Parábola do cinto de linho

Vínculo significa “tudo o que ata, liga ou aperta”. Vivemos tempos de desunião e divisão nas organizações humanas. Infelizmente tais coisas surgem também no seio da Igreja de Cristo.

Jeremias 13 é uma parábola feita por Deus, com objetivo de mostrar ao profeta o estado espiritual do povo de Judá, simbolicamente comparado a um cinto de linho apodrecido. Era uma forma de falar ao seu povo que a comunhão com Ele não andava bem. O Senhor queria reconstituir a comunhão rompida.

A igreja de hoje vive tempos difíceis e alguns de seus valores estão comprometidos. Muitos crentes já precisam de “novos cintos de linho”, pois alguns deles encontram-se com os fios enfraquecidos. Todavia o Espírito Santo pode nos habilitar a tecê-los de novo.

“Assim me disse o Senhor: Vai, compra um cinto de linho e põe-no sobre os lombos, mas não o metas na água” (Jr 13.1). Deus oferecia ao profeta oportunidade de renovação. Trazendo essa tipologia para o ministério cristão, entendemos que valores podem ser renovados. Mas o que significa “cinto de linho sobre os lombos”? Diz respeito a segurança, retidão, unidade e comunhão. O cinto era um item na indumentária cotidiana de homens e mulheres do mundo antigo. Era usado também sobre túnicas sacerdotais, chamadas de éfodes litúrgicos, utilizados nos serviços do tabernáculo ou do templo.

Deus ilustrou o estado espiritual de Judá, ordenando ao profeta que usasse o cinto de linho por algum tempo e depois o levasse a um lugar úmido, ao Eufrates. Após muitos dias voltou ao local e constatou que o cinto estava podre. Os elementos pútridos daquela peça indicavam que a soberba e dureza de coração, haviam degenerado o relacionamento do povo de Israel com seu Criador. Contextualizando: Como está a tão sonhada unidade cristã? Nossos cintos de linho estão fortes e retesados? Temos conseguido evitar elementos de putrefação em nossos ministérios?

Para que serve um cinto? Para dar firmeza aos lombos do usuário. Neste caso o cinto era tecido com fios de linho endurecido e com larga espessura. O mesmo circundava a cintura para firmar o corpo e mantê-lo ereto.

O homem de Deus que ministra precisa ter postura firme e reta. O tal não pode curvar-se às coisas supérfluas ou ceder em sua fé. A expressão “firmeza dos lombos” tipifica a retidão na vida do obreiro. Desvios da verdade, tortuosidade dos caminhos, concessões às heresias, frouxidão doutrinária, expõem roturas no ministério.

Quando isso acontece a obra fica ultrapassada, sem renovação espiritual e absolutamente minada. A não ser que se permita o Espírito de Deus operar livremente, inúmeros crentes sucumbirão. O que não se pode tolerar são paixões pessoais, que apresentam-se vestidas de falsa espiritualidade, e escondem elementos corrosivos à igreja. Um dos erros de Judá foi a soberba, e por causa desse pecado, a humildade perdeu para a ostentação e a renúncia do “eu” para a glória do poder.

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Pr. Elienai Cabral, AD em Sobradinho/DF

Membro do Conselho Administrativo da CPAD

Artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz de 1 a 15 de março de 2001.

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