros a andar pelo mesmo caminho. Há também visões muito estranhas lá. A gente vê muita manipulação. Por parte da liderança, e muita mistura de regressão com cura interior a mexer com o psicológico das pessoas”.
Segundo pastor Carlos, “o movimento atrai muitos católicos romanos porque o catolicismo tradicional é um xarope. As pessoas não suportam mais aquelas tradições.
A renovação é mais alegre, e isso agrada. Por outro lado, a falta de compromisso também facilita o crescimento do movimento. Quanto a conversões sinceras, há quem receba realmente Cristo no coração. Na sequidão do deserto, qualquer gota d’água é o mar. O problema vem depois e da liderança. Há pessoas bem intencionadas no movimento, mas que não têm oportunidade de conhecer melhor a verdade. Por isso que, geralmente, os que encontram Cristo ali acabam indo para uma igreja evangélica. É natural. Eles procuram progredir na fé e no movimento essa progressão é limitada”.
Fonte: revista “Resposta Fiel”, ano 2 – nº 5, pág. 22,23 CPAD.