Mas e quanto à salvação pelo sábado no adventismo? Vamos ler o que escreveu Knight, eminente historiador adventista: “Bates, por exemplo, ensinou repetidas vezes que ‘a observância do SANTO SÁBADO DE DEUS… SALVA A ALMA’ (SDS [1847], págs. 55, afinal de contas, não tinha Jesus dito ao jovem rico que ‘a única maneira de entrar na vida era guardar os mandamentos’…” (Knight, George R. Em Busca de Identidade. CPB, 2005, p. 89 – ênfase no original)
E, “A obediente observância de todos os mandamentos era central para a sua [de Uriah Smith] maneira de ver o Adventismo. Na verdade, uma pessoa ia a Jesus por meio da obediência. Essa interpretação legalista estava em plena harmonia com José Bates, que na década de 1840, ensinara que ‘a observância do SANTO SÁBADO DE DEUS… SALVA A ALMA’ (SDS [1847], pág. 55)” (Ibidem, p. 104 – ênfase no original)
De posse desse contexto fica relativamente fácil entender o significado da frase de EG White “SANTIFICAR O SÁBADO AO SENHOR IMPORTA EM SALVAÇÃO ETERNA” (Testemunhos Seletos, volume 3, na página 23). A frase dela foi proferida dentro de um contexto legalista em que a teologia tradicional adventista acreditava na salvação pelas obras e, pelo que tudo indica, com ênfase no sábado. É bem provável que sua frase esteja em perfeita consonância com o pensamento de Bates sobre a salvação sabática. Não foi ela mesma que exaltou Bates (um dos fundadores da IASD) como “apóstolo do sábado”?
“O Pr. Bates, o apóstolo da verdade SOBRE O SÁBADO, tomou a liderança em ADVOGAR A OBRIGATORIEDADE DA GUARDA DESSE DIA” (Primeiros Escritos, Prefácio Histórico XXII).
Sim, foi Bates que conseguiu convencer os White da guarda do sábado. Era ele até a década de 1850, o “grande” teólogo e escritor do grupinho de adventistas sabatistas.
Não é atoa que as duas frases, tanto de Bates, quanto de Ellen White sobre a salvação pelo sábado, confirmam esse legalismo prevalecente dentro da IASD antes de 1888.
Dentro da mesma década em que Bates ensinava a salvação pelo sábado (a partir de 1845), ela teve uma visão (05/01/1849) sobre pessoas que se perderam por não guardarem o sábado nos seguintes termos: “Foi-me mostrada então uma multidão que ululava em agonia. Em suas vestes estava escrito em grandes letras: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. Perguntei (ao anjo) quem era aquela multidão. O Anjo disse: ESTES SÃO OS QUE JÁ GUARDARAM O SÁBADO E O ABANDONARAM” (Ellen G White, Primeiros Escritos, Editora Casa Publicadora, Tatuí – SP, 1995, p. 37)
Diante do que foi exposto até aqui, fica evidente que a frase “santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna”, é uma clara confissão de que a guarda do sábado tem valor relevante como elemento salvífico na mentalidade de EGW.