Comentário de Júlio Severo: Depois da recente adulação de Barack Obama aos muçulmanos no início do Ramadã, o papa dá o toque final: no final do Ramadã, ele manda uma mensagem aos líderes islâmicos. Qual será a intenção? No passado, os papas tratavam o islamismo publicamente como religião violenta e assassina — que é a mais pura verdade. E agora que o islamismo está crescendo sem parar na Europa, até em Roma (confira este importante link: http://bit.ly/19FSNMd), o papa dá uma mensagem de paz, talvez na esperança de que ao tratar hoje com bondade os islâmicos, eles tratem com bondade um Vaticano que será minoria católica numa Itália islâmica em futuro não muito distante. O discurso claro e grosso do Vaticano no passado contra o islamismo deu lugar a um discurso de apaziguamento. Já está começando a jogar a toalha para os islâmicos.
Em mensagem publicada na sexta-feira, o Papa Francisco deu o passo raro de pessoalmente expressar suas “estimas e amizade” aos muçulmanos do mundo enquanto eles se preparam para o fim do jejum do Ramadã.
Embora seja um costume tradicional do Vaticano enviar mensagens aos líderes religiosos do mundo em seus grandes dias santos, essas saudações geralmente são assinadas pelo departamento de diálogo inter-religioso do Vaticano.
Em sua mensagem, Francisco explica que no primeiro ano de seu papado ele queria pessoalmente saudar os muçulmanos, “principalmente os que são líderes religiosos.”
O Papa Bento 16, o antecessor de Francisco, tinha relações tensas com os muçulmanos. Num discurso de 2006 ele citou um imperador bizantino que disse que Maomé só havia trazido coisas “malignas e desumanas” para o mundo, provocando uma crise mundial nas relações entre cristãos e muçulmanos.
Em anos subsequentes, ele trabalhou muito para consertar as relações com os muçulmanos e visitou três mesquitas. Mas ele nunca teve êxito em dissipar a desconfiança entre líderes religiosos muçulmanos.
Desde o início de seu pontificado, Francisco tem frisado que ele dá valor elevado ao diálogo com outras religiões.
Num de seus primeiros discursos, em 22 de março, ele anunciou que queria “intensificar o diálogo entre várias religiões,” acrescentando: “E estou pensando principalmente de diálogo com o islamismo.”
Em sua mensagem de Ramadã na sexta-feira, Francisco frisou a importância de educar os jovens muçulmanos e cristãos a respeitar a religião um do outro.
“Temos de criar nossos jovens para pensar e falar de forma respeitosa das outras religiões e seus seguidores, e evitar ridicularizar ou denegrir suas convicções e práticas,” escreveu ele.
O papa também disse que se deve dar “respeito particular aos líderes religiosos e aos lugares de culto.” “Como são dolorosos os ataques contra um ou outro desses!” acrescentou ele.
O que Francisco fez, embora seja raro, tem precedente. O Papa João Paulo 2º em 1991 escolheu escrever pessoalmente a mensagem do Ramadã como sinal de solidariedade aos muçulmanos por causa da Guerra do Golfo.
Traduzido por Julio Severo do artigo da revista Charisma: Pope Pens Personal Message to Muslims at Ramadan’s End
Fonte: www.juliosevero.com