O único e verdadeiro Deus

O único e verdadeiro Deus mani­festou-se a si mesmo como o eterno “EU SOU” de existência e revelação próprias. Revelou-se também mani­festando os princípios de parentesco e associação, isto é, como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deuteronômio 6.4; Marcos 12.29; Isaías 43.10, 11; Mateus 29.19 e Lucas 3,22.

A Bíblia não perde tempo tratando de demonstrar a existência de Deus, e denomina “insensato” ao ateu. “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus”. Salmo 14.1. Todas as raças humanas têm alguma ideia de deuses ou de Deus ante quem é responsável o gênero humano. A Bíblia nos informa com respeito à verda­deira natureza e caráter do único e verdadeiro Deus. A descrição bíblica do Ser Supremo constitui o pensa­mento mais elevado e mais nobre jamais concebido por homem algum. Antes de apresentar os ensinos das Sagradas Escrituras, aclaremos algumas falsas doutri­nas relativas a Deus.

A Bíblia se opõe ao materialismo. As Sagradas Escrituras opõem-se à teoria que reduz à matéria tudo quanto existe. Muitos homens de ciência e filósofos têm deificado a matéria e as leis da natureza, excluindo a Deus, “o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”. Efésios 4.6. Leia-se a sublime descri­ção que se encontra no capítulo 40 de Isaías. O Senhor Jesus em certa oportunidade disse o seguinte: “Deus é Espírito”. João 4.24.

A Bíblia se opõe ao politeísmo, o sistema reli­gioso que admite a pluralidade de deuses. Calcula-se que atualmente o politeísmo conta com mais de 800 milhões de adeptos. A população da índia alcança a quase 400 milhões e se afirma que o número de deuses supera ao de habitantes. “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 6.4.

A Bíblia se opõe ao Panteísmo ou à doutrina que afirma que “Deus é tudo e tudo é Deus”. Esta hipó­tese constitui a pedra fundamental da organização de­nominada Ciência Cristã. Deus não é o resumo e subs­tância especial de tudo, um algo impessoal, “mente universal”, como o interpreta o panteísmo. Deus está cm tudo, mas também é superior a tudo, e indepen­dente de tudo. Assim mesmo Jesus é “a expressão exa­ta do seu Ser”, Hebreus 1.3, “Ele é a imagem do Deus invisível”. Colossenses 1.15.

A Bíblia se opõe ao deísmo, a crença de que existe um ser supremo, a origem e criador de todas as coisas, mas tão superior ao homem que toda comunicação é impossível. O ser supremo do deísmo é por outra parte indiferente às necessidades do homem e surdo ao seu chamado de misericórdia. Todavia a Bíblia nos diz: “Os olhos do Senhor repousam sobrei os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor”. Salmo 34.15. “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem pre­sente nas tribulações”. Salmo 46.1. O Senhor Jesus nos diz que nem um pardal cairá em terra sem o con­sentimento do Pai. Mateus 10:29.

O teísmo Cristão é o nome apropriado para as doutrinas bíblicas com respeito à Divindade. O teísmo, que procede do vocábulo grego Theos, que quer dizer Deus, afirma que o Deus único e verdadeiro está pre­sente em seu universo, e que seus ouvidos estão atentos ao clamor de seus filhos. O teísmo cristão é o resumo dos ensinos de nosso Senhor Jesus Cristo e de seus apóstolos com relação à Trindade eterna.

O Deus da Bíblia é infinito e perfeito. É o Deus eterno, incriado, de existência por si mesmo, a origem de tudo que foi criado. É onipotente, onisciente e onividente, isto é, tudo pode, tudo sabe e tudo vê. A Pa­lavra de Deus diz em certo lugar o seguinte: “Tu és o Deus da vista”. O Senhor Jeová é infinito no que res­peita à santidade e amor, e habita em luz inacessível. I Timóteo 6.15, 16.

Jesus Cristo é a revelação final e perfeita de Deus. Jesus é o resplendor da glória do Pai, “e a mesma Imagem de sua substância”. “Ninguém, jamais viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”. João 1.18. O vocábulo “revelar” significa no idioma grego “trazer à luz o oculto, misterioso ou obscuro”. Este é exatamente o trabalho que o Senhor Jesus realiza para este pobre mundo, sumido nas trevas do pecado e da dor. Ante nossos olhos pôs em evidência o caráter de Deus, de maneira que podia dizer o se­guinte: “Quem me vê a mim, vê o Pai”. João 14.9.

O Deus da Bíblia revela-se como a Santíssima Trindade. As Sagradas Escrituras apresentam três pes­soas Divinas, designadas com os nomes de Pai, Filho e Espírito Santo, distintas no que respeita a ministérios, mas de um caráter e harmonia tão perfeitos que cons­tituem um só Deus e não três. A doutrina da Trinda­de é parte integral do Livro Sagrado, e não pode ser eliminada sem cometer-se uma terrível injustiça com a Palavra do Senhor. É um mistério tão profundo que os sábios mais ilustres da terra não têm podido com­preender. Mas, bendito seja o nome do Senhor, podemos dizer por experiência que o Pai é nosso Pai, o Filho nosso Irmão e o Espírito Santo nosso Advogado. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”. S. João 14.23. Em João 14.16 o Senhor Jesus disse o seguinte: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco”.

É louvável possuir um conceito de Deus baseado nas Sagradas Escrituras, mas devemos recordar que não é suficiente ter um conhecimento intelectual do Se­nhor. O ideal é que possuamos um conhecimento experimental do Poderoso Senhor do universo. “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espirito dos abatidos, e vivi- ficar o coração dos contritos”. Isaias 57.15. “Recon­cilia-te, pois, com ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem”. Jó 22.21.

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem en­viaste”. João 17.3.

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LIVRO DOUTRIAS BÍBLICAS, P.C. NELSON

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