TITO l.12 – Paulo não dá esse poeta pagão como inspirado, pelo simples fato de fazê-lo parte da Escritura?
PROBLEMA: Os cristãos acreditam que somente a Bíblia é a Palavra de Deus (2 Tm 3.16). Contudo, o apóstolo Paulo cita poetas pagãos em pelo menos três ocasiões. Mas ao fazer isso ele parece estar então considerando essas fontes como sendo inspiradas, tal como acontece quando ele cita as Escrituras do AT como sendo a Palavra de Deus (cf. Mt 4.4,7,10).
SOLUÇÃO: Paulo não está citando essa fonte não cristã como sendo inspirada, mas simplesmente como sendo uma verdade. Toda verdade é um i verdade de Deus, não importa quem a tenha dito. Caifás, o sumo sacerdote judeu, proferiu uma verdade acerca de Cristo (Jo 11.49).
A Bíblia usa com frequência fontes não inspiradas (cf. Nm 21.14; Js 10.13; 1 Rs 15.31). Por três vezes Paulo cita pensadores não cristãos (At 17.28; 1 Co 15.33; Tt 1.12). Judas refere-se a verdades encontradas em livros não canônicos (Jd 9, 14). A Bíblia, porém, nunca faz tais citações como tendo autoridade da parte de Deus, mas simplesmente por conterem a verdade que é citada.
As frases usuais, tais como “assim disse o Senhor”(cf. Is 7.7; Jr 2.5) ou “está escrito” (Mt 4.4,7,10) nunca são encontradas quando há citações dessas fontes não inspiradas. Não obstante, verdade é verdade, onde quer que seja encontrada. E não há razão alguma, portanto, para que um autor bíblico, por direção do Espírito Santo, não possa utilizar uma verdade seja de que fonte for.
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Extraído do livro MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. Norman Geisler – Thomas Howe