Por que não devemos receber certas pessoas?

2 JOÃO 10 – Por que esse versículo nos manda não recebermos certas pessoas, se Jesus nos ordenou que amássemos nossos inimigos?

PROBLEMA: De acordo com Jesus, compete-nos amar nossos inimigos, abençoar aqueles que nos amaldiçoam e fazer o bem àqueles que nos odeiam (Mt 5.44). Entretanto, de acordo com João, não devemos receber em nossa casa, nem dar boas vindas, a quem venha até nós e não creia que Cristo veio em carne. Como é que devemos agir?

SOLUÇÃO: Temos de seguir essas duas instruções. A aparente divergência entre essas diretrizes surge do fato de que elas se referem a duas situações totalmente diferentes.

Na passagem de Mateus, Jesus está contrastando o seu próprio ensino com o dos fariseus. O princípio divino do amor deveria ser o princípio que guia as nossas vidas. Embora muitos sejam inimigos de Deus, ele ainda permite que a chuva caia sobre suas plantações, e que o sol brilhe sobre elas. Deus trata o ímpio com um amor bondoso, embora não deixe de considerar suas impiedades.

Como Paulo destaca em Romanos, a bondade de Deus não é um sinal de sua aprovação para com os atos do ímpio. Antes, a bondade de Deus tem o propósito de conduzi-lo ao arrependimento (Rm 2.4).

A passagem em 2 João não está falando de alguém que simplesmente venha nos visitar, mas refere-se aos falsos mestres, que são enganadores (v. 7) e que vêm para apresentar suas doutrinas.

Em primeiro lugar, João está instruindo as pessoas da igreja local a nato darem hospedagem àquelas pessoas, porque isso implicaria que a igreja estivesse aceitando ou aprovando o seu ensino. Os membros da igreja local foram orientados a nem mesmo darem um cumprimento cristão a elas, para que isso não fosse mal interpretado como sendo uma atitude de tolerância para com suas falsas doutrinas.

De forma alguma isso foi um mandamento para não amar o inimigo. De fato, a obediência às diretrizes dadas por João seria o ato supremo de amor por um inimigo. A clara demonstração de intolerância pára com a falsa doutrina seria um meio de comunicar aos falsos mestres a necessidade de se arrependerem. De forma contrária, se a igreja oi seus membros dessem acolhida a um falso mestre, ele seria encorajado em sua posição e consideraria tal atitude como uma aceitação de sua doutrina ou como o acobertamento de toda a sua injustiça.

Segundo, temos de nos lembrar de que, na igreja primitiva, os ministérios de evangelização e pastoral eram conduzidos primariamente por pessoas que viajavam de lugar para lugar. Esses pastores itinerantes de pendiam da hospitalidade dos membros de cada congregação local. João estava determinando que a igreja não estendesse tal hospitalidade a mestres de falsas doutrinas. Isso não se contradiz com o ensino de Jesus.

Temos de amar os nossos inimigos, mas não encorajá-los em seus atos malignos. Temos de fazer o bem aos que nos odeiam, mas não te-m as de fechar os olhos diante de sua impiedade. Jesus disse que devemos agir como filhos de nosso Pai. Naquele mesmo Sermão do Monte, Jesus prosseguiu advertindo os seus discípulos a terem todo o cuidado a respeito dos falsos profetas, “que se vos apresentam disfarçados em orelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15). João deu uma aplicação prática dessa advertência, assim encorajando a igreja local a manter sua pureza e devoção a Cristo.

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