Terrorista mais procurado do mundo já foi o ‘Messi do Iraque’
Ibrahim Awwadty Ibrahim Ali Muhammad al-Badri al-Samarrai, mais conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, é o terrorista mais procurado do mundo.O que se sabe sobre ele é que tem 44 anos, nasceu em Samarra, no Iraque, é o líder do grupo “Estado Islâmico” e tem uma recompensa de US$ 10 milhões (R$ 38 milhões) colocada pelos Estados Unidos por informações que levem à sua captura.O que poucos sabem, porém, é que ele era um atacante de primeira no futebol.
“Ele era o Messi do nosso time, nosso melhor jogador”, contou Abu Ali, amigo do extremista, ao jornal inglês The Telegraph.
Ibrahim Awwadty era o principal jogador do time da mesquita de Tobchi, bairro pobre localizado na zona oeste de Bagdá, para onde o hoje terrorista se mudou quando deixou Samarra para cursar a Universidade Islâmica da capital iraquiana.
Entusiasta dos esportes, e também descrito como muito religioso, o homem mais procurado do mundo era capitão da equipe e um líder-nato, lembra seu amigo.
“Ele tinha uma voz poderosa, e isso servia tanto para a reza quanto para comandar o time. Nós adorávamos jogar futebol juntos. Nos tempos de Saddam (Hussein), também visitávamos lugares fora de Bagdá, como Anbar, pois ele gostava muito de nadar”, recordou.
O futebol, contudo, perdeu espaço na vida de Ibrahim Awwadty quando a coalizão liderada por Estados Unidos e Inglaterra invadiu o Iraque, em 2003, dando início a um conflito que até hoje deixa milhares de mortos no Oriente Médio e no resto do mundo.
Logo após conseguir seu PhD em Estudos do Islã, ele passou a se dedicar ao aprendizado e aplicação da xaria, as leis islâmicas que regem a Constituição de diversos países muçulmanos.
De acordo com Dabash, o companheiro de curso era um homem “calado e tímido”, que só era notado pelos óculos grossos, já que tem um alto grau de miopia.
O fato é que, à sua maneira, o hoje líder terrorista foi ganhando reputação. Primeiro, fundou o grupo militante Jamaat Jaysh Ahl al-Sunnah wa-l-Jamaah logo após a invasão do Iraque, em 2003. Três anos depois, já influente, foi convocado para o grupo MSC, embrião do “Estado Islâmico”.
Em 2006, Abu Musab al-Zarqawi, líder do MSC, foi morto em um bombardeiro americano, e Abu Omar al-Baghdadi assumiu seu lugar. Quatro anos depois, Abu Omar foi morto em outro bombardeio liderado pelos Estados Unidos, e Ibrahim Awwadty acabou eleito novo líder, posição que ocupa até hoje.
Foi então que ele acabou renomeado como Abu Bakr al-Baghdadi.
“Para mim, ainda é um mistério o porquê de terem escolhido Ibrahim como líder. Havia muitos outros que já estavam na organização antes dele. O fato é que, de 11 votos possíveis entre os conselheiros, ele obteve nove”, salientou Hisham al-Hashim, estrategista de segurança iraquiano, provando a influência do líder.
De acordo com Hashim, o fato decisivo na mudança de personalidade de Ibrahim Awwadty de um homem tímido e calado em um líder fanático aconteceu em 2005, quando ele foi preso pelos Estados Unidos no acampamento de Camp Bucca pela participação no grupo militante Jamaat Jaysh Ahl al-Sunnah wa-l-Jamaah.
Misterioso, manteve seus segredos ocultos, e acabou liberado em 2009. “Percebi que ele era um cara mau, mas ele não era o pior dos piores”, relembrou o coronel Kenneth King, do exército norte-americano, e que conheceu al-Baghdadi em Camp Bucca .
Segundo King, a mensagem de despedida que o hoje todo-poderoso do “Estado Islâmico” deixou para o coronel e os soldados dos EUA até hoje tira seu sono.
“Vejo vocês em Nova York”, previu o terrorista, antes de virar as costas e ir embora.
Extraído do site MSN em 19/11/2015