Quem lê a Bíblia sabe que Moisés tachou a mediunidade de abominação (isto é, nojeira). Disse ele: “Entre ti se não achará quem… consulte os mortos…, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor…
O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt. 18: 10-12,15. Grifo meu). Neste texto, Moisés não só proíbe a consulta aos mortos, mas também notifica que ao invés da prática mediúnica, os seus patrícios deviam se limitar a ouvir o profeta que estava por vir, isto é, Jesus (At.3:22-23; 7:37). Então Moisés (o instrumento que Deus usou para o estabelecimento do Antigo Testamento), além de predizer o nascimento de Jesus e, conseguintemente, o advento do Novo Testamento, deixa subentendido que a proibição à mediunidade não era só um preceito cerimonial, fadado a expirar na cruz, como os sacrifícios de animais e outros preceitos veterotestamentários; antes tratava-se de um mandamento moral que, por isto mesmo, seria também repetido no Novo Pacto e, portanto, observado pelo povo de Deus do Novo Testamento. Mas, segundo Kardec, o porquê das proibições mosaicas à prática da mediunidade, reside no fato de que a consulta aos mortos não estava sendo efetuada com o devido respeito aos mortos; antes era objeto de charlatanismo. Ora, se fosse este o motivo, certamente Deus tão-somente “regulamentaria o assunto para evitar abusos”, como bem observaram os comentaristas da Bíblia de estudo intitulada A Bíblia Vida Nova.
O prezado leitor já sabe que este autor procura documentar todas as denúncias aqui efetuadas. E, desta vez não será diferente. Veja, pois, a transcrição abaixo.
… “Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão.
A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente”…(O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 26, números 9 e 10, página 367, 112ª edição. Federação Espírita Brasileira. Grifo meu).
Extraído do livro O ESPIRITISMO KARDECISTA E SUAS INCOERÊNCIAS – Pr. Joel Santana