Os mortos podem voltar?

O espiritismo, com a sua mais degeneradora forma de culto – a prática de consultar os mortos – se constitui, sem dúvida, numa abominação ao Senhor, pois, pela Palavra de Deus, os mortos não têm autorização de voltar, nem por incorporação, nem por materialização e nem tampouco por reencarnação.

  1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

A Bíblia toda tem muito a dizer sobre a invocação dos mortos, a consulta aos médiuns e a prática do espiritismo.

“Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles: Eu sou o Senhor, vosso Deus”, Lv 19.31. Vê-se aqui um mandamento expresso contra consultar médiuns de qualquer natureza.

“Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após deles, Eu [o Senhor] porei a minha face contra aquela alma, e a extirparei do meio do meu povo”, Lv 20.6. Há aqui clara declaração da penalidade, ligada à ofensa de consultar médiuns.

“E até fez passar a seu filho pelo fogo, e adivinhava pelas nuvens, e era agoureiro, e ordenou adivinhadores aos olhos do Senhor, para o provocar à ira”, 2 Rs 21.6. Esta passagem descreve o pecado do rei Manassés que mantinha relações com médiuns e feiticeiros.

“E também os adivinhos, e os feiticeiros, e os terafíns, e os ídolos, e todas as abominações que se viam na terra de Judá, e em Jerusalém, os extirpou Josias, para confirmar as palavras da Lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na casa do Senhor”, 2 Rs 23.24. A ação do rei Josias, banindo do reino aquelas abominações, foi de acordo com a Lei de Deus.

“… entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem encantador, nem prognosticador… nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominável ao Senhor”, Dt 18.9-14. Vê-se por estas passagens quão forte é a proibição contra a prática destas coisas e quão abomináveis são à vista de Jeová.

“Porém, o Espírito [Santo] expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios, que em hipocrisia falarão mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência”, 1 Tm 4.1,2.

  1. DEUS CONDENA A PRÁTICA DA NECROMANCIA

Em vista dos textos mencionados, é fácil verificar qual a atitude das Escrituras para com o espiritismo, nas suas mais diversas formas, tanto antigas, quanto modernas. Ficou, pois, estabelecido ser esta prática expressamente proibida, sob pena de morte, ou seja, consultar os médiuns que presumiam e presumem ter comunicação com os mortos.

Não é necessário grande argumentação para demonstrar que tais práticas conduzem os homens ao abandono de Deus. É uma fraqueza humana depender de coisas tão fúteis, ao invés de confiar no Todo-poderoso e onisciente Deus. A prática de consultar os espíritos, para deles obter luz nas coisas espirituais, em vez de agradar a Deus, é uma das mais perniciosas influências que poderiam ser introduzidas pelo Diabo, que busca destruir e confundir toda a humanidade. As Escrituras Sagradas claramente reconhecem e condenam, peremptoriamente, este antigo mal.

O espiritismo, em todas as suas modalidades, é uma forma degeneradora de culto, fazendo com que o bem-estar espiritual e o destino do homem fiquem à mercê de médiuns interesseiros, ávidos de ganho, que enganam e escravizam as pessoas aos demônios, trazendo, em consequência, o maior desastre à vida espiritual que seria possível acontecer.

A prática em consultar os mortos é pior que as mais terríveis formas sacramentais da religião em que sacerdotes humanos se apresentam como mediadores entre Deus e os homens.

Médiuns há que, para enganarem os indoutos, dizem ter relações com espíritos de mortos do outro mundo, porém, além de terem uma pretensão impossível, pois pela Palavra de Deus os mortos não têm autorização de voltar, nem por incorporação, nem por materialização nem tampouco por reencarnação, colocam-se, ainda, à mercê de demônios tirânicos, que, camufladamente, enganam e destroem as almas dos homens.

E, em vista de todas as influências que operam – fraudes, forças psíquicas e fraqueza de corações enlutados -, a própria imaginação não alcança as terríveis consequências que podem advir das práticas do espiritismo.

  1. OS MORTOS NÃO PODEM VOLTAR

Deve-se notar que, conquanto haja exemplos de ressurreição de mortos, tanto no Velho como no Novo Testamento, não há um só exemplo em que mortos trouxeram alguma revelação de outro mundo. Não há, por exemplo, uma só palavra que afirme que Lázaro, após ser ressuscitado por Jesus, falou algo sobre a região dos mortos. Isto é, certamente, muito significativo. Deus em seu sábio propósito, não lhe permitiu trazer qualquer revelação do outro mundo. Moisés (que está morto – Js 1.2) e Elias apareceram no monte da transfiguração, mas não lemos que algum dos três discípulos presentes (Pedro, Tiago e João) se comunicasse com eles, ou vice-versa: Lc 9.28,36.

Os espíritas baseiam-se nessa passagem para dizer que, aqui, Jesus invocou os espíritos de Moisés e de Elias, provando-se um grande médium. Entretanto, comparar esta cena magnífica do monte a uma ridícula sessão espírita é, além de blasfêmia, semelhante a comparar um canteiro de flores a um monturo. Se admitirmos, mesmo por hipótese – o que ainda assim é absurdo que aquilo fosse uma invocação de espíritos, as revelações de tais espíritos deveriam estar de acordo com as teorias correntes do espiritismo. No entanto, Moisés e Elias (representando a Lei e os Profetas) falaram tão-somente acerca da morte de Jesus, em Jerusalém, em resgate dos pecadores, o que contraria o ensino de Kardec. Ademais, a revelação além- túmulo aos discípulos não foi dada pelos profetas, mas, sim, pelo próprio Espírito de Deus: deviam ouvir não os mortos, mas a palavra do bendito Jesus, o próprio Filho de Deus.

Fonte: Os temas mais difíceis da Bíblia / Paulo Cesar Lima da Silva. – Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1982.

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