Obama: um esquerdista que não gosta do questionamento

A esquerda pira com jornalista que ‘ousou’ questionar (e irritar) Obama citando americanos presos no Irã. Ui, ui, ui!

Se você acha que só Lula, Dilma Rousseff e a esquerda brasileira não admitem ser confrontados por jornalistas, e dispõem de militantes virtuais para atacá-los, você ainda não conhece a esquerda americana.

A militância esquerdista pirou com o jornalista Major Garret, da CBS, porque mais uma vez ele ousou intervir na coletiva chapa-branca com Barack Obama para fazer essa coisa antiga chamada… jornalismo.

Garret perguntou como o presidente dos Estados Unidos pode estar contente com o acordo nuclear com o Irã se há quatro reféns americanos naquele país, excluídos da negociata.

Veja abaixo como Obama ficou irritado, fazendo-se de ofendidinho, ao mesmo tempo que atacava Garret. Traduzo o vídeo e volto em seguida, com a repercussão do episódio na CNN e na internet.

GARRETT: Obrigado, senhor Presidente. Como você bem sabe, existem quatro americanos no Irã – três deles presos por acusações forjadas e, de acordo com a sua administração, um de paradeiro desconhecido. Você pode dizer ao país, senhor, por que você está contente com todo o alarde em torno deste acordo para deixar a consciência desta nação, a força desta nação desaparecidas em relação a estes quatro americanos? E na semana passada o presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos [corpo de líderes fardados do Departamento de Defesa] disse que sob nenhuma circunstância deve haver algum alívio para o Irã em termos de mísseis balísticos ou armas convencionais. Percebe-se que isso foi uma desistência de última hora nessas negociações. Muitos no Pentágono sentem que você deixou na mão o Estado-Maior Conjunto. Você poderia comentar?

OBAMA: Eu tenho que lhe dar crédito para como você bola essas perguntas. A noção de que eu estou contente, que eu celebro cidadãos americanos definhando em prisões iranianas… Major, isso é um absurdo, e você já devia saber. Eu já me encontrei com as famílias de algumas dessas pessoas. Ninguém está contente, e nossos diplomatas e nossas equipes estão trabalhando diligentemente para tentar tirá-los de lá. Agora, se a questão é por que nós não vinculamos as negociações à libertação deles, pense sobre a lógica que isto cria. De repente o Irã se dá conta: ‘sabe o que mais? Talvez possamos obter concessões adicionais dos americanos, mantendo esses indivíduos presos’.

Obama, que anunciara todo contente o acordo com o Irã, como se fosse uma vitória da diplomacia americana, teve de distorcer a premissa da pergunta de Garret, rejeitando a ideia de estar contente com os quatro americanos presos (da foto abaixo). Depois, alegou que o Irã poderia barganhar mais ainda se ele exigisse a libertação dos reféns, o que só mostra a submissão de seu desgoverno à ditadura de Hassan Rohani.


Até o correspondente da CNN na Casa Branca, Jim Acosta, defendeu o jornalista da CBS, apontando a “fraqueza” do acordo nuclear.

JIM ACOSTA: Bem, [Obama] pode ficar com raiva às vezes, e claramente essa pergunta o irritou. E eu não acho que atacar repórteres vai resolver qualquer problema para o presidente. Isto mostra claramente que há uma fraqueza neste acordo, no fato de que ele não foi capaz de garantir a libertação daqueles americanos detidos no Irã. E vai continuar a ser um ponto de pressão para este presidente, por seus detratores na Colina do Capitólio. (…) Eu não acho que foi uma pergunta injusta, aliás. Eu acho que foi um ponto muito importante, e o presidente escolheu usar essa oportunidade para atacar o Major. Mas, realmente, isto não vai colocar um ponto final nessa questão.

Já no Twitter, o militante de esquerda e apresentador de TV Bill Maher deu mais um exemplo aos MAVs do PT de como reagir a um episódio assim: xingando o jornalista independente e recorrendo à velha acusação de racismo.

Outro militante ironizou o passado de Garret na emissora líder de audiência, demonizada pela esquerda:

(Que bom.)

O site Soopermexican.com reuniu mais dezenas de tuítes esquerdistas sobre o episódio, mas eu prefiro mostrar outro que resume todos eles:

Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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