Expiação significa cobrir, expiar, reconciliar, pacificar. No sentido de cobrir, a expiação significava, no antigo Israel, tomar um cordeiro e sacrifica-lo para cobrir o pecado (Levíticos 4:13-21). A expiação em Israel começava pelo sacerdote e sua casa, que oferecia um novilho em sacrifício pelo pecado. Em seguida, eram tomados dois bodes, e um deles seria enviado para o deserto como expiação, no intuito de levar o pecado do povo. O outro bode era sacrificado e seu sangue aspergido no propiciatório, cobrindo o pecado do povo. (Levíticos 16). Esses acontecimentos ocorriam uma vez por ano, no grande Dia da Expiação, no qual o sacerdote entrava no Santo dos Santos para a expiação. Até hoje, é comemorado o “Yom Kippur” pelos judeus, o Dia da Expiação, ou Dia do Perdão.
Uma das principais diferenças entre o cristianismo e as demais religiões, é que o cristianismo é uma religião cruenta. Ou seja, no sentido de salvação, está totalmente ligada a morte, sacrifício, sangue, etc. As demais religiões encaixam-se como ideologias limpas, ou seja, elas são baseadas em ações do próprio ser humano para alcançar a salvação e se achegar Deus. Descartando, assim, Cristo. Em Israel, praticamente tudo era purificado com sangue e/ou água. O sangue era derramado no altar do tabernáculo a centenas de litros em dias especiais. Na Antiga Aliança, o israelita era instruído a não ingerir alimentos com sangue, pois a vida está no sangue (Levítico 17:11). Isso servia para ensiná-los o real valor do sangue. Sabemos que tudo já apontava para Jesus Cristo.
Hebreus 9:11-22, diz: “Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo”!
Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que Ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança. No caso de um testamento, é necessário que se comprove a morte daquele que o fez; pois um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo aquele que o fez. Por isso, nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue.
Quando Moisés terminou de proclamar todos os mandamentos da Lei a todo o povo, levou sangue de novilhos e de bodes, juntamente com água, lã vermelha e ramos de hissopo, e aspergiu o próprio livro e todo o povo, dizendo: ‘Este é o sangue da aliança que Deus ordenou que vocês obedeçam’. Da mesma forma, aspergiu com o sangue o tabernáculo e todos os utensílios das suas cerimônias. De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão.”
Versículos 11 e 12: Aqui nos é revelado que Cristo entrou no Santo dos Santos (no tabernáculo celestial) como sumo-sacerdote e foi o próprio sacrifício! De uma vez por todas! Antes, era feito vez por ano pois nunca havia sido, de fato, resolvido, mas o sacrifício de Cristo foi perfeito e eterno! Não é mais necessário repetir. Essa foi a nossa solução e salvação! Eterna redenção!
Versículos 13 e 14: Se “até o sangue dos animais” purificaria os pecadores exteriormente, imagine a consequência do sangue do Filho de Deus! O efeito é maior! Ele alcança as nossas consciências e essa, a partir desse momento, nos aponta os atos que levam à morte. Isso também é válido para não-cristãos. Quando o sujeito comete qualquer ato que leve a morte, sua consciência apontará. Há o sentimento de prestação de contas e a necessidade de resolver a ausência do Ser Maior. Em toda a cultura, em todas as épocas – selvagem, intelectual – ficou claro a necessidade de um Salvador. Eis o Sangue de Jesus! É isso que o autor de Hebreus nos apresenta.
É muito importante deixar claro que, a Bíblia, em nenhum momento nos apresenta o Sangue de Jesus como um aval para realizarmos obras mortas a vontade. Não há aval para pecarmos, e muito menos uma isenção para não recebermos as consequências dos nossos pecados. Veja bem, somos SIM perdoados, mas a Bíblia não diz que as consequências dos nossos atos nos serão tiradas. Por exemplo: Dirigiu bêbado? Assassinou? Foi pego? Você não será livre da cadeia.
Versículos 15 a 17: Nos foram oferecidos o perdão e a vida eterna. Fomos condenados a morte espiritual pelos nossos pecados e, certamente, a morte baterá na nossa porta. Mas temos a promessa da vida eterna através de Cristo. Assim, nosso corpo morrerá, mas “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. (João 14:1-3)
O autor muda a figura agora para um testamento e conclui dizendo que o testamento só é validado com a morte do testador: Deus nos fez promessas, e a principal promessa é a vitória sobre a morte através do nosso Testador que é Jesus Cristo! Com o seu sacrifício, temos acesso a todos os benefícios!
Versículos 18 a 22: Tudo já apontava para necessidade do sangue e da vida! Por isso, Jesus se fez o cordeiro imaculado e derramou seu sangue por nós! Todos nós pecamos e nossa salvação está em Jesus!
Conclusão:
O sangue de Jesus é a base de tudo na nossa vida cristã: através dele podemos nos aproximar de Deus e ter um relacionamento de Pai pra filho. Quando minha consciência aponta o erro, eu me lembro do sangue de Jesus. Eu reconheço que tenho culpa, admito que sou culpado e recebo o perdão através do sangue de Jesus!
O sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos uma vez por ano, e nunca sem apresentar o sacrifício que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados do povo. No próximo ano, tudo se repetiria. Então temos Jesus que, como sumo sacerdote entrou no Santo dos Santos e foi o próprio sacrifício. Foi em nosso favor! O perfeito sumo sacerdote! O perfeito sacrifício! E isso não precisou se repetir no ano seguinte, pois Ele é Perfeito!
Mateus Costa