É o que mostra o Dicionário Vine, p. 867 no verbete PERDOAR:
PERDOAR: “denota, além dos seus significados, “remir” ou “perdoar”: (a) dívidas (Mt 6.12; 18.37,32, sendo estas completamente canceladas); b) pecados (por exemplo, Mt 9.2,5, 6; 12.31,32; At 8.22, “o pensamento do teu coração”; Rm 4.7; Tg 5.15; 1 Jo 1.9; 2.12). Neste último aspecto do verbo, como seu substantivo correspondente significa primariamente a remissão do castigo devido à conduta pecaminosa, a libertação do pecador da pena divinamente – e, portanto, justamente – imposta; em segundo lugar, envolve a remoção completa da causa da ofensa; tal remissão é baseada no sacrifício vicário e expiatório de Cristo.”
O QUE ENSINAM OS ADVENTISTAS
Como é notório entre os que conhecem a história do movimento adventista na América do Norte, o título adventista foi dado em decorrência do que é citado na formação da Igreja Adventista do Sétimo Dia como O GRANDE DESAPONTAMENTO. A expressão O GRANDE DESAPONTAMENTO é usada no livro Fundadores da Mensagem, editado pela Casa Publicadora Brasileira para caracterizar o fracasso profético de William Miller, que, baseado em cálculos cronológicos com a passagem de Dn 8.14, anunciou, com grande estardalhaço, a segunda vinda de Cristo para 1843. Mudando, depois do primeiro fracasso profético, para 22 de outubro de 1844. Diz o livro:
“O movimento do advento na América foi originado por homens que estavam desejosos de receber a verdade, quando esta a eles chegasse. Aceitaram-na sinceramente e segundo a mesma viveram, esperando sendo dentro em breve transladados. Depois do grande desapontamento todos caíram em trevas.” (Fundadores da Mensagem, p. 9 – Everett Dick, CPB).
Para que não paire dúvidas sobre o que acima citamos, temos o endosso do escritor Arnaldo Christianini, que afirma:
“E no século XIX, em 1844 surgiu nos Estados Unidos o movimento que, anos depois, teria a denominação de Adventistas do sétimo Dia, de âmbito mundial.” (Subtilezas do Erro, pág. 167)
SAÍDA ESTRATÉGICA
Não era de se esperar que esse movimento religioso chegasse ao fim com esses fracassos proféticos? Sim, era de se esperar. O que houve que justificasse o prosseguimento do movimento adventista?
Para escapar do vexame da falsa profecia surgiu um seguidor de Miller declarou que tivera uma visão corrigindo parte da interpretação de Miller. Chamava-se Hiram Edson que disse ter tido uma visão e passou a explicá-la:
“Vi distinta e claramente que o nosso sumo sacerdote, em vez de sair do lugar santo do santuário celeste, para vir a terra no dia do sétimo mês, ao fim dos dois mil e trezentos dias, entrava naquele dia (22 de outubro de 1844) pela primeira vez no segundo compartimento do santuário e tinha uma obra a realizar no lugar santíssimo antes de voltar a terra.” (Administração da Igreja, p. 20, CPB). (o parêntese é nosso)
Como se lê, Hiram Edson teve uma visão e segundo ela, Jesus, no céu, mudou de lugar em 22 de outubro de 1844: “… entrava pela primeira vez no segundo compartimento do santuário e tinha uma obra a realizar no lugar santíssimo antes de voltar a terra.” Isto significa que Jesus ao subir ao céu quarenta dias depois da sua ressurreição (At 1.3, 9-11) ficou retido no primeiro compartimento do santuário celestial até 21 de outubro de 1844 e somente em 22 de outubro de 1844 passou para o segundo compartimento para iniciar uma obra. Que obra? A obra do Juízo Investigativo. Lemos na Bíblia sobre juízo executivo que se dará na segunda vinda de Jesus (Mt 25.31-33) e juízo pessoal, quando participamos da Ceia do Senhor (1 Co 11.28) Mas, ensinarem que Jesus está fazendo Juízo Investigativo no céu? Estranhamos esse ensino.Coloca-se dentro do alerta que nos dá o escritor do livro de Hebreus (13.9) “Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas…”
JUIZO INVESTIGATIVO
“A obra do juizo investigativo e extinção dos pecados deve efetuar-se antes do segundo advento do Senhor. Visto que os mortos serão julgados pelas coisas escritas nos livros, é impossível que os pecados dos homens sejam cancelados antes de concluído o juízo em que seu caso deve ser investigado.” (O CONFLITO DOS SÉCULOS, p. 488, 489)
O livro doutrinário da Igreja Adventista torna esse ensino de EGW mais claro, na procura da distinção entre pecados perdoados e não cancelados, como se fossem situações diferentes no seu significado.
“Todos aqueles que verdadeiramente se arrependeram e pela fé reclamaram o sangue do sacrifício expiatório de Cristo, terão assegurado o perdão. Quando seus nomes forem chamados a julgamento e se constatar que eles estão revestidos pelo manto da justiça de Cristo, seus pecados serão apagados e eles serão considerados dignos da vida eterna.” (Nisto Cremos, p. 418)
É de se indagar: como admitir que quando alguém aceita a Cristo como Salvador único e pessoal – se esse é o caso que ocorre com os adventistas – que eles tenham assegurado o perdão, mas, ao mesmo tempo, admitir que seus pecados não foram apagados e que isso só se dará por ocasião da conclusão desse Juízo Investigativo?
Quando Jesus disse ao paralítico: “Filho, tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados.” (Mt 9.2) ele queria dizer apenas: teus pecados são perdoados, mas não cancelados? Isso se parece muito com o ensino católico do purgatório, pois, depois de cumprir todas as exigências da confissão auricular, fazer penitências, ainda devem os católicos ir ao purgatório para satisfazer a justiça de Cristo. O adventista como não crê no purgatório, admite que a alma do crente adventista ao morrer, dorme no pó da terra. É o chamado sono da alma. Não podem afirmar com Paulo, “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” (Fp 1.21) E por quê? Porque só tem perdão a promessa de perdão, mas não tem pecados cancelados.
Toda essa distinção entre pecados perdoados e pecados cancelados, é essencial para o ensino do Juízo Investigativo. Pode um cristão verdadeiro ter pecados perdoados e não cancelados? É óbvio que a Bíblia garante o cancelamento dos nossos pecados quando aceitamos a Jesus como Senhor e Salvador pessoal.
Diz a Bíblia:
“… o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” (1 Jo 1.7)
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.” (1 Jo 1.9)
“Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados.” (Ap 1.5)
JESUS – JUIZ OU INTERCESSOR?
Mas, pergunta-se: à luz da Bíblia qual a obra que Jesus está fazendo no céu a partir da sua ascensão mencionada em At 1.9-11? Indaguemos da profetiza adventista Ellen Gould White:
“Quando se encerrar o juizo de investigação, Cristo virá, e Seu galardão estará com ele para dar a cada um segundo a sua obra.” (O CONFLITO DOS SÉCULOS, p. 489)
Como aceitar o ensino segundo o qual Jesus está ocupado no céu com a obra do Juízo Investigativo e, simultaneamente, aceitar que ele é o nosso intercessor e mediador junto ao Pai?
“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chagam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” (Hb 7.25)
Como julgar e interceder ao mesmo tempo? Jesus é atualmente nosso advogado e não juiz (1 Jo 2.1)
“MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” (1JO 2:1-2)
Diz mais a Bíblia:
“Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rm 8.34)
“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles?” (Hb 7.25)
OBRA DA REDENÇÃO INCOMPLETA
Para surpresa dos leitores dos livros escritos por EGW, ela declara que a obra da redenção não está completa.
“Remissão, ou ato de lançar fora o pecado, é a obra a efetuar-se.” (O CONFLITO DOS SÉCULOS, p. 417)
“O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda permaneciam seus pecados nos livros de registro. Como no serviço típico havia uma expiação ao fim do ano, semelhantemente, antes que se complete a obra de Cristo para redenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando terminaram os 2.300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta Daniel, nosso sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a última parte de Sua solene obra – purificar o santuário.” (O CONFLITO DOS SÉCULOS, p. 420)
“Pela sua morte iniciou essa obra, para cuja terminação ascendeu ao Céu, depois de ressurgir.” (O CONFLITO DOS SÉCULOS, p. 492)
Um erro puxa outro erro. Se a expiação de Cristo não está completa, pois lemos “antes que se complete a obra de Cristo para redenção do homem” – perguntamos: quem pode ter certeza de salvação?
A Bíblia declara que, desde o sacrifício de Cristo no Calvário, os pecados de todo aquele que pôs sua confiança em Cristo foram apagados por completo. Não tiveram que esperar até 22 de outubro de 1844 para receberem o princípio do perdão, nem até o regresso de Jesus para que se complete a obra da redenção.
A redenção é declarada completa e acabada na cruz uma vez por todas.
Na cruz, Jesus bradou: (JO 19:30) “Está consumado.”
Lemos em Hb 9.11,12:
“Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.” (o grifo é nosso)
Isso é repetido em Hb 1.3 “… havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à dextra da majestade nas alturas.”
Repetido também em Hb 10.12-14: “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.”
CONCLUSÃO
A Sra. EGW declara no Juízo Investigativo “os únicos casos a serem considerados são os do povo professo de Deus. O julgamento dos ímpios constitui obra distinta e separada, e ocorre em ocasião posterior.” (O CONFLITO DOS SÉCULOS, p. 484)
“Começando pelos que primeiro viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva, finalizando com os vivos. Todo o nome é mencionado, cada caso minuciosamente investigado. Aceitam-se nomes, e rejeitam-se nomes.” ( O CONFLITO DOS SÉCULOS, p. 486)
Ao invés de referir-se a Jesus como Juiz que presidirá o Juízo Investigativo, ela chama Jesus de “nosso Advogado”. Como poderia Jesus ser ao mesmo tempo Juiz e Advogado presidindo essa obra de Juízo Investigativo? São funções opostas. Juiz sentencia. Advogado, defende.
Afirma então que o julgamento tem a ver com os casos “do povo professo de Deus” e isto desde “cada geração sucessiva”.
Se o Juízo Investigativo está relacionado com o povo professo de Deus e isto desde cada geração sucessiva, então seria o caso de relacionarmos alguns dos santos de Deus que primeiro passaram por este mundo e cujo registro está na Bíblia.
É só examinar Hebreus 11.4 que se lê acerca de Abel.
“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.”
Perguntamos: Abelnecessita ser investigado?
Agora vamos ver um segundo caso, o de Enoque embora saibamos que ele foi arrebatado para não provar a morte (Gn 5.24):
“Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus.” (Hebreus 11.5)
É preciso acrescentar outros nomes como Abraão, de quem se diz que Deus já lhe preparou uma cidade celestial? (Hebreus 11.8-10) Os heróis da fé jamais passarão por esse “Juízo Investigativo” inventado pela Sra. EGW e defendido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.
É só ler Hb 11.13,39: “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa.”
Cristo mesmo falou sobre este assunto. Ele avisou aos judeus incrédulos que eles veriam Abraão e Isaque e Jacó e todos os profetas no reino Deus e eles mesmos lançados fora.
“Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas, no reino de Deus, e vós lançados fora.”
“E virão do oriente, e do ocidente, e do norte, e do sul, e assentar-se-ão à mesa no reino de Deus. (Lucas 13.28, 29)
“E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.” (Mt 19.28)
Poderia Jesus ter assim falado, se antes eles tivessem de passar pelo “Juízo Investigativo” que se iniciaria em 22 de outubro de 1844?
Paulo falou com confiança referente ao seu futuro, dizendo “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem sua vinda.” (2 Timóteo 4.7,8)
Se Paulo admitisse esse “Juízo Investigativo” ele teria escrito: “A coroa da justiça me esperará depois que eu tiver passado pelo “Juízo Investigativo” que se iniciará em 22 de outubro de 1844.”
Quanto aos outros apóstolos, seus nomes estão inscritos no fundamento da Nova Jerusalém
“E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.” (Apocalipse 21.14)
Perguntamos: Nomes tão gloriosamente adornados irão para revisão no Juízo Investigativo? Terão que passar por um escrutínio? Certamente que não.