Há muita história, mito e folclore acerca dos vampiros. Entre as obras que divulgam o tema estão o romance Drácula, de Bram Stoker, o filme mudo de 1922, Nosferato, além do filme de 1985 Pright night e do romance de 1976 Interview witb a vampire, de Anne Rice.
O que muitos não percebem é que há os que realmente se consideram vampiros, e há um genuíno submundo vampiro nos Estados Unidos e na Europa. Mas esses vampiros de hoje não estão virando morcegos. São pessoas que não se consideram totalmente humanas. Acreditam que nasceram vampiros ou que se tornaram um por meio de algum tipo de iniciação envolvendo sexo e o beber sangue.
A personalidade do vampiro também pode ser tomada como forma de expressão pessoal para indicar sentimentos de um grupo separado da sociedade. Verdade é que essa subcultura está totalmente fora da moderna tendência cultural, e mais que rejeição aos valores culturais, é uma rebelião contra eles.
A subcultura vampira cobre uma série de crenças e práticas. A pessoa envolvida pode:
a) Restringir seu envolvimento aos jogos de encenação e fantasia; b) Reunir-se com góticos ou clubes similares nos fins de semana; c) Ser atraída e envolvida em práticas eróticas associadas com algumas formas de vampirismo; d) Ser arrastada para o ocultismo, o lado escuro do vampirismo; e) Acreditar que ganha poderes especiais se beber sangue; f) Estar em grupo ou em clã com outros; g) Identificar a si mesmo como vampiro baseado em seus próprios critérios pessoais.
Desde que o movimento é uma subcultura dirigida e sem líder, não há nenhum conjunto consistente de crenças. Há uma disputa a respeito do que o vampiro realmente é. O vampiro é reverenciado por várias pessoas como herói romântico, como rebelde, como senhor do poder das trevas, como predador, como rejeitado ou como imortal.
Alguns alegam que beber sangue deve ser parte disso, enquanto outros declararam que beber sangue é da área daqueles que desejam ser iguais e que o vampiro verdadeiro não se alimenta de sangue, porém da energia psíquica de outra pessoa. Outros podem acreditar que ser um vampiro é o máximo em individualidade, e daí podem fazer o que querem.
Aqueles que estão seriamente envolvidos podem praticar um ou mais dos seguintes rituais: beber sangue, dormir em caixões, evitando a luz do dia, executar rituais ocultos, tomar drogas, usar dente canino afiado e cair em práticas sexuais incomuns.
QUEM É UM VAMPIRO?
Há uma discordância sobre quem é vampiro, desde que a cultura induziu diversos tipos: aqueles que são cortados em si mesmos, aqueles que bebem sangue para o espiritual, sexual ou razões aditivas, os mentalmente confusos, aqueles marcados pela compulsão de beber sangue, aqueles que não gostam de sol e aqueles que acreditam ter nascido vampiro.
No moderno movimento neopagão não há autoridade para decidir os critérios ou definições. Um pesquisador ofereceu uma definição de vampiro como alguém que tem a necessidade física de sangue. Outro pesquisador descobriu que o vampirismo está conectado com o satanismo ou apetites sexuais pervertidos, mas também encontrou neste estado aqueles que se auto-intitulam vampiros e que foram fisicamente abusados enquanto crianças ou horrivelmente negligenciados. Vampirismo também pode ser a quebra de tabus sociais, sexuais ou outros.
Adicionalmente, muitos vampiros e grupos deles são secretos e difíceis, se não impossíveis, de se investigar. Nesse aspecto, não é distinto do satanismo, o qual em alto grau de sigilo previne um claro e consistente entendimento de suas práticas e praticantes.
INFLUÊNCIA GÓTICA
Muitos consideram que a cultura contemporânea do vampirismo seja um subconjunto da cultura bárbara, um movimento abarcando o romantismo da escuridão e a personalidade rejeitada, já que o vampiro se vê como o banido de uma sociedade sem sentimentos. Muitos góticos, porém, não estão na subcultura vampira.
O movimento gótico originou- se da subcultura punk dos anos setentas, principalmente através da música e das declarações contra o que estava sendo percebido como opressivo, materialista e valores superficiais em voga na sociedade de então. Aqueles que se identificam com o movimento, quase exclusivamente vestem roupas pretas, muitas vezes pintam o cabelo de preto, se divertem com literatura dark, podem usar correntes de prata ou têm vários piercings (acessório perfurante de valor estético duvidoso) espalhados pelo corpo, e podem pintar as unhas de preto. Observe que existem os que se apresentam dessa maneira, mas não são góticos nem vampiros. São pessoas criativas, apreciam discussões intelectuais e não podem se identificar com nenhum sistema religioso em particular, muitas vezes se apresentando como agnósticos.
Adolescentes góticos são provavelmente mais envolvidos com o ocultismo, bruxaria ou outras formas de espiritualidade. Muitos góticos têm a percepção de que não se encaixam na sociedade atual e têm experimentado alguma forma de rejeição ou isolamento social e familiar.
Apesar da sua maneira sombria, góticos são pessoas delicadas que apreciam a literatura e a arte. Muitos podem usar seu olhar distante como um teste para ver quem os aceitará do jeito que são. Outros escolhem esse estilo porque julgam ser o mais confortável e sentem que é uma maneira artística de se expressar. A violência não é marca dessa cultura.
O submundo do vampirismo reflete muito desses traços da cultura gótica. Aqueles que assumem a personalidade de vampiro, podem não usar preto, mas algumas vezes usam joias com símbolos ocultos como o ankh (cruz coberta por uma volta formando um oval, representando energias masculina (cruz) e feminina (laço). É o símbolo da religião egípcia e foi usada em conexão com Isis e outras deidades para representar sua imortalidade e poder sobre a morte), longas capas com capuz e tornam suas faces pálidas com maquiagem branca.
VAMPIRO, UM EXILADO
A obra de Anne Rice romantizou o vampiro como um tipo de anti-herói existencial. Não mais como criatura má, o vampiro tornou-se uma vítima má compreendida apanhada em circunstâncias além do seu controle, um escravo de suas paixões e de suas necessidades por sangue humano. A melhor coisa do filme Entrevista com o vampiro, baseado no romance de Rice, opina um vampiro, é que o “estilo de vida do vampiro não o apresentou como a faceta da maldade, mas antes como inevitável peculiaridade da natureza. O vampiro se alimenta porque está faminto”.
O vampiro necessita manter imortalidade através de beber sangue; sua inabilidade para estar no sol, seu estranho erotismo, sua vida nos limites da sociedade como intruso, tudo transformou-se em símbolo para aqueles que se veem como os estranhos ou banidos da sociedade.
Com o aumento da tecnologia, isso deu origem à nostalgia por sentimentos e contato íntimo. De acordo com o relato de um autor de ficção vampírica, chamado Nothing, vampiros refletem góticos que sentem que nada são “somente refugo sem valor da sociedade”.
VAMPIRO PREDADOR
Em O Mascarado 1, o vampiro não é somente um romântico como pessoa cruel, talvez representando os elementos bestiais da humanidade. “O que significa ser vampiro? Vampiros não são seres com dentes caninos alongados, eles são monstros mascarados de humanos. Simplesmente como um vampiro baseia-se em humanos, ele vive no temor da besta dentro de si mesmo”. Embora essas descrições estejam dentro de um contexto de jogo de fantasia, em alguns casos a fantasia se derrama sobre a realidade. Dois assassinatos cometidos por um grupo de adolescentes vampiros, conduzidos por um jovem de 17 anos, filho de uma mulher que se considerava vampira, constituiu um dos casos mais horríveis de crimes cometidos por aqueles que alegam ser vampiros. Antes dos assassinatos, alguns dos adolescentes beberam sangue um do outro. Roderick Ferrell, líder do grupo, foi sentenciado à morte em 1998, advertindo os adolescentes para não seguirem seu caminho e dizendo aos repórteres, após a sentença, que apesar de se considerar um vampiro, não mais acreditava ser imortal ou possuir poderes especiais por ter bebido sangue.
O vampiro criminoso, contudo, é uma exceção. Embora haja tensões violentas entre alguns grupos, isso não é norma.
VAMPIRO PARANORMAL
Muitos acreditam que há os que podem extrair ou enfraquecer as energias psíquicas de uma pessoa. Aqueles que aderem a essa visão acreditam que a pessoa que faz isso é um vampiro porque está tirando outra de sua aura, vitalidade emocional e física ou energia psicológica. O vampiro paranormal faz isso com poderes psíquicos, ficando fora do corpo, ou enviando um ataque em forma de pensamento à vítima. Alguns na subcultura vampira pensam que beber sangue é feito apenas por vampiros que desejam ser iguais a outros, mas esses vampiros verdadeiros “se alimentam de uma alma”.
TEOLOGIA VAMPÍRICA
Os jogos de Stephen Jackson deram direito a dois livros que adaptam o Lobo branco vampiro: o mascarado (White wolf’s vampire: masquarede) e produziram o livro e guia do jogo Vampiro, a companhia mascarada (Vampire, the masquarede companion). Durante todo o livro, os vampiros são referenciados como os “filhos de cão” ou “canitas”, numa crença de que esses vampiros são descendentes do Cam bíblico e maldito com sede de sangue. Um clã dos seguidores do Sem é descrito como tendo começado há mais de “sete mil anos, quando os filhos de Cam começaram a permitir primeiramente que seus pastores formassem civilizações”. O mais idoso desse grupo, denominado Sutekh, veio a ser “adorado como um deus da noite e da escuridão”, eventualmente chamando-se a si mesmo para se ajustar. A missão desse grupo é corromper, subverter e destruir o que é bom, nobre, idôneo ou bonito dentro da sociedade familiar e mortal”.
Um grupo de vampiros descreveu no jogo Sabbat, o arquinimigo do mascarado clã Camarila, que eles podem seguir os diferentes trajetos do iluminismo, podendo incluir hedonismo, rituais de sangue, serviço a demônios ou sobrevivência do mais apto.
Uma organização chamada O Templo, em Lacey, Whashington, publicou a bíblia do vampiro a qual inclui o “Credo vampiro”. Parte dos estatutos desse credo diz: “Eu sou vampiro. Eu adoro meu ego e adoro minha vida; para mim o único deus é esse. Eu exalto minha mente racional e não me prendo a nenhuma opinião, que é um desafio à razão. Eu declaro que não há nenhum céu, como não há nenhum inferno, e vejo a morte como destruidora da vida. Eu sou vampiro. Curve-se diante de mim”.
A verdadeira vida vampira alegou que esse grupo iria voltar no tempo, “próximo a Gênesis” e que “o pecado seria perdoado; o perdão é salvação, consequentemente salvação é o pecado final”. Isso deveria ser reconhecido entre os vampiros.
Não há coerente ou consistente ideologia nessa subcultura. Uma pode encontrar vampiros que praticam ou acreditam no agnosticismo, magia, várias crenças ocultas, reencarnação, ou mistura desses. A maioria dos vampiros refletem a mesma atitude dos góticos e todos têm direito à opinião própria.
AOS CRISTÃOS – UMA RESPOSTA A GÓTICOS E VAMPIROS
Os cristãos devem primeiramente ter um reposta emocional e compassiva, com interesse e cuidado. Muitos que estão na cultura gótica e no submundo vampiro procuram uma comunidade e ligação emocional devido ao passado de abuso ou alienação.
Devemos manter em mente as palavras de um pesquisador que disse que o traço encontrado naqueles atraídos pelo vampirismo são: insignificância, mal-estar, confusão, sentimento de abandono, solidão, déficit de atenção, falta de amor-próprio saudável, desejo por controle ou poder sobre diferentes circunstâncias de impotência, desânimo e a necessidade de “ser alguém’’. Isso deveria nos compelir a refletir em Mateus 9.9-13, especificamente o verso 13: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.
Por outro lado, não deveríamos aceitar que tudo nas subculturas gótica e vampira estão de algum modo perdido. Um grande número é brilhante, criativo e intelectualmente curioso. Alguns são igualmente defeituosos e também espertos, criativos e curiosos. Tentar dialogar com essas pessoas é uma maneira de entender de onde vieram. Elas buscam o autêntico, não o plástico; intimidade, não o grandioso. São sensíveis aos comportamentos sociais artificiais e superficiais.
Antes de você dialogar com um gótico ou com alguém em um estilo de vida vampiro, esteja certo de que está interessado por ele como pessoa e o respeita como tal. Não rejeite tais pessoas nem escarneça da forma como se vestem ou olham, porque o estilo de vida bizarro deles é para esquecer de que foram também criados à imagem e semelhança de Deus, como nós fomos.
Os seriamente envolvidos no vampirismo podem procurar se conservar com algum tipo de imortalidade, seja com a reencarnação ou com o beber sangue. Muitos vampiros romantizam o sangue e o seu suposto poder, ‘mas somente o poderoso sangue de Cristo é que pode nos redimir da nossa natureza falha. Leia Lucas 22.20; Romanos 3.23-25; 5.9; Efésios 2.3; Colossenses 1.20;Efésios 1.7; Hebreus 2.14- 15; 9.12-14, 22, 26-28; 10.19; 12.24; 1 Pedro 1.18-19; 1 João 1.7 e Apocalipse 5-9.
Crendo na eficácia redentora do sangue de Cristo vertido na cruz por nossos pecados temos a vida eterna, porém os vampiros a procuram na imortalidade mítica.
GÓTICOS OU VAMPIROS, O LUGAR DA CAVEIRA
O dia mais escuro da humanidade foi o dia em que sol foi enegrecido, a terra agitada e o relâmpago rasgou o céu. Este dia ocorreu. há 2 mil anos no Gólgota, o lugar da caveira. Jesus tinha viajado em aflição a esse lugar solitário fora de Jerusalém, seu corpo assustado e rasgado pelas batidas ferozes. Foi colocado entre dois ladrões na cruz, numa execução reservada aos criminosos.
Jesus, nascido em um abrigo para animais, gastou muitos dos seus dias na Terra com os humildes e exilados dessa cultura: prostitutas, coletores de impostos, pescadores, pobres. Ele tocou os impuros leprosos e os curou. Por que Ele veio? Por que estava fazendo essas coisas? Ele consistentemente disse aos seus discípulos que estaria entregando-se aos homens que o executariam e que foi com essa finalidade que tinha vindo.
O homem tem pecado desde o Éden e o Deus santo exigiu uma expiação de sangue. Mas o sangue teve de vir de um homem perfeito. Não havia homem perfeito e puro até Jesus Cristo tomar forma. Como o Cordeiro Perfeito de Deus, Jesus foi assassinado violentamente, expiando seu sangue para reconciliar os pecados humanos. Esse foi o pagamento pela punição de nossos pecados. Quando Ele morreu na cruz, essa penalidade foi paga. Jesus disse: “está consumado”. A redenção estava completa.
Três dias mais tarde, Ele conquistou a própria morte e levantou-se em pessoa da sepultura. Jesus tinha visto e tinha sido com todas as rejeições impuras, imoralidade, senhores e escravos, zombadores e cruéis soldados que o golpearam e cuspiram nele, o isolamento no deserto, em sua apreensão, o solitário lugar da caveira, a escuridão da morte, e isso tudo foi resistido por causa do grande amor por nós. Seu sangue vertido tem poder, não porque é mágico, mas porque é de um Deus-homem perfeito. Desse modo, Ele redime os pecados e nos faz justos diante de Deus quando nossa confiança está depositada no ato de Cristo na cruz.
Jesus ascendeu da Terra ao Trono de Deus, onde não haverá tristeza. É para lá que você pode ir, para a eterna morada com Cristo. Se você sabe que é um pecador, e acredita que Cristo pagou pelos seus pecados através do próprio sangue derramado na cruz, pode render-se a Cristo e ao que Ele fez. Você pode ser reconciliado com Deus, não importa o que tenha feito. Pode dizer a Deus que acredita em Cristo, pedindo perdão por seus pecados, acreditando que Ele é o único Salvador. Isso é muito simples, contudo é a coisa mais profunda que poderia lhe acontecer.
SACIAR A SEDE
Jesus sacia todos os sedentos. A garantia dessa promessa está em João 7.37-38: “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre”.
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MÁRCIA MONTENEGRO – FONTE: REVISTA “RESPOSTA FIEL” ANO 2 – N°6