Os Adventistas e a Veneração do Sábado

I – A IMPORTÂNCIA DA GUARDA DO SÁBADO PARA OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA

Comentário: Os ASD costumam afirmar que o sábado não salva, mas se alguém não guardar o sábado não se salva.

“Nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca de seus servos e apóstolos. Nestes dias Ele lhes fala por meio dos TESTEMUNHOS DO SEU ESPÍRITO. Não houve ainda um tempo em que mais seriamente falasse ao Seu povo, a respeito de Sua vontade, e da conduta que este deve ter” (o maiúsculo é nosso). Compare com Jo. 5.39-40, Hb. 1.1 e 1Pe. 1.10-11, passagens que declaram que Deus nos fala pela pessoa de Jesus e não por Ellen Gould White.

II – A DIVISÃO DA LEI EM DUAS LEIS: LEI MORAL E LEI CERIMONIAL

Para impor a guarda do sábado, os ASD dividem a lei dada por Deus a Moisés em duas leis, Lei Moral e Lei Cerimonial, com as seguintes diferenças:

LEI MORAL                                                              LEI CERIMONIAL

Foi proferida por Deus                                     a) Foi ditada por Moisés

Foi escrita pelo dedo de Deus                         b) Foi escrita por Moisés num livro

Foi posta na arca                                               c) Foi posta ao lado da arca

Deverá permanecer firme para sempre        d) Foi cravada na cruz

Não foi destruída por Cristo                           e) Foi ab-rogada por Cristo

Essa divisão é artificial como reconhecem os próprios ASD:

“Seria útil classificarmos as leis do Velho Testamento em várias categorias: 1) Lei Moral; 2) Lei Cerimonial; 3) Lei Civil; 4) Estatutos e Juízos; 5) Leis de Saúde. Esta classificação é em parte artificial” (Lições da Escola Sabatina, de 08/01/1980, p. 18 – o grifo é nosso).

Vejamos a improcedência dessa divisão:

1º Exemplo:

“Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser ou o pai ou a mãe, morrerá de morte” (Mt. 7.10).

Comentário: Ora, nós sabemos por Êxodo 20.12 que se trata do 5º mandamento do Decálogo, e no entanto é dito que “Moisés disse”. Desde que a Lei de Moisés – dentro da divisão feita pelos ASD – se compõe de preceitos inteiramente cerimoniais e abolidos, ficamos desobrigados de respeitar pai e mãe.

2o Exemplo:

“Não vos deu Moisés a Lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me?” (Jo. 7.19).

Comentário: Onde a lei proíbe o homicídio? Em Êxodo 20.13, dentro dos 10 Mandamentos chamados por Jesus de Lei de Moisés, ou a Lei dada por Moisés. É preceito inteiramente cerimonial e abolido?

3o Exemplo:

“Pelo motivo que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), no sábado circuncidais um homem. Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja quebrantada, indignai-vos contra mim, porque no sábado curei de todo um homem?” (Jo 7.22-23). Podia um preceito moral, segundo os ASD (no caso o sábado), ficar subordinado a um preceito cerimonial (a circuncisão)?

Comentário: No Judaísmo a circuncisão era mais importante do que a guarda do sábado semanal, porque o rito da circuncisão marcava o varão judeu como descendente de Abraão (Gn. 17.9-14) e era um concerto perpétuo. Se o sábado fosse um preceito moral, não poderia ficar subordinado à circuncisão, um preceito cerimonial que não obriga mais os cristãos nos dias atuais (Gl. 6.15), da mesma forma que o sábado (Cl. 2.16-17).

O argumento dos ASD sobre os 10 mandamentos:

Dizem os ASD: “O que têm os evangélicos contra os 10 mandamentos? Vocês gostariam ter outro deus diante de Deus, curvar-se diante de imagens, ou tomar o Seu Santo nome em vão? Não desejam vocês honrar seus pais ou querem matar alguém; cometer adultério; furtar; testemunhar falsamente, cobiçar?” E aguardam então a nossa resposta, que, obviamente é: Não! E então prosseguem: “O problema não é o sábado?”

Comentário: O problema não é o sábado. O problema é que não estamos debaixo do Antigo Concerto (Hb. 8.6-13) e o Antigo Concerto abrangia toda a lei dada por Deus a Moisés, que incluem 613 mandamentos, sendo 365 negativos e 248 positivos, mandamentos constantes do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). E esses preceitos incluíam: preceitos, holocaustos, ofertas, formalidades sacerdotais, ritual do santuário, festas anuais, luas novas, abluções, manjares, sábados (Subtilezas do Erro, 19a Edição, 1965, p. 70).

Por outro lado, poderíamos devolver a pergunta dos ASD da seguinte forma:

Em Mt. 12.5 encontramos o seguinte relato: “Ou não tendes lido na lei, que aos sábados os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?”

Perguntemos ao ASD: “Podiam os sacerdotes no templo, ter um outro deus diante de Deus e ficar sem culpa? Poderiam curvar-se diante dele e ficar sem culpa? Poderiam desonrar pai e mãe, matar alguém, cometer adultério, furtar, testemunhar falsamente, cobiçar e ficar sem culpa?” A resposta dos ASD seria: não! E prosseguimos:

“Podiam os sacerdotes violar o sábado no templo e ficar sem culpa? A única resposta correta que poderiam dar é sim! Como Senhor do sábado, isto é, com autoridade sobre o dia para determinar qual o grau de culpabilidade de quem trabalha no sábado, como na acusação que os judeus faziam aos apóstolos, a palavra de Jesus foi: “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenareis os inocentes” (Mt. 12.7).

III – A ABOLIÇÃO DO SÁBADO

  1. Profecia concernente a abolição do sábado – Oseias 2.11.

“E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados; e todas as suas festividades” (grifo nosso).

O cumprimento dessa profecia está em Cl. 2.14-17. Quando apontamos que essa passagem cumpre a profecia de Os 2.11, para a abolição do sábado semanal, os ASD costumam arrazoar dizendo que a palavra “sábados” de Cl. 2.16 se refere aos chamados sábados cerimoniais ou anuais de Lv. 23.

Razões que invalidam esse raciocínio:

a) A expressão de Cl. 2.16 “dias de festa” se relaciona com os feriados ou sábados cerimoniais ou anuais, denominados festas. São sete as festas judaicas:

Festa da Páscoa -15º dia do mês, Lv. 23.5-7;

Festa dos Asmos – 21º dia do 1º mês, Lv. 23.8;

Festa de Pentecostes – 50º dia depois da Páscoa, Lv. 23.15-16;

Festa das Trombetas – 1º dia do 7o mês, Lv 23.25;

Festa da Expiação – 10º dia do 7º mês, Lv 23.26-32;

Festa dos Tabernáculos 1ºdia da Festa – 15º dia do 7º mês, e

Festa dos Tabernáculos (último dia da festa), Lv. 23.24-36.

b) A fórmula “dias de festa, luas novas e sábados” é a fórmula consagrada para indicar os dias sagrados anuais, mensais e semanais ou semanais, mensais e anuais:

1° Exemplo:

Em Nm. 28.8-10 lemos dos holocaustos a serem oferecidos nos sábados semanais; em Nm. 28.14 lemos dos holocaustos das luas novas; e em Nm. 28.16-17 lemos dos holocautos anuais das festas.

2o Exemplo:

1Cr. 23.31: “E para cada oferecimento dos holocausto do Senhor; nos sábados (cada semana), nas luas novas (cada mês) e nas solenidades (cada ano) por conta, segundo o seu costume, continuamente perante o Senhor” – parênteses nosso.

3o Exemplo:

2Cr 2.4: “Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante Ele incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e para os holocaustos da manhã e da tarde (cada dia), nos sábados (cada semana) e nas luas novas (cada mês) e nas festividades” (cada ano) – parênteses nosso. Poderiam ser indicados ainda os seguintes textos: 2Cr. 8.13; 31.3; Ez 45.17.

c) Um argumento citado pelos ASD para justificar a guarda do sábado. Dizem eles no livro Estudos Bíblicos, p.378: “os termos sábados, sábado e dia de sábado aparecem sessenta vezes no Novo Testamento. Em cada caso, exceto um, refere-se ao sétimo dia”. Qual o caso de exceção? Justamente o de Cl. 2.16. Então, se dermos à palavra “sábados” de Cl. 2.16 o significado de sábado semanal, temos em apoio da nossa interpretação 59 casos, e os ASD dando o sentido de sábado cerimonial a Cl. 2.16 não tem nenhum só caso em seu favor. Se a Bíblia se interpreta com a própria Bíblia, fica óbvio que a palavra sábados de Cl. 2.16 refere-se ao sábado do sétimo dia, e portanto foi abolido, como Paulo afirma. Foi cravado na cruz.

Opinião de um escritor adventista

O escritor Samuele Bachiochi escreveu. “Outra indicação significativa que contraria o sábado cerimonial anual é de que já estão incluídos na palavra “heortês”, e se sabbaton significasse a mesma coisa haveria uma repetição desnecessária. Estas indicações mostram fortemente que a palavra “sabbaton” conforme usada em Cl. 2.16 não pode referir-se a nenhum dos sábados cerimoniais anuais” (From Sabbath To Sunday, p. 358-60, 1977).

RAZÃO DA ESCOLHA DO DOMINGO COMO DIA DE ADORAÇÃO:

A instituição do Dia do Senhor. Os ASD afirmam que a instituição do primeiro dia da semana (domingo) como o dia do Senhor é espúria. O que diz a Bíblia?

“A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabeça de esquina. Foi o Senhor que fez isto, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos. Este é o dia que fez o Senhor: Regozijemos e alegremo-nos nele” (grifo nosso).

Comentário: A pedra rejeitada, como sabemos, é Jesus Cristo (Mt. 21.42; At. 4.11-12). Iniciou ele seu ministério declarando ser Filho de Deus ou Deus Filho (Jo. 5.17-18; 8.58; 10.30-33). Foi rejeitado e crucificado (Jo. 19.1-7). Isto se deu numa sexta-feira (Mc 15.42-47). Ressurgiu no 1º dia da semana (Mt. 28.18; Mc. 16.9; Jo. 20.1,19-20). “Este é o dia que fez o Senhor”. Ao levantar seu Filho dentre os mortos, fez Deus essa coisa maravilhosa. E essa “coisa maravilhosa” se deu no 1º dia da semana.

  1. O significado da expressão “dia do Senhor” em Ap. 1.10:

“Eu fui arrebatado em espírito num dia de domingo…” (Antônio Pereira de Figueiredo);

“Num domingo, caindo em êxtase, ouvi atrás de mim uma voz…”(Edições Paulinas);

  1. Objeções arguidas pelos ASD:
  2. b) “Domingo” em inglês é ‘Sunday’ (dia do sol). Pensam os ASD que isso indica o domingo como de origem pagã.

Comentário: Se o domingo é pagão por ser “dia do Sol”, em inglês, então o sábado também é de origem pagã, pois em inglês escreve-se “Saturday”, isto é, “dia de Saturno”, ou seja, dia dedicado ao deus falso Saturno com suas orgias características.

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