A etimologia da palavra Cabala é formada do prefixo “Kab”, que em língua semital significa “osso do calcanhar”, e do sufixo “Ala”, que significa “Deus” (A Maçonaria e o Livro Sagrado, pág. 93). O significado é “a estrutura óssea”, a “carcaça do conhecimento divino”.
Os cabalistas explicam a origem da cabala dizendo que Enoque (Gn. 5:21-24) ensinou ao patriarca Abraão uma doutrina oculta, que este transmitiu oralmente aos seus filhos e netos. Posteriormente, Moisés redigiu por escrito esses ensinamentos e, prevendo que a sua mensagem não se conservaria nas mãos do povo que peregrinava pelo deserto, tencionou evitar falsas interpretações, confiando as chaves do entendimento dos seus escritos a homens de fidelidade comprovada, entregando-lhes de viva voz os esclarecimentos necessários para uma autêntica compreensão da Torah. Os discípulos Esses ensinos secretos constituem a chamada “Cabala judaica” (Crenças, religiões, igrejas & seitas: quem são?, pág. 163).
Os fundadores da Cabala tratam cada letra, número e acento do livro da Lei, conhecido como Torah ou Pentateuco, como se fosse um código secreto contendo alguma profecia ou significado profundo, mas oculto, colocado lá por Deus mas com algum propósito. O ponto central está em desvendar os segredos da maravilha e da majestade de Deus e sua criação divina. Dizem que esse código secreto contém um mistério que só pode ser descoberto pelos iniciados em Artes Iniciáticas. Abrange hermetismo, cromoterapia, numerologia, astrologia, magia, angelologia, comunicação com os mortos, o curandeirismo, etc.
Analisando alguns dos ensinos e práticas da Cabala à luz da Bíblia, vemos vários erros. Primeiro, a Cabala ensina que cada livro da Lei contém um mistério que só pode ser descoberto pelos iniciados, e esse mistério é tido em posição superior à Bíblia. Segundo os cabalistas, a Bíblia é um livro incompreensível sem a Cabala. Ora, Paulo alerta para os subterfúgios de certos líderes religiosos supersticiosos dizendo (Cl. 2:8) e declara que os homens pela sua inteligência não conseguiram conhecer a Deus, e por isso aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação do Evangelho (1 Co. 1:18-19).
A Cabala tem como propósito central conhecer ou ler a mente divina procurando tornar o homem um com Deus, isto é, o homem fazendo parte da divindade. Em linguagem actual, Panteísmo (tudo é Deus). A Bíblia declara que Deus é único diante da sua criação e que entre Deus e o homem há uma distância incomensurável. A Cabala procura ainda a restauração do homem e sua integração à divindade pela reencarnação, para isso, é preciso estudar a Bíblia dentro das normas cabalísticas. Tal modo de ensinar é reprovado pela Bíblia. Ela ensina não a reencarnação, mas a ressurreição de todos no Juízo Final (Jo. 5:28-29). Dentro do plano divino para a salvação do homem está a dádiva do Seu Filho Jesus Cristo para propiciação pelos nossos pecados (1Jo. 2:1-2). Adaptar a reencarnação para progresso espiritual do homem é contar com o impossível. Só passamos por esta vida uma vez (Hb. 9:27).
Ensina também a Cabala o uso de baralhos e adivinhações para conhecer o futuro de cada pessoa e traçar caminhos para o seu bom relacionamento familiar e social. Mas, a Bíblia mostra que o problema do homem é o pecado (Rm. 15:12). Qualquer busca de conhecimento por meios ocultistas está fora dos desígnios de Deus. Coisas reveladas pertencem a nós. As encobertas pertencem a Deus (Is. 8:19-20 ; 3Jo. 11).
Fonte de pesquisas: “Mensageiro da Paz”
Colaboração: Prof° João Flávio Martinez