Outra questão levantada sempre foi quanto à citação de nomes. As pessoas sempre reclamam do fato de citarmos literalmente certos líderes de seitas. Eu o fiz por alguns motivos. Primeiro, porque há um precedente bíblico para se citar nomes. Veja o que Paulo fez em 2 Timóteo 4.10. O apóstolo não escreve dizendo: “Porque alguém, tendo amado o presente século, me desamparou (…)”. Não, não é isso o que ele faz. Ele cita o nome de Demas que, até algum tempo atrás, tinha sido um fiel companheiro. No seu desabafo, Paulo cita ainda outro nome: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” (2 Tm 4.14). Quando alertou sobre a importância de conservar a fé e manter uma boa consciência na vida cristã, citou nomes de alguns que assim não procederam: “mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem” (1 Tm 1.19, 20).
Quando se tornou necessário corrigir ensinos distorcidos, Paulo não hesitou em mencionar as pessoas. Observe a sua exortação a Timóteo: “Evita igualmente os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior. Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou, e estão pervertendo a fé a alguns” (2 Tm 2.1618).
Alguém poderá argumentar que Paulo mencionava apenas o nome de pessoas fracassadas espiritualmente ou que fossem inimigas da fé cristã. Entretanto, isso não é verdade. Na carta aos gálatas (Gl 2.9-11), Paulo apresenta o apóstolo Pedro como uma das colunas da Igreja, algo que ele foi até a morte. Nem por isso Paulo deixou de citá-lo, pois Pedro mereceu ser repreendido: “Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível” (Gl 2.11). Há então um precedente bíblico e uma responsabilidade ao se citar nomes.
O segundo motivo é que essa é a responsabilidade do cristão. Imagine o leitor se há um remédio sendo comercializado, trazendo perigo de morte à população. Certamente as emissoras de rádio e TV não conseguiriam prestar um serviço ao público levando ao ar o seguinte anúncio: “Informamos que há um remédio sendo vendido nas farmácias que poderá levá-lo à morte. Desde que não vamos citar o nome do remédio, tente descobrir por você mesmo”. Não seria isso um absurdo? Quando alguém descobrisse que remédio é esse, já seria tarde demais.
Um outro aspecto que deve ser levado em conta é que não invadimos a privacidade de qualquer pessoa. Nunca questionamos a moral de qualquer pessoa mencionada. Tudo o que fizemos foi analisar à luz da Palavra de Deus aquilo que os próprios hereges já haviam trazido a público, por meio de suas pregações e suas próprias publicações.
Extraído do livro “Evangélicos em Crise” do Pr. Paulo Romeiro
Muito bom esse artigo.
Tem também uma questão de ética, em alguns casos, por exemplo em Lucas 16, Jesus não disse o nome da pessoa que não foi salva, simplesmente Ele mencionou como “o rico”, enquanto que a outra pessoa salva Jesus disse o nome “Lazaro”.
Nas Igrejas as vezes, o dirigente no pulpito, gosta de admoestar alguém direta ou indiretamente, chamando-lhe a atenção publicamente … nas Igrejas tradicionais isso chama-se “exortação ou exórdio”, e agora nas Igrejas neopentecostais é “chibata”. Tem gente que gosta de humilhar os outros.
Em qualquer caso, o amor agape vem primeiro, Jesus mesmo ensinou que se alguém cometer alguma falta deve argui-lo separadamente, persistindo a falha, chamar dois ou três testemunhas, mesmo assim persistindo deve dizer à Igreja e publicamente.
Feliz por ter encontrado este site.
Sou desviado, mas aos poucos estou restabelecendo minha comunhão com Deus.
Deus seja louvado.