Esse registro foi postado por Caryl
Minha Jornada para dentro do Calvinismo, por Brenda Nickel.
Este mês nós reconhecemos o imenso impacto que João Calvino, o influente reformador Católico Romano, teve diante da Cristandade pelos últimos quinhentos anos. Muitos ao redor do mundo estão comemorando seu aniversário quincentenário nesse verão com celebrações e eventos especiais. Neste mês começa a série: The Subtle Danger of Spiritual Fusion (O Sutil Perigo da Fusão Espiritual), onde os leitores estão sendo introduzidos na vida e na teologia de João Calvino. Assim como ele foi moldado por várias influências na sua época, a sua teologia impacta os crentes de formas surpreendentes hoje. A seguir está a história de como a teologia de João Calvino desvirtuou o caminho de uma crente, que quatorze anos mais tarde escapou das armadilhas de seu Catolicismo reformado.
Minha introdução a Calvino
Minha introdução a João Calvino veio em uma noite de primavera enquanto estava dirigindo na desolada rodovia em Wyoming. Era o começo da noite e as condições da estrada estavam suavemente difíceis, o que era frequente naquela parte do país. Eu estava ouvindo atentamente uma fita cassete do comentário de R. C. Sproul sobre Romanos 8:28-30, “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou estes também chamou; e aos que chamou a este também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. ” Eu lembro bem desse momento. A lua cheia iluminou a campina entre os morros baixos. A neve soprante estava rodando através da estrada. O cenário estava tranquilizante, mas a minha mente estava correndo. Poderia ser que Deus “elege” alguns, que ele deliberadamente escolhe alguns, mas não todos, para a salvação eterna? Enquanto eu pensava que eu estava prestes a aprender mais sobre Jesus Cristo e seu evangelho, na realidade eu estava prestes a aprender mais sobre os ensinamentos de um homem chamado João Calvino.
Alguns anos antes àquela noite de primavera, eu tinha me tornado novamente uma crente em Jesus Cristo pela crença em seu evangelho. Minha vida se tornou completamente nova. Eu estava faminta em estudar e absorver o máximo sobre Cristo e a Bíblia o quanto possível, a fim de ajudar outros a serem salvos. Como uma nova convertida, eu confiei que meu pastor (o qual me emprestou as palestras de Sproul), iria me guiar pelo único e sólido ensinamento bíblico. Mal sabia eu, que o ensinamento que estava prestes a ser exposta redirecionaria minha caminhada de fé de tal maneira que seria difícil escapar. Naquela noite de primavera, meu pensamento tinha instantaneamente sido feito prisioneiro por uma nova abordagem de interpretar a Bíblia. “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8). Naquela noite, eu aprendi que Deus não apenas me amou o suficiente para sacrificar seu filho por meus pecados, mas também tinha me escolhido antes da fundação do mundo. Eu aprendi que estava na mente de Deus antes de Jesus sequer ter sido ordenado para a cruz. Ele tinha me predestinado para a salvação antes de eu sequer ter sido concebida. Lágrimas de alegria estavam escorrendo na minha face enquanto eu agradecia a Deus por seu presente indizível. Porém, o que começou em lágrimas de alegria, terminaram em lágrimas de desespero quatorze anos mais tarde. A questão, anos depois, se tornou “Como esse desespero emergiu? ” E “Quem, de fato, era esse João Calvino? ”
Fascinação com o Calvinismo
Tendo sido introduzida a ideia de que Deus “predetermina” quem ele escolherá salvar, me deixou com muitas questões não respondidas. Voltando ao escritório do meu pastor para devolver as fitas, eu sentei para questionar esses problemas e o impacto que eles tiveram sobre mim. Eu disse como meu pensamento tinha sido completamente reorientado. A resposta veio com um pequeno riso abafado, “Eu sabia que isso aconteceria”. Havia uma leve relutância da parte do meu pastor em me dizer sobre esse segredo escondido que eu agora estava a par. Eu fui deixada para descobrir se esse ensinamento da “salvação seletiva” era verdadeiro de acordo com a Bíblia. Já que nenhuma objeção foi feita, eu tomei a declaração do meu pastor como um endosso da predestinação soberana de Deus sobre os “eleitos” para a salvação.
Voltando para casa, eu procurei minha Bíblia para ver se essa prerrogativa eletiva de Deus era, de fato, verdadeira. Encontrando diversos versos que pareciam apoiar o tipo de eleição que eu havia ouvido nos sermões de Sproul, eu fiquei convencida de que a eleição era verdadeira. Tendo também dito a meus amigos da minha ‘conversão’ na rodovia, eles também encontraram versos para mim que apontavam a “soberana” eleição e predestinação. Onde quer que eu virasse, esse “mais profundo” entendimento da palavra de Deus parecia estar se tornando mais estabelecido no meu pensamento e confirmado por outros. Eu era, de fato, privilegiada em ter descoberto esse novo insight nos sublimes propósitos de Deus. Desconhecido para mim na época, meu pensamento tinha sido feito cativo, por meras sugestões de estudiosos, juntos ao apoio de supostas escrituras, fazendo com que eu entendesse versos bíblicos com uma nova luz dentro de uma nova estrutura interpretativa. Agora eu vejo a importância das advertências sobre ensinamentos errôneos. 2 Timóteo 3:6; “Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências;” (1 Pedro 5:8) “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. ”
Essa intensa fascinação pela predestinação demonstrou que eu tinha sido feito cativa por uma maneira diferente de entender a Bíblia. “Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade? ” (Gálatas 5:7). Eu ansiava para aprender tudo que podia sobre essa teologia e o resultado que ela teria na minha caminhada Cristã. Eu comecei a procurar os ensinamentos do Calvinismo.
Estabelecendo as bases
O estudo da Bíblia assumiu uma nova dimensão após minha “conversão” a eleição soberana. Semana após semana, eu enfrentei a neve e os ventos uivantes para reunir-me com os meus novos amigos na fé, para o estudo da palavra de Deus. Essa pequena igreja de Wyoming tinha se tornado um lar para mim. Eu amei aprender escritura, especialmente quando a predestinação era insinuada. A mera menção do tópico sempre despertava meu interesse quando meu novo conhecimento era validado. Eu absorvi as passagens sobre a eleição como uma esponja, saboreando toda a “prova” para essa doutrina que eu podia encontrar. Memorizar esses versos era uma tarefa fácil e deliciosa. Localizar esses versos era como um esporte para mim. Eu iniciei um arquivo, marcando as passagens sobre predestinação com um grande ‘P’. Involuntariamente, eu estava construindo a base para a “eleição reformada” usando versos da Bíblia arrancados dos seus contextos. Cada vez que eu via um verso que mencionava ‘predestinação, eleição, chamado, escolha, presciência’, eles todos significariam uma coisa para mim; “Deus me escolheu”. Eu deturpei as escrituras que diziam que os crentes são predestinados a serem conformados a imagem de Cristo. Eu lia versos como Romanos 8:29 e os entendia querer dizer que eu estava predestinada a salvação. As Escrituras eram sempre entendidas sob a luz do Calvinismo, em vez de dentro dos seus contextos. Romanos 8:29, “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conforme a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.
Neste estágio inicial, o termo ‘Calvinismo’ era estranho para mim, mas que estava prestes a mudar. Dentro de um ano, minha família e eu nos mudamos para Salt Lake City. Nós achamos Salt Lake City limpa e conveniente, com esqui de classe mundial apenas a dez milhas (16 Km) da nossa porta da frente. A vida parecia nítida, agradável e novíssima em folha. Finalmente, nós deixamos a sempre vento soprante de Wyoming para trás, embora deixar meus amigos de igreja não foi fácil para mim. Até o feroz verão de Utah foi uma mudança bem-vinda. A vida no estado da colmeia era melhor do que eu imaginava.
Algumas de minhas primeiras tarefas em Salt Lake foi procurar por uma igreja lar e um grupo de estudo da Bíblia. Minha família e eu achamos uma igreja lar, onde muitos de seus membros frequentavam um grupo internacional de estudo da Bíblia com sete cursos alternantes de um ano. Esse primeiro ano em Salt Lake me introduziu a uma gama de novas pessoas e novas oportunidades de aprendizado e serviço. Ainda um pouco publicamente tímida sobre o ensinamento da predestinação, eu fiquei surpresa em encontrar insinuações de eleição borrifada pela igreja e pelos ensinamentos nos grupos de estudos da Bíblia. Referências a ‘soberania de Deus’, ‘Deus escolhendo os seus’, ‘o chamado de Deus’, ‘Deus endurecendo corações’, ‘Deus dando a graça aos eleitos’ e slogans semelhantes, todos transmitiam suas inclinações para a eleição soberana de Deus. Meus ouvidos estavam profundamente antenados a qualquer fragmento desse ensinamento. Eu me lembro em pensar que talvez esse ensinamento fosse mais aceitável do que eu tinha antes percebido. Minha timidez abriu caminho a abordagem do assunto com outros, cuidadosamente os engajando no debate da ‘predestinação’. Onde quer que fosse possível, eu abordava o tópico gentilmente; nos salões entre os serviços da igreja, nos estacionamentos, no telefone com amigos, com aqueles no meu grupo de estudo da Bíblia. Eu cuidadosamente coloquei questões inocentes, a fim de filtrar com quem era seguro debater sobre a ‘eleição’. Para minha surpresa, muitos Cristãos concordaram com o tipo de eleição que eu pensava que a Bíblia estava ensinando. Eu estava ganhando confiança das pessoas ao invés das escrituras.
Dessa vez, eu fui introduzida aos ensinamentos de um conhecido pastor na Califórnia. Segura de que ele era um firme professor da Bíblia, eu me registrei na sua biblioteca para receber fitas de sermões, sendo seis por vez, as quais eu rapidamente desejei por mais. Eu considerei fazer duas assinaturas, para que eu pudesse ouvir um conjunto, enquanto outros pedidos estavam sendo atendidos. Meu coração estava entusiasmado ao redimir as longas horas de tarefas domésticas por ‘bom’ ensinamento. Tudo que eu precisava era minha pochete e meu Walkman, os quais se tornaram acessórios fixos ao redor da minha cintura. Eu achei o pastor professor um expositor incrivelmente talentoso. O catálogo da livraria me permitiu escolher quase qualquer assunto que podia imaginar. É claro que, primeiramente e mais importantes eram seleções lidando com a eleição Calvinista. Quando as questões surgiam sobre eleição, eu simplesmente procurava a passagem no catálogo da livraria e requeria o sermão que eu precisava ouvir. Escutar essas fitas criou um insaciável apetite para mais áudios de ensinamentos, o que levou ao pedido de mais fitas de outros professores, todos, os quais eram simpáticos à eleição Calvinista. Centenas e Centenas de palestras e sermões foram bombeados ao meu cérebro, alimentando-me numa dieta firme de um ou mais pontos do Calvinismo. Minha tímida precaução em compartilhar a ‘eleição’ estava agora dando lugar a capacitação. As muitas questões que eu tinha antes, perguntado ao meu pastor de Wyoming, estavam sendo respondidas com o máximo de detalhes. Eu estava sendo fortificada com respostas prontas, que qualquer Calvinista treinado, possa dar literalmente. Não demorou muito, antes de eu ter também falado e pensado como um habilidoso Calvinista de quatro pontos (o que explicarei depois)!
Ministério Problemático
Durante esses anos de exposição ao Calvinismo, meu envolvimento nesse grupo internacional de estudo da Bíblia se aprofundou. Eu fui confiada com várias tarefas importantes de servir tanto como uma funcionária e uma líder de debate num grupo de 15 mulheres. Eu senti orgulho em saber que eu estava verdadeiramente servindo a Deus. Meus anos nesse ministério foram preenchidos com alegria, à medida que minhas habilidades de treino e liderança se desenvolviam. Eu dava valor à minha amizade com os líderes, aos estudos, a oração, desenvolvendo habilidades organizacionais, cantando hinos, transbordando o amor de Deus e a aceitação por aqueles em meus grupos. Tudo estava perfeito no meu mundo, até que esse grupo internacional de estudo da Bíblia introduziu um novo estudo abordando o livro de Romanos. As notas de comentários, as quais acompanhavam suas lições semanais pelo estudo de Romanos naquele ano, pareciam muito Calvinistas. É aí que comecei a investigar mais minunciosamente os cinco pontos do Calvinismo.
Os cinco pontos do Calvinismo: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível e Perseverança dos Santos, não eram totalmente claros para mim anteriormente. Eu tinha acreditado na eleição soberana e incondicional de Deus, mas discordei imediatamente com as notas das lições que ensinaram que uma pessoa era regenerada (nascida de novo) ANTES da crença baseada na fé em Jesus Cristo. Esse ensinamento me confundiu enormemente. Não apenas eles ensinaram esse principal dogma do Calvinismo, mas ensinaram também muitos outros.
O efeito desse controverso ensinamento dividiu nosso círculo de líderes em dois campos. Eu estava numa situação complicada, pois enquanto eu era fortemente a favor da eleição, eu também tinha completamente rejeitado a regeneração antes da crença. Certamente, esse influente e bem reputado ministério tinha boas razões escriturísticas para ensinar tal questão divisível. Romanos 16: 17, “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. ” Nosso círculo de líderes e grupos de discussões tinham sido harmoniosos até que a introdução desse ensinamento Calvinista de ‘nascer de novo antes da crença’ os dividiu. Discussões acaloradas ocasionalmente entraram em erupção, onde cada lado defendia o que eles achavam que a Bíblia estava dizendo. No meio de toda essa confusão, eu me perguntava qual prova bíblica existia para tal ensinamento. Eu pensei em chamar outro dos líderes desse grupo de estudo da Bíblia, o qual lecionava para o grupo da noite a cada semana, poderia trazer uma luz das escrituras sobre o debate. Ele era um seguidor dessa teologia, que emergiu da reforma do Catolicismo, então eu pensei que ele certamente teria as respostas. O único verso que ele era ciente no assunto da regeneração antes da féera João 3:3 onde Jesus diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Aparentemente, esse verso é tomado para dizer que uma pessoa não pode perceber o reino de Deus, a não ser que ele seja renascido, ao invés de que não alguém não poderia entrar no futuro reino de Deus, a não ser que ele seja nascido de novo. Sabendo que essa explicação espiritualizada, a qual não me satisfez na época, me guiaria a abraçar a expiação limitada, eu a rejeitei. Embora, no meu estilo comum, rejeitar não era o suficiente… eu tinha que pesquisar o assunto minunciosamente para saber porque isso era confuso e porque estava causando divisão.
Essa busca coincidiu com uma viagem para a mais nova livraria Cristã que tinha sido aberto na minha área. A cidade de Salt Lake não tinha muitas livrarias Cristãs, já que a área era fortemente habitada por Mórmons. Ao entrar na pequena loja e conhecer o dono, George, e seu irmão, nós conversamos um pouco sobre seu novo esforço em entrar no mercado de varejo Cristão. Percebendo os desenhos nas paredes, eu o perguntei qual igreja ele frequentava. Sua resposta foi, “Ortodoxa Grega.” Eu lembro de ter pensado que algo significativamente diferente entre Ortodoxia Grega e Cristianismo Bíblico, mas, já que suas prateleiras estavam cheias com todos os livros Cristãos mais populares da época, eu decidi não continuar pressionando até que eu tivesse aprendido mais sobre o assunto anterior. Eu tinha o suficiente no meu prato com Calvinismo. Procurando na loja, eu descobri um pequeno conjunto de prateleiras com um esconderijo de fitas de vários Católicos reformados e estudiosos Calvinistas. Essas eram aparentemente a coleção pessoal de George que ele emprestou e também ofereceu para compra sob um desconto significativo. Eu peguei o máximo que podia bancar.
De volta ao meu carro, eu coloquei a fita mais interessante no leitor de cassetes. Eu ouvi com atenção, esperando entender porque o grupo de estudo da Bíblia que eu estava envolvido tinha abraçado o Calvinismo de cinco pontos. Tinha de haver uma boa razão. O que era tão atrativo sobre ser nascido de novo ANTES de crer já que a Bíblia claramente diz o contrário? Eu pensei em Efésios 2:8a, “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé… ” Essas fitas não apenas ensinavam o Calvinismo de cinco pontos, como também a teologia que emergiu da reforma do Catolicismo.
À medida que eu ouvia, entendia mais a teologia de João Calvino, o renomado reformador do Catolicismo do século 16. Surpreendentemente, sua teologia foi moldada em grande parte pelo antigo teólogo Católico Romano Agostinho. Eu descobri que os cinco pontos da TULIP eram integrados e mutuamente dependentes um do outro em explicar como João Calvino entendia a salvação. O evangelho do Catolicismo reformado de João Calvino estava desdobrando diante de mim.
Descobrindo os cinco pontos
Esses cinco pontos soletram o acrônimo TULIP: Depravação Total (Total Depravity), Eleição Incondicional (Unconditional Election), Expiação Limitada (Limited Atonement), Graça Irresistível (Irresistible Grace), e Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints) e ensinam que a depravação total de um homem o impede de crer no evangelho. Eu aprendi que homens pecadores caídos não podem compreender ou considerar as coisas de Deus. Portanto, Deus deve eleger indivíduos (Eleição Incondicional) à salvação fora da condição de fé. O Deus do Calvinismo aparentemente elege apenas alguns para a salvação, já que nem todos os homens são salvos. Além disso, aqueles predestinados a salvação são os únicos por quem Cristo morreu (Expiação Limitada). Aparentemente, não havia necessidade de desperdiçar seu sangue com os não-eleitos; consequentemente, sua expiação foi limitada apenas aos eleitos. Seu sangue é aplicado aos escolhidos, fora de suas vontades ou seu conhecimento pela graça irresistível. Essa graça, aparentemente não apenas os regenera antes de crer, mas também os dá a habilidade de perseverar em obediência, uma vez que eles creiam.
Tentar entender a gravidade desses conceitos, levou-me a muitos pensamentos e repetições. Minha rejeição à expiação limitada, combinada com o contínuo apoio pela eleição incondicional, causou-me a criação de um tipo exclusivo de Calvinismo. Muitos Calvinistas parciais sintetizam suas crenças pessoais com esses cinco pontos para construir um sistema que faz sentido para eles. Por exemplo, alguns explicaram a expiação limitada como sendo a expiação limitada somente pelo grande amor de Deus, o que é totalmente inconsistente com a intenção da TULIP. De fato, aqueles que sustentam a teologia de Calvino, ensinam que esses cinco pontos ou se sustentam juntos ou caem juntos. A chave para o entendimento do que João Calvino e o Catolicismo reformado significam por esses pontos, é pegar suas explicações dos termos, em vez de misturar esses pontos com o pensamento próprio de um indivíduo. O site Biblebelievers.net, ao refutar o Calvinismo, faz bem o seu ponto:
Os cinco pontos que identificam o ensinamento de Calvino (sublinhado acima e comumente chamado de “TULIP”) são como dominós; eles se sustentam, ou caem juntos. Se uma pessoa se diz ser um Calvinista de Um ponto (Depravação Total), se ela acredita na doutrina ensinada como Calvino ensinou, então a pessoa deve aceitar os outros quatro pontos.[1]
Eu não estava sozinha ao processar todo esse ensinamento. Minha cara amiga, Sandra, a qual também se submeteu à conversão Calvinista pelo ensinamento do antigo estudioso Presbiteriano, D. James Kennedy, se encontrava comigo todos os sábados pela manhã para discutirmos nossas novas descobertas da semana anterior. Nós debatíamos frequentemente sobre os cinco pontos do Calvinismo e tentávamos decidir se ou não a Bíblia ensinava tais coisas. Nós meditávamos que a Bíblia ensinava a visão Calvinista da depravação total do homem com a exigida eleição de Deus de alguns para a salvação. Nós argumentávamos que nem todos eram eleitos, o que explicava porque alguns rejeitam o evangelho e porque havia problemas na igreja em larga escala. Porém, nós duas rejeitamos a expiação limitada, lembrando de como o apóstolo João claramente ensinava que Jesus morreu por todos os homens em 1 João 2:2 “E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. ” A rejeição da expiação limitada nos colocou no campo Calvinista de quatro pontos. Nós então lutamos com a graça irresistível e a vimos como um tipo de graça que habilitava a crença quando o evangelho era apresentado, mas essa graça certamente não causava regeneração antes da crença. E finalmente, uma vez salvos, nós pensávamos que os crentes certamente perseverariam na fé, significando que eles nunca abandonariam a Cristo. Mais tarde, nós aprenderíamos que essa graça que habilitava a crença, era esperada para habilitar a obediência. Era assim que nós argumentávamos pelos cinco pontos da TULIP durante esse estágio do nosso desenvolver no Calvinismo.
O Dilema da fé
Ainda havia alguma confusão tardia em resolver a eleição de Deus com a fé pessoal. Salvação por fé tinha que de alguma maneira harmonizar com a eleição. Sandra e eu, fomos deixadas com um dilema: A fé procede de nós, mais ainda assim Deus habilita a crença. Como esses dois pontos se conectam? A resposta veio em uma noite, no estudo sobre profecia dispensacionalista que nós frequentávamos semanalmente. Esse estudo, liderado por um pastor dispensacionalista, mantinha princípios básicos do dispensacionalismo; a igreja começou no Pentecostes e não substituiu Israel, a igreja não está sob a Lei Mosaica, mas sob a graça, a igreja será arrebatada antes de ocorrer a futura tripulação. Israel herdará o futuro prometido reino de mil anos, e a Bíblia é destinada para ser entendida no sentido literal. Esse pastor passava muito tempo em companhia de experts em profecia, portanto, nós argumentamos, que ele estava sempre em sintonia com o que quer que ele ensinava. Como éramos confiantes. Consequentemente, quando ele ensinou que a fé é o dom de Deus, nosso dilema foi resolvido. Eu pensei, “É Claro, é isso! ”
Adicionar essa peça do quebra-cabeças Calvinista, aprofundou mais a fortaleza. Enquanto uma nova informação estava fortificando minha posição, nada mudou o meu entendimento, desde a minha introdução a predestinação anos antes. Eu ainda compreendi tudo dentro da estrutura Calvinista da eleição incondicional soberana. Tudo fora desse entendimento era tolice para mim. A influência do Calvinismo me segurou poderosamente, e na minha arrogância, eu acreditava ter “a verdade”. Quando avaliando ‘a fé como um dom’, nunca me ocorreu que Efésios 2:8-9 é praticamente o único verso usado para justificar a visão da fé como dom. Novamente, a escritura foi erroneamente interpretada para mim e eu continuei construindo minha fortaleza. 1 Coríntios 3:10, “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. ”
Extinguindo a Oposição
Ocasionalmente, havia aqueles que discordavam das minhas posições. Geralmente, seus desafios se encontravam com meu riso de ‘saber’, que educadamente negligenciava qualquer coisa que eles tivessem a dizer. Meus anos ouvindo professores Calvinistas me permitiam respostas roteirizadas para qualquer um que contestasse contra a eleição incondicional. Meus instrutores dos áudios, impregnaram explicações Calvinistas sistematicamente para versos Calvinistas, normalmente tirados fora de contexto, extinguindo completamente o verdadeiro sentido da Palavra sem que eu estivesse ciente de qualquer distorção. Suas inculcações eram tão completas que eu não podia compreender visões opostas ao Calvinismo de quatro pontos. Essa fortaleza da eleição Calvinista era quase inexpugnável porque a palavra de Deus tinha sido usada para implantar a fraude. 2 Timóteo 2:26, “E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos.” Qualquer apelo para entender a salvação de maneira diferente, mesmo usando a escritura, era interpretado de acordo com meu entendimento Calvinista do texto. Ataques contra a eleição Calvinista eram defendidos com respostas mecânicas que apenas firmavam mais minha doutrinação.
Não apenas eu me apeguei à eleição incondicional e à fé como um dom, mas para minha vergonha, eu entendi erroneamente a soberania de Deus. Eu fui ensinada que se Deus é soberano, então ele deve tercompleto controle sobre todos os eventos. Reciprocamente, se o homem tivesse qualquer escolha, então Deus não era totalmente soberano. Eu argumentei que qualquer escolha minha, era na verdade a escolha dEle. Portanto, eu vim a acreditar que Deus era responsável por quem cria no evangelho. Eu pensei que se alguém cresse no evangelho através da decisão pessoal para Cristo, realmente era uma obra humana. Deus tinha de ser o autor da fé do começo ao fim. Qualquer coisa que o homem contribuísse para a salvação, até a fé, ameaçava a soberania de Deus. Qualquer autonomia atribuída ao homem era um pecado capital no pensamento Calvinista. É Deus quem elege e garante a fé, a qual mais tarde é vivificada pelo ouvir do evangelho. R. C. Sproul resume a predestinação Calvinista na seguinte citação;
A predestinação parece lançar uma sobra no próprio coração da liberdade humana. Se Deus decidiu nossos destinos desde toda a eternidade, (incondicionalmente) isso sugere fortemente que nossas escolhas livres são nada mais do que charadas, são exercícios vazios em um aplacador predestinado. É como embora Deus escreveu o roteiro para nós em concreto e nós estamos simplesmente atuando seu enredo. [2]
Infelizmente, agora eu percebo, que enquanto eu estava sendo protegida contra as habilidades idolátricas do homem, eu estava na verdade idolatrando a soberania de Deus. Eu aprendi da maneira difícil que o caráter de Deus nunca viola ou diminui qualquer de seus outros atributos. Eu tinha superestimado a sua soberania ao custo de seu amor.
Pensamento elitista sobre o evangelismo
Pensando novamente, eu percebi que o “amor” era uma mercadoria dispensável naqueles dias. Enquanto eu realmente “amava” a todos em um nível, em outro, eu não tinha que me importar tão profundamente com ninguém. Afinal, não tinha Deus feito o mesmo, amado alguns e não outros? Um sutil elitismo começou a rastejar para dentro do meu pensamento. Uma atitude oculta de descriminação e parcialidade emergiu contra aqueles que não poderiam ‘ascender às altas verdades’ de Deus, devido a sua falta de interesse nelas. Já que tinha sido me dada a percepção para conhecer essas doutrinas da graça de Deus, eu estava secretamente indiferente à lentidão e ao tédio de aprender. Eu fingi interesse ao esconder minha atitude de falsa simpatia contra eles. Se Deus não se importava o suficiente para os presentear com a capacidade de entender, então eu também não tinha que me interessar por eles. Eu argumentei comigo mesma que se importar iria contra a vontade de Deus. Afinal, não éramos nós quem tínhamos de se aliar com aqueles de fé semelhante? Não havia apenas uma fé sido entregue aos santos? Se alguns não podiam entender os propósitos de Deus, então era a vontade de Deus. A Predestinação fez de Deus a causa de tudo o que aconteceu. E se eles não podiam entender a ‘verdade’, Deus realmente os tinha elegido? Eles tinham realmente e verdadeiramente crido? Eles tinham tido uma falsa conversão? Por que eles estavam se apegando obstinadamente a crenças inferiores tal como a fé vinda do coração do homem?
Nesse ponto da minha descida ao Calvinismo, meu pensamento tinha se estabelecido como concreto. Ninguém poderia ter mudado minha mente. Eu estava convencida, além de uma sombra de dúvida vinda do testemunho da escritura, estudiosos, pastores, líderes e outros Cristãos que os propósitos predestinantes de Deus para o homem eram verdadeiros e além de nossa compreensão humana. Eu pensei que, ‘questionar os motivos de Deus era se colocar acima de Deus.’ Por isso, supostas contradições eram banidas ao ‘mistério’, devido Seus caminhos estarem além da descoberta. Nunca me ocorreu que esse tipo de eleição distorcia o caráter de Deus, ou esse Deus estaria em última análise julgando os homens por Sua própria escolha de uma crueldade muito insondável, acima da razão. Em minha mente, Deus escolheu habilitar alguns para a salvação, deixando o resto contra Ele. Aqueles descartados tão cruelmente seriam então julgados por Deus por suas supostas escolhas. Eu argumentei que o réprobo (daqueles não eleitos) de qualquer maneira não saberiam a diferença.
Essa atitude traiçoeira elitista, generalizada dentro do Calvinismo, ocorreu sem eu perceber. Por controle mental, operando sorrateiramente, eu implantei essas ideias por simples sugestão, aprofundando-as com um conhecimento falso e superficial, para me manter tanto voluntariamente, quanto a contragosto. Em um nível, eu sabia que algo estava errado, ainda assim em outro nível, as coisas pareciam certas. A confusão resultante incitou perguntas, mas infelizmente no caso do Calvinismo, as respostas eram procuradas das próprias pessoas que embutiram a decepção, para começo de história.
Olhando novamente, todas as respostas para essas questões requeriam ajustes em minha teologia. A pressuposição global, nunca duvidada, era a eleição incondicional. Cada entendimento da escritura que eu tinha aprendido, tinha de coincidir com esse tipo de eleição. À maneira que novas informações entravam na minha mente, elas tinham de caber com minha estrutura de pensamento anteriormente construída. Eu estava sintetizando uma planilha de teologia. Eu ajustei todas as doutrinas para acomodarem a eleição. Todos os meus registros doutrinais formaram um sistema onde ‘Deus escolhe soberanamente’. Enquanto um verso era entendido mais plenamente, outros registros na minha planilha de teologia seriam ajustados para que todo o sistema aparentemente fizesse sentido. Novas respostas levavam a mais perguntas, as quais me mantiveram girando nessa teologia. Se tornou um pântano de lógica e interpretação racional sem o frescor do Espírito. Um ajuste levava a outro, e outro, e outro e assim por diante.
Eleito genuinamente?
Em continuação a minha educação Calvinista pelas fitas do gênero, eu percebi uma preocupação entre esses professores de como definir a natureza da verdadeira fé salvadora. A maioria dos Calvinistas vão eventualmente chegar a esse dilema todo abrangente. A questão para eles se torna, ‘Quem realmente é salvo? ’ Se Deus ordena previamente a crença, não ordenaria Ele também a obediência? Se Deus predestina tudo o que acontece, não iria ele também pré-planejar a observância do eleito? Para lidar com esse problema lancinante e consumidor, o Calvinista tenta identificar o eleito usando a obediência como o critério. Enquanto a Bíblia ensina que a salvação ocorre pela fé no evangelho, o Calvinista, que defende a eleição soberana incondicional, se sente inclinado a decidir que tipo de fé uma pessoa acredita. Foi a fé originada com fé pessoal do coração, ou fé dotada de Deus? Infelizmente, João Calvino estabeleceu o precedente, que muitos de seus seguidores imitam quando ele falou de uma fé falsa que ele chamava de evanescente. Perceba na seguinte citação que Calvino diz que a fé evanescente se originou com Cristo:
“… Experiência mostra que os réprobos são algumas vezes afetados de uma maneira tão semelhante à dos eleitos que mesmo em seu próprio julgamento não há diferença entre eles. Consequentemente, não é estranho, que pelo Apóstolo um gosto dos dons celestes, e pelo próprio Cristo uma fé temporária é atribuída a eles. Não que eles entendam verdadeiramente o poder da graça espiritual e a luz segura da fé; mas o Senhor, o melhor em os convencer, e os deixar sem desculpas, instila em suas mentes tal senso de bondade que pode ser sentida sem o Espirito da adoção… há uma grande semelhança e afinidade entre os eleitos de Deus e aqueles que são impressos por um tempo com uma fé desvanecente…. Ainda assim é corretamente dito, que os réprobos acreditam que Deus seja favorável a eles, enquanto eles aceitam o dom da reconciliação, embora confusos e sem devido discernimento; não que eles tomem parte da mesma fé ou regeneração com as filhos de Deus; mas porque, sob uma hipocrisia coberta eles parecem ter um princípio de fé em comum com eles. Nem sequer eu nego que Deus ilumina suas mentes a essa extensão…. Não há nada inconsistente nisso com o fato de ele iluminar alguns com um presente senso de graça, o qual mais tarde se prova evanescente. ” [3]
Definindo a essência da fé verdadeira, principalmente nas mentes dos Calvinistas, o último ponto do TULIP lança luz; a perseverança dos santos. Eu ingenuamente pensei que perseverança dos santos significava perseverar na crença. Porém, os Calvinistas que são ocupados em definir a verdadeira fé por eleição, rejeitam decisões pessoais para Cristo, a não ser que a vida do fiel seja próxima a ser perfeita. Se o eleito recebeu a graça, tanto por regeneração antes da crença e fé dotada para acreditar, eles certamente receberam a graça necessária para a obediência. Portanto, a perseverança dos santos não é persistir na fé em Cristo, mas ao invés disso perseverar na obediência. A performance externa é o verdadeiro teste para determinar se a um indivíduo tem sido dado a verdadeira fé dotada ou a falsa fé produzida pelo coração humano.
Uma vez que meus pensamentos estavam preocupados com a questão de quem era realmente salvo, minha descida ao Calvinismo acelerou. Em investigar a qualidade da fé de outros, o dedo que apontava para eles, em tempo estava apontado para mim. Paulo identificou essa dinâmica em Romanos 2:1, “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.” Eu comecei a coletar provas para a verdadeira fé em mim e nos outros. Fé dotada, eu pensei, tinha que demonstrar obediência tanto quanto o entendimento. Eu parecia ter o entendimento, mas tinha eu a obediência? A eleição era fácil de compreender, mas se era perfeitamente condescendente a vontade de Cristo, era outra história. Subitamente, a certeza mudou o que eu acreditava e o que eu fazia certo. Lembro-me de estar deitada na minha cama durante a noite fazendo um balanço do meu dia e avaliando tudo que eu fiz. Na minha mente, eu não estava adicionando obras a salvação, mas sim condenando a mim mesma pelo o que não fiz certo. Não havia conforto, nenhum senso de perdão ou aceitação. Somente meu desempenho iria me dar uma medida da certeza. Meu foco tinha completamente mudado da cruz de Cristo para um debilitante medo da condenação. Eu continuei me perguntando: “Jesus não pagou por todos esses pecados? Por que estou me sentido tão condenada?” Eu sabia que algo estava seriamente errado, mas o Calvinismo nunca foi suspeito como o culpado. Essa mudança brusca de Calvinismo estabeleceu o ponto final da eleição que é o último ponto do Calvinismo; perseverança dos santos. A prova da salvação de um indivíduo pela obediência é mais comumente conhecida por Salvação de Senhorio.Definindo a essência da fé verdadeira, principalmente nas mentes dos Calvinistas, o último ponto do TULIP lança luz; a perseverança dos santos. Eu ingenuamente pensei que perseverança dos santos significava perseverar na crença. Porém, os Calvinistas que são ocupados em definir a verdadeira fé por eleição, rejeitam decisões pessoais para Cristo, a não ser que a vida do fiel seja próxima a ser perfeita. Se o eleito recebeu a graça, tanto por regeneração antes da crença e fé dotada para acreditar, eles certamente receberam a graça necessária para a obediência. Portanto, a perseverança dos santos não é persistir na fé em Cristo, mas ao invés disso perseverar na obediência. A performance externa é o verdadeiro teste para determinar se a um indivíduo tem sido dado a verdadeira fé dotada ou a falsa fé produzida pelo coração humano.
O Controle da Salvação de Senhorio
Salvação de senhorio sempre foi um termo confuso para mim. Ele era explicado como a habilitação e obrigação de um crente em seguir Jesus como Mestre e Senhor. Sabendo que Jesus é de fato Mestre e Senhor, o caso de fazer da obediência o critério para avaliar a verdadeira fé foi feito facilmente. Se um indivíduo não pode obedecer, então este não deve ser salvo; é como a argumentação se desenrola. No atoleiro dessa confusão doutrinal, nenhuma permissão é feita para pecados sérios pelo verdadeiro crente. Por isso, a salvação de senhorio estabelece um legalismo mortal que rouba seu seguidor do perdão, da esperança e da alegria. Ela convence o crente de que não há segurança, embora Cristo forneceu tudo que um crente necessita para a vida abundante. Para aqueles no controle da salvação de senhorio, o caminho da liberdade está bem diante deles, mas o caminho é bloqueado por versos mal interpretados que mandam o fiel de volta ao Calvinismo.
Olhando outros ao redor, poucos passaram nos testes da verdadeira fé que eu estava aprendendo pelas minhas fitas. Até aqueles que acreditavam na eleição soberana não se comportaram ou expuseram a doutrina sempre perfeitamente. Esse exercício massivo de determinar se outros eram salvos, produziu uma profunda falta de certeza se eu era realmente salva. Eu orava que não julgaria outros como a palavra instruía, mas minha mente estava preocupada em tentar saber se eu estava salva. Eu havia acreditado na fé por completo, mas tinha que me perguntar se ela era falsa como João Calvino escreveu. Eu fiquei acordada a noite pensando como eu podia saber com certeza.
Paradoxalmente, essas ansiedades ocorreram enquanto eu estava imersa em vários grupos de estudo da Bíblia. Um indivíduo pensaria que eu teria me apegado às promessas de Deus de lutar contra meus medos, mas o ardil dessa decepção pendia respostas bem em frente ao meu rosto, e ainda assim, ao mesmo tempo, impedia-me de me apegar a elas. É como um captor livremente desfilando seus cativos em público sem se preocupar se eles tentarão fugir ou não. Como um prisioneiro, eu voltaria para as escrituras procurando liberdade, mas elas tinham sido tão deturpadas com explicações Calvinistas que embutiam meus medos ainda mais. Como poderia ter certeza que eu realmente acreditava? Que tipo de fé eu acreditava? Estava eu produzindo fruto em ficar com arrependimento? Estava tão convencida por argumentos Calvinistas das escrituras, que a Palavra era neutralizada e isso não fornecia conforto. Jesus identificou esse método de tornar as escrituras ineficientes em Mateus 15:6b, “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.” As grades da minha prisão eram versos bíblicos explicados erroneamente, combinados com uma racionalidade humana diante de um ponto de vista Calvinista. Eu tinha sido ensinada que a fé no evangelho podia ser uma fé superficial, portanto, muito mais do que simples confiança em Jesus e sua morte tinha que ser demonstrada. Desconhecidos para mim, eu tinha confiado em homens e suas interpretações da Bíblia. Jeremias 17:5, “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!”.
Não entendendo que o Calvinismo era o problema, continuei a ouvir meus professores por áudio, para direcionamento. Esses professores, então me direcionaram para guardar a parte moral da Lei Mosaica como uma forma de resolver meu dilema. O guardar da lei, eles explicaram, não salva uma pessoa, mas, após ser salvo, é a regra da vida de um crente. Eles me ensinaram que a Lei de Cristo mantém a justiça, dada aos crentes, habilita-os a guardar a Lei. A cruz, eles explicaram, tem dois lados: um, é o sangue derramado de Cristo para a salvação, o outro lado, é a lei mantendo a justiça de Jesus, dada aos eleitos para o propósito de guardá-la. Esse ensinamento vai além ao assumir que a nova natureza de Cristo é a única natureza do crente. A natureza do pecado, ou a natureza carnal, do crente é negada. Portanto, se o eleito não tem natureza do pecado, mas ainda o peca, então eles não devem ter a nova natureza de Cristo e não devem ser salvos. Essa progressão reversa em argumentar, se configura como um efeito dominó: onde quer que o ‘eleito’ peque.
Nesse sistema, um indivíduo não pode evitar o medo de não ser salvo, se este peca. A salvação por eleição se prova por obediência, mas a salvação por fé, olha somente à cruz para ganhar certeza. A doutrina da predestinação se torna um cruel capataz sobre seus partidários, enquanto que a doutrina da salvação por simples fé na cruz, do coração, perdoa pecados e dá vida. A eleição soa boa e é quase bíblica pela frente, mas é um inquisitor condenante visto por trás. Esse é o resultado final da perseverança dos santos ou da salvação de senhorio. A perseverança dos santos tem pouco a ver com perseverar em crer, mas tudo a ver com perseverar na obediência, e nas obras.
Meus anos finais sob a influência do Calvinismo me acharam medrosa, insegura, preocupada, sem dormir, crítica, autoaversiva e sem esperança. Uma profunda depressão se apoderou de mim, e com frenquência eu rompia em lágrimas e procurava por segurança. Eles pensaram que eu estava salva? Tinha eu perdido minha objetividade? Poderiam eles verem fé em mim quando tudo que eu via era fracasso? A alegria em conhecer Cristo tinha dado lugar a um medo inescapável de condenação. Um disco arranhado em minha mente continuava perguntando: ‘Como eu posso saber que estou salva? ’ Foram-se os anos despreocupados em confiar em Cristo, em aproveitar da liberdade, em ter certeza de salvação. Foi-se a alegria de conhecer outros Cristãos, porque eu tinha sido programada para testar se eles eram ou não verdadeiros Cristãos. Testemunhar perdeu sua urgência, porque Deus tinha preordenado quem acreditaria e quando. Eu urgia fortemente que pessoas ouvissem o evangelho, mas se eles rejeitassem a verdade, eu sacudiria a poeira dos meus pés e iria em frente. Ironicamente, na necessidade de encorajamento, uma autoinfligida isolação se configurou, onde eu rejeitava aliança com muitos, porque minha idolatria ao Calvinismo requereria um comportamento de um testemunho especial. O padrão para passar era uma interpretação individual do Calvinismo de quatro pontos que pouco podiam conhecer. Eu recusei me aliar com o Calvinismo de cinco pontos e os de quatro pontos pareciam difíceis abraçar. Como a doutrina da eleição estava destruindo minha vida por meio do legalismo, eu me apeguei a ela teimosamente, nunca suspeitando que ela fosse a causa de todo o meu problema.
Libertação
A libertação veio em um pacote inesperado durante esse tempo obscuro. A igreja que eu tinha pertencido em Salt Lake, chamou um novo pastor para se candidatar à posição de pastor principal. Muitos de nós que se afastaram da igreja durante os cinco anos anteriores (devido aos métodos de crescimento da igreja), estavam animados para voltar. A esperança era alta entre nós. Eu estava otimista em ter a chance de estar reunida com essa aliança de crentes. Eu raciocinei que precisava de algum encorajamento e lá haveria alguns Calvinistas de quatro pontos. O testemunho de fé desse futuro candidato foi entregue a mim por um amigo próximo que também ansiava à reunião com nossa querida assembleia. Ela sentou no meu sofá enquanto eu animadamente li o cabeçalho do currículo. Meu coração se afogou quando eu li que ele era um historicista do pré-milenismo. Não era essa igreja, a qual nós tínhamos amado, dispensacionalista e pré-tribulacionista? Infelizmente, aqueles que saíram da igreja durante aqueles anos, aparentemente deixaram aqueles não compromissados ao dispensacionalismo escolher esse candidato. Para a minha surpresa, meu telefone tocou à medida que vários de meus amigos procuravam o meu ponto de vista sobre a visão doutrinal desse candidato. De maneira interessante, sua visão sobre o fim do tempo começou a unir aqueles de nós que discordavam de sua escatologia. Por hora, o Calvinismo não mais era um problema que nos dividia. Uma amiga, que tinha me desafiado no passado sobre o Calvinismo, agora também procurava minha opinião sobre um livro controverso que ela tinha me contado em detalhes. Esse ensinamento questionável me pareceu estranho, então eu decidi explorar o assunto mais a fundo. Assim como Deus o teria, minha investigação mostrou esse não convencional ensinamento como sendo uma mistura peculiar de versão modificada do Calvinismo e do dispensacionalismo. Ironicamente, uma falha que eu encontrei sobre o ensinamento controverso desse livro, explicou a visão Calvinista da fé de uma maneira que eu nunca tinha ouvido antes.
Pela primeira vez, eu aprendi que a fé, no vernáculo Calvinista, é algo dotado ao eleito durante o momento de sua regeneração. A sua regeneração, que acontece na concepção ou no batismo, é acompanhada por esse dom ou fé, então essa fé está adormecida no eleito, por anos antes de eles a usarem correspondente ao evangelho quando eles eventualmente a encontrarem. Em minha interpretação pessoal do Calvinismo, eu pensei que Deus de alguma maneira deu fé aos eleitos em momentos antes de ouvir o evangelho, mas não acreditei que esse dom por graça incluía a regeneração. Eu sempre pensei que se deve primeiro crer, e depois ser regenerado. Agora, eu estava vendo que o que eu pensava entender sobre Calvinismo, não era verdade de maneira alguma. Havia tido um abismo entre o Calvinismo de quatro e o de cinco pontos, mas agora eu estava começando a ver o porquê. Enquanto a eleição incondicional é mantida em comum, a fé é entendida de maneira muito diferente.
No Sábado seguinte eu fui ao escritório de Sandra explicar esse novo entendimento da fé Calvinista. Eu expliquei a ela a teologia que emergiu da reforma do Catolicismo que via a fé como adormecida em uma pessoa por talvez anos, até que salte para sua vida quando se encontre com o evangelho. Ela fez sua própria investigação no livro de Efésios e encontrou que enquanto a fé parecia ser o dom em Efésios 2:8,“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”, Paulo continuou em Efésios a ensinar que foi a graça que foi lhe dada; Efésios 3:2, 7, 8 e 4:7. Ficamos lá sem palavras, enquanto o impacto do que nós havíamos descoberto nos sossegou. Se a fé não era o dom, mas a salvação o era pela graça, então tudo que nós imaginávamos estava errado. Lemos Efésios 2:5, “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou com Cristo (pela graça sois salvos)”, Efésios 2:8a era lido diferente para nós, “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé…” Fé não era o dom; a salvação o era pela graça através da fé! Imaginando como esse mal-entendido poderia ter acontecido, já que todos os Calvinistas ensinam que Efésios 2:8-9 absolutamente significa que a fé é o dom pela ‘regra do mais próximo antecedente’, eu pesquisei mais. Encontrei um ótimo site que lidou completamente com essa própria questão. O que tinha sido convenientemente negligenciado pelos Calvinistas na discussão de que ‘a fé é o dom’, era o gênero das palavras gregas; ‘fé’ (feminino), ‘isto’ (neutro). Parecia que havia outra regra que desmascarou o dom como sendo o mais próximo antecedente da fé. Perceba em Romanos 6:23, “…, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna. ” Sandra e eu ficamos imóveis pelas implicações dessa descoberta.
Quebrando a fortaleza
Já que esse site, http://www.middletownbiblechurch.org/index.html, tinha sido tão minucioso em resolver o argumento de que ‘a fé é o dom’, nós imaginamos o que mais deveríamos precisar aprender. Eu baixei o máximo de artigos que pude para ver o que mais podia aprender sobre a teologia da reforma do Catolicismo. Sandra e eu rapidamente lemos e discutimos esses muitos artigos para ver com nós tínhamos sido enganadas. Parecia que à medida que nós abraçávamos a eleição Calvinista, porque pensávamos que a Bíblia ensinava, realmente não entendíamos totalmente de onde foi tirada essa doutrina. Como todos os artigos digeridos, a situação estava se tornando mais clara e as escamas foram caindo dos nossos olhos. Ela não tinha se comprometido com a eleição totalmente quanto eu; portanto, era eu quem estava mais atingida quando a verdade se tornou evidente.
Eu me lembro de sentar em casa no chão com os artigos espalhados ao meu redor, lendo-os e sublinhando as partes para mostrar a Sandra, quando de repente, com evidencias montando-se contra o Calvinismo, percebi porque o Calvinismo é defendido; ele é o evangelho da teologia reformada, outrora conhecido como a teologia da reforma Católica. O Calvinista Charles Spurgeon disse assim:
“Eu tenho minha própria opinião de que não há tal coisa como pregar a Cristo e ele crucificado, a não ser que nós preguemos o que hoje é chamado de Calvinismo. É um apelido chamá-lo de Calvinismo; o Calvinismo é o evangelho, e nada mais” [4]
Com relutância para ouvir qualquer coisa oposta ao Calvinismo antes de seu pilar central da ‘fé dotada’ ser puxado de sua base, eu estava agora não apenas ouvindo, mas abraçando tudo que eu poderia acolher. Com artigos ao meu redor, sentada no chão, marcador na mão, finalmente fui atingida. O Calvinismo não era verdade! Era uma mentira e eu tinha sido profundamente enganada. Sentada lá atordoada, minha primeira reação foi desacreditar que eu tinha sido completamente enganada. Haviam mentido para mim. Eu confiei em estudiosos e pastores renomados, para me ensinarem o que a Bíblia realmente dizia, apenas para aprender que eles ensinaram errado. Um sentimento repugnante passou, enquanto eu percebia que não tinha confiado no Senhor, mas em homens que me levaram a seguir um impostor. E eu segui? De uma vez, eu percebi que tinha deturpado profundamente o caráter de Deus! Profunda humilhação me consumiu, à medida que percebi que há um mal diabólico que convence Cristãos de que Deus injustamente escolhe pessoas para o inferno. Esse mal atribui Deus a boa vontade para injustamente condenar e enganar pecadores, assim como João Calvino tinha dito em suas Institutas; “uma fé temporária é atribuída a eles…. Mas o senhor, o melhor em os convencer, e os deixar sem desculpas, instila em suas mentes tal senso de bondade como pode ser sentido sem o Espirito da adoção. ”[5] (Ênfase minha) Estava morbidamente claro; o Calvinismo era uma mentira.
Mais uma vez, inacreditavelmente, retornei aos meus professores de áudio, mas dessa vez para ver onde eles tinham errado. Eu ainda estava confusa sobre a eleição. Não é ensinada na Bíblia? Eu disse para mim mesma. Como eu poderia entender a doutrina da eleição? O que Deus queria dizer com eleição nas páginas da escritura? A fita em particular que escolhi ouvir para trazer o verso do Calvinismo par Excel lance (por excelência) novamente, Jeremias 1:5. Deus disse a Jeremias, “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” Ouvir esse verso me jogou de volta ao meu anterior conhecimento de eleição. Meu primeiro pensamento foi, “A eleição é verdade? Não pode ser!” Eu clamei ao Senhor, “Ajude-me a entender como interpretar esse verso, pois agora eu sei que essa eleição não é verdadeira porque ela não reflete o seu caráter.”Com relutância para ouvir qualquer coisa oposta ao Calvinismo antes de seu pilar central da ‘fé dotada’ ser puxado de sua base, eu estava agora não apenas ouvindo, mas abraçando tudo que eu poderia acolher. Com artigos ao meu redor, sentada no chão, marcador na mão, finalmente fui atingida. O Calvinismo não era verdade! Era uma mentira e eu tinha sido profundamente enganada. Sentada lá atordoada, minha primeira reação foi desacreditar que eu tinha sido completamente enganada. Haviam mentido para mim. Eu confiei em estudiosos e pastores renomados, para me ensinarem o que a Bíblia realmente dizia, apenas para aprender que eles ensinaram errado. Um sentimento repugnante passou, enquanto eu percebia que não tinha confiado no Senhor, mas em homens que me levaram a seguir um impostor. E eu segui? De uma vez, eu percebi que tinha deturpado profundamente o caráter de Deus! Profunda humilhação me consumiu, à medida que percebi que há um mal diabólico que convence Cristãos de que Deus injustamente escolhe pessoas para o inferno. Esse mal atribui Deus a boa vontade para injustamente condenar e enganar pecadores, assim como João Calvino tinha dito em suas Institutas; “uma fé temporária é atribuída a eles…. Mas o senhor, o melhor em os convencer, e os deixar sem desculpas, instila em suas mentes tal senso de bondade como pode ser sentido sem o Espirito da adoção. ”[5] (Ênfase minha) Estava morbidamente claro; o Calvinismo era uma mentira.
Segurando-me e sentando com a minha Bíblia, examinei a progressão dos eventos nesse verso cuidadosamente. Primeiro, Deus conheceu Jeremias, depois o formou, o consagrou, depois Jeremias nasceu e mais tarde ele foi designado como um profeta para as nações. Quando Deus conheceu Jeremias, foi sua presciência que sabia que Jeremias creria. Percebi novamente, que o que eu tinha uma vez conhecido antes de ser enganada, é que a presciência não é o mesmo que pré-ordenar. 1 Pedro 1:2 ensina que os crentes são ‘eleitos de acordo com a presciência de Deus.’ Essa interpretação deixa espaço para escolha pessoal. Deus poderia facilmente preparar boas obras antecipadamente para Jeremias fazer, tudo baseado em sua presciência.
Nesse momento eu estava simultaneamente liberta da enganosa atração da eleição Calvinista e ainda profundamente envergonhada em ter deturpado a natureza do amor de Deus. Eu tinha muito o que aprender.
Recomeçando
Essa libertação ocorreu durante os meses em que meus velhos amigos estavam me ligando para falar sobre o candidato a pastor. Eu discordava da sua escatologia, mas eles tomaram como problema sua escatologia e o Calvinismo. Examinando sua afirmação doutrinal mais de perto, armada com meu novo entendimento da teologia reformada, seu Calvinismo de cinco pontos era evidente. Eu, quietamente, embora com o coração partido, decidi não voltar a minha amada igreja. Os crentes restantes na igreja votaram para chamar esse Calvinista estrito para ser seu pastor. Tendo sido liberta do Calvinismo, não havia maneira de me unir a eles sob essa liderança.
Meus amigos estavam confusos sobre o Calvinismo e me ligaram para perguntar como interpretar os próprios versos que eu tinha mantido naqueles anos. Intensamente envergonhada dos diversos equívocos sobre o caráter e o amor de Deus, eu não tinha respostas para dar. Era o momento de ficar quieta. Eu não tinha nada a oferecer. Mas Deus em sua grande misericórdia fez esses amigos me ligarem, não no propósito de os ajudar, mas para eles me ajudarem. À medida que me ligavam para ajudá-los, eles me ajudariam no que eu precisasse. Eles trouxeram versos Calvinistas oferecendo explicação ao dizer, ‘Esse é o jeito de os entender, certo?’ E eu docilmente respondia dizendo, “Eu acho que sim” ou “Eu acho que isso mesmo” ou “Eu nunca tinha visto isso dessa maneira antes.” Vendo as maneiras alternativas de interpretar esses versos que preservavam o caráter e amor de Deus enquanto também preservava a escolha do homem, eu estava sendo gentilmente mostrada como substituir o ensinamento ruim que eu tinha sido doutrinada durante anos por ensinamentos corretos. Meus amigos não tinham ideia de que eram eles que estavam me ministrando. O Senhor redirecionou meu entendimento suavemente em privacidade dignificada da qual eu não merecia de jeito nenhum. Ele estava colocando meus pés em solo consistente, ainda que não me expondo a profunda vergonha que refletia meu completo arrependimento da sedução do Calvinismo. Eu tinha sido arrebatada das garras de professores que estavam me sentenciando à teologia do Catolicismo Reformado e tentando me noivar com um impostor de Cristo, funcionando sob a teologia do Calvinismo.
A libertação do Senhor traz essas confortantes palavras de Lucas 4:8 para a mente;
“O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração; A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos; A anunciar o ano aceitável do SENHOR.”
Olhando para trás
Quase cinco anos desde que Deus me resgatou das garras do Calvinismo. Uma vez que o forte da eleição incondicional foi quebrado, eu estava finalmente hábil a compreender com o que eu tinha sido envolvida. Eu gastei uma grande cota de esforço desde aquele tempo, me educando sobre o que é a teologia reformada. Eu achei que aquela eleição incondicional seria o ponto de entrada nesse sistema de teologia pelo Calvinismo. Já que o Calvinismo descreve a maneira que uma pessoa é salva, isso se torna o evangelho e a fundação para a teologia reformada.
A Teologia Reformada é mais corretamente conhecida como teologia do Pacto, que postula que Deus fez três outras alianças principais (em adição às seis que ele fez com Israel) que não podem ser encontrados na Bíblia com capítulo e verso. Essas alianças adicionais inferidas definem como Deus elegeu alguns para a salvação, enquanto deixa o resto ir para o inferno (aliança da redenção), como Deus promete a salvação por obediência (aliança das Obras), e como, já que o homem não consegue obedecer, Deus por Cristo proveu obediência ativamente em sua vida e passivamente pela sua morte para salvação. A Bíblia ensina que o ato de obediência de Cristo na cruz forneceu expiação pelos pecados. Essas alianças postuladas estabelecem as obras para a salvação pela eleição e pela justiça em guardar a lei. Em essência, essas três alianças enviesaram o plano de Deus para a humanidade ao ponto de a Teologia Reformada poder justificar não apenas a eleição calvinista e a reprovação (não escolhendo salvar alguns), mas também a substituição teológica onde a igreja substitui Israel, a tribulação que acontece em 70 d.C. e a promessa do reino sucedendo a igreja atualmente. Essa complicada teologia não pode ser defendida se a eleição Calvinista é falsa.
A eleição incondicional tem sido trazida à frente aos nossos dias vinda do 16º século da reforma do Catolicismo. Os reformadores aprenderam de Agostinho, que aprendeu muito provavelmente a eleição e a predestinação do culto Maniqueísta que ele era envolvido antes da sua conversão para o Catolicismo Romano. Esses conceitos de eleição e predestinação não são novos, mas muito antigos e encontrados na antiguidade como iluminação, elitismo e destino. Agostinho, que misturou Cristianismo com filosofias neoplatônicas, não é apenas responsável por muitos dos erros do Catolicismo Romano, mas também por muitos dos ensinamentos encontrados na reforma. Infelizmente, muito do Catolicismo foi retido, apenas redefinido, na Reforma Protestante de modo que muitas de suas denominações hoje sejam meramente graus de separação da igreja Romana. O desespero da Salvação de Senhorio produz a mesma falta de esperança que Católicos Romanos sentem se eles levarem sua doutrina seriamente.
Estou agradecida, o Senhor me libertou e me revelou a verdadeira face do Calvinismo. Hoje, eu estou em paz no amor de Cristo quando eu falho. Eu durmo bem a noite e não mais temo a condenação. O sangue de Cristo, derramado por todos os homens, limpa completamente minha consciência de culpa pela fé. A verdade pura de sua palavra me dá grande alegria, segurança e vida. Tendo sido humilhada, eu sou melhor capaz de dar amor e mostrar misericórdia a outros que pecam. O sofrimento me ensina lições sobre o profundo e tolerante amor que Cristo tem por todos os seus filhos. Eu agradeço ao Senhor frequentemente por sua bondade em me perdoar e me libertar da decepção enredada.
Tenho um lugar especial em meu coração para aqueles que estão sob decepção espiritual do Calvinismo, sabendo que eles são incapazes, e muitas vezes relutantes, para violar o que eles acreditam que a Bíblia está ensinando. À medida que Deus me dá oportunidade, eu ajudo todos que eu posso a entender essa magistral e intelectual que pode ser traçada até o 16º século da reforma do Catolicismo Romano e além.“O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol,”Eclesiastes 1:9.
Aviso – Enquanto todos os artigos no site Middletown são os mais excelentes e enquanto eu sou profundamente grata a Deus pelo presente desses artigos, eu educadamente discordo de qualquer forma de eleição incondicional. Em consciência, eu preciso alertar a todos sobre as armadilhas de adotar qualquer sugestão da eleição Calvinista. Minha visão da eleição é que Deus elege aqueles que creem no evangelho, de seus corações. Essa visão da eleição permite Deus saber de antemão, mas não preordenar crença, o que preserva a atividade soberana de Deus na vida do crente, ainda que não determine cada movimento que o crente faz. Deus usa soberanamente as variáveis das escolhas do homem livre, fazendo sua soberania infinitamente maior do que se ele predeterminasse tudo o que acontece.
Tradução: Cleyton J. Silva
Fonte: http://caryl.tv/blog/brenda-s-testimony-her-14-years-in-calvinism/
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Referências:
[1] http://www.biblebelievers.net/Calvinism/kjcalvn1.htm
[2] R. C. Sproul, Chosen by God, 51. Source Cited: http://www3.calvarychapel.com/library/bryson-george/books/fpocwafw.htm
[3] Institutes of the Christian Religion, Eerdmans Publishing Co., 1989, translated by Henry Beveridge.3.2.11 Source Cited: http://www.evangelicaloutreach.org/spurgeon.htm
[4] The Autobiography of Charles H. Spurgeon, Curts & Jennings, Cincinnati, Chicago, St. Louis, 1898, Vol. I, p.172. Source Cited: http://www.evangelicaloutreach.org/spurgeon.htm
[5] Institutes of the Christian Religion, Eerdmans Publishing Co., 1989, translated by Henry Beveridge.3.2.11. Source Cited: http://www.evangelicaloutreach.org/spurgeon.htm
Fonte: http://deusamouomundo.com/calvinismo/brenda_nickel/