Os Pais da Igreja acreditavam no Livre-arbítrio?

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Tertuliano (160-220)

“Eu acho, então, que o ser humano foi feito livre por Deus, senhor de sua própria vontade e poder, indicando a presença da imagem de Deus e a semelhança com ele por nada melhor do que por esta constituição de sua natureza […]”[Contra Marcião, 2.5.]

Iriney de Lyon (130-202)

“A expressão: ‘Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos […] mas vocês não quiseram’ ilustra bem a antiga lei da liberdade do homem, porque Deus o fez livre desde o início, com vontade e alma para consentir nos desejos de Deus sem ser coagido por ele.. ”[ Contra as heresias, IV, 37.1,4.]

Orígenes de Alexandria (185-253)

“O livre-arbítrio é a faculdade da razão para discernir o bem ou o mal, a faculdade da vontade para escolher um ou outro desses dois”[ Orígenes, citado por João Calvino, Institutas, 2.2.4.]

“Há, de fato, inúmeras passagens nas Escrituras que estabelecem com extrema clareza a existência da liberdade da vontade”[ De Principiis, 3.1.]

Eusébio de Cesareia (265-339)

“O conhecimento prévio dos eventos não é a causa de que tenham ocorrido. As coisas não ocorrem [somente] porque Deus sabe. Quando as coisas estão para ocorrer, Deus o sabe”[ “The Faith of the Early Fathers”, Volume I.]

Hilário de Poitiers (300-368)

“Porque, conforme o Evangelho, muitos são os chamados e poucos os escolhidos […] A eleição, portanto, não é questão de juízo acidental. É uma distinção feita por intermédio de uma seleção baseada no mérito. Feliz, então, aquele que elege a Deus: bendito em razão dele ser digno da eleição”[9]

Metódio de Olimpos (†311)

“Eu digo que o ser humano foi feito com livre-arbítrio, não como se já houvesse algum mal existente, que ele tinha o poder de escolher se quisesse […], mas que o poder de obedecer e desobedecer a Deus é a única causa”[ Sobre o livre-arbítrio.]

Aqueles pagãos que decidiram que o ser humano não tem livre arbítrio, mas dizem que somos governados pelas inevitáveis necessidades do destino, são culpados de impiedade contra o próprio Deus, colocando-o como a causa e o autor dos males humanos. (Metódio, Banquete das Dez Virgens, discurso 8, capítulo 16)

João Crisóstomo (347-407)

“Porquanto Deus pôs em nosso poder o bem e o mal, deu-nos o livre-arbítrio da escolha, e quando não queremos não nos força; quando, porém, queremos, nos abraça”[ Homílias da Traição de Judas, 1, 3.]

“João Crisóstomo diz: Deus colocou o bem o mal em nossa faculdade, dando-nos o livre-arbítrio para escolhermos um outro; e não nos força pelo constrangimento, mas nos recebe se buscarmos voluntariamente” (Institutas, Vol 1, Pg 95, Ed 2006)

Jerônimo (347-420)

“Deus nos criou com livre-arbítrio e não somos forçados pela necessidade nem à virtude nem ao vício”[ Contra Joviniano 2,3.]

Agostinho “jovem” (354-430)

“Deus indubitavelmente deseja que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade; mas não lhes tirando o livre-arbítrio, pelo bom ou o mau uso do qual é que poderão ser justamente julgados”. (Livro “O Livre Arbítrio”, Agostinho, Paulus)

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