Pelo amor de Deus, de quem é a culpa do pecado?

culpa

A verdade desagradável e que, mesmo tendo herdado a natureza pecaminosa (Ef 2.3), não tenho ninguém a quem culpar, senão a mim mesmo por causa de minhas ações morais. Isso esta claro por muitas razões.

A responsabilidade e a capacidade de responder Calvinistas extremados e moderados (e arminianos) concordam em que Deus considera as criaturas moralmente responsáveis por suas escolhas. De fato, a Bíblia e cheia de referencias dando apoio a essa conclusão. Isso e verdade quanto a Lúcifer (lTm 3.6), aos outros anjos que caíram (Jd 6 e 7), a Adão e Eva (lTm 2.14) e a todos os seres humanos desde a Queda (Rm 3.19).

Contudo, o raciocínio sadio requer que não haja responsabilidade alguma onde não ha capacidade de corresponder. Não e racional sustentar que alguém seja responsável quando não tem a capacidade de corresponder. Deus não e irracional. O fato de ele ser onisciente significa que Deus e o Ser mais racional do universo. Por isso, a razão também exige que todas as criaturas morais sejam moralmente livres, isto e, que tenham a capacidade de responder de um modo ou de outro. Qualquer que seja o mal que tenhamos feito, pelo qual somos responsáveis, poderíamos ter agido de forma contraria a que agimos.

Quando fizemos o mal, poderíamos não tê-lo feito. Isso e o que se entende por ação “auto causada”. E uma ação que não foi causada por outra pessoa, mas pela própria pessoa. E uma ação que alguém poderia ter evitado.

As ações morais, mas não somente poderiam, mas deveriam ter sido diferentes. Ha concordância entre os calvinistas extremados e seus oponentes em que dever moral e algo que devemos fazer. As leis morais são prescritivas, não meramente descritivas. Elas prescrevem ações que devemos (ou não devemos) fazer.

Todavia, aqui também a logica parece insistir em que tais obrigações morais impliquem que temos escolhas morais livres que são determinantes. Porque devemos implica que podemos. Isto e, o que devemos fazer sugere que podemos fazer. De outra forma, temos de presumir que o Legislador moral esta prescrevendo o irracional, ordenando que façamos o que e obviamente impossível de ser feito.

A boa razão parece insistir em que, se Deus exige que façamos, então temos capacidade de fazer. A obrigação moral implica liberdade moral.

A objeção levantada contra essa conclusão pelo calvinista extremado pede um comentário. Ele insiste em que Deus frequentemente ordena fazer o que é impossível e, todavia, nos considera responsáveis por fazer o que ele ordena. Por exemplo, Deus ordenou: “Portanto, sejam perfeitos como perfeito e o Pai celestial de vocês” (Mt 5.48). Todavia, todos nos somos tristemente conscientes de que, por causa de nossa natureza caída, isso e impossível. O fato

v que recebemos ordem para nunca pecar, mas, como seres depravados, não podemos evita-lo, porque somos pecadores “por natureza” (Ef 2.3).

Dois comentários devem ser feitos em resposta a essa objeção. Primeiramente, quando dizemos que “dever implica poder”, não estamos dizendo que qualquer coisa que devemos fazer podemos fazer por forca própria. Isso seria contrario ao claro ensino de Cristo: “Sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5). Não podemos fazer nada, mas, como Paulo diz, “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). Certamente, devemos por em ação nossa salvação “com temor e tremor” (Fp 2.12), mas somente porque “é Deus quem efetua em nos tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Fp 2.13). Portanto, “dever implica poder” somente no sentido de que o podemos pela graça de Deus. Sem sua graça, não podemos vencer o pecado.

Em segundo lugar, uma evidencia posterior de que podemos fazer pela Graça de Deus o que devemos e encontrada nesta passagem conhecida: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus e fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciara um escape, para que o possam suportar” (lCo 10.13).

Essa verdade não poderia ser mais clara: Deus nunca prescreve qualquer coisa sem proporcionar o meio para realiza-la. Se estamos moralmente obrigados, então devemos ser moralmente livres.

Recompensa e punição Outra evidencia de que temos livre-escolha moralmente  autodeterminante e que a Bíblia e a sabedoria moral comum nos informam de que louvor e acusação não fazem qualquer sentido a menos que os louvados e os acusados sejam livres para agir de forma contraria. Por que elogiar madre Teresa e difamar Hitler, se eles não puderam evitar fazer o que fizeram? Por que culpar Adolf Eichmann e louvar Martin Luther King, se eles não tiveram escolha? Todavia, eles tiveram, e nos temos. A Bíblia diz claramente que Deus “retribuirá a cada um conforme o seu procedimento” (Rm 2.6).

Um fato inegável

Os fatalistas e os deterministas tem tentado, em vão, negar a liberdade humana — e isso eles tem feito sem que ninguém os force!

O fato é que a liberdade é inegável. Porque, se cada coisa fosse determinada, os deterministas seriam determinados a crer que não somos livres. Mas os deterministas creem que o determinismo é verdadeiro e que o não-determinismo e falso. Além disso, creem que todos os não deterministas deveriam mudar sua posição e se tornar deterministas.

Todavia, isso implica que os não-deterministas são livres para mudar sua opinião — o que e contrario ao determinismo! Assim, segue-se que o determinismo e falso, visto ser contraditório. (Naturalmente, isso não implica negar que todos os atos livres são determinados por Deus no sentido de que ele sabe antecipadamente — com certeza — que nos livremente os realizaríamos.)

Que diz a escritura?

Do começo ao fim, a Bíblia afirma, tanto implícita quanto explicitamente, que os seres humanos possuem livre-escolha. Isso e verdade para antes e depois da queda de Adão, embora o livre-arbítrio tenha sido seguramente afetado pelo pecado e severamente limitado naquilo que pode fazer.

Livre-arbítrio antes da Queda

O poder de livre-escolha e parte da humanidade criada a imagem de Deus (Gn 1.27). Adão e Eva receberam a ordem de: 1) multiplicar a espécie (Gn 1.28) e 2) não comer do fruto proibido (Gn 2.16,17).

Essas duas responsabilidades implicam capacidade de corresponder. Como já foi observado, o fato de que deveriam obedecer a esses mandamentos implicava que poderiam obedecer a eles.

O ultimo texto narra a escolha deles: “Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar […] tomou do seu fruto, comeu-o e deu a seu marido, que comeu também” (Gn 3.6). A condenação de 1 Deus que veio sobre eles torna evidente que eram livres. Deus perguntou: “Você comeu do fruto da arvore da qual lhe proibi comer?” (3.11). “Que foi que você fez?’ Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi”’ (3.13).

As referencias do Novo Testamento ao ato de Adão tornam claro que ele fez uma escolha livre pela qual se tornou responsável. Romanos 5 chama essa escolha “pecado” (v. 16), “transgressão” (v. 15) e “desobediência” (v. 19). O mesmo ato e referido em 1 Timóteo 2 como “transgressão” (v. 14). Todas essas descrições implicam que o ato de Adão foi moralmente livre e culpável.

O livre-arbítrio após a Queda

Mesmo após Adão ter pecado e se tornado espiritualmente “morto” 23 (Gn 2.17; cf. Ef 2.1) e pecador “por natureza” (Ef 2.3), ele não era depravado completamente, a ponto de não poder ouvir a voz de Deus ou de dar uma resposta livre. Porque “o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: ‘Onde esta você? ’ E ele respondeu: ‘Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi’” (Gn 3.9,10). A imagem de Deus em Adão foi manchada pela Queda, mas não apagada. Foi desfigurada, mas não destruída. Em outras palavras, a imagem de Deus (que inclui o livre-arbítrio) ainda esta nos seres humanos após a Queda. Essa e a razão de o assassínio (Gn 9.6) e mesmo a maldição (Tg 3.9) de outras pessoas serem considerados pecados: “Porque a imagem de Deus foi o homem criado” (Gn 9.6).

Os descendentes caídos de Adão têm o livre-arbítrio.

Tanto a Escritura quanto o raciocínio saudável nos informam de que os seres humanos depravados tem o poder da livre-escolha. A Bíblia diz que o homem caído e ignorante, depravado e escravo do pecado. Mas todas essas condições envolvem uma escolha. Pedro fala

da ignorância dos depravados como sendo “deliberada” (2Pe 3.5). Paulo declarou que os nao-salvos tem “claramente visto” e “compreendido” a verdade, mas deliberadamente a “suprimem” (ou “detém” [Rm 1.18- 20]). Por isso, eles são “indesculpáveis”. Mesmo a nossa escravidão ao pecado e resultado da livre-escolha. Paulo acrescenta: “Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva a morte, ou da obediência que leva a justiça?” (Rm 6.16). A própria cegueira espiritual e resultado da escolha de não crer. Porque “o deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho” (2Co 4.4).

Com respeito ao início ou a obtenção da salvação deles, tanto Lutero quanto Calvino estavam certos em asseverar que os seres humanos caídos não são livres em relação as “coisas celestiais”, isto e, a alcançar própria salvação. Contudo, contrariamente ao calvinismo radical, em relação à liberdade de aceitar o dom da salvação de Deus, a Bíblia e clara: seres caídos são livresAssim, a livre-escolha dos seres humanos caídos e tanto “horizontal” (social) com respeito às coisas deste mundo quanto “vertical” (espiritual). A primeira e evidente na escolha de um companheiro: “Se o seu marido morrer, [a mulher] estará livre para se casar com quem quiser, contanto que ele pertença ao Senhor” (ICo 7.39). Essa e uma liberdade descrita como sem coação: “Todavia o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas com poder sobre a sua própria vontade, se resolveu no seu coração guardar a sua virgem, faz bem.” (ICo 7.37). A mesma liberdade horizontal e descrita na contribuição dos crentes da Macedônia, “por iniciativa própria” (2Co 8.3), assim como Filemom foi “espontâneo” (Fm 14). A capacidade vertical de crer esta implícita em todo lugar no chamado do evangelho (v. At 16.31; 17.30). A liberdade tal como Deus a concebe, destinada as suas criaturas, feitas a sua imagem, e descrita em Tiago 1.18: “Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade”.

Pedro descreve o significado de livre-escolha quando diz que ela “não [é] por obrigação, mas de livre vontade” (lPe 5.2). Paulo pinta a natureza da liberdade como um ato onde a pessoa “determinou em seu coração” e “não [agiu] com pesar ou por obrigação” (2Co 9.7). Em Filemom, ele diz que e um ato com “permissão” e não deveria ser “(forçado”, mas “espontâneo” .

W. G. T. Shedd resume o assunto de maneira direta: Embora impelida pelo Espirito Santo, à vontade santa e, não obstante, uma faculdade automotora e não é compelida. A inclinação santa e o direito de automovimento por causa da atuação divina, ou “a obra de Deus na vontade para que ela queira”. A inclinação pecaminosa e o automovimento errado da vontade sem a atuação divina. Mas o movimento em ambos os casos é o da mente, não o da matéria; espiritual, não mecânico; livre, não forçado (Dogmatic Theology, v. 3, p. 300).

Mesmo os não-salvos tem livre-escolha tanto para receber quanto para rejeitar o dom da salvação que vem de Deus. Jesus assim se refere aos que o rejeitaram: “Jerusalém, Jerusalém! […] Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram ’ (Mt 23.37). E João afirma que, “aos que creram em seu nome [de Cristo], deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1.12). A verdade e que Deus deseja que todos os não-salvos mudem a maneira de pensar (se arrependam), porque “ele e paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento’ (2Pe 3.9). Isso significa uma mudança de pensamento.

Igualmente, nas alternativas de vida e morte que Moises deu a Israel, Deus diz: “Escolham a vida” (Dt 30.19). Josué diz ao povo: “Escolham hoje a quem irão servir” (Js 24.15). Deus diz a Davi: “Assim diz o Senhor: ‘Estou lhe dando três opções de punição; escolha uma delas, e eu a executarei contra você” (2Sm 24.12). Alternativas morais e espiritualmente responsáveis são postas diante dos seres humanos por Deus, deixando a escolha e a responsabilidade para eles.

Jesus disse aos incrédulos de seu tempo: “Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados” (Jo 8.24). Por vezes declarou que a fé era uma coisa que deviam ter: “Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus” (Jo 6.69); “Quem é ele, Senhor, para que eu nele creia’ (Jo 9.36); “Então o homem disse: ‘Senhor, eu creio, e o adorou” (Jo 9.38); “Jesus respondeu: ‘Eu já lhes disse, mas vocês não creem“’(Jo 10.25). Essa e a razão por que Jesus disse: “Quem nele crê não e condenado, mas quem não crê já esta condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (Jo 3.18). Claramente, então, a fé é nossa responsabilidade, e ela esta enraizada em nossa capacidade de responder. Essa ideia tem suporte sobrepujante de, praticamente, todas as grandes autoridades da Igreja ate o século XVI.

Todas as pessoas podem crer?

Ao contrário do que pensam os calvinistas, a fé não e um dom que Deus oferece somente a alguns. Todos tem a responsabilidade de crer, e quem quer que decida crer pode crer (cf. Jo 3.16). Jesus diz: “Para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). E acrescenta: “Quem. nele crê não e condenado” (v. 18). E ainda: “Quem vier a mim eu jamais rejeitarei” (Jo 6.37). Apocalipse 22.17 também afirma: “Quem tiver sede, venha, e quem quiser, beba de graça da água da vida”.

Se cada pessoa pode crer, por que, então, Jesus asseverou de alguns: “Por esta razão eles não podiam crer, porque, como disse Isaias noutro lugar: ‘Cegou os seus olhos e endureceu lhes o coração, para que não vejam com os olhos nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure” (Jo 12.39,40)?

A resposta e encontrada no contexto: 1) a fé era, obviamente, responsabilidade deles, visto que Deus os havia considerado responsáveis por não crerem, pois somente dois versículos antes, lemos: “Mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não creram nele’ (Jo 12.37); 2) Jesus estava falando a judeus de coração endurecido, que haviam visto milagres indiscutíveis (incluindo a ressurreição de Lázaro Jo 11]) e que haviam sido muitas vezes chamados a crer antes desse episódio (Jo 8.26), o que revela que eram incapazes de crer; 3) foi a própria incredulidade teimosa que lhes trouxe cegueira. Jesus havia dito: “Eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados” (Jo 8.24). Assim, foi uma cegueira escolhida que poderia ser evitada.

Pode uma pessoa crer sem a ajuda da graça de Deus?

Enquanto todos os atos verdadeiramente livres são autodeterminados e poderiam ter sido diferentes, e também verdadeiro que por nenhum ato livre o ser humano pode mover-se em direção a Deus ou fazer qualquer bem espiritual sem a ajuda de sua Graça. Isso esta evidente nos seguintes textos da Escritura: Quem sou eu, e quem e o meu povo para que pudéssemos contribuir tão generosamente como fizemos? Tudo vem de ti, e nos apenas te demos o que vem das tuas mãos (lCr 29.14).

Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrairei eu o ressuscitarei no ultimo dia… E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.(Jo 6.44; Jo 12.32).

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma (Jo 15.5).

Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um (Jo 17.11).

Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei no nome que me deste. Nenhum deles se perdeu, a não ser aquele que estava destinado a perdição, para que se cumprisse a Escritura (Jo 17.12).

Pela Graça de Deus, sou o que sou, e sua Graça para comigo não foi inútil; antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a Graça de Deus comigo (lCo 15.10).

Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus (2Co 3.5).

Ele me disse: “Minha Graça e suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim (2Co 12.9).

Ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois e Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele (Fp 2.12,13). Tudo posso naquele que me fortalece (Fp 4.13).

W. G. T. Shedd, apresentado previamente como calvinista moderado, apresenta o assunto do seguinte modo: Se um pecador voluntariamente rejeita a misericórdia oferecida por Deus, ele e culpável por fazer assim, e é, portanto, passível de acusação de culpabilidade e responsável diante do tribunal por causa disso. […] O ser humano é responsável pelo pecado porque é tanto autor quanto praticante dele; mas não é responsável por santidade, porque é somente praticante, mas não autor dela. […] O pecador é livre para aceitar ou rejeitar os convites do evangelho.

Se os aceita, o faz livremente, debaixo da atuação do Espirito Santo. Se rejeita, o faz livremente, sem essa atuação e unicamente por autodeterminacao (Dogmatic Theology, v. 3, p. 298-9).

Soberania e livre-arbítrio: Um ou outro, ou ambos?

Soberania e livre-arbítrio. E um ou o outro, ou ambos ou um e outro? A Bíblia diz ambos. Na bíblia vemos que Deus é soberano sobre todas as coisas, até mesmo sobre os eventos humanos e nas escolhas livres. Nada apanha Deus de surpresa, e nada esta fora de seu controle. Já neste capítulo vimos que os seres humanos, mesmo caídos, possuem o poder, dado por Deus, da livre-escolha. Isso se aplica a muitas das chamadas “coisas terreais”, que estão “aqui embaixo”, como também as que estão “acima”, chamadas “coisas celestiais”, a saber, as que dizem respeito ao recebimento do dom divino da salvação. O mistério do relacionamento entre a soberania divina E o livre-arbítrio humano tem desafiado os maiores pensadores cristãos ao longo dos séculos. Infelizmente, os calvinistas extremados têm sacrificado à responsabilidade humana a fim de preservar a soberania divina. Igualmente, alguns arminianos extremados tem sacrificado à soberania divina a fim de sustentar o livre-arbítrio do ser humano. Cremos que as duas alternativas estão erradas e levam a ações extremamente desordenadas.

Extraído do livro “Eleitos, mas livres” da Editora Vida

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