O texto de Mt. 5.25-26 é uma base para o purgatório?

O Catolicismo Romano cita esses versículos para defender a doutrina do purgatório. Diz a Igreja Católica que Jesus nos dá a entender que, após a caminhada da vida presente (a via), pode haver um cárcere (metáfora), de onde o réu (o homem) sai depois de ter expiado por completo (Diálogo Ecumênico. Estevão Bettencourt osb. Lumen Christi. 1989. 3a. Edição. P. 157).


Resposta

Os versículos em pauta nos mostram um quadro em que o Senhor Jesus trata da relação do homem com o seu inimigo, ou seja, o devedor e seu credor (compare com Lucas 12.58-59). A palavra adversário aqui não se refere ao diabo e o termo prisão ou cárcere nada tem a ver com o purgatório. O texto, na verdade, refere-se ao acerto de contas, ou reconciliação, entre os homens. Assim, a humildade de espírito pode nos livrar de muitos dissabores, mesmo quando estamos errados. No sentido espiritual, a maneira ímpar de o homem pagar suas dívidas é aceitando o Senhor Jesus como único e suficiente salvador (Jo 8.32; 14.6; Cl 2.14). Outros versículos citados pela Igreja Católica Romana para sustentar o mito do purgatório: ver comentários de Mt 12.32 e 36, Lc 12.58-59 e 1Co 3.10-15. Além desses, o Catolicismo Romano usa freqüentemente a tradição e o livro apócrifo dos Macabeus (2 Mc 12.43-46), cujo autor, ao concluir a obra, solicita perdão ao leitor por alguma falha: eu também porei aqui fim à minha narração. Se ela está bem, e como convém à história, isso é também o que eu desejo; mas se, pelo contrário, é menos digna (do assunto), deve-se-me perdoar (2 Mc 15.39), característica de que este livro não foi inspirado por Deus, portanto sem qualquer autoridade doutrinária.


Bíblia Apologética de Estudos


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