Os profetas do óbvio

Um fato que se deve levar em conta quando se estuda a fenomenologia das seitas é seu contexto sociocultural onde ela se desenvolve. É sabido que muitos paradigmas doutrinários dentro destes movimentos se estruturaram por influencias externas.

Por exemplo, certas normas éticas que se observam em muitos grupos religiosos não passam do reflexo da cultura o qual está condicionado. Certos tipos de vestuários, hábitos, costumes alimentares e até saudações profundamente arraigadas na estrutura ética das seitas, que as diferenciam, explica-se devido a estas influências.

Dentro de certo contexto podemos admitir, que a máxima popular que afirma ser o homem “o produto do meio onde vive”, possui seu quinhão de veracidade.

Em se tratando de movimentos sectários com forte reivindicação de religião revelada e caráter profético intensifica-se ainda mais esta dependência.

É que ao se estruturar como instituição religiosa tais movimentos tende a se adaptar aos condicionamentos sociais, adquirindo respeitabilidade social. Nesta nuança comportamental e organizacional os líderes de seitas procuram contextualizar suas revelações.

Ultimamente muitas delas tentando escoimar o estigma de misticismo apelam para um lado mais “científico” da religião. Procuram se auto afirmar com “absoluta” precisão científica. Esta nova mudança verifica-se facilmente na semântica e até no nome da seita. É este o caso da cultura Racional, Cientologia, Racionalismo cristão, Ciência cristã e outros.

Para impressionar os mais incautos procuram basear essa convergência com a ciência, em supostas “revelações divinas”, mas que com o passar dos anos se mostraram totalmente inadequadas com as novas descobertas científicas, provando assim, que tais revelações nada mais eram que o produto do meio científico que então prevalecia. Era apenas o reflexo do conhecimento do líder, não tendo nada a ver com revelações divinas. Veja abaixo apenas três exemplos disso

1. O ESPIRITISMO KARDECISTA

Allan Kardec o codificador do Espiritismo moderno é um exemplo típico deste fenômeno. Quando o espiritismo foi rejeitado pela ciência oficial no século XIX (O que é o Espiritismo p. 42), Kardec protestou da seguinte forma:

“Por sua natureza, a revelação espírita tem duplo caráter: participa ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica.”

Kardec relegou os relatos de Gênesis como “erros” e em seu lugar estabeleceu o Espiritismo:

“O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente”
 (A Gênese I,16)

Ao reclamar uma base filosófica e científica à sua religião ele procura estabelecer sua respeitabilidade.

É sabido que o pentateuco kardecista está fincado nas chamadas revelações dos espíritos. Tendo como guia tais célebres seres, kardec aventura-se em desvendar os mistérios do Cosmos. É assim que no livro A Gênese ele fomenta inúmeras especulações sobre a criação do mundo, baseada nas revelações de seus amigos do além. Não obstante, para a decepção dos espíritas, o que Kardec está a dissertar não passa dos rudimentos científicos de seu tempo que hoje não mais se sustentam.

No sexto capítulo de A Gênese, aparece uma nota de rodapé com os seguintes dizeres: “(1) – Este capítulo é textualmente extraído de uma série de comunicações ditadas à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863, sob o título – Estudos uranográficos e assinadas GALILEU. Médium: C. F. Nota do Tradutor: Estas são as iniciais do nome de Camilo Flammarion.”

Segundo esta nota as revelações de todo o capítulo seis foram fornecidas pelo espírito do famoso astrônomo Galileu Galilei. O receptor mediúnico não menos inusitado era simplesmente Camilo Flammarion. Assim define certa obra sobre ele: “Camille Flammarion – Astrônomo francês. Fundador do observatório de Juvisy. Autor de um catálogo de estrelas duplas visuais. Contribuiu para a divulgação da astronomia com suas conferências. A pluralidade dos mundos habitados (1862), Astronomia popular (1879).” (Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.)

Pois bem, Flammarion era um cientista da época que serviu como médium auxiliar de Kardec. Certamente ele estava familiarizado com as descobertas científicas de seu tempo!

E Galileu? Agora, espírito desencarnado, com certeza conhecia muito bem o Cosmos, pois, segundo as revelações dadas pelos espíritos, estes seres desencarnados podem viajar em todos os mundos a velocidade do pensamento. Acrescenta-se que tais planetas segundo Kardec são habitados por populações de espíritos. Conclui-se daí que o espírito de Galileu estava apto a dar informações astronômicas confiáveis ao seu colega de ofício. Vejamos então o que o bom e velho Galileu revelou a Kardec através de Flammarion.

A lua

Galileu discursou bastante sobre a lua. Quando ainda vivo, na função de astrônomo, pesquisou muito este satélite. Por isso cremos ser ele mais que qualquer outro espírito, gabaritado a nos dar informações no mínimo realistas sobre ela, ainda mais agora, livre do seu invólucro, podia passear pelos rincões do universo sem nenhum empecilho e pesquisar o que quisesse! Vamos ver então o que disse Galileu:

a) A terra deu origem a lua

Ensina Galileu: “Um desses planetas será a Terra que, antes de se resfriar e revestir de uma crosta sólida, dará nascimento à Lua…”

Galileu está a ensinar que a terra deu origem a lua.

É preciso esclarecer que existem quatro teorias que prevalece hoje em dia a respeito do nascimento da lua. Esta que Galileu expôs, era justamente a que prevalecia na época de Kardec, a hipótese da separação. Sobre isso comenta a Enciclopédia Britânica “As primeiras teorias sobre a origem da Lua afirmavam que no início o satélite era parte da Terra, da qual se separou para constituir um corpo independente.”

(Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.),

Veja que esta foi uma das “primeiras teorias”, contudo, hoje em dia esta teoria já caiu por terra.

”Descobertas novas pistas sobre origem da Lua”, este era o título de uma reportagem que apontavam novas pesquisas sobre a origem da lua: “Cerca de 65% da composição da Lua teve origem em um corpo espacial do tamanho de Marte que bateu na Terra há um mínimo de 4,533 bilhões de anos, segundo um novo estudo divulgado hoje. (http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna , 3 de julho de 2003)

Do ponto de vista científico todas estas teorias enfrentam dificuldades. Mas a teoria defendida pelo espiritismo se torna ainda mais complicadas quando sabemos que “por exemplo, três minerais foram descobertos na lua e são desconhecidos na terra” (Criação ou Evolução, John MacArthur p. 97 ed. Cultura Cristã 2004). Esse fato torna inviável tal teoria.

Mas as revelações bombásticas de Galileu não param por ai.

b) Existe água na lua

Ele afirmava ainda que a Lua possuía água, veja:

“Daí, duas naturezas essencialmente distintas na superfície do mundo lunar: uma, sem qualquer analogia com o nosso, porquanto lhe são desconhecidos os corpos fluidos e etéreos; a outra, leve, relativamente à Terra, pois que todas as substâncias menos densas se encaminharam para esse hemisfério. A primeira, perpetuamente voltada para a Terra, sem águas e sem atmosfera, a não ser, aqui e ali, nos limites desse hemisfério subterrestre; a outra, rica de fluidos, perpetuamente oposta ao nosso mundo. (1)”

Recentemente a NASA fez uma descoberta surpreendente quando orbitou o pólo sul lunar, lá encontraram gelo de água, sem nenhum proveito à vida.

Contudo creio que a idéia de Kardec e seus “espíritos superiores” ao declararem que a parte oculta da lua era “rica em fluídos”, ou água, foram em parte influenciada pelas pesquisas do italiano Giovanni Battista Riccioli, que em Almagestum novum (1651) utilizou pela primeira vez o nome mar para designar as zonas escuras e uniformes da superfície do satélite. (Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.)

Essa concepção de que havia água na parte oculta da lua e a palavra “mar” para nomeá-las foram os elementos principais na formulação “científica” do espírito de Galileu.

Hoje, depois das inúmeras viagens e explorações espaciais, que não eram possíveis na época de Kardec, sabemos que não existe água fluídica em nenhuma das duas partes da lua.

c) A lua é habitada

Para dar um embasamento científico à revelação do desencarnado Galileu, a nota de rodapé dos editores vai mais além, afirmando que a própria lua é habitada:

“(1)…Os fluidos vivificantes, gasosos ou líquidos, por virtude da sua leveza especifica, se encontrariam acumulados no hemisfério superior, perenemente oposto à Terra. O hemisfério inferior, o único que vemos, seria desprovido de tais fluidos e, por isso, impróprio à vida que, entretanto, reinaria no outro. Se, pois, o hemisfério superior é habitado, seus habitantes jamais viram a Terra, a menos que excursionem pelo outro, o que lhes seria impossível, desde que este carece das condições indispensáveis à vitalidade.”

Em que pese o repisar do óbvio, é bom esclarecer que nunca foi encontrado nenhum tipo de vida, e muito menos inteligente, na lua. Estas crenças refletem apenas a cosmovisão de épocas obscuras da ciência.

Mas para o espiritismo não só a lua era habitada, mas até mesmo os demais Planetas:

“reconheceu-se que os planetas são mundos semelhantes à Terra e, sem dúvida, habitados, como esta” (A Gênese V, 12)

Saturno, Júpiter e Marte

Prosseguindo nosso ilustre astrônomo desencarnado também discursou sobre algumas descobertas “científicas” que fez a respeito de outros astros, veja:

a) Os satélites de Júpiter

A respeito das descobertas de Galileu diz Kardec: “Decorrido um século, em 1609, Galileu, natural de Florença, inventa o telescópio; em 1610, descobre os quatro (1) satélites de Júpiter”

E uma nota de rodapé acrescenta: “(1) Nota da Editora, à 16ª edição, de 1973: Depois de Galileu, os astrônomos descobriram mais oito; são conhecidos atualmente, portanto, 12 satélites de Júpiter (4 deles com movimento retrógrado).”

Ora, se o propósito do espírito mensageiro era dar conhecimento científico quanto às incógnitas da criação, por que ele escondeu fatos relevantes, que hoje faria da mediunidade espírita referência científica no mundo da astronomia?

É que Júpiter não tem apenas quatro satélites, mas 16.

Ora, se como diz Kardec, que os espíritos passeiam pelos mundos, porque então Galileu furtou o espiritismo de tamanha credibilidade, e não relatou todos os satélites a Flammarion?

Ou permaneceu, Galleu, na mesma ignorância em que se desencarnou?

b) O sólido anel de Saturno

Galileu afirmou que “Desde a época da sua formação, esse anel se solidificou, do mesmo modo que os outros corpos planetários.”

As descobertas sobre este planeta começaram realmente por Galileu em 1610 que descobriu os satélites maiores e seus anéis. Mas para Galileu, naquela época, os anéis foram interpretados como um planeta tripartido.

Quarenta e nove anos depois o holandês Christiaan Huygens definiu aquelas esferas como um anel o qual circuncidava o planeta, mas “Huygens acreditava, porém, que o anel era sólido e espesso. A descoberta de uma lacuna entre dois anéis de Saturno, por Domenico Cassini, pôs em dúvida a possibilidade de existência de um anel sólido. Em 1789 Pierre-Simon Laplace publicou então uma teoria segundo a qual os anéis eram compostos de muitos elementos menores.”

Portanto, os anéis de Saturno não são sólidos como ensinava o espírito de Galileu.

c) Nenhum satélite em Marte

26. – “O número e o estado dos satélites de cada planeta têm variado de acordo com as condições especiais em que eles se formaram. Alguns não deram origem a nenhum astro secundário, como se verifica com Mercúrio, Vênus e Marte (2), ao passo que outros, como a Terra, Júpiter, Saturno, etc., formaram um ou vários desses astros secundários.”, dizia o espírito cientista.

Galileu quando vivo era hábil observador dos astros, foi ele quem descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, os quatro satélites de Júpiter, os anéis de Saturno e as fases de Vênus.

Mas parece que depois de desencarnado não conservou a mesma perspicácia do qual era dotado quando em vida, pois 15 anos após ter dado esta revelação, os cientistas descobriram dois satélites em Marte. Tanto é que a própria editora espírita se encarrega de corrigir o espírito do cientista na nota de rodapé:

“(2) Nota da Editora: Em 1877, foram descobertos dois satélites de Marte: Fobos e Deimos.”

Pobre Galileu, talvez tenha se cansado (pois não é fácil visitar tantos planetas habitados assim não é verdade?) e nem ao menos percebeu que Marte tinha dois satélites, deixando assim seu amigo Kardec em maus lençóis.

Os Cometas

Mas as erratas científicas não param por ai, veja a concepção de cometas dada por Galilei a Kardec através do médium:

a) A fluidez dos cometas

“A natureza fluídica, já bem comprovada (cap. VI, nº. 28 e seguintes), que lhes é própria afasta todo receio de choques violentos, porquanto, se um deles encontrasse a Terra, esta o atravessaria, como se passasse através de um nevoeiro.”

Kardec está a rechaçar a idéia supersticiosa de seu tempo de que os cometas são maus presságios. Para isso fundamenta-se nas declarações científicas de Galilei de os cometas serem constituídos de fluídos, e se porventura um deles colidisse com a terra, ela “o atravessaria, como se passasse através de um nevoeiro.”

Mais uma vez o espírito do renomado astrônomo deixou a desejar, pois os cometas podem causar grandes estragos se colidirem com planetas como a terra. Um exemplo disso foi o choque de fragmentos do cometa Shoemaker-Levy 9 contra Júpiter em 1994. Somente alguns fragmentos deste cometa foi capaz de causar explosões que chegaram a atingir mil Km acima da superfície do planeta com uma energia liberada dez mil vezes maior que o arsenal nuclear disponível hoje na terra. Imagine se estes pequenos fragmentos de cometa houvessem atingido a terra! Imagine a tragédia que causaria! Mas para Kardec e seus amigos cientistas do além não há porque se preocupar, pois os cometas são fluídicos e se dissipariam como nevoeiro!

Parafraseando Kardec diríamos: “Uma de duas: ou a Ciência está em erro, ou tem razão. Se tem razão, não pode fazer seja verdadeira uma opinião que lhe é contrária. Não há revelação que se possa sobrepor à autoridade dos fatos.”

Depois de tudo isso é fácil concluir que aquelas mensagens registradas no capítulo seis do livro “A Gênese”, não foram dadas por nenhum espírito cientista, mas eram frutos da concepção científica do médium Flammarion que por sinal era o único espírito que conhecia astronomia naquela sessão.

Ora, seria bom demais se tudo isso fosse verdade! Imagine quantos milhões de dólares gastos em pesquisas não seriam poupados na NASA, somente com uma consulta mediúnica?!

Mas depois de Galileu ninguém mais resolveu baixar mais em nenhum centro espírita para revelar os segredos do universo. Cadê Isaac Newton, Einstein e tantos outros brilhantes cientistas que faleceram? Porque eles não vêm revelar as incógnitas que andam perturbando nossos cientistas a respeito do Cosmos?

2. O ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA 

Em 1846 Ellen White teve uma ” visão ” do sistema solar, onde muitas coisas lhe foram reveladas, dentre elas temos as seguintes:

1° – Ela obteve conhecimento da existência de outros mundos habitados;

2º – As pessoas destes mundos eram semelhante aos habitantes da terra, só que mais altos, nobres e majestosos;

3º – Encontrou Enoque, passeando em um desses mundos;

4º – Que essas pessoas viviam debaixo da lei ou dos mandamentos de Deus;

5º – Que dois destes planetas tinham quatro e sete luas.

Diz ela:

“O Senhor me proporcionou uma vista de outros mundos. Foram-me dadas asas, e um anjo me acompanhou da cidade a um lugar fulgurante e glorioso. A relva era de um verde vivo, e os pássaros gorjeavam ali cânticos suaves. Os habitantes do lugar eram de todas as estaturas; nobres, majestosos e formosos. Ostentavam a expressa imagem de Jesus, e seu semblante irradiava santa alegria, que era uma expressão da liberdade e felicidade do lugar. Perguntei a um deles por que eram muito mais formosos que os da Terra. A resposta foi:

– Vivemos em estrita obediência aos mandamentos de Deus, e não caímos em desobediência, como os habitantes da Terra.

Vi então duas árvores. Uma se assemelhava muito à árvore da vida, existente na cidade. O fruto de ambas tinha belo aspecto, mas o de uma delas não era permitido comer. Tinham a faculdade de comer de ambas, mas era-lhes vedado comer de uma. Então meu anjo assistente me disse:

– Ninguém aqui provou da árvore proibida; se, porém, comessem, cairiam.”

Prossegue: “Então fui levada a um mundo que tinha sete luas. Vi ali o bom e velho Enoque que tinha sido trasladado. Em sua destra havia uma palma resplendente, e em cada folha estava escrito: “Vitória.” Pendia-lhe da cabeça uma grinalda branca, deslumbrante, com folhas, e no meio de cada folha estava escrito: “Pureza”, e em redor da grinalda havia pedras de várias cores que resplandeciam mais do que as estrelas, e lançavam um reflexo sobre as letras, aumentando-lhes o volume. Na parte posterior da cabeça havia um arco em que rematava a grinalda, e nele estava escrito: “Santidade.” Sobre a grinalda havia uma linda coroa que brilhava mais do que o Sol. Perguntei-lhe se este era o lugar para onde fora transportado da Terra. Ele disse:

– Não é; minha morada é na cidade, e eu vim visitar este lugar.

Ele percorria o lugar como se realmente estivesse em sua casa. Pedi ao meu anjo assistente que me deixasse ficar ali. Não podia suportar o pensamento de voltar a este mundo tenebroso. Disse então o anjo:

– Deves voltar e, se fores fiel, juntamente com os 144.000 terás o privilégio de visitar todos os mundos e ver a obra das mãos de Deus.” (Vida e Ensinos pág. 96-98)

Analisando a visão

Se Ellen White se aventurasse apenas a descrever tal visão de modo geral, sem especificar concretamente, tudo bem. Mas para sua infelicidade e derrocada ela quis particularizar e explicar quais eram esses mundos, e aí ela cava sua própria sepultura.

Quando ela teve essa visão a sra. Truesdail, que fazia parte do movimento, estava presente. Ela descreve como a sra. White viu pessoas altas e majestosas que moravam em Júpiter ou Saturno.

“A Irmã White estava muito fraca de saúde, e enquanto foram oferecidas orações ao lado dela, o Espírito de Deus repousou sobre nós. Notamos logo que ela era insensível a assuntos terrestres. Esta era sua primeira visão do mundo planetário. Depois de contar as luas de Júpiter em voz alta, e em seguida as de Saturno, ela deu uma descrição bonita dos anéis. Ela disse então, ‘ Os habitantes são pessoas altas, majestosas, ao contrário dos habitantes de terra. O Pecado nunca entrou aqui. ‘” (Taken from Mrs. Truesdail’s letter, Jan 27, 1891)

Em 1847, ela e seu esposo Tiago White publicaram essa visão, reafirmando que ela viu realmente os planetas Júpiter e Saturno e depois que saiu da visão poderia dar uma descrição clara de seus satélites, apesar de nunca ter aprendido astronomia. (A Word to the Little Flock, p. 22)

A visão foi tão clara que ela conseguiu ver as luas de cada planeta. Segundo o pioneiro J.N. Loughborough, ela disse que durante a visão estava vendo 4 lua, o que foi identificado com Júpiter pelo pastor Joseph Bates, e outro que possuía sete luas, também identificado por Bates como Saturno. (Great Second Advent Movement, p. 258)

Ora, Ellen White havia dito que foram lhe dada asas para voar de um planeta a outro. Nestas condições extraordinária de viajar pelo sistema solar ela teria plena capacidade de descrever de modo minucioso tais astros. Mas foi isso que ocorreu? Vejamos:

Ela descreve que Júpiter tinha quatro luas, mas hoje sabemos que Júpiter possui 16 satélites ao todo. Ela também afirmou que Saturno tinha sete luas, mas sabemos que os cientistas já descobriram no mínimo 18 satélites em Saturno.

Ora, como ela poderia ter errado em coisas tão básicas a respeito destes planetas, quando seu marido havia dito que ela, após a visão, poderia “dar uma descrição clara de seus satélites”?

E o que dizer das pessoas altas, majestosas e formosas destes planetas?

É verdadeira essa descrição? Há realmente pessoas altas, majestosas que moram em Júpiter e Saturno? Isto poderia até ter parecido plausível às pessoas em 1846, mas hoje já não mais se sustenta diante das descobertas científicas envolvendo estes planetas. O que sabemos é que as condições em ambos os planetas são extremamente inospitaleiras à vida.

1. Estes planetas não têm nenhuma superfície sólida como a terra. As superfícies consistem em um mar de hidrogênio líquido.

2. A pressão atmosférica é milhões de vezes maior que a terra. A pressão é bastante forte para esmagar os metais mais resistentes.

Numerosas sondas espaciais que usam tecnologia avançada examinaram estes planetas e não descobriram qualquer vestígio de vida, nem mesmo uma simples minhoca existe lá.

3. Nenhuma planta. Nenhum animal e muito menos pessoas altas e majestosas. Nada mais que hidrogênio, hélio e outros gases.

A sra. White viajou de modo sobrenatural de Júpiter Saturno para ver as ” pessoas ” altas, majestosas que vivem lá, mas inexplicavelmente ela deixou de notar os seguintes detalhes:

Pelo menos mais 12 luas em Júpiter

Pelo menos mais 11 luas em Saturno

Pelo menos 9 das luas de Urano

Os anéis ao redor de Júpiter

Os anéis ao redor do Urano

Por que ela viu só o que astrônomos já tinham visto?

Quando sra. White teve essa visão era conhecimento comum que Júpiter tinha apenas quatro luas. O quinto satélite não havia sido descoberto até 1892. Como vimos há 16 luas pelo menos. Outrossim, naquela época haviam descoberto em Saturno sete luas.

A visão de Ellen White não revelou nada que não poderia ter sido obtido em um livro de Astronomia ou até mesmo de um artigo de jornal da época! A única diferença entre o que a sra. White viu e o que os astrônomos viram pelo telescópio é sobre essas ” pessoas ” altas e majestosas!

Imagine se ela tivesse contado para Bates que Júpiter tinha quatro luas grandes e 12 luas menores! O dom profético dela teria sido sem dúvida confirmado nas gerações futuras. Infelizmente, ela perdeu esta grande oportunidade. Imagine se ela houvesse anunciado que Júpiter tinha anéis!

Depois de considerar o que ela viu e o que ela não viu, nós lhe fazemos esta pergunta: Era esta uma visão de Deus ou apenas conhecimento astronômico da época?

A Verdadeira razão de tudo

Parece que a verdadeira razão desta visão fora para impressionar o marinheiro Joseph Bates que até então se posicionara contra as manifestações “sobrenaturais” de Ellen White. Sem dúvida os White sabiam que Bates era apaixonado por astronomia. Levantando a hipótese de que Ellen era ignorante em assuntos astronômicos, então tais conhecimentos legitimavam seu dom como profetisa e visionária da novel seita, perante Bates.

Isto posto é impossível acreditar no que Arnaldo Christianini afirmou em seu livro “Subtilezas do Erro” na página 35.

“Os Testemunhos orais ou escritos da Sra. White…tudo quanto disse e escreveu foi,…cientificamente correto…”

3. A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS (Mórmon)

O Sol e a Lua são habitados? 

Juntando-se à Kardec Joseph Smith, fundador e profeta da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos Dias, havia afirmado que o sol e a lua eram habitados:

“Quase todas as grandes descobertas dos homens, no último meio século, de uma ou outra forma, direta ou indiretamente, têm contribuído para provar que Joseph Smith é um profeta. Já nos idos de 1837 eu sei que ele disse que a lua era habitada por homens e mulheres como nessa terra, e que eles alcançavam uma idade maior que a nossa – viviam até quase 1000 anos. Ele descreve os homens como tendo em média aproximadamente dois metros de altura, e vestindo-se quase uniformemente, num estilo próximo aos dos Quakers” (Holiver B. Huntington, Young Women’s Journal, 1892, vl.3, p. 264. )

“…Assim é também é com relação aos habitantes do sol. Pensais vós que ele é habitado? Eu penso que sim. Pensais que há lá qualquer tipo de vida? Nenhuma dúvida a respeito, ele não foi feito em vão.” (Brighan Young, Journal of Discourses, vol.13, p.271. – Citado em Porque Abandonei o Mormonismo, Thelma Granny Geer, p. 181 ed. Vida)

A ciência desmascara mais um falso profeta

Segundo a teologia mórmon, acredita-se que os mundos são habitados, por seres humanos que se tornaram deuses. Desta maneira Smith chegou ao cúmulo do absurdo em dizer que a lua e o sol eram habitados. É claro que ele nunca imaginaria que o homem pudesse um dia pisar na lua e desmascarar sua falsa afirmação, provando assim que ele não passava de mais um falso profeta.

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Bibliografia

Kardec, Allan. A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile, Araras: Instituto de Difusão Espírita, 8ª ed., 1995.

Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Tradução de J. Herculano Pires. São Paulo: Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), 7ª ed. 1994.

Kardec, Allan. O Que é o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile, Araras: Instituto de Difusão Espírita, 26ª ed. 1974.

White, Ellen G. Vida e Ensinos. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 7ª ed. 1979.

Princípios do Evangelho, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1995.

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