Mais uma vez me decepcionei com o adventismo. Dessa vez, ao sair do “Programa Vejam Só”, peguei o Zap do teólogo e professor adventista, Sr. Sérgio Monteiro. Pensei, vou manter um diálogo com ele, quem sabe possa existir adventistas abertos ao diálogo sincero.
Primeiro, começamos a conversa sobre os Fariseus. Mostrei a ele que os mesmos acreditavam em vida após a morte e que o espírito humano sobrevive a morte do corpo. Ou seja, então Paulo, em At 23.8, se identifica com eles na questão da existência após morte e na possibilidade do espírito viver sem um corpo. Depois mencionei vários compêndios teológicos que mostravam isso, também citei o renomado historiador Paul Johnson (falando sobre os Fariseus) e por fim uma fonte primaria do fato histórico, que era Flávio Josefo (c. 37-100), o qual explicito aqui:
“A maneira de viver dos fariseus não é fácil, nem cheia de delícias: é simples. Eles se apegam obstinadamente ao que se convencem que devem abraçar.[..] Eles julgam que as almas são imortais. […] A opinião dos saduceus é que as almas morrem com o corpo […]Os essênios [..] Crêm que as almas são imortais”. História dos Hebreus. (Livro Décimo Oitavo. Cap 2.p. 826-827. JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. 2013. CPAD, Grifo meu).
Ele fez de tudo para descolar-se do fato, chegou ao ponto de colocar em dúvida as traduções para o português das obras por mim citadas.
Depois discutimos sobre I Co 15.23, que coloca Jesus como o único e primeiro ressuscitado na ressurreição gloriosa pra nunca mais morrer. Novamente, embotado em suas doutrinas, tentou arvorar que Jesus era o mais relevante entre os ressurretos e não o primeiro como a Bíblia ensina. Arvorou também que Moisés, apesar de ser glorificado antes de Jesus, isso não era problemático para as escrituras. Bem, citei que todas as Bíblias de Notas e Estudos que tenho, e são mais de 30, todas que tratavam da temática deixavam explicito que JESUS FOI O PRIMEIRO A RESSUSCITAR PARA NUNCA MAIS MORRER, como Paulo ensinou em sua carta aos Coríntios. Por fim, concordou que a Bíblia de Jerusalém era a mais producente entre as traduções em português. Então lhe citei a mesma, que diz:
“Cada um, porém, em sua ordem: como as primícias, Cristo; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda” (I Co 15.23 BJ – Confirma também Cl 1.18).
Pensei que com isso a questão de I Co 15.23 poderia, pelo menos, ficar em aberto, mas não… Ele continuou a insistir que Jesus não foi o primeiro ressurreto e que Moisés havia sido ressurreto e transladado ao céu e que tal problemática não era heresia. Aqui comecei a me desanimar e lhe disse com todas as letras que isso só tinha uma explicação – EG WHITE. Afinal de contas, os adventistas são idólatras dessa profetisa. Claro, ele não gostou da minha observação.
Em seguida acabei vendo um debate do Sr. Leandro Quadros no “Programa Vejam Só”. Ali Quadros usou a Bíblia de Genebra e fez uma citação dolosa, que compartilhei no Facebook, como segue:
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O Apologista Adventista, Sr. Leandro Quadros mentiu descaradamente em rede nacional no “Programa Vejam Só” ao afirmar que A Bíblia de Genebra “defende a ideia que Jesus é o ressurreto, não em ordem cronológica, mas em sentido figurado em I Co 15.23” (https://youtu.be/9-10NPl_BiE – 36.56). Entretanto, a Bíblia de Genebra, página 1529, Editora Cultura Cristã, 2º Edição – afirma que “Jesus foi o primeiro da ressurreição dos mortos (At 26.23)”. Quadros havia dito isso pra justificar a falsa profecia de EG White que engendrou a ressurreição gloriosa de Moisés como primícias pra justificar sua aparição em Mt 17.3. Claro, se Moisés apareceu incorpóreo ali em Mt 17.3 tendo morrido em Dt 34.5, então os mortos não estariam em um “sono da alma” e sim vivos no céu ou no hades (Lc 16.19-31). E ai a questão seria – pra que Jesus teria começado um tal Juízo Investigativo em 1844 pra ver quem será aceito na vida eterna, se os salvos já estão com Deus??? A mentira tem perna curta e sempre prejudicará quem dela se utiliza!
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Quando mostrei o fato ao Profº Monteiro, o que fiz com indignação e desalento, ele até corroborou comigo… Concordou que o Leandro não deveria citar inadequadamente a Bíblia de Genebra… Questionei também que na conversa de Quadros a respeito da ressurreição de Moisés, como recebendo um cheque pré-datado de Jesus para ressuscitar antes da hora, comprometeria toda a tese teológica envolvendo a Doutrina do Juízo Investigativo, inserindo alguém no céu antes do referido juízo – Juízo que é herético por colocar a obra de Jesus como inacabada na cruz.
Por dias discutimos sobre os Fariseus, inclusive fiz uma consulta por e-mail com alguns Rabinos pra ver a questão dos Fariseus e a vida após a morte de maneira mais acurada. Mas sempre, o referido professor, colocava como problema a minha falta de erudição e procurava depreciar minha capacidade cognitiva. Chegou a duvidar da erudição de Paul Johnson, um dos mais renomados historiadores mundiais. Diante disso, resolvi assistir o nosso debate na Vejam Só a respeito do assunto pra ver mais sobre a questão envolvendo os Fariseus. Quando notei outro equivoco de citação em Josefo. Monteiro disse que: “… Josefo diz que ele (Moisés) se quer havia morrido… (https://youtu.be/pjLGZ3bfuz8 – 23.16). Então citei o Livro História dos Hebreus e até bati foto da página do livro, como segue o texto: “Os Livros Santos, que ele nos deixou, dizem que Moisés morreu porque se temia que o povo não acreditasse que ele ainda estava vivo, arrebatado ao céu por causa de sua eminente santidade. Faltava somente um mês para que, dos cento e vinte anos que viveu, ele completasse quarenta no governo daquele grande povo, cuja direção Deus lhe havia confiado. Ele morreu no primeiro dia do último mês do ano, que os macedônios chamam dystros, e os hebreus, adar”. (Grifo meu, História dos Hebreus, pg 127, Editora CPAD, 1º edição de 1992).
Vejam, Josefo deixa claro que MOISÉS MORREU. O Sr. Monteiro pega só a parte do texto que interessa e usada no programa Vejam Só pra apresentar uma suposta erudição do assunto, mas que na verdade é uma fraude acadêmica! O historiador Josefo registra a visão do povo sobre o legislador e depois disso conclui dizendo que “ELE MORREU…”. O articulista adventista errou ao dizer que Josefo não cita a morte de o Moisés, pois cita. Errou ao usar apenas uma parte do texto do livro História Elesiástica e não todo o texto que trata do assunto. E errou mais ainda ao ser jactancioso e não assumir seu equivoco. Errou ao tentar engodar as pessoas, usando um personagem respeitado como Josefo, para defender as heresias da sua profetisa EG White. E errou mais ainda, ao usar um áudio do whatsapp (os quais tenho todos guardados), fora do contexto de semanas de conversação, pra tentar se justificar e me colocar como alguém que odeia os adventistas (ele postou um vídeo no Youtube).
Não odeio pessoas, pelo contrário, é o amor aos adventistas que me leva ao debater com esses pseudos obreiros para tentar tirar alguns das entranhas do dolo.
Resumos dos fatos: Precisamos sim, debater, mas sempre mantendo a devida distância.
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