Por que Deus não gostou que Davi numerasse o povo?

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O fato é contado de maneira judicial em 2 Samuel 24.1, e de maneira pragmáti­ca (segundo o pensamento religioso), em 1 Crônicas 21.1. No primeiro caso, o ato seria uma permissividade de Deus para dar oportunidade a Davi de retroceder do seu intento, mas sem interromper a sua deci­são, ainda que tivesse depois que puni-lo. No segundo caso, o ato é tido como indu­ção de força maior, alheia à vontade de Davi. O rei estaria sendo coagido por uma tentação irresistível, mas também passível de punição. Em ambos os contextos tería­mos o orgulho de Davi em querer conhecer o poderio militar de que poderia dispor e tranqüilizar-se quanto aos efetivos, em caso de guerra contra outras nações. A idéia subjetiva é que Davi fugiu da depen­dência divina, tentando resolver os casos do povo pela confiança em carros e cavalos (SI 20.7), deixando de honrar a Jeová como “socorro bem presente na angústia”, SI 46.1. Dessa forma ele teria mudado “a ver­dade de Deus em mentira e honrado mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém”, Rm 1.25. Se a pri­meira citação em 2 Samuel 24.1 é uma transigência do texto, Davi se torna desculpável era 1 Crônicas 21.1, pois estaria sendo tentado. De qualquer modo ele in­correria no castigo, porque “ceder é pe­car”. Ainda mais quando admoestado pelo seu próprio general, Joabe, de que o seu es­forço era supérfluo, senão desnecessário. O oficial fêz-lhe ver que todo o acervo mate­rial e humano da nação havia sido coloca­do por Deus ao seu dispor, como a um despenseiro fiel, para os casos de necessidade e não de usufruto e vaidade. Na sua mise­ricórdia, Deus lhe deu três opções, numa das quais o rei se incluiu como culpado principal, disposto a sofrer sozinho o casti­go: 1 Cr 21.17. Mas o povo era também co­nivente com ele, pois aceitou passivamente que Deus fosse como que posto de lado. De qualquer maneira, a escolha de Davi foi sábia: “Fiquemos debaixo da mão de Deus. pois são grandes as suas misericór­dias”. 1 Pe 5.6.

Extraído do Livro “A Bíblia Responde” da Editora CPAD

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